Em Morro Reuter, a família Edinger transforma a lenha de acácia em carvão

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  • Опубликовано: 21 окт 2024
  • Morro Reuter - Na localidade de Fazenda Padre Eterno, a família Edinger produz cerca de 12 toneladas de carvão por mês. Darci Rudi Edinger, Noeli Wasem Edinger, Patrícia Taiane Edinger e Linardo Moriel Edinger iniciaram os trabalhos em 2012 e atualmente possuem sete fornos em atividade. Antes, Darci cortava lenha no mato para vender, mas percebeu que se transformasse em carvão receberia mais pelo produto. “Decidimos trabalhar com carvão porque é um lucro certo. O preço do produto valorizou bastante nos últimos anos. Dá menos serviço e mais dinheiro, se comparado ao que fazíamos antes”, conta Darci.
    A capacidade de queima dos fornos varia de 7 a 11 metros cúbicos de lenha por semana. Com isso a produção semanal é de 55 metros cúbicos. Todos os fornos da família possuem chaminé, o que garante uma queima da lenha mais parelha e, consequentemente, um carvão com mais qualidade. Também reduz em 50% a emissão de fumaça. “A gente coloca a lenha no forno e deixa três dias queimando. O fogo queima de cima para baixo. A lenha deve ter sido cortada a no máximo há seis meses. Depois, os outros quatro dias fica esfriando. O forno tem que estar bem vedado para não entrar ar. Senão queima o carvão. Esse é um dos segredos, mas cada forno é diferente de trabalhar”, contas Linardo.
    A acácia é quase que a totalidade da madeira utilizada na fabricação do carvão. Cada hectare produz de 250 a 300 metros cúbicos de lenha no período de 7 anos e um metro cúbico de lenha resulta em cerca de 110 quilos de carvão pronto. O carvão é vendido toda semana em Sapiranga, em mercados, restaurantes e fruteiras. Além da produção de carvão, a família faz varejo de verdura e batata duas vezes por mês nas casas em Nova Hartz, Taquara, Sapiranga e Parobé.
    Acácia no Morro
    De acordo com o extensionista rural da Emater, Evandro Knob, a produção de acácia negra envolve mais de 150 famílias no município. No último ano, mais de 80 fizeram reservas de mudas junto ao escritório local da Emater e Secretaria de Agricultura. Foram fornecidas e plantadas mais de 300 mil mudas em áreas novas de acácia. Além disso tem aqueles que adquirem por conta própria. A estimativa é de que sejam plantadas cerca de 400 mil mudas por ano. “A maior parte da acácia é colhida a partir do 7 ou 8 anos. É uma planta que se adapta bem à região devido às características de solo ácido e sua topografia. Áreas que antes eram cultivadas na agricultura foram sendo substituídas por acácia porque exige menos mão de obra. O que a família Edinger está fazendo é uma forma de agregar valor à acácia negra”.
    Agricultura na sala de aula
    Em 2012, Patrícia concluiu o curso de Licenciatura em Matemática e aproveitou para juntar suas duas paixões (agricultura e matemática) no TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). Ela utilizou os saberes da matemática no dia a dia da agricultura para ensinar na sala de aula. A matemática está no calco de uma área de terra, peso dos produtos, preço daquilo que é comprado ou vendido, distâncias entre ligares, e muitos outros. "Podemos ensinar a adição, subtração, multiplicação, divisão, metros cúbicos de lenha, pesos e medidas tudo a partir da matemática usada no dia a dia na agricultura. Valorizando assim as estratégias de cálculo utilizadas pelos agricultores na lida do campo”, destaca Patrícia.
    De pais para filhos
    A continuidade do trabalho vai ficar a cargo dos filhos Linardo e Patrícia e os pais estão orgulhosos disso. “Antigamente eu falava que a última coisa que ia fazer na minha vida era queimar carvão. Mas hoje eu adoro o que faço porque aqui é um lugar onde a gente descansa a cabeça, desestressa. Mas o que não falta aqui em casa é serviço”, conta a mãe. Trabalhar na agricultura tem suas vantagens, entre elas está a liberdade de fazer seu próprio horário. “Quero seguir os passos dos meus pais porque desde pequeno me incentivaram a continuar. Entre os maiores desafios de produzir carvão hoje estão o preço da matéria prima e também ter sempre acácia negra para fazer carvão. Já que precisamos comprar de vizinhos, nos preocupamos em ter sempre muita lenha em estoque”, conta Linardo. “É muito bom saber do interesse deles em dar continuidade. Senão ficaria tudo abandonado. Temos bastante terra e aqui trabalhamos unidos”, destaca o pai.

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