Tobiano Capincho - Jayme Caetano Braun

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  • Опубликовано: 8 сен 2024
  • Payador, Pampa, Guitarra - 1976
    "Este tobiano da estância foi o bicho mais maleva que o diabo inventou pra um peão"
    Letra / Música: Aureliano de Figueiredo Pinto / Noel Guarany
    Ritmo: Poema
    Também interpretada no CD Canta Aureliano de Figueiredo Pinto - 1978.
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    Este tobiano da estância
    foi o bicho mais maleva
    que o diabo inventou pra um peão
    zóio de chancho, cabano,
    sargo, coiceiro, aragano,
    maneteador e bufão.
    peão que chegasse atrasado
    na segunda, mui sovado
    das farras pelo rincão.
    já se sabia sua pena
    era encilhar o ventena
    que assim mandava o patrão.
    uma feita, era segunda,
    na estância ao clarear do dia
    com cara de laço novo, cheguei
    já estava o meu povo na mangueira
    e alguém gritou, quando já dava o cavalo
    lace o tobiano capincho
    pra esse que vem dos bochincho
    do rincão dos cantagalo.
    que sina. se eu tinha o peito
    mais puro que a estrela d?alva
    que bico de beija flor
    qual bochincho ? se eu voltava
    de ver a prenda que amava
    todo enredado de amor.
    virge do céu! será o diabo
    um cristão que andou bailando
    por duas noites e três dias
    com no ouvido as harmonias
    da cordiona retrechando
    e o coração sarandeando
    numa havanera macia.
    nos olhos tontos de sono
    como em espelho pequeno
    aquele corpo moreno
    com crespos que o vento bate
    e o aroma, a flor e o sereno
    que vem na prosa em cochicho
    ah! que aroma. eu não vi em bolicho
    nem nos baú dos mascates.
    e os negros olhos ariscos
    como iraras bombeadeiras
    nas poças que a seca embarra
    na sombra de um caponete
    e que maneia o ginete
    como pialo de cucharra.
    quanta coisa ela me disse
    não dizendo quase nada.
    quanta coisa ela entendeu
    da minha boca cerrada.
    porteira do coração.
    e agora eu, moço, monarca,
    chego batendo na marca,
    no meu ofício de peão.
    bonito, agora acordar
    de um sonho que é um lindo engano
    soltar o corpo franzino
    em que envidei meu destino
    pra me trompar com o maligno
    que é esse capincho tobiano.
    chego. e, bom dia senhores,
    largo já meio covarde
    e me respondem: boa tarde,
    dormiu nas palhas, paisano
    largue este e traga o buçal
    a la pucha, que é desigual
    a sorte de um campechano.
    vinha o tobiano no laço
    como dourado na linha,
    ligeiro como tainha,
    como traíra de açude
    dando mais pulos e saltos
    do que um calcuta na rinha.
    ah! quando a sorte é mesquinha
    não hai feitiço que ajude.
    prá encilhá o venta rasgada
    foi abaixo de oração
    e já maneado, enfrenado,
    foi luta prá arreglá os troço.
    rezei quatro padre nosso
    só prá sentar o chergão.
    cheguei a carona e os bastos
    e quando a cincha tinia
    o infame se foi pro céu
    voltou e tombou de boléo
    quase perdendo o chapéu
    rezei quatro ave maria.
    e o urso, como um bodoque
    traiçoeiro, olhando prá trás
    com a cincha no osso do peito
    e eu lhe ajeitando, com jeito
    por causa do capataz
    depois de bem encilhado
    tranqueou com passos de tango
    muito mal intencionado.
    encolhido e retovado
    eu vi a minha vida pequena,
    corri os olhos na chilena
    e olhei pra tala do mango,
    e na voz de vamo moçada
    campeei a volta e montei
    certito e firme nos bastos.
    já o bicho vinha urrando
    ladeadito e se bandiando
    como quatiara de arrasto.
    nós fomos daquela toada
    nessa dança desgranida
    em que um taura arrisca a vida
    só pra honrar a pataquada.
    depois, de focinho gacho
    carona, apero e descida
    na fúria despavorida
    de um touro na costa abaixo.
    me encomendei pro senhor
    também pra virgem maria
    nem sei como resistia
    assim, blandito de amor
    e sem amadrinhador
    nesse lançante tremendo
    me fui solito, me vando
    mais triste que um payador.
    rodou e ficou roncando
    quebrado. É o fim do capincho
    e eu paradito e continuo
    a pensar desta maneira
    por ti, a mais linda trigueira
    gineteio a vida inteira
    no lombo do meu destino.

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