Sensacional! Uma feliz coincidência que o capítulo do Mundo Assombrado pelos Demônios que acabei de ler inicia com essa passagem, e o vídeo foi recomendado pra mim hehe
E se o piloto estivesse convicto de que o navio estava em perfeito estado? É justo responsabilizar moralmente alguém que tem plena convicção de que sua ação não provocaria danos aos passageiros?
No caso, essa é uma indução ingênua. Por indução também sabemos que os equipamentos e meios de transporte se desgastam com o tempo e precisam de revisão e reparos.
@@Psicolosofia claro que é ingênua, o sujeito em questão é um imbecil. A questão principal é: podemos responsabilizar moralmente alguém por sua imbecilidade? Porque, no meu entendimento, só está vulnerável a sofrer julgamento moral (o que é diferente de julgamento legal) quem agiu com intencionalidade, se não a imoralidade está no ato e não no agente, e nesse caso até o bebê que pegou a arma da cintura do pai e atirou nele é um ser imoral.
Muito bom! Conheci seu canal recentemente. Vim através do Filosofia Acadêmica com Elan Marinho depois de ver aquele debate sobre psicanálise do qual você participou -- aliás, concordo muito com seus posicionamentos naquele vídeo. Parabéns. Outra coincidência é que descobri o Clifford ontem depois de ver um vídeo com o prof. Desidério Murcho. Me interessei muito.
Que ótimo! Não deixe de ler o texto dele. O vídeo é só um resumo, mas o texto original vai ter detalhes que nesta ocasião não consegui abordar. No futuro, falarei mais do Clifford de novo! Seja bem vindo ao canal!
Isso não depende do conceito de crença aí envolvido? Segundo o que eu li na SEP, tem algumas noções de crenças e apenas uma delas é a noção disposicional, que é a que combina bastante com essa ética da crença de Clifford. Em todo caso, crenças nem sempre resultam em ações, e nesses casos acho que seria estranho colocar que a pessoa é culpada por suas crenças. Parece intuitivo que uma pessoa pode acreditar em P, mas decidir não agir segundo P (no caso de uma fobia, por exemplo). Nesse caso, a pessoa parece que não é culpada por sua crença. Afinal, não é sequer algo do qual ela tem controle.
4 года назад+4
A noção de culpa, por mais que o Clifford cheque a usar, não é necessária para sua conclusão final dele de que é imoral acreditar sem evidências suficientes. Um sujeito pode não ser culpado de ter uma dada crença ou realizar uma ação no qual ele não possui controle, o que importa é se de fato aquela prática implica em consequências negativas. Da mesma maneira, podemos concluir que um sujeito com problemas mentais que comete um homicídio não é realmente culpado pela aquela morte, mas sua ação continuaria sendo imoral.
4 года назад+4
Obviamente que nesse caso estou interpretando Clifford a luz de uma teoria consequencialista em ética, se estivéssemos considerando uma outra teoria moral precisaria de maiores considerações.
4 года назад+2
Foi um prazer participar dessa animação contigo ☺️
O problema de se dizer q temos a obrigação ética de não agir agir de acordo com uma crença q não é baseada em evidência é q isso pressupõe a existência de uma etica baseada em evidência (seria auto contraditório usar uma ética não baseada em evidências para defender q é errado crermos em coisas não baseadas em evidências). Mas me parece q não existe ética q não parta de pressupostos axiomaticos sem comprovação por evidências. A pessoa mais famosa q defende a existência de uma ética baseada em evidências é Sam Harris e o argumento dele é basicamente o seguinte: Tds os seres sentientes evitam o sofrimento, Logo, devemos buscar reduzir o sofrimento. Mas note q a conclusão não se segue da premissa, esse argumento só será válido se acrescentarmos a seguinte premissa: Tds os seres sentientes evitam o sofrimento, Nós devemos reduzir aquilo q tds os seres sentientes evitam, Logo, devemos buscar reduzir o sofrimento. Mas qual é a evidência para a proposição "Nós devemos reduzir aquilo q os seres sentientes evitam"? Se vc aceita-la vc ja esta acreditando em algo sem possuir evidências.
Se você ficar pensando que não existe limites vai pro relativismo, assim não existe certo e errado. Não necessariamente existem "evidências morais" no universo, mas podemos traçar um critério sendo ele mais ou menos inclusivo.
Sensacional! Uma feliz coincidência que o capítulo do Mundo Assombrado pelos Demônios que acabei de ler inicia com essa passagem, e o vídeo foi recomendado pra mim hehe
Que obra de arte! Muito bom!
Amo esse vídeo ❤
E se o piloto estivesse convicto de que o navio estava em perfeito estado?
É justo responsabilizar moralmente alguém que tem plena convicção de que sua ação não provocaria danos aos passageiros?
Sim, deve ser condenado moralmente pois não realizou boas investigações.
@@Psicolosofia como ele saberia que deveria realizar investigações se, por indução, o barco sempre navegou sem investigações?
No caso, essa é uma indução ingênua. Por indução também sabemos que os equipamentos e meios de transporte se desgastam com o tempo e precisam de revisão e reparos.
@@Psicolosofia claro que é ingênua, o sujeito em questão é um imbecil. A questão principal é: podemos responsabilizar moralmente alguém por sua imbecilidade?
Porque, no meu entendimento, só está vulnerável a sofrer julgamento moral (o que é diferente de julgamento legal) quem agiu com intencionalidade, se não a imoralidade está no ato e não no agente, e nesse caso até o bebê que pegou a arma da cintura do pai e atirou nele é um ser imoral.
Muito bom! Acabei de terminar leitura desse texto, e ele virou leitura de cabeceira!
Muito bom! Conheci seu canal recentemente. Vim através do Filosofia Acadêmica com Elan Marinho depois de ver aquele debate sobre psicanálise do qual você participou -- aliás, concordo muito com seus posicionamentos naquele vídeo. Parabéns.
Outra coincidência é que descobri o Clifford ontem depois de ver um vídeo com o prof. Desidério Murcho. Me interessei muito.
Que ótimo! Não deixe de ler o texto dele. O vídeo é só um resumo, mas o texto original vai ter detalhes que nesta ocasião não consegui abordar. No futuro, falarei mais do Clifford de novo!
Seja bem vindo ao canal!
Isso não depende do conceito de crença aí envolvido? Segundo o que eu li na SEP, tem algumas noções de crenças e apenas uma delas é a noção disposicional, que é a que combina bastante com essa ética da crença de Clifford. Em todo caso, crenças nem sempre resultam em ações, e nesses casos acho que seria estranho colocar que a pessoa é culpada por suas crenças. Parece intuitivo que uma pessoa pode acreditar em P, mas decidir não agir segundo P (no caso de uma fobia, por exemplo). Nesse caso, a pessoa parece que não é culpada por sua crença. Afinal, não é sequer algo do qual ela tem controle.
A noção de culpa, por mais que o Clifford cheque a usar, não é necessária para sua conclusão final dele de que é imoral acreditar sem evidências suficientes. Um sujeito pode não ser culpado de ter uma dada crença ou realizar uma ação no qual ele não possui controle, o que importa é se de fato aquela prática implica em consequências negativas. Da mesma maneira, podemos concluir que um sujeito com problemas mentais que comete um homicídio não é realmente culpado pela aquela morte, mas sua ação continuaria sendo imoral.
Obviamente que nesse caso estou interpretando Clifford a luz de uma teoria consequencialista em ética, se estivéssemos considerando uma outra teoria moral precisaria de maiores considerações.
Foi um prazer participar dessa animação contigo ☺️
Você é a melhor pessoa
O problema de se dizer q temos a obrigação ética de não agir agir de acordo com uma crença q não é baseada em evidência é q isso pressupõe a existência de uma etica baseada em evidência (seria auto contraditório usar uma ética não baseada em evidências para defender q é errado crermos em coisas não baseadas em evidências).
Mas me parece q não existe ética q não parta de pressupostos axiomaticos sem comprovação por evidências.
A pessoa mais famosa q defende a existência de uma ética baseada em evidências é Sam Harris e o argumento dele é basicamente o seguinte:
Tds os seres sentientes evitam o sofrimento,
Logo, devemos buscar reduzir o sofrimento.
Mas note q a conclusão não se segue da premissa, esse argumento só será válido se acrescentarmos a seguinte premissa:
Tds os seres sentientes evitam o sofrimento,
Nós devemos reduzir aquilo q tds os seres sentientes evitam,
Logo, devemos buscar reduzir o sofrimento.
Mas qual é a evidência para a proposição "Nós devemos reduzir aquilo q os seres sentientes evitam"?
Se vc aceita-la vc ja esta acreditando em algo sem possuir evidências.
Se você ficar pensando que não existe limites vai pro relativismo, assim não existe certo e errado. Não necessariamente existem "evidências morais" no universo, mas podemos traçar um critério sendo ele mais ou menos inclusivo.
Parabéns!
Esse conceito se aplica a crenças e valores morais?
6:20. Ou seja, muitos intelectuais são um pecado contra a humanidade.