“A resistência em 1961 nos encheu de esperança; 64 nos pega de calças curtas”, diz Jair Krischke
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- Опубликовано: 29 мар 2024
- Quando ouviu pelo rádio a notícia do deslocamento de tropas golpistas saindo de Juiz de Fora, Jair Krischke correu para o centro de Porto Alegre. Encontrou um companheiro bancário com uma bandeira do PTB na esquina da rua da Praia com a rua Uruguai. Desesperado, ele falava em resistência. Mas não havia nada.
“Onde estavam os companheiros? A gente não encontrava, era um ou outro. E sem noção do que fazer. Foi um momento muito difícil”, lembra o historiador Krischke ao TUTAMÉIA. Nascido em 1938, ele é fundador e presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, uma organização que contabiliza 2 mil pessoas salvas de ditaduras no Cone Sul.
A desarticulação que Krischke constatou naquele 31 de março contrastava com a mobilização na campanha da Legalidade, que, sob a liderança de Leonel Brizola, então governador do Rio Grande do Sul, bloqueara o golpe que queria impedir a posse de João Goulart após a renúncia de Jânio Quadros.
No mesmo centro de Porto Alegre, na virada de agosto para setembro de 1961, a mobilização popular enchera as ruas e tomara a praça da Matriz, na frente do Palácio Piratini. Krischke estivera lá.
Nesta entrevista, ele narra suas andanças entre os arredores do Piratini ao prédio conhecido como Mata-borrão, onde as pessoas se inscreviam para lutar em defesa da posse de Jango, em 1961. Viu, por exemplo, trabalhadores da Carris, a empresa de bondes, marchando rumo ao alistamento.
“Talvez essa resistência vitoriosa tenha criado em todos nós a certeza de que não haveria o golpe”, avalia ele 60 anos depois. E completa: . “A resistência de Brizola, mobilizando a sociedade brasileira, nos encheu de esperança. 64 nos pega de calças curtas”.
Na conversa, gravada em 8 de fevereiro de 2024, ele descreve a história do movimento e relata casos em que sua atuação foi fundamental para garantir vidas.
O depoimento integra uma série de entrevistas sobre o golpe militar de 1964, que está completando sessenta anos. Com o mote “O que eu vi no dia do golpe”, TUTAMÉIA publica neste mês de março mais de duas dezenas de vídeos com personagens que vivenciaram aquele momento, como Almino Affonso, João Vicente Goulart, Anita Prestes, Frei Betto, Roberto Requião, Djalma Bom, Luiz Felipe de Alencastro, Ladislau Dowbor, José Genoíno, Roberto Amaral, Guilherme Estrella, Sérgio Ferro e Rose Nogueira.
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Uma das pessoas mais importantes do Rio Grande do Sul, no século XX. Eu diria que a história do Estado passou por Jair Krischke.
Agora deu pra entender porque nossos inimigos tem tanto horror aos Direitos Humanos.
Parabéns ao canal Tutaméia. Muito bom ouvir o combativo Jair Krischke. Sempre excelentes entrevistas com personagens fundamentais na luta contra a ditadura civil-militar, instaurada em 1° de abril de 1964 para frear o avanço das lutas sociais e movimentos populares que nos transformariam em uma grande nação, desenvolvida e com justiça social.
Foi uma das melhores entrevistas que assisti da série O que eu vi no dia do golpe de 64.Parabéns Tutameia pela excelente entrevista ❤❤
Muito obrigada ! Os programas educativos precisam incluir nossa história ! As associações de bairro devem ser reativadas ! Em Porto Alegre estão destruidas !
Maravilhoso, obrigada
Excelente entrevista, estarrecedor, , Parabéns, obrigada 🌿
Me desculpe, mas meu irmão passou 10 anos na estrada Rio - Bahia pra não ter que se exilar. Ele comprou um caminhão e levava cerveja pra lá e minha irmã nega tudo que ele passou e é bolsonarista de carteirinha e diz que quer a ditadura de volta porque na época ela era muito feliz porque não haviam bandidos nas ruas como tem hoje. Eu só não pego ela de tapa porque moramos longe uma da outra.
Mas se encontra la por aí, não perca a oportunidade 😅😅.
Lucia , entendo sua decepção e vontade de ....
Não perca sua energia com pessoa que se nega a ver um pouco da verdadeira atuação da ditadura militar.
Seja feliz longe dela 😊❤
Sua irmã vive na redoma da terra plana. Eu e minha família sofremos muito mais assaltos e violência nos anos 70 e 80 do que nos 40 anos seguintes.
Todo apoio! Para pegá-la no tapa!
Tb não organizamos resistência para defender o Governo Dilma!
Da série sobre o golpe de 1964, para mim essa foi a melhor entrevista.
Abraços, aqui do ES, aos camaradas de todos os cantos do país.
Que memória desse homem, meus respeitos.
Eu e meu grupo teatral Fênix de Aracaju/SE, estamos estreando um novo trabalho:" Os Convidados " Alusiva aos 60 anos do Golpe Militar no Brasil e os 21 anos de ditadura. Narramos através de trechos musicais da MPB, a história política brasileira recente...Sem patrocínio! Nem incentivos! Municipal, estadual, nacional, nem privado. Não Desistiremos! Não nos Calaremos! Recordar, Rememorar, para Não Repetir!!!
Parabéns
Aqui do Rio Grande aguardamos o depoimento de Flávio Tavares…
Excelente entrevista!
Gostei muito das análises da conjuntura. Valeu!
Excelente!
Partido é tomar partido!
Parabéns por essa iniciativa de documentar um dos maiores horrores que viveu este país!
Tb não organizamos resistência para defender o Governo Dilma!
🌿🇦🇪🌷
Essa série de entrevistas sobre o *golpe* está excelente. Esta aqui com o _Jair Krischke_ me chama bastante a atenção. Acho que sei porque foi atacado pelo bolsonarismo: devido à sua consciência lúcida e capacidade de expô-la.
😊
Essas concessões c MILICO e LIRA vai acabar c o país e não só c Gov Lula III ! LAMENTÁVEL 😓👀
E vocês Rodolfo e Eleonora? Onde e como vocês estavam no Dia do Golpe de 64 🤔❓
Talvez muito crianças ou pré adolescentes😅😊😂
@@sylviaperez9467 ah adolescentes, quê q há, eles já têm idade pow kkkk.... Inclusive pra poder dar o testemunho deles rs rs
@@m25toledo , fiz uma pesquisa para confirmar, os dois eram crianças!!!
Numa entrevista, não recordo qual, Leonora, fez um breve comentário sobre serem mais novos,,,,
@@sylviaperez9467 ah tá. Obg pelo retorno Sylvia. Eu tenho 52 anos. Nasci em 1971. A Ditadura terminou em 1985, quando eu tinha 14 anos. Ou seja: eu ñ tinha idade suficiente para registrar / perceber corretamente os anos de chumbo.
@@m25toledotudo depende do meio. Eu nasci no mesmo ano que você. Sou filha de assistentes sociais. Eu não vi a violência. Mas senti o clima nos silêncios impostos. Havia um peso no ar, uma dor. Após a abertura as histórias começaram a chegar. Muita coisa, muito perto, aconteceu. Quando eu escuto esses relatos, sinto na alma cada dor silenciada.
Jair Krischke seria parente do professor Paulo? Paulo Krischke foi o melhor orientador que eu não tive, pois não passei na seleção do doutorado. Mas se tornou um bom amigo e nos deixou durante a pandemia. Fiquei devendo um café... Quando o bozo ganhou, em 2018, ele me falou:
"Quem foi exilado está sempre com a mala pronta."
Jair NÃO é só RS que Janeiro à Fev nada acontece politicamente é parece d propósito em TODO país se estende até depois da "Páscoa( FERIADO comercial) .. daí um país q só vive d fds em igrejas bar praia etc.... c tantos feriados nacionais esse país crescerá um dia?????
Amei essa entrevista! Também acho que a Democracia no Br está ameaçada. Parece que o governo está refém das forças contrárias. Essa de não se manifestar na data do golpe é um bom indicativo disso.
Os militares salvaram o Brasil
A FALTA de política de memória (HOJE 31.03.64) , esse é/foi o 1• dia de TODAS nossas vidas - q NÃO acaba NUNCA!!!!!!!!!... Sinto q o próximo GOLPE 🇧🇷se aproxima e Lula só cochila 😩😓😏😑