REFERÊNCIAS UTILIZADAS: Conselho Federal de Psicologia. (2009). Ano da Psicoterapia: Textos Geradores. Conselho Federal de Psicologia. site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2009/05/Ano-da-Psicoterapia-Textos-geradores.pdf Corrêa, A. D., & Leite, S. Q. (2008). Ensino da homeopatia na graduação em farmácia: Concepções e práticas pedagógicas em instituições do estado do Rio de Janeiro. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, 12(25), 267-280. doi.org/d7f6pp Fasce, A. (2017). What do we mean when we speak of pseudoscience? The development of a demarcation criterion based on the analysis of twenty-one previous attempts. Disputatio. Philosophical Research Bulletin, 6(7), 459-488. doi.org/f78c Hansson, S. O. (2013). Defining Pseudoscience and Science [Definindo Pseudociência e Ciência]. In M. Pigliucci & M. Boudry (Eds.), Philosophy of Pseudoscience: Reconsidering the Demarcation Problem (pp. 61-78). The University of Chicago Press. Hansson, S. O. (2020). Disciplines, Doctrines, and Deviant Science. International Studies in the Philosophy of Science, 33(1), 43-52. doi.org/ghmkg6 Harris, S. (2011). The Moral Landscape. Transworld Digital. Hilton, P., & Robinson, D. (2011). Defining cure. Neurology Urodynamics, 30(5), 741-745. doi:10.1002/nau.21098 Laudan, L. (1983). The Demise of the Demarcation Problem [O Fim do Problema da Demarcação]. Boston Studies in the Philosophy of Science, 111-127. doi:10.1007/978-94-009-7055-7_6 Mahner, M. (2013). Science and Pseudoscience: How to Demarcate after the (Alleged) Demise of the Demarcation Problem [Ciência e Pseudociência: Como Demarcar Após o (Alegado) Fim do Problema da Demarcação]. In M. Pigliucci & M. Boudry (Eds.), Philosophy of Pseudoscience: Reconsidering the Demarcation Problem (pp. 29-43). Chicago e London: The University of Chicago Press. McIntyre, L. (2019). The Scientific Attitude: Defending Science from Denial, Fraud, and Pseudoscience. The MIT Press. Moraes, S. R. (2019). Núcleo de Atenção ao Idoso oferece reiki como terapia complementar para pessoas com diabetes. www.ufpe.br/agencia/noticias/-/asset_publisher/dlhi8nsrz4hK/content/nucleo-de-atencao-ao-idoso-oferece-reiki-como-terapia-complementar-para-pessoas-com-diabetes/40615 Mohler, C. (n.d.). Three Little Philosophers of Science. Retrieved from existentialcomics.com/comic/358 Murcho, D. (2019). Lógica Elementar. Edições 70 Nutrition Facts. (n.d.). Stents. nutritionfacts.org/topics/stents/ Pigliucci, M., & Boudry, M. (2013). Why the Demarcation Problem Matters [Por Que o Problema da Demarcação Importa]. In M. Pigliucci & M. Boudry (Eds.), Philosophy of Pseudoscience: Reconsidering the Demarcation Problem (pp. 1-6). Chicago e London: The University of Chicago Press. Popper, K. R. (2008). Conjecturas e Refutações: O Progresso do Conhecimento Científico (S. Bath, Trad.; 5ª ed.). UNB. (Obra original publicada em 1963) Regis, A. L. (1997). Quando estamos doentes? : O conceito de patológico em Georges Canguilhem. (Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Ouro Preto, 1997) (pp. 1-116). Ouro Preto: Repositório Institucional da UFOP. Revista Encontro. (2018). Agora, SUS passa a oferecer 29 tratamentos alternativos. www.revistaencontro.com.br/canal/atualidades/2018/03/agora-sus-passa-a-oferecer-29-tratamentos-alternativos.html Revista Istoé. (2020). Pastor Valdemiro Santiago vende semente a R$ 1 mil prometendo curar a Covid-19. istoe.com.br/pastor-valdemiro-santiago-vende-semente-a-r-1-mil-prometendo-curar-a-covid-19/ Schick, S. F., & Glantz, S. A. (2007). Old ways, new means: tobacco industry funding of academic and private sector scientists since the Master Settlement Agreement. Tobacco control, 16(3), 157-164. doi.org/10.1136/tc.2006.017186 Soames, S. (2009). Philosophical Analysis in the Twentieth Century, Volume 1: The Dawn of Analysis [Análise Filosófica no Século XX, Volume 1: A Aurora da Análise]. Princeton University Press. Taschner, N. P., Yamashita, M. A., & Spira, B. (2019). Pseudociência na rede pública de saúde: Quem paga a conta? saude.abril.com.br/blog/com-a-palavra/pseudociencia-na-rede-publica-de-saude-quem-paga-a-conta/ World Health Organization. (2021). WHO remains firmly committed to the principles set out in the preamble to the Constitution. Recuperado em 21 de Abril de 2021, em www.who.int/about/who-we-are/constitution#:~:text=Health%20is%20a%20state%20of,absence%20of%20disease%20or%20infirmity.
Fiquei me perguntando como esse critério demarcação das "afirmações mais confiáveis", ou "Conhecimento mais confiável", pode resolver o problema paradigmático da Psicologia. Usando o caso do Cognitivismo e do Behaviorismo, dois sistemas teóricos reconhecidamente científicos, porém, discordantes em boa medida sobre o objeto de estudo da Psicologia e seu método adequado de investigação: qual desses sistemas teóricos produzem "conhecimento mais confiável"?, considerando que cada sistema terá sua própria noção de conhecimento.
Não é o critério em si mesmo que resolve; são as aplicações dele que podem nos ajudar. Definir o que é ciência e pseudociência não é a mesma coisa que investigar na prática quais são as pseudociências; são trabalhos vinculados, necessários, um precisa do outro, mas não são trabalhos idênticos. No caso da psicologia, é necessário investigar os dois campos. Há controvérsias sobre se esses dois sistemas realmente são incompatíveis, ou se suas aparentes discordâncias não poderiam ser solucionadas por pequenos ajustes. Talvez a aparente divisão entre seus objetos de estudo e métodos sejam ilusórias. Ambas estudam o comportamento humano. Aliás, qual seria "o método da cognitiva" e "o método da AC"?. De todo modo, se isto estiver errado e elas tiverem realmente afirmações incompatíveis, investigações terão que ser realizadas para ver para qual dos lados as evidências apontam. Também, não é correto pensar que há uma definição de conhecimento para a AC, e outra definição de conhecimento para a cognitiva. "Conhecimento" não é um conceito psicológico, mas sim filosófico. O que é o conhecimento é uma questão investigada por epistemólogos, e não analistas do comportamento nem cognitivistas. E, caso eles façam isso, estão fazendo filosofia. Aí, resta perguntar se de fato estão filosoficamente informados sobre o que eles estão dizendo ou não.
@@Psicolosofia Reconheço o debate sobre a integração teórica entre Behaviorismo e Cognitivismo, mas duvido que tal integração poderia ser solucionada por pequenos ajustes. Não conheço autores que embora defendam tal integração, não reconheçam as diferenças estruturais da prática científica cognitivista e behaviorista. Não há "o" método da psicologia cognitiva ou "o" método da AC. Embora estes dois sistemas teóricos se utilizam do método experimental, seus delineamentos são bem diferentes, enquanto um se utiliza de delineamentos inter ou intra sujeitos, o outro se utiliza, sobretudo, de delineamentos de sujeito único. Essa diferença metodológica é o resultado de suas distintas noções de comportamento. O que o cognitivista entende por "comportamento", não é a mesma coisa que o behaviorista entende. São objetos distintos. De fato, "conhecimento" é um conceito filosófico. A psicologia cognitiva e a AC possuem ideias filosóficas distintas do que seja conhecimento. Tradicionalmente, o behaviorismo radical defende uma noção pragmatista (um tipo de instrumentalismo) de conhecimento, sendo entendido como ações e regras que produz consequências eficazes para a resolução de problemas (James). Já a psicologia cognitiva, grosso modo, adota uma noção mais realista de conhecimento, como "crença aproximadamente verdadeira e justificada". "O que é o conhecimento é uma questão investigada por epistemólogos, e não analistas do comportamento nem cognitivistas". De fato não conheço autores cognitivistas que investiguem empiricamente princípios básicos ontológicos e epistemológicos do conhecimento, isso iria de encontro a própria epistemologia da psicologia cognitiva. No entanto, na comunidade behaviorista o conhecimento é objeto de estudo empírico, justamente devido a epistemologia naturalizada que o behaviorismo defende. Essas diferentes noções do que seja conhecimento determinam e legitimam diferentes procedimentos científicos. O que o Cognitivista entende por "evidência" não é o mesmo que o Behaviorista entende por "evidência". Por isso, não basta realizar investigações "para ver para qual dos lados as evidências apontam", o que está em questão aqui é a própria noção de evidência, de conhecimento "mais confiável". Isto é uma disputa filosófica, mas o critério de demarcação como "conhecimento mais confiável", parece me vago por não demonstrar o critério de "confiabilidade". Mas tal critério de demarcação parece de fato satisfatório para diferenciar ciência da pseudociência.
Não faz sentido dizer que a AC assume um pragmatismo, ou que a cogntiva assume a definição tradicional de conhecimento, porque esses conceitos não são necessários para se fazer AC ou se fazer cognitiva. Pode até ser que muitos autores destas áreas adotem tais concepções, mas isso não significa que elas são "a definição de conhecimento da AC/cognitiva", pois são externas à elas e ao mesmo tempo não são imprescindíveis. A definição do Hansson, dentro dela mesma, não precisa te falar como descobrir o que é ciência e o que não é, e nem o que é confiável e o que não é. Imagine que eu tento definir "água" por H2O, a molécula. Aí tentam exigir que a definição nos mostre quando uma amostra de água é potável, quando não é, quando a água está misturada com outras substâncias, e quando não está... e por aí vai. Isso é descabido, não faz sentido cobrar isto da definição de água; definir o que é água não é a mesma coisa que investigar amostras de água e avaliar suas características. O mesmo vale para a definição do Hansson. Já sobre o Hansson não definir confiabilidade na demarcação como um todo, esse é realmente um problema. Ele já pressupõe que há uma boa noção para esse termo justamente para sua teoria ser relativamente neutra sobre qual noção se adotar. Podemos então avaliar as teorias epistemológicas para buscar uma resposta neste sentido. Porém, entre as principais teorias epistemológicas bem sucedidas, pouco muda para o que vamos considerar ou não como evidência na prática, apesar de disputas teóricas.
Fui ler o texto do Hanson, mas não entendi muito o parágrafo em que ele diz: "Mmmbop, ba duba dop Ba du bop, ba duba dop Ba du bop, ba duba dop Ba du, oh yeah". Sei lá se eu concordo, mas o video de vocês está excelente. Parabéns.
Tenho algum interesse nessas discussões e confesso que não conhecia Hansson. Fiquei com duas dúvidas: 1. sobre o critério de utilidade prática, é uma avaliação imediata ou retroativa? Lembrei do que Carl Sagan argumenta em Maxwell e os nerds em O mundo assombrado pelos demônios (2006). " E a história das ciências mostra que tampouco se pode procurar esses conhecimentos básicos de modo dirigido. Eles podem surgir de cogitações ociosas de um jovem solitário em algum lugar isolado." (p.430). Fiquei com a impressão que Hansson valoriza as ciências aplicadas em detrimento da pesquisa de base; 2. Sobre o rol de critérios do que caraterizaria as pseudociências, o filósofo chegou a elas após uma pesquisa exaustiva considerando uma quantidade significativa das áreas, subáreas e disciplinas científicas existentes? Ou os critérios foram definidos a priori? Pergunto isso porque o critério 3, "exemplos escolhidos a dedo" poderia servir como uma crítica contra ele mesmo. Talvez ele tenha estabelecido tais critérios tendo em conta somente as ciências mais antigas, mais prestigiadas, mais célebres...
Excelente vídeo! Assisti todinho a primeira vez e depois voltei pra procurar um artigo que vocês mencionam. Tentei assistir pulando, mas esqueci em que trecho estava e como a live é mto grande, não encontrei. O artigo vcs até falam que é tipo uma 'meta-análise das definições de ciência' ou algo assim, que artigo é esse mesmo? Ou em que trecho do vídeo está? Agradeço
Olá. Obrigada por assistir! Fasce, A. (2017). What do we mean when we speak of pseudoscience? The development of a demarcation criterion based on the analysis of twenty-one previous attempts. Disputatio. Philosophical Research Bulletin, 6(7), 459-488. doi.org/f78c
Penso que existem em vários casos muitos probls morais na construção do conhecimento. Ocorre q,redolvê los, não implicaria em resolver probls epistemilogicos ou fazer uma boa ciência, acatando rigorosamente sua metodologia para a construção de um conhecimento criterioso. O duplo cego e o placebo me parecem excelentes exemplos para ilustrar essa situação. Sem comparar resultados seria impossível atestar eficácia medicamentosa e seria também inegável um probl moral na construção do próprio conhecimento dessa natureza. O probl moral será inevitável para a construção de um conhecimento rigoroso nesse caso. Ou não? Penso que sim!
Filósofos da ciência, por favor, alguns assuntos precisam ser estudados mais profundamente antes de serem demarcados. Conversar com cientistas que atuam seriamente em temas fronteiriços ajudaria bem nesse trabalho. Os "casos paradigmáticos" muitas vezes não são tão claros como vocês colocaram aqui. Não há consenso entre cientistas em vários tópicos de fronteira, os quais são epistemicamente bem justificados, empiricamente demonstrados e explicitamente apresentados na literatura científica revisada por pares, mas isso simplesmente é ignoado por alguns. Não há avanço ciêntífico sem ruptura de paradigmas. Censurar cientistas ou pesquisas que desafiam os paradigmas existentes sob o pretexto de "combater a pseudociência" é, por si, anti-ético, pois impede a construção de novos modelos de racionalidade para a solução de antigos problemas. Há que se observar com cuidado temas tidos como "claramente" pesudocientíficos mas que na verdade não o são, o que pode ser constatado quando analisados amiúde. Esse cuidado, os filósofos da ciência têm obrigação de tomar.
REFERÊNCIAS UTILIZADAS:
Conselho Federal de Psicologia. (2009). Ano da Psicoterapia: Textos Geradores. Conselho Federal de Psicologia. site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2009/05/Ano-da-Psicoterapia-Textos-geradores.pdf
Corrêa, A. D., & Leite, S. Q. (2008). Ensino da homeopatia na graduação em farmácia: Concepções e práticas pedagógicas em instituições do estado do Rio de Janeiro. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, 12(25), 267-280. doi.org/d7f6pp
Fasce, A. (2017). What do we mean when we speak of pseudoscience? The development of a demarcation criterion based on the analysis of twenty-one previous attempts. Disputatio. Philosophical Research Bulletin, 6(7), 459-488. doi.org/f78c
Hansson, S. O. (2013). Defining Pseudoscience and Science [Definindo Pseudociência e Ciência]. In M. Pigliucci & M. Boudry (Eds.), Philosophy of Pseudoscience: Reconsidering the Demarcation Problem (pp. 61-78). The University of Chicago Press.
Hansson, S. O. (2020). Disciplines, Doctrines, and Deviant Science. International Studies in the Philosophy of Science, 33(1), 43-52. doi.org/ghmkg6
Harris, S. (2011). The Moral Landscape. Transworld Digital.
Hilton, P., & Robinson, D. (2011). Defining cure. Neurology Urodynamics, 30(5), 741-745. doi:10.1002/nau.21098
Laudan, L. (1983). The Demise of the Demarcation Problem [O Fim do Problema da Demarcação]. Boston Studies in the Philosophy of Science, 111-127. doi:10.1007/978-94-009-7055-7_6
Mahner, M. (2013). Science and Pseudoscience: How to Demarcate after the (Alleged) Demise of the Demarcation Problem [Ciência e Pseudociência: Como Demarcar Após o (Alegado) Fim do Problema da Demarcação]. In M. Pigliucci & M. Boudry (Eds.), Philosophy of Pseudoscience: Reconsidering the Demarcation Problem (pp. 29-43). Chicago e London: The University of Chicago Press.
McIntyre, L. (2019). The Scientific Attitude: Defending Science from Denial, Fraud, and Pseudoscience. The MIT Press.
Moraes, S. R. (2019). Núcleo de Atenção ao Idoso oferece reiki como terapia complementar para pessoas com diabetes. www.ufpe.br/agencia/noticias/-/asset_publisher/dlhi8nsrz4hK/content/nucleo-de-atencao-ao-idoso-oferece-reiki-como-terapia-complementar-para-pessoas-com-diabetes/40615
Mohler, C. (n.d.). Three Little Philosophers of Science. Retrieved from existentialcomics.com/comic/358
Murcho, D. (2019). Lógica Elementar. Edições 70
Nutrition Facts. (n.d.). Stents. nutritionfacts.org/topics/stents/
Pigliucci, M., & Boudry, M. (2013). Why the Demarcation Problem Matters [Por Que o Problema da Demarcação Importa]. In M. Pigliucci & M. Boudry (Eds.), Philosophy of Pseudoscience: Reconsidering the Demarcation Problem (pp. 1-6). Chicago e London: The University of Chicago Press.
Popper, K. R. (2008). Conjecturas e Refutações: O Progresso do Conhecimento Científico (S. Bath, Trad.; 5ª ed.). UNB. (Obra original publicada em 1963)
Regis, A. L. (1997). Quando estamos doentes? : O conceito de patológico em Georges Canguilhem. (Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Ouro Preto, 1997) (pp. 1-116). Ouro Preto: Repositório Institucional da UFOP.
Revista Encontro. (2018). Agora, SUS passa a oferecer 29 tratamentos alternativos. www.revistaencontro.com.br/canal/atualidades/2018/03/agora-sus-passa-a-oferecer-29-tratamentos-alternativos.html
Revista Istoé. (2020). Pastor Valdemiro Santiago vende semente a R$ 1 mil prometendo curar a Covid-19. istoe.com.br/pastor-valdemiro-santiago-vende-semente-a-r-1-mil-prometendo-curar-a-covid-19/
Schick, S. F., & Glantz, S. A. (2007). Old ways, new means: tobacco industry funding of academic and private sector scientists since the Master Settlement Agreement. Tobacco control, 16(3), 157-164. doi.org/10.1136/tc.2006.017186
Soames, S. (2009). Philosophical Analysis in the Twentieth Century, Volume 1: The Dawn of Analysis [Análise Filosófica no Século XX, Volume 1: A Aurora da Análise]. Princeton University Press.
Taschner, N. P., Yamashita, M. A., & Spira, B. (2019). Pseudociência na rede pública de saúde: Quem paga a conta? saude.abril.com.br/blog/com-a-palavra/pseudociencia-na-rede-publica-de-saude-quem-paga-a-conta/
World Health Organization. (2021). WHO remains firmly committed to the principles set out in the preamble to the Constitution. Recuperado em 21 de Abril de 2021, em www.who.int/about/who-we-are/constitution#:~:text=Health%20is%20a%20state%20of,absence%20of%20disease%20or%20infirmity.
Sou cidadão comum, mas me interesso nesses assuntos, eu adorei!! parabéns a todos!
Amei! Tava tão carente desses conteudos c essa profundidade na internet haha! Obrigado por esse trabalho!
Sim! E vai ter muito mais! :) Eu que agradeço por me acompanhar
Foi tremendamente incrível ministrar essa aula contigo. Que venham muitas e muitas outras!
Te agradeço muito, foi um prazer. Ainda temos muito pela frente!
❤️❤️❤️❤️
O Vitor me convidou pra assistir ao vivo. Foi muito bom! Parabéns a vcs!!!
Espero ser como vcs quando eu crescer eheheheh
Obrigada por ter ido!
Bem didático, parabéns!
Parabéns, amigos. Seu trabalho é admirável e inspirador!
Obrigada, Gustavo!
Fiquei me perguntando como esse critério demarcação das "afirmações mais confiáveis", ou "Conhecimento mais confiável", pode resolver o problema paradigmático da Psicologia. Usando o caso do Cognitivismo e do Behaviorismo, dois sistemas teóricos reconhecidamente científicos, porém, discordantes em boa medida sobre o objeto de estudo da Psicologia e seu método adequado de investigação: qual desses sistemas teóricos produzem "conhecimento mais confiável"?, considerando que cada sistema terá sua própria noção de conhecimento.
Não é o critério em si mesmo que resolve; são as aplicações dele que podem nos ajudar. Definir o que é ciência e pseudociência não é a mesma coisa que investigar na prática quais são as pseudociências; são trabalhos vinculados, necessários, um precisa do outro, mas não são trabalhos idênticos.
No caso da psicologia, é necessário investigar os dois campos. Há controvérsias sobre se esses dois sistemas realmente são incompatíveis, ou se suas aparentes discordâncias não poderiam ser solucionadas por pequenos ajustes. Talvez a aparente divisão entre seus objetos de estudo e métodos sejam ilusórias. Ambas estudam o comportamento humano. Aliás, qual seria "o método da cognitiva" e "o método da AC"?. De todo modo, se isto estiver errado e elas tiverem realmente afirmações incompatíveis, investigações terão que ser realizadas para ver para qual dos lados as evidências apontam.
Também, não é correto pensar que há uma definição de conhecimento para a AC, e outra definição de conhecimento para a cognitiva. "Conhecimento" não é um conceito psicológico, mas sim filosófico. O que é o conhecimento é uma questão investigada por epistemólogos, e não analistas do comportamento nem cognitivistas. E, caso eles façam isso, estão fazendo filosofia. Aí, resta perguntar se de fato estão filosoficamente informados sobre o que eles estão dizendo ou não.
@@Psicolosofia Reconheço o debate sobre a integração teórica entre Behaviorismo e Cognitivismo, mas duvido que tal integração poderia ser solucionada por pequenos ajustes. Não conheço autores que embora defendam tal integração, não reconheçam as diferenças estruturais da prática científica cognitivista e behaviorista. Não há "o" método da psicologia cognitiva ou "o" método da AC. Embora estes dois sistemas teóricos se utilizam do método experimental, seus delineamentos são bem diferentes, enquanto um se utiliza de delineamentos inter ou intra sujeitos, o outro se utiliza, sobretudo, de delineamentos de sujeito único. Essa diferença metodológica é o resultado de suas distintas noções de comportamento. O que o cognitivista entende por "comportamento", não é a mesma coisa que o behaviorista entende. São objetos distintos.
De fato, "conhecimento" é um conceito filosófico. A psicologia cognitiva e a AC possuem ideias filosóficas distintas do que seja conhecimento. Tradicionalmente, o behaviorismo radical defende uma noção pragmatista (um tipo de instrumentalismo) de conhecimento, sendo entendido como ações e regras que produz consequências eficazes para a resolução de problemas (James). Já a psicologia cognitiva, grosso modo, adota uma noção mais realista de conhecimento, como "crença aproximadamente verdadeira e justificada".
"O que é o conhecimento é uma questão investigada por epistemólogos, e não analistas do comportamento nem cognitivistas". De fato não conheço autores cognitivistas que investiguem empiricamente princípios básicos ontológicos e epistemológicos do conhecimento, isso iria de encontro a própria epistemologia da psicologia cognitiva. No entanto, na comunidade behaviorista o conhecimento é objeto de estudo empírico, justamente devido a epistemologia naturalizada que o behaviorismo defende.
Essas diferentes noções do que seja conhecimento determinam e legitimam diferentes procedimentos científicos. O que o Cognitivista entende por "evidência" não é o mesmo que o Behaviorista entende por "evidência". Por isso, não basta realizar investigações "para ver para qual dos lados as evidências apontam", o que está em questão aqui é a própria noção de evidência, de conhecimento "mais confiável". Isto é uma disputa filosófica, mas o critério de demarcação como "conhecimento mais confiável", parece me vago por não demonstrar o critério de "confiabilidade".
Mas tal critério de demarcação parece de fato satisfatório para diferenciar ciência da pseudociência.
Não faz sentido dizer que a AC assume um pragmatismo, ou que a cogntiva assume a definição tradicional de conhecimento, porque esses conceitos não são necessários para se fazer AC ou se fazer cognitiva. Pode até ser que muitos autores destas áreas adotem tais concepções, mas isso não significa que elas são "a definição de conhecimento da AC/cognitiva", pois são externas à elas e ao mesmo tempo não são imprescindíveis.
A definição do Hansson, dentro dela mesma, não precisa te falar como descobrir o que é ciência e o que não é, e nem o que é confiável e o que não é. Imagine que eu tento definir "água" por H2O, a molécula. Aí tentam exigir que a definição nos mostre quando uma amostra de água é potável, quando não é, quando a água está misturada com outras substâncias, e quando não está... e por aí vai. Isso é descabido, não faz sentido cobrar isto da definição de água; definir o que é água não é a mesma coisa que investigar amostras de água e avaliar suas características. O mesmo vale para a definição do Hansson.
Já sobre o Hansson não definir confiabilidade na demarcação como um todo, esse é realmente um problema. Ele já pressupõe que há uma boa noção para esse termo justamente para sua teoria ser relativamente neutra sobre qual noção se adotar. Podemos então avaliar as teorias epistemológicas para buscar uma resposta neste sentido. Porém, entre as principais teorias epistemológicas bem sucedidas, pouco muda para o que vamos considerar ou não como evidência na prática, apesar de disputas teóricas.
Um vídeo que merecia passar em horário nobre!
Muito obrigado pela excelente aula.
Eu que agradeço por assistir!
Fui ler o texto do Hanson, mas não entendi muito o parágrafo em que ele diz: "Mmmbop, ba duba dop Ba du bop, ba duba dop Ba du bop, ba duba dop Ba du, oh yeah".
Sei lá se eu concordo, mas o video de vocês está excelente. Parabéns.
Olha, vocês estão de parabéns. Didática bacana, tema interessante, as teses foram bem apresentadas/trabalhadas...
Muito obrigada!
Tenho algum interesse nessas discussões e confesso que não conhecia Hansson. Fiquei com duas dúvidas: 1. sobre o critério de utilidade prática, é uma avaliação imediata ou retroativa? Lembrei do que Carl Sagan argumenta em Maxwell e os nerds em O mundo assombrado pelos demônios (2006). " E a história das ciências mostra que tampouco se pode procurar esses conhecimentos básicos de modo dirigido. Eles podem surgir de cogitações ociosas de um jovem solitário em algum lugar isolado." (p.430). Fiquei com a impressão que Hansson valoriza as ciências aplicadas em detrimento da pesquisa de base; 2. Sobre o rol de critérios do que caraterizaria as pseudociências, o filósofo chegou a elas após uma pesquisa exaustiva considerando uma quantidade significativa das áreas, subáreas e disciplinas científicas existentes? Ou os critérios foram definidos a priori? Pergunto isso porque o critério 3, "exemplos escolhidos a dedo" poderia servir como uma crítica contra ele mesmo. Talvez ele tenha estabelecido tais critérios tendo em conta somente as ciências mais antigas, mais prestigiadas, mais célebres...
Excelente vídeo! Assisti todinho a primeira vez e depois voltei pra procurar um artigo que vocês mencionam. Tentei assistir pulando, mas esqueci em que trecho estava e como a live é mto grande, não encontrei.
O artigo vcs até falam que é tipo uma 'meta-análise das definições de ciência' ou algo assim, que artigo é esse mesmo? Ou em que trecho do vídeo está?
Agradeço
Olá. Obrigada por assistir!
Fasce, A. (2017). What do we mean when we speak of pseudoscience? The development of a demarcation criterion based on the analysis of twenty-one previous attempts. Disputatio. Philosophical Research Bulletin, 6(7), 459-488. doi.org/f78c
@@Psicolosofia Obrigado! Vejo um grande potencial em você, pesquisadores que são tão jovens. Parabéns e continuem assim!
Penso que existem em vários casos muitos probls morais na construção do conhecimento. Ocorre q,redolvê los, não implicaria em resolver probls epistemilogicos ou fazer uma boa ciência, acatando rigorosamente sua metodologia para a construção de um conhecimento criterioso. O duplo cego e o placebo me parecem excelentes exemplos para ilustrar essa situação. Sem comparar resultados seria impossível atestar eficácia medicamentosa e seria também inegável um probl moral na construção do próprio conhecimento dessa natureza. O probl moral será inevitável para a construção de um conhecimento rigoroso nesse caso.
Ou não? Penso que sim!
Filósofos da ciência, por favor, alguns assuntos precisam ser estudados mais profundamente antes de serem demarcados. Conversar com cientistas que atuam seriamente em temas fronteiriços ajudaria bem nesse trabalho. Os "casos paradigmáticos" muitas vezes não são tão claros como vocês colocaram aqui. Não há consenso entre cientistas em vários tópicos de fronteira, os quais são epistemicamente bem justificados, empiricamente demonstrados e explicitamente apresentados na literatura científica revisada por pares, mas isso simplesmente é ignoado por alguns. Não há avanço ciêntífico sem ruptura de paradigmas. Censurar cientistas ou pesquisas que desafiam os paradigmas existentes sob o pretexto de "combater a pseudociência" é, por si, anti-ético, pois impede a construção de novos modelos de racionalidade para a solução de antigos problemas. Há que se observar com cuidado temas tidos como "claramente" pesudocientíficos mas que na verdade não o são, o que pode ser constatado quando analisados amiúde. Esse cuidado, os filósofos da ciência têm obrigação de tomar.
Poderia indicar leitura?
Sempre houve, não "houveram", não flexiona...
Será que eu posso falar que o lobo mau da tirinha é o Paul Feyerabend? Kkkkk