Tema fantástico, sou uma mulher trans e sou psicanalista, faço algumas análises da condições de gênero, espero ver se minhas ideias se alinham com o que será trazido aqui. Penso ser algo do processo de identificação primária do estádio do espelho, e formação posterior do ego pela dissolução do complexo de édipo. Esperando ansiosamente pela Live!!!!
Também ansiosa aqui, sou mulher trans e psicóloga junguiana, adoro acompanahr as discussões sobre gênero em outras abordagens. A meu ver, sua ideia sobre o assunto faz bastante sentido sob o olhar da psicanálise lacaniana. É bom ver outras psis trans :)
Uma perspectiva interessante! Achei muito pertinente seu comentário. Também sou uma mulher trans, e estou iniciando meus estudos na psicanálise e estou fascinada com as leituras. Saudações! 👋👋👋
Muito bom o vídeo, sou trabalhadora do SUS e atendo população trans, ainda temos muitos desafios a vencer nessa temática. Não estamos aqui para decidir ou autorizar cirurgia ou terapias hormonais, estamos aqui para acolher o sofrimento
Oportuno e rico o diálogo entre Dunker e Cossi. O tema da transexualidade tem emergido no espaço escolar e Vossas falas me deram mais segurança para conversar com estudantes em salas de aula e colegas na sala de professores/as. Obrigado.
Uau. Não sou psicanalista e sei que não tenho bases para entender em profundidade tudo o que vcs trouxeram. Ainda assim, veio ao encontro de muitas das minhas percepções sobre essas questões, ampliando-as muito. Muito bom.
Obrigada pela resposta, Dunker, e por ter chamado o Cossi pra conversa. O tema exige cuidado e deu pra sentir em ambos a atenção imensa. Foi muito bom mesmo! :D
Professor Dunker, estou lendo seu livro “Uma biografia da depressão”, segunda edição. Gostaria de fazer uma correção, na página 58 o senhor coloca a medicação Imipramina como exemplo de antidepressivo inibidor da monoamina oxidase, porém a Imipramina é um antidepressivo tricíclico. Acho que pode descredibilizar um pouco a obra, por isso o aviso. Um abraço
muito legal a discussão. não sou da área e não sei se tem a ver, mas durante a discussão me lembrei da convergência entre as críticas de Adorno e de Lacan às noções do eu como identidade, em contraposição à insistência de ambos no oposto, isto é, no caráter não idêntico e contraditório do sujeito
Querido e estimado Dunker, estou professora(Sociologia) do ensino médio público no estado de São Paulo, e também estou psicanalista e clinico desde 2012 formada pelo CEP, acompanho seu trabalho desde que tive conhecimento , ou seja , desde seu início, sem dizer os livros de sua autoria que acompanho, assim como já acompanhei encontros na Psicologia da USP, enfim sou uma grande admiradora e tenho grande apreço pelo seu trabalho, e pelo papel de extrema importância que exerce seja para sociedade psicanalítica, seja para a sociedade em geral. Parabenizo pelo vídeo, pelo seu colega Cossi e pela temática, tão atual e complexa. O tema se faz presente nas salas de aulas, na família ,é preciso estarmos disponíveis para a escuta e o estudo dos casos. Gostaria de saber informação quanto ao Núcleo citado pelo Cossi , e da possibilidade de participar desse importante trabalho. Ouvi-lo é sempre um momento de satisfação! Um grande abraço !
Olá professor, obrigado pelo conteúdo. Gostaria que gravasse um episodio sobre a visão da psicanalise sobre o diagnostico de TSPT e os sintomas de pensamentos intrusivos nesse diagnostico. Obrigado!
Olá professor. Parabéns pelo canal e pela construção de condições de discussão e comunicação da psicanálise à comunidade. Gostaria que falasse um pouco sobre a relação entre a psicanálise e a obra de Honneth, em especial sua obra Luta por reconhecimento: a Gramática Moral dos Conflitos Sociais. Observei em alguns trabalhos que há uma aproximação/apropriação de Winnicott na teoria de Honneth, poderia citar os conflitos e as aproximações, possíveis caso existam, com Lacan também? Obrigado e novamente, parabéns pelo excelente trabalho.
O Dunker estava a buscar resgatar o famosíssimo, icônico e imensamente controverso caso DAVID REIMER !! Intensamente polêmico do ponto de vista das ciências da mente e do corpo e do ponto de vista da honestidade ( ou mesmo desonestidade ) dos pesquisadores envolvidos. Uma pena o convidado não associar/ lembrar !! O Christian poderia fazer um estudo desse caso !! Por gentileza, resgata e faz uma avaliação desse caso sempre trazido à mesa nas encaloradas discussões a respeito do grande tema da transexualidade e do ainda mais amplo debate natureza X criação. Faz, please, pra nós hehe
E como lidar com a barreira biológica do ser na transsexualidade? A questão da hormonoterapia e seus efeitos colaterais, dos quais ainda não se sabe em sua totalidade os seus efeitos deletérios? Complexo...
@@celinalazzari acho que antes de ser sobre apenas dizer que é trans, se trata da pessoa se entender enquanto trans. e nesse sentido, ser trans. até uma pessoa se assumir trans são diversos processos psicológicos e sociais que alguém deve passar para, mesmo em uma sociedade cisheteronormativa, se ver e existir fora dos gêneros hegemonicamente aceitos nessa sociedade: homem e mulher (no caso de pessoas não binárias). ou então, nascer designado enquanto um gênero, mas acabar se identificando em seu oposto, como é o caso de homens trans e mulheres trans. dito isso, muitas pessoas trans, sejam não binárias ou não, não precisam passar por procedimentos cirurgicos nem hormonais e se sentem confortáveis com isso. isso não sou eu quem estou dizendo apenas, mas são pessoas que realmente existem, mas que muitas pessoas cisgêneras e heterossexuais não convivem. é de se notar também que, fora do escopo de nosso dia a dia em sociedades ocidentais, existiram e existem, ainda, sociedades que possuem sistemas de gênero diferentes desse que nós conhecemos e que é um sistema binário de homem e mulher. é um fato antropológico que em alguns povos indígenas da américa do norte, por exemplo, se encontre pessoas chamadas de dois-espíritos, que seriam pessoas que carregariam a alma feminina e masculina. e sistemas de gênero fora da binariedade também foram reportados na américa do sul. aqui mesmo no brasil ocorreu o caso do indigena tibira que foi morto pelos colonizadores por se relacionar com homens, desempenhas papéis femininos, etc. a questão da transgeneridade só parece complicada se olhamos pela única égide do sistema binário de gêneros, mas se compreendermos que gênero é um conceito destinado a compreender e separar diferentes tipos de corpos, podemos desnaturalizar essa prática social e perceber que quem foge a essa regra e se entende enquanto trans, é sim, trans, mesmo sem ter que passar por processos cirúrgicos ou hormonais.
@@celinalazzari fica claro que em algumas linhas consideram trans "verdadeiros" ele teria muita consciência pra se afirmar assim. Ao mesmo tempo eles citam que essa diferenciação é irrelevante (se sabe de diferenças morfológicas cerebrais) fortalecendo a ideia de "nível" ou pelo menos dando luz a especificidades. Oq o kra te respondeu foi uma cartilha de como ignorar isso e abraçar a ideia de uma agenda pra fingir n saber que o fato do cultura ser vista por mts como forte fator pra isso ocorrer, e ai a agenda fomenta isso, e quem for chegando vai virando trans e vertentes tb, e pra eles ta ok o mundo ensinar isso enquanto entendem o peso disso... Resumindo criaram um experimento em larga escala com uma narrativa que justifica a pesquisa e os resultados ao mesmo tempo... Ignora uma sociedade questionar uma maquina falando q tinha uma um indio bi.
Estava esperando que este tema fosse abordado em seu canal professor. Tema complexo, cuja demanda tem surgido cada vez mais na clínica. Conheço um pouco o trabalho do AGE e o que posso perceber no trabalho deles e nesta discussão é que, além das questões teóricas, há um ser humano, um sujeito que trás uma angústia . E é a escuta psicanalítica, sem pré- concepções e pré-conceitos que poderá proporcionar um acolhimento/continente e esses sujeitos. Haja análise e supervisão.
Christian Dunker coloca que se fazem necessárias pesquisas da teoria do narcisismo, uma revaliação do Édipo , mais estudos sobre a teoria da sexuação , sobre o Gozo para aprofundar o entendimento sobre a transexualidade
Eu confesso que não tenho repertório para sequer tangenciar o conteúdo apresentado… é um assunto tão difícil, né? Fiquei com a impressão de que até pra quem tem mais contato, ainda assim, é muito difícil… Será q não seria possível uma abordagem mais pontual para nos iluminar melhor sobre os conceitos mais basilares e seus desdobramentos, a partir das várias revisões já feitas? Agradeço muito pelo vídeo!
Poxa, professor, no final o senhor jogou uma bomba no debate: como é possível incrementar esse debate para além das identidades? Há espaço para se pensar um "humano pós-identitário" na psicanálise?
Muuuito importante as adversidades entre as abordagens!!! A 'escuta', creio, seja na psicanálise e ou em outras abordagens, aos discursos explanados, e tantos quais sejam, quais forem os olhares, creio também como citado, um olhar para a importância dos laços sociais/ afetivos das "identificações" = conceito relevante e, como se dão e que, como podem anunciar ou não os caminhos vividos pelos, hetero, homo e transsexuais. Si ne qua non é lembrar como o Eu do sujeito se desenvolve, até porque se sabe que o Eu não 'nasce' pronto - assim ou assado.Não! O Eu se desenvolve na assunção das adversidades que compõem os complexos familiares atrelados tal como acontece os intervenientes das relações que são contemplados pelo olhar psicológico-psicanilítico, científico (hermafroditas e suas variantes, a exemplo), cultural, social e político e ou político social, e que podem nortear, limitar e ou delimitar essa ideia das diferenças interssexuais.Como patologizar? Não podem ser únicas e prontas reduções aos gêneros sexuais.Fazer um compromisso com a história do sujeito será sempre um bom caminho, qual seja, 'a escuta' dos profissionais das áreas em questão! Lindissima e verdadeira dialética!! Há muito que estudar as consonância e dissonâncias de todas as ordens, diversidades sejam elas quais forem, acredito.Grandes estudiosos Rafel e Dunkan! Irei ouvi-los ainda várias vezes.E me ouvir de novo sobre minha escrita! Abs!!!
A crença de o menino toma sua mãe como objeto de amor (e que a menina irá mudar o seu objeto - era a mãe e passará a ser o pai) já pressupõe a normatização da heterossexualidade e ignora que nem todos são heterossexuais. O complexo de Édipo está baseado nessa suposição heterossexista. Só isso já deveria ser suficiente para relativizá-lo, mas o diálogo é difícil porque os psicanalistas ainda hoje têm essa crença normativa em mente. Se não me engano, a Butler escreveu, sobre isso, que "o tabu da homossexualidade precede o tabu do incesto", para Freud.
Transexualidade só é um problema quando a pessoa enxerga essa questão dessa forma nela mesma, e cabe entender como isso é um problema para ela, se é problema em função dos outros, se é problema em função dela própria por crenças culturais, religiosas e que ocasionam assim o sofrimento nela (ela se sente trans, mas acha errado...). Têm pessoas que assumem sua transexualidade, não sendo esse o fator de sofrimento, mas preconceito de pessoas alheias a ela sobre a forma como ela se enxerga e ocasiona na "pessoa", problemas para lidar com o preconceito (porque acabam generalizando também, enxergando preconceito onde nem sempre há...). É um tema complexo por N fatores culturais, emocionais, mas cada caso é um caso. A grande pergunta que cabe é, sendo eu hetero, em que me incomoda a minha irmã ou irmão, filho ou filha ser transexual? Minha mãe é evangélica e sempre converso com ela sobre essa questão, porquanto ela não aceita a transexualidade da minha irmã, por motivos óbvios, mas que trazem sofrimento para ambas. Os problemas da psicanálise é que ela problematiza uma questão antecipadamente, ela tem dificuldade em perceber suas limitações teóricas, ela se omite aos seus conflitos internos e objetiva aquilo que lhe é contrário, por exemplo, muito pouco se falou sobre os segmentos que ainda patologizam a transexualidade dentro da própria psicanálise (dificuldade de fazer críticas pontuais), que psicanálises são essas afinal 47:40?
Lindo trabalho, escutar pessoas e não escutar classificações da sexologia e da psiquiatria! E investigar as identidades, como nos demanda o grande Jeffrey Weeks.
Christian, obrigada pelo video. Qual relação você vê entre a falha à identidade e a singularidade (a expressão singular de um caso particular dentro do coletivo)? Obrigada e um abraço!
E sobre disforia, não há nada a ser comentado? Foi dito no debate que o profissional psi não deve funcionar como um técnico confirmador da transidentificação em processos de preparação para a redesignação, pois não haveria falsa identificação. Ė isso mesmo? Não existe a possibilidade de alguém se confundir durante uma fase da vida?
Quanto à parte psicológica desta questão de gêneros e identidades achei a entrevista muito instrutiva, parabéns à equipe! Porém penso que 2 pontos importantíssimos e atuais que existem nos epicentros desta discussão identitária (EUA, Canadá e Europa), e que estão causando fortes críticas, foram deixados de lado, são eles: 1 - A negação de que existe tal coisa como o homem e mulher biológicos por especialistas de várias áreas como médicos, psicólogos, antropologistas, entre outros. E neste ponto existe um comentário de vocês de que esta discussão não está em aberto por aqui (38:10min), pelo que eu entendi. 2 - O número crescente reportado e até incentivado por algumas associações médicas de adolescentes que vem sofrendo cirurgias de alteração de sexo (não sei o termo correto destas cirurgias) e se estas decisões não estariam sendo muito antecipadas no quesito desenvolvimento físico e psicológico. Gostaria dos comentários de vocês sobre estes temas! Obrigado a todos!
Sobre o 1 recomendo o livro Sex/Gender: Biology in a social world, da bióloga e filósofa feminista Anne Fausto-Sterling, (que basicamente desmistifica a ideia de que exista "um sexo masculino e um sexo feminino naturais", até porque feminino/masculino são conceitos sociais, e sobre como a biologia e a cultura se interligam, mas ela fala muito melhor sobre isso do que eu, lembrando que é uma pesquisadora da biologia); infelizmente não tem em português. O livro Sexism the Body, dela também, é muito bom nessa discussão também. Sobre o segundo eu também tenho muita curiosidade. Desconheço qualquer lugar do mundo que faça cirurgias de correção de sexo em menores de idade (o que se usa geralmente são bloqueadores de puberdade, que meio que paralisam o desenvolvimento sexual até a pessoa completar idade suficiente pra tomar hormônios e/ou fazer cirurgias que vão proporcionar o corpo que ela quer), mas a destransição de gênero é uma coisa real (pessoas que fazem a transição e se arrependem) e acho importante falar disso. Infelizmente, algumas pessoas se aproveitam desses casos para atacar pessoas trans, daí pessoas trans ficam com raiva de quem destransiciona, então toda essa discussão é sempre um pisar de ovos...
Casos de cirurgia é somente quando a criança não consegue "suportar" a própria genitália. Entende? O meu caso foi assim, eu queria arrancar a minha genitália por eu odiar ela mas minha família é preconceituosa e então eu ficava sofrendo em silêncio. Mas com 27 eu iniciei a Terapia Hormonal e em 3 anos eu estarei fazendo a cirurgia para a Residegnação Sexual. E cirurgias não ocorrem em menores de idade só se o caso for extremo. Primeiro se dá Bloqueadores de Testosterona e para os meninos e ( acho eu, não me lembro já que não sou um homem trans ) para a meninas acho que não se usa nada ou usa pequenas taxas de Testosterona.
@Etevaldo Skylab recomendo que você estude a bióloga Anne Fausto-Sterling e também que procure dar uma lida em alguns cientistas sociais para acabar com esse pensamento de que existe alguma ciência neutra.
9:53 poderia falar mais sobre a diferença entre a palavra "gender" e sinônimas? em português, há uma dissonância maior por conta da variedade de sentidos de "gênero", mas em inglês é possível distinguir "gender" de "genre", por exemplo.
Live maravilhosa,sou apenas uma simples integrante da sociedade, e me interesso muito pelo assunto, não aceito a forma coma a sociedade trata as pessoas com identidade de gênero ou afetiva diferentes, quero muito fazer algo que possa contribuir com os diversos gêneros identitário ou afetivos
E enquanto a psicanálise freudo-lacaniana der tanta importância ao que é "feminilidade" ou "masculinidade", ela seguirá apartada de questões realmente relevantes e não escapará de dogmas.
Querer reduzir tudo ao político? Não contribui para elucidar e considerar um projeto que se .a infesta no humano. Homens e mulheres constituem um projeto vital à vida.
Grande vídeo. Professor, por favor, vc poderia comentar o discurso pornográfico e de cunho sexual da Damares sobre crianças. Existe uma patologia nele? Obrigada.
Quando o movimento feminista assim se conforma, enquanto tal, ele não só se organiza como uma luta contra todas as formas de opressões contra as mulheres, como ausência de direitos civis e todos os demais mas também pelo desejo de certas mulheres de livrarem-se de maquiagens, saltos, batons e demais erotizações obrigatórias para simbolizar o sexo feminino que também representavam uma opressão. Sempre vi o movimento LGBTQIA+ como um desejo do masculino de poder se apropriar justamente do que lhes foi negado enquanto forma potencial de erotização: adereços, maquiagens e todos as formas de exibição ou valorização da potência e da atração para o seu sexo. As mulheres fizemos isso sem necessitarmos abrir mão de nossa feminilidade que prescinde de adereços. Já os homens que desejam fugir das imposições construídas e amarradas ao seu gênero são tão condicionados que precisam se esconder sob uma legenda que abrigue cada persona em potencial que todos nós carregamos. O movimento LGBTQIA+ apenas inclui as mulheres porque é assim que os filhos das mães fazem, se escondem atrás de suas saias em vez de assumirem os seus desejos tão normais quanto os das mulheres que queimaram sutiãs, vestiram calças e exploraram todos os aspectos de sua sexualidade sem camisas de forças, rótulos e manipulação das big techs para sequestrarem as mentes dos jovens nesse movimento chato, retrógrada, opressor e que volta a encurralar as mulheres ou roubarem-lhe suas identidades.
Dr. Christian, obrigado por me responder com essa bela aula. Posso te garantir que no caso de meu filha que se revela, aos 34 anos. Para mim não houve falha da entrada do pai na relação mãe e filho. O que observei, foi trauma na fase pré-edifica e trauma intrauterino, gravidez muito conturbada. Pai com transtorno de personalidade borderline, uma predisposição para a esquizofrenia da parte materna. Estresse e confusões mentais no adoecimento vivenciados pelos avós maternos. É isso, não nos cabe julgar e sim escutar.
Na minha turma de amigos homossexuais, percebemos uma coisa em comum entre "nós". Que nossos pais estavam querendo um filho do sexo oposto ao nosso, na gravidez.
De vez que, excetuando casos muitíssimos raros, apenas uma espécie de produto sexual - óvulos ou sêmen - está presente numa pessoa, os senhores, contudo, não poderão senão ter dúvidas quanto à importância decisiva desses elementos e devem concluir que aquilo que constitui a masculinidade ou a feminilidade é uma característica desconhecida que foge do alcance da anatomia. Freud conferência 33.
Parabéns, Dunker e Cossi, pelo vídeo instigante e bastante necessário em relação a um tema absolutamente recorrente em suas abordagens. Bom saber que, em meio a realidade brasileira de tamanha desrazão e discriminações, os temas transsexualidade, transgeneralidade, transidentidade, suas problemáticas e anseios encontram espaços de trato e acolhida. Um abraço aos dois.
E aquela idéia de que existiria: A Mulher ou seja alguém que não passa pela castração. O sujeito iria se sentir mais mulher do que qualquer mulher ????.
Christian chamando atenção de que há coisas anacrônicas em Freud, mas também há coisas bastante avançadas. Coisas que foram avançadas no tempo dele e permanecem sendo avançadas até hoje -- Freud defendia a condição de uma bissexualidade na medida em que, no édipo , há uma identificação com a mãe e uma identificação com o pai, o pai é tomado como objeto e a mãe é tomada como objeto
O Édipo é cultural e histórico. Refere-se a UM tipo de entrada na linguagem. "Os Bororo" têm outra entrada... Temos q parar de ser etnocentricos, voltar à erudição de Freud na Antropologia...de hoje, e não de Levi-Strauss...
Pro Money o "ambiente" se refere à estruturação dos "lovemaps", q é um conceito determinista, e à educação. Nada a ver com os "fantasmas", tb deterministas, da psicanálise
Querido, sou artista, gay cisgênero, estudante de psicanálise e terapeuta quântico. Semana passada, tivemos uma discussão on lone na aula de Movimento (dissidentes de Freud) sobre este assunto. Quero parabenizar a ti e, principalmente, ao (gatíssimo....rs) Rafael por me elucidar tanto, abrindo espaços para mais e mais pesquisas. Tenho uma paciente de acolhimento quântico que é transexual e abordamos muito esta construção de performance de gênero, como algo que deve ressoar como expressão do amor e de sua manifestação no corpo físico (no meu ponto de vista, também nos corpos quânticos). Vocês arrasaram ! Gratidão !
Mas a Ciencia ja descobriu q o DNA nao é absoluto. Exustem diversos sexos e nao 2 com muitos generos. Ja li sobre isso era inteessante uma live com geneticista tbem
Embora eu também desejasse os formato respondendo diretamente as questões levantadas, me parece exatamente que o formato de diálogo transparece o quanto a própria temática na psicanálise está em pleno debate e construção. Alguns vídeos do canal são como breve aulas conceituais ou até mesmo opiniões de Dunker, mas neste caso talvez ainda não caiba um vídeo nesses moldes
Tema fantástico, sou uma mulher trans e sou psicanalista, faço algumas análises da condições de gênero, espero ver se minhas ideias se alinham com o que será trazido aqui. Penso ser algo do processo de identificação primária do estádio do espelho, e formação posterior do ego pela dissolução do complexo de édipo. Esperando ansiosamente pela Live!!!!
o que é mulher trans ? mulher que nasceu no corpo masculino ? ou o inverso ? desculpa a ignorância...
Também ansiosa aqui, sou mulher trans e psicóloga junguiana, adoro acompanahr as discussões sobre gênero em outras abordagens. A meu ver, sua ideia sobre o assunto faz bastante sentido sob o olhar da psicanálise lacaniana. É bom ver outras psis trans :)
...eu não entendi *nada* do que vc disse
@@PedroHCF37 eu tbm não mas vou estudar porque é importante pra dissolver preconceitos
Uma perspectiva interessante! Achei muito pertinente seu comentário. Também sou uma mulher trans, e estou iniciando meus estudos na psicanálise e estou fascinada com as leituras. Saudações! 👋👋👋
Muito bom o vídeo, sou trabalhadora do SUS e atendo população trans, ainda temos muitos desafios a vencer nessa temática. Não estamos aqui para decidir ou autorizar cirurgia ou terapias hormonais, estamos aqui para acolher o sofrimento
Disse tudo.
Que maravilha essa discussão no canal. Poderiam trazer mais sobre o assunto. Tão atual e necessária pra clínica. 👏🏾👏🏾👏🏾
Oportuno e rico o diálogo entre Dunker e Cossi. O tema da transexualidade tem emergido no espaço escolar e Vossas falas me deram mais segurança para conversar com estudantes em salas de aula e colegas na sala de professores/as. Obrigado.
Que papo genial! Só aumentam nosso repertório de trabalho, obrigado pelas bibliografias! Abraço ao dois!
Professor, como sugestão de tema trago aqui a Histeria feminina na contemporaneidade. Obrigada sempre por trazer tanto conhecimento!😊
Não existe Histeria feminina,existe Histeria e só,até porquê o Histérico não sabe se é homem ou mulher.
Incrivel quanto esse tipo de debates (dificeis de achar) enriquecem nosso mundo.
Uau. Não sou psicanalista e sei que não tenho bases para entender em profundidade tudo o que vcs trouxeram. Ainda assim, veio ao encontro de muitas das minhas percepções sobre essas questões, ampliando-as muito. Muito bom.
Gostei demais da conversa. Gostaria de escutar de vocês também sobre a questão da "Disforia de gênero" numa leitura ou consideração psicanalitica.
Obrigada pela resposta, Dunker, e por ter chamado o Cossi pra conversa. O tema exige cuidado e deu pra sentir em ambos a atenção imensa. Foi muito bom mesmo! :D
Q maravilha. Este é o meu foco d estudo no momento na graduação d psicologia.
Discussão importante e necessária. Obrigada. ❤️
Professor Dunker, estou lendo seu livro “Uma biografia da depressão”, segunda edição. Gostaria de fazer uma correção, na página 58 o senhor coloca a medicação Imipramina como exemplo de antidepressivo inibidor da monoamina oxidase, porém a Imipramina é um antidepressivo tricíclico. Acho que pode descredibilizar um pouco a obra, por isso o aviso.
Um abraço
muito legal a discussão. não sou da área e não sei se tem a ver, mas durante a discussão me lembrei da convergência entre as críticas de Adorno e de Lacan às noções do eu como identidade, em contraposição à insistência de ambos no oposto, isto é, no caráter não idêntico e contraditório do sujeito
Cara, quanto conhecimento bom adquirimos nesse canal, parabéns tema fantástico.
Abordagem incrível! Parabéns para os organizadores e o debatedor!
Querido e estimado Dunker, estou professora(Sociologia) do ensino médio público no estado de São Paulo, e também estou psicanalista e clinico desde 2012 formada pelo CEP, acompanho seu trabalho desde que tive conhecimento , ou seja , desde seu início, sem dizer os livros de sua autoria que acompanho, assim como já acompanhei encontros na Psicologia da USP, enfim sou uma grande admiradora e tenho grande apreço pelo seu trabalho, e pelo papel de extrema importância que exerce seja para sociedade psicanalítica, seja para a sociedade em geral.
Parabenizo pelo vídeo, pelo seu colega Cossi e pela temática, tão atual e complexa.
O tema se faz presente nas salas de aulas, na família ,é preciso estarmos disponíveis para a escuta e o estudo dos casos.
Gostaria de saber informação quanto ao Núcleo citado pelo Cossi , e da possibilidade de participar desse importante trabalho.
Ouvi-lo é sempre um momento de satisfação! Um grande abraço !
Nada a ver com conteúdo do vídeo, mas o Rafael me lembrou muito o José Luis Peixoto. No mais, excelente explicação, obrigada!
Olá professor, obrigado pelo conteúdo.
Gostaria que gravasse um episodio sobre a visão da psicanalise sobre o diagnostico de TSPT e os sintomas de pensamentos intrusivos nesse diagnostico. Obrigado!
Olá professor. Parabéns pelo canal e pela construção de condições de discussão e comunicação da psicanálise à comunidade. Gostaria que falasse um pouco sobre a relação entre a psicanálise e a obra de Honneth, em especial sua obra Luta por reconhecimento: a Gramática Moral dos Conflitos Sociais. Observei em alguns trabalhos que há uma aproximação/apropriação de Winnicott na teoria de Honneth, poderia citar os conflitos e as aproximações, possíveis caso existam, com Lacan também? Obrigado e novamente, parabéns pelo excelente trabalho.
O Dunker estava a buscar resgatar o famosíssimo, icônico e imensamente controverso caso DAVID REIMER !!
Intensamente polêmico do ponto de vista das ciências da mente e do corpo e do ponto de vista da honestidade ( ou mesmo desonestidade ) dos pesquisadores envolvidos.
Uma pena o convidado não associar/ lembrar !!
O Christian poderia fazer um estudo desse caso !!
Por gentileza, resgata e faz uma avaliação desse caso sempre trazido à mesa nas encaloradas discussões a respeito do grande tema da transexualidade e do ainda mais amplo debate natureza X criação.
Faz, please, pra nós hehe
E como lidar com a barreira biológica do ser na transsexualidade? A questão da hormonoterapia e seus efeitos colaterais, dos quais ainda não se sabe em sua totalidade os seus efeitos deletérios? Complexo...
Pessoas trans não precisam, necessariamente, passar por processos de hormonização
@@spiller9167 é só dizer q é? como que funciona? nao entendi mesmo vendo o video todo
@@celinalazzari acho que antes de ser sobre apenas dizer que é trans, se trata da pessoa se entender enquanto trans. e nesse sentido, ser trans.
até uma pessoa se assumir trans são diversos processos psicológicos e sociais que alguém deve passar para, mesmo em uma sociedade cisheteronormativa, se ver e existir fora dos gêneros hegemonicamente aceitos nessa sociedade: homem e mulher (no caso de pessoas não binárias). ou então, nascer designado enquanto um gênero, mas acabar se identificando em seu oposto, como é o caso de homens trans e mulheres trans. dito isso, muitas pessoas trans, sejam não binárias ou não, não precisam passar por procedimentos cirurgicos nem hormonais e se sentem confortáveis com isso. isso não sou eu quem estou dizendo apenas, mas são pessoas que realmente existem, mas que muitas pessoas cisgêneras e heterossexuais não convivem.
é de se notar também que, fora do escopo de nosso dia a dia em sociedades ocidentais, existiram e existem, ainda, sociedades que possuem sistemas de gênero diferentes desse que nós conhecemos e que é um sistema binário de homem e mulher. é um fato antropológico que em alguns povos indígenas da américa do norte, por exemplo, se encontre pessoas chamadas de dois-espíritos, que seriam pessoas que carregariam a alma feminina e masculina. e sistemas de gênero fora da binariedade também foram reportados na américa do sul. aqui mesmo no brasil ocorreu o caso do indigena tibira que foi morto pelos colonizadores por se relacionar com homens, desempenhas papéis femininos, etc.
a questão da transgeneridade só parece complicada se olhamos pela única égide do sistema binário de gêneros, mas se compreendermos que gênero é um conceito destinado a compreender e separar diferentes tipos de corpos, podemos desnaturalizar essa prática social e perceber que quem foge a essa regra e se entende enquanto trans, é sim, trans, mesmo sem ter que passar por processos cirúrgicos ou hormonais.
@@celinalazzari fica claro que em algumas linhas consideram trans "verdadeiros" ele teria muita consciência pra se afirmar assim.
Ao mesmo tempo eles citam que essa diferenciação é irrelevante (se sabe de diferenças morfológicas cerebrais) fortalecendo a ideia de "nível" ou pelo menos dando luz a especificidades.
Oq o kra te respondeu foi uma cartilha de como ignorar isso e abraçar a ideia de uma agenda pra fingir n saber que o fato do cultura ser vista por mts como forte fator pra isso ocorrer, e ai a agenda fomenta isso, e quem for chegando vai virando trans e vertentes tb, e pra eles ta ok o mundo ensinar isso enquanto entendem o peso disso... Resumindo criaram um experimento em larga escala com uma narrativa que justifica a pesquisa e os resultados ao mesmo tempo...
Ignora uma sociedade questionar uma maquina falando q tinha uma um indio bi.
Grande Rafael! Sempre bom te ouvir!
Nunca vou entender o objetivo de fazer tanta pergunta pra no fim não gostar se a resposta não agrada...
Um vídeo é uma discussão muito rica e desafiadora. Excelente.
Professor, você poderia gravar um vídeo sobre o entendimento da psicanalise sobre a questão do livre arbítrio?
Que ótimo!! Parabéns aos dois. Rafael Cossi, 🌷!
Estava esperando que este tema fosse abordado em seu canal professor. Tema complexo, cuja demanda tem surgido cada vez mais na clínica. Conheço um pouco o trabalho do AGE e o que posso perceber no trabalho deles e nesta discussão é que, além das questões teóricas, há um ser humano, um sujeito que trás uma angústia . E é a escuta psicanalítica, sem pré- concepções e pré-conceitos que poderá proporcionar um acolhimento/continente e esses sujeitos. Haja análise e supervisão.
Christian Dunker coloca que se fazem necessárias pesquisas da teoria do narcisismo, uma revaliação do Édipo , mais estudos sobre a teoria da sexuação , sobre o Gozo para aprofundar o entendimento sobre a transexualidade
Sensacional esse vídeo, explorem mais esse tema por favor!
Eu confesso que não tenho repertório para sequer tangenciar o conteúdo apresentado… é um assunto tão difícil, né? Fiquei com a impressão de que até pra quem tem mais contato, ainda assim, é muito difícil…
Será q não seria possível uma abordagem mais pontual para nos iluminar melhor sobre os conceitos mais basilares e seus desdobramentos, a partir das várias revisões já feitas?
Agradeço muito pelo vídeo!
Precisaremos teorizar o Complexo de Tirésias.
Poxa, professor, no final o senhor jogou uma bomba no debate: como é possível incrementar esse debate para além das identidades? Há espaço para se pensar um "humano pós-identitário" na psicanálise?
Muuuito importante as adversidades entre as abordagens!!! A 'escuta', creio, seja na psicanálise e ou em outras abordagens, aos discursos explanados, e tantos quais sejam, quais forem os olhares, creio também como citado, um olhar para a importância dos laços sociais/ afetivos das "identificações" = conceito relevante e, como se dão e que, como podem anunciar ou não os caminhos vividos pelos, hetero, homo e transsexuais. Si ne qua non é lembrar como o Eu do sujeito se desenvolve, até porque se sabe que o Eu não 'nasce' pronto - assim ou assado.Não! O Eu se desenvolve na assunção das adversidades que compõem os complexos familiares atrelados tal como acontece os intervenientes das relações que são contemplados pelo olhar psicológico-psicanilítico, científico (hermafroditas e suas variantes, a exemplo), cultural, social e político e ou político social, e que podem nortear, limitar e ou delimitar essa ideia das diferenças interssexuais.Como patologizar? Não podem ser únicas e prontas reduções aos gêneros sexuais.Fazer um compromisso com a história do sujeito será sempre um bom caminho, qual seja, 'a escuta' dos profissionais das áreas em questão! Lindissima e verdadeira dialética!! Há muito que estudar as consonância e dissonâncias de todas as ordens, diversidades sejam elas quais forem, acredito.Grandes estudiosos Rafel e Dunkan! Irei ouvi-los ainda várias vezes.E me ouvir de novo sobre minha escrita! Abs!!!
A crença de o menino toma sua mãe como objeto de amor (e que a menina irá mudar o seu objeto - era a mãe e passará a ser o pai) já pressupõe a normatização da heterossexualidade e ignora que nem todos são heterossexuais. O complexo de Édipo está baseado nessa suposição heterossexista. Só isso já deveria ser suficiente para relativizá-lo, mas o diálogo é difícil porque os psicanalistas ainda hoje têm essa crença normativa em mente. Se não me engano, a Butler escreveu, sobre isso, que "o tabu da homossexualidade precede o tabu do incesto", para Freud.
Transexualidade só é um problema quando a pessoa enxerga essa questão dessa forma nela mesma, e cabe entender como isso é um problema para ela, se é problema em função dos outros, se é problema em função dela própria por crenças culturais, religiosas e que ocasionam assim o sofrimento nela (ela se sente trans, mas acha errado...). Têm pessoas que assumem sua transexualidade, não sendo esse o fator de sofrimento, mas preconceito de pessoas alheias a ela sobre a forma como ela se enxerga e ocasiona na "pessoa", problemas para lidar com o preconceito (porque acabam generalizando também, enxergando preconceito onde nem sempre há...). É um tema complexo por N fatores culturais, emocionais, mas cada caso é um caso.
A grande pergunta que cabe é, sendo eu hetero, em que me incomoda a minha irmã ou irmão, filho ou filha ser transexual? Minha mãe é evangélica e sempre converso com ela sobre essa questão, porquanto ela não aceita a transexualidade da minha irmã, por motivos óbvios, mas que trazem sofrimento para ambas.
Os problemas da psicanálise é que ela problematiza uma questão antecipadamente, ela tem dificuldade em perceber suas limitações teóricas, ela se omite aos seus conflitos internos e objetiva aquilo que lhe é contrário, por exemplo, muito pouco se falou sobre os segmentos que ainda patologizam a transexualidade dentro da própria psicanálise (dificuldade de fazer críticas pontuais), que psicanálises são essas afinal 47:40?
Que vídeo magnífico!
Gostaria de saber se a psicanálise diz algo sobre a identidade de gênero não binária.
Que vídeo maravilhoso!
Grande Rafael. Estou aprendendo mto com o livro Faces do Sexual. =)
Lindo trabalho, escutar pessoas e não escutar classificações da sexologia e da psiquiatria! E investigar as identidades, como nos demanda o grande Jeffrey Weeks.
Muito importantes as reflexões. Obrigada.
Christian, obrigada pelo video. Qual relação você vê entre a falha à identidade e a singularidade (a expressão singular de um caso particular dentro do coletivo)?
Obrigada e um abraço!
Seus necessários! ❤❤❤
Parabéns pelo trabalho professor, tema complexo e de extrema relevância.
Obrigado ótimo excelência útil importante democracia civilização
E sobre disforia, não há nada a ser comentado?
Foi dito no debate que o profissional psi não deve funcionar como um técnico confirmador da transidentificação em processos de preparação para a redesignação, pois não haveria falsa identificação. Ė isso mesmo? Não existe a possibilidade de alguém se confundir durante uma fase da vida?
Quanto à parte psicológica desta questão de gêneros e identidades achei a entrevista muito instrutiva, parabéns à equipe!
Porém penso que 2 pontos importantíssimos e atuais que existem nos epicentros desta discussão identitária (EUA, Canadá e Europa), e que estão causando fortes críticas, foram deixados de lado, são eles:
1 - A negação de que existe tal coisa como o homem e mulher biológicos por especialistas de várias áreas como médicos, psicólogos, antropologistas, entre outros. E neste ponto existe um comentário de vocês de que esta discussão não está em aberto por aqui (38:10min), pelo que eu entendi.
2 - O número crescente reportado e até incentivado por algumas associações médicas de adolescentes que vem sofrendo cirurgias de alteração de sexo (não sei o termo correto destas cirurgias) e se estas decisões não estariam sendo muito antecipadas no quesito desenvolvimento físico e psicológico.
Gostaria dos comentários de vocês sobre estes temas!
Obrigado a todos!
Sobre o 1 recomendo o livro Sex/Gender: Biology in a social world, da bióloga e filósofa feminista Anne Fausto-Sterling, (que basicamente desmistifica a ideia de que exista "um sexo masculino e um sexo feminino naturais", até porque feminino/masculino são conceitos sociais, e sobre como a biologia e a cultura se interligam, mas ela fala muito melhor sobre isso do que eu, lembrando que é uma pesquisadora da biologia); infelizmente não tem em português. O livro Sexism the Body, dela também, é muito bom nessa discussão também.
Sobre o segundo eu também tenho muita curiosidade. Desconheço qualquer lugar do mundo que faça cirurgias de correção de sexo em menores de idade (o que se usa geralmente são bloqueadores de puberdade, que meio que paralisam o desenvolvimento sexual até a pessoa completar idade suficiente pra tomar hormônios e/ou fazer cirurgias que vão proporcionar o corpo que ela quer), mas a destransição de gênero é uma coisa real (pessoas que fazem a transição e se arrependem) e acho importante falar disso. Infelizmente, algumas pessoas se aproveitam desses casos para atacar pessoas trans, daí pessoas trans ficam com raiva de quem destransiciona, então toda essa discussão é sempre um pisar de ovos...
Casos de cirurgia é somente quando a criança não consegue "suportar" a própria genitália. Entende?
O meu caso foi assim, eu queria arrancar a minha genitália por eu odiar ela mas minha família é preconceituosa e então eu ficava sofrendo em silêncio.
Mas com 27 eu iniciei a Terapia Hormonal e em 3 anos eu estarei fazendo a cirurgia para a Residegnação Sexual.
E cirurgias não ocorrem em menores de idade só se o caso for extremo. Primeiro se dá Bloqueadores de Testosterona e para os meninos e ( acho eu, não me lembro já que não sou um homem trans ) para a meninas acho que não se usa nada ou usa pequenas taxas de Testosterona.
A mudança de sexo no Brasil só é permitida a partir dos 21 anos.
@Etevaldo Skylab Legalmente só se faz uso de hormônios e cirurgias faciais a partir dos 18 anos e é caríssimo. Pouquíssimas pessoas tem acesso.
@Etevaldo Skylab recomendo que você estude a bióloga Anne Fausto-Sterling e também que procure dar uma lida em alguns cientistas sociais para acabar com esse pensamento de que existe alguma ciência neutra.
9:53 poderia falar mais sobre a diferença entre a palavra "gender" e sinônimas? em português, há uma dissonância maior por conta da variedade de sentidos de "gênero", mas em inglês é possível distinguir "gender" de "genre", por exemplo.
Live maravilhosa,sou apenas uma simples integrante da sociedade, e me interesso muito pelo assunto, não aceito a forma coma a sociedade trata as pessoas com identidade de gênero ou afetiva diferentes, quero muito fazer algo que possa contribuir com os diversos gêneros identitário ou afetivos
Sou psicanalista e vejo que nisso a Psicanálise peca. Ótimo tema! Precisamos evoluir muito nisso também!
Que aula.
Se um dia c quiser, tio Chris, convida o Jonas Maria, ele é muito inteligente e articulado, além de ser trans.
E enquanto a psicanálise freudo-lacaniana der tanta importância ao que é "feminilidade" ou "masculinidade", ela seguirá apartada de questões realmente relevantes e não escapará de dogmas.
Acho que o caso ao qual o Dunker se refere é do próprio John Money com os irmãos Bruce e Brian. Interessantíssimo! E triste também.
Engraçado que ele se recusa (ou desconhece?) a falar sobre o caso do David Reimer…
Querer reduzir tudo ao político? Não contribui para elucidar e considerar um projeto que se .a infesta no humano. Homens e mulheres constituem um projeto vital à vida.
video precioso. obg
Que máximo! Tenho o livro Faces do Sexual, chegou essa semana. ❤🎉
"A identificação ao pai não carrega uma identificação de gênero. " . Mas , eu diria que interfere muito pela experiência que tive na clínica
Muito bom!
ótima conversa! mas já que temos que ouvir as pessoas trans não faria sentido levar uma psicanalista trans pra fazer parte da entrevista???
Grande vídeo. Professor, por favor, vc poderia comentar o discurso pornográfico e de cunho sexual da Damares sobre crianças. Existe uma patologia nele? Obrigada.
E pq ser bipolar tem q ser patologia? Pq tem que ser e pensar sempre igual?
Negar que uma pessoa transexual não carrega sintomas? Que não há o desejo de identificação entre o biológico e o desejo?
O problema que não tem problema! O ser humano precisa ser livre!
Tema altamente relevante, necessário e urgente (especialmente no momento atual do Brazil bizarro). 👍🏽
Quando o movimento feminista assim se conforma, enquanto tal, ele não só se organiza como uma luta contra todas as formas de opressões contra as mulheres, como ausência de direitos civis e todos os demais mas também pelo desejo de certas mulheres de livrarem-se de maquiagens, saltos, batons e demais erotizações obrigatórias para simbolizar o sexo feminino que também representavam uma opressão. Sempre vi o movimento LGBTQIA+ como um desejo do masculino de poder se apropriar justamente do que lhes foi negado enquanto forma potencial de erotização: adereços, maquiagens e todos as formas de exibição ou valorização da potência e da atração para o seu sexo. As mulheres fizemos isso sem necessitarmos abrir mão de nossa feminilidade que prescinde de adereços. Já os homens que desejam fugir das imposições construídas e amarradas ao seu gênero são tão condicionados que precisam se esconder sob uma legenda que abrigue cada persona em potencial que todos nós carregamos. O movimento LGBTQIA+ apenas inclui as mulheres porque é assim que os filhos das mães fazem, se escondem atrás de suas saias em vez de assumirem os seus desejos tão normais quanto os das mulheres que queimaram sutiãs, vestiram calças e exploraram todos os aspectos de sua sexualidade sem camisas de forças, rótulos e manipulação das big techs para sequestrarem as mentes dos jovens nesse movimento chato, retrógrada, opressor e que volta a encurralar as mulheres ou roubarem-lhe suas identidades.
Perfeita
Quero sô ver o q o Dunker vai dizer sobre.o.assunto.para Frwud ou Lacan
brabissimoooo
Para mim só ficou mais dúvidas. Nso foi explicável.
eu acho que o Dunker abotoou a camisa errado e isso as vezes me tira a concentracao hehe
Hahahah verdade, voltei o vídeo pra ver
Dunker, obrigada pelos vídeos! Ouvindo o vídeo veio aqui, o que é identidade para psicanalise? um abraço!
Como vc vê o livro do Paul precisado “ eu sou o monstro que vos fala”?
Ótimo tema. Professor poderia falar sobre sua opinião sobre psicólogos e psicanalistas Bolsonaristas.
Dr. Christian, obrigado por me responder com essa bela aula.
Posso te garantir que no caso de meu filha que se revela, aos 34 anos. Para mim não houve falha da entrada do pai na relação mãe e filho.
O que observei, foi trauma na fase pré-edifica e trauma intrauterino, gravidez muito conturbada. Pai com transtorno de personalidade borderline, uma predisposição para a esquizofrenia da parte materna. Estresse e confusões mentais no adoecimento vivenciados pelos avós maternos.
É isso, não nos cabe julgar e sim escutar.
E no caso da transexualidade há a manifestação de dor, de inadequadas, de sofrimento.
Crucial Denate.- nossos dias no global
Insightfull
Na minha turma de amigos homossexuais, percebemos uma coisa em comum entre "nós". Que nossos pais estavam querendo um filho do sexo oposto ao nosso, na gravidez.
Mas se fosse assim, todas as mulheres seriam lésbicas
Excelente
De vez que, excetuando casos muitíssimos raros, apenas uma
espécie de produto sexual - óvulos ou sêmen - está presente numa pessoa, os
senhores, contudo, não poderão senão ter dúvidas quanto à importância
decisiva desses elementos e devem concluir que aquilo que constitui a
masculinidade ou a feminilidade é uma característica desconhecida que foge
do alcance da anatomia. Freud conferência 33.
Diva demais
Parabéns, Dunker e Cossi, pelo vídeo instigante e bastante necessário em relação a um tema absolutamente recorrente em suas abordagens. Bom saber que, em meio a realidade brasileira de tamanha desrazão e discriminações, os temas transsexualidade, transgeneralidade, transidentidade, suas problemáticas e anseios encontram espaços de trato e acolhida. Um abraço aos dois.
Grato pelo retorno, Dunker.
Eu li q o Edipo.nao é desejo pela mae etc mas um sentimento de sufocaçao.pela mae e um desejo de liberdade. Li num.livro chamado A negaçao da morte
E aquela idéia de que existiria: A Mulher ou seja alguém que não passa pela castração. O sujeito iria se sentir mais mulher do que qualquer mulher ????.
Christian chamando atenção de que há coisas anacrônicas em Freud, mas também há coisas bastante avançadas. Coisas que foram avançadas no tempo dele e permanecem sendo avançadas até hoje -- Freud defendia a condição de uma bissexualidade na medida em que, no édipo , há uma identificação com a mãe e uma identificação com o pai, o pai é tomado como objeto e a mãe é tomada como objeto
O Édipo é cultural e histórico. Refere-se a UM tipo de entrada na linguagem. "Os Bororo" têm outra entrada... Temos q parar de ser etnocentricos, voltar à erudição de Freud na Antropologia...de hoje, e não de Levi-Strauss...
Pro Money o "ambiente" se refere à estruturação dos "lovemaps", q é um conceito determinista, e à educação. Nada a ver com os "fantasmas", tb deterministas,
da psicanálise
Debate...
Já que a biologia é estática e a identidade é não definitiva, então que toda a teoria seja com base no seu objetivo nuclear. É errado dizer isso?
FINALLY!
Querido, sou artista, gay cisgênero, estudante de psicanálise e terapeuta quântico. Semana passada, tivemos uma discussão on lone na aula de Movimento (dissidentes de Freud) sobre este assunto. Quero parabenizar a ti e, principalmente, ao (gatíssimo....rs) Rafael por me elucidar tanto, abrindo espaços para mais e mais pesquisas. Tenho uma paciente de acolhimento quântico que é transexual e abordamos muito esta construção de performance de gênero, como algo que deve ressoar como expressão do amor e de sua manifestação no corpo físico (no meu ponto de vista, também nos corpos quânticos). Vocês arrasaram ! Gratidão !
Então porque não dizer transidentidade?
Mas a Ciencia ja descobriu q o DNA nao é absoluto. Exustem diversos sexos e nao 2 com muitos generos. Ja li sobre isso era inteessante uma live com geneticista tbem
Tem propaganda youtuberística do Bozó nos seus vídeos, Dunker!
A questao dos generos na real é a segunda revolução sexual, pelo q parece
fiquei frustrada com a abordagem, a abordagem sobre genero como conceito e definicao foi bem negligenciado
Eu acho que trans é moda tipo tatuagem tipo todo mundo ta fazendo
O fenômeno criança trans fala muito mais do desejo da mãe e/ou dos pais
Legaliza 🌞🌿✨
Adoro seus vídeos, mas o modelo de diálogo é ruim comparado aos videos mais tradicionais do canal. Na minha opinião.
Embora eu também desejasse os formato respondendo diretamente as questões levantadas, me parece exatamente que o formato de diálogo transparece o quanto a própria temática na psicanálise está em pleno debate e construção. Alguns vídeos do canal são como breve aulas conceituais ou até mesmo opiniões de Dunker, mas neste caso talvez ainda não caiba um vídeo nesses moldes
dunker por favor analise o senhor dos anéis, tem semanas que eu e meus amigos ficamos analisando os personagens e estamos enlouquecendo