Só consegui ler e entender "Grande Sertão: Veredas", do Guimarães Rosa, quando fui conviver com pessoas do mundo rural. Para entender discussões mais teóricas no campo da Psicanálise, é preciso no mínimo um percurso de análise pessoal e alguma leitura básica. Tem uma galera que, ao invés de estudar mais, prefere criticar aquele que ensina o que essa galera não se esforça pra entender. O Rafael é um estudioso, não é um coach ou influencer.
Gostei demais! Diferentemente de um colega aqui, eu acho que a maneira como ele construiu foi muito feliz, basicamente a maneira como o dunker constrói as suas elocubrações; o que ocorre é que o pensamento é muito atravessado por vários pensadores ao longo do tempo e na contemporaneidade e é de alta complexidade, não dá para simplificar. Parabéns!
Agradeço muitíssimo por tratarem do tema. Preciado é um gênio e sua bomba atômica jogada na psicanálise merece ser analisada de maneira séria. Creio que vocês assim o fizeram. Um monstruoso abraço! ⚧️
Com os vídeos do Rafael Kalaf, percebe-se claramente que esse é um tema complexo dentro da psicanálise, é preciso muito estudo para compreendermos como o contexto cultural e social nos impôs modos de viver até aqui. Como psicanalista em formação e atendendo uma demanda alta do público LGBTQIA+ estou sempre envolvida em meio a questões como essa. Obrigada Rafael e ao prof. Dunker por esses vídeos que não trazem solução, mas nos ajudam a pensar que apesar das diferenças, sejam elas em quaisquer âmbito, como humanos. Necessitamos estar inseridos dentro de uma cultura de aceitação e acolhimento pelo que se é e quer ser, para nos mantermos saudáveis psiquicamente.
Parabéns ao Canal, ao Rafael e ao Dunker pela abordagem de tópico tão complexo, a partir de articulações múltiplas e da reflexão não redutora. Amei! Vai ajudar muito meus estudos sobre o feminino! Obrigada!
Rafael muito preciso e claro! Gostaria de deixar algumas indicações: O livro de Miquel Bassols, A diferença sexual não existe no inconsciente. E de Éric Marty El sexo de los modernos. Se puder comentar sobre esses trabalhos! Obrigada Christian e Rafael!
O Rafa é incrível. Parece-me que o caráter didático produzido pelo objeto "canal" produz uma espécie de "semitransferencia" que é didática através do discurso do outro "comentários"
Eu fiz exatamente essa pergunta porque li o livro What is sex? Da Zupančič e não tinha entendido nada 😅. Muito obrigado pela explicação!! Muito clara!!
Diferença sexual é diferença ontológica (ou seja, ela está inscrita no próprio ser das coisas, na maneira pela qual as coisas se tornam o que elas são). Em termos hegelianos, a pluralidade de posições ocorre porque o Um não consegue ser Um em paz (por ser insuficiente), daí ele dividir-se. Mas o que esta pluralidade atesta é que há uma rachadura no próprio universal. Sendo assim, o pluralismo alegre dos liberais é somente uma mistificação ideológica. Não há os Vários porque também não há o Um, este só existe como tentativa de superação da sua insuficiência.
Ahhhh um sonho meu é participar de um bate papo com você, Christian. Eu fico assistindo seus vídeos e mostro para alguns amigos e eles entendem, mas não muito rs então eu pauso o vídeo e explico da minha maneira mesmo rs eles entendem e continuamos a assistir. Acho que seria legal um quadro tipo isso rs chamar uma pessoa que gosta de psicanálise pra comentar, conversar, enfim sobre um tema sugerido por vocês, saca!? Hahaha eu acho q seria daora
Excelente! Ótimo percurso do meu xará Rafael. Instigou a ir até o fim do vídeo. Traz Ricardo Goldenberg! Sinto falta de escutá-lo novamente. Jorge Sesarino seria outro bom nome para o canal.
No primeiro travessão uma colocação, no segundo travessão uma resposta, indicando que o binarismo é significante, não tem significado (é formal, sem conteúdo a priori). - O ideal seria não existir mais gênero feminino ou masculino. Já que gênero nos colocam dentro de caixinhas, características, e maneiras que devemos agir, pensar... Existir. Sem gênero, não existe disforia de gênero, por exemplo. Não gosto dos posicionamentos de Butler, de forma alguma. E realmente, nunca vi ela dizendo algo sobre isso (sobre gênero neutro, ou abolição do gênero). - Não sei se esse é o ideal, mas o ponto é que isso não é controlável. Me parece que o que vc propõe está visando um meio de não haver qualquer tipo de conflito interno, mas isso não é possível, pq não somos como os outros animais. A falta é estrutural, e isso não é necessariamente ruim. O binarismo, a diferença sexual, em si e por si mesma apenas determina uma diferenciação, que em si mesma é vazia, é apenas formal, tanto que na psicanálise é chamada de mínima diferença, a questão é que se vai criando camadas de associações sobre essa mínima diferença (muitas vezes inconscientes), e sob ela aspectos culturais passam por naturais. Que essa mínima diferença não determine nada em si e por si mesma, é visível no fato de que existem culturas que opõem o que seja masculino e o que seja feminino a partir de critérios completamente diferentes de como essa divisão é produzida em nossa cultura. Há culturas tribais por exemplo, em que são os homens que se maquiam e se produzem para as mulheres, usam brinco e tudo, um exemplo de que o binarismo apenas marca uma diferença, mas não decide nada quanto ao que vai estar de um lado ou outro do binário. Na psicanálise o outro lado do binário é uma projeção, uma suposição imaginária mais ou menos inconsciente, do que seria o desejo do Outro sexo/gênero, serve para mascarar a falta estrutural numa suposta natureza de como deveria se dar a relação entre os polos do binário (macho e fêmea tal como seria na natureza mesma), no fundo é um esquema pronto em que a pessoa imagina que apenas vá se encaixar ( tal como ocorre aos outros animais ), é uma defesa imaginária contra a angústia e o fato de que, se a pessoa quiser ter uma relação autêntica, ela terá que desenvolver um modo de se relacionar, que não necessariamente precisa de moldes prontos ( ou de identidade com o que o coleguinha pertencente ao mesmo grupo gosta).
É preciso ter lugar para a possibilidade de ter a base sim do binário como a realidade da vida. O que acontece na subjetivação é outro processo. Prometer atender o desejo de "multiplicidade" é manter as pessoas infantilkizadas. Deveria-se olhar a filosofia do TAO .Yang e Yin. Sem inveja de falo. Mulher tem útero e gera. Há mistério no simbólico feminino. Isso é empoderador.
"O dao dá vida à unidade; / a unidade gera um par; / o par concebe uma tríade; / a tríade dá a luz às dez mil coisas. / As dez mil coisas dão as costas para a Yin e abraçam o Yang. [...]" (Laozi, Dao de jing, trecho do capítulo 42, UNESP, 2016) Será que, considerando essa passagem, a multiplicidade não seria um desenvolvimento natural do dao e do par, e não necessariamente uma infantilização? Tem esta outra passagem também, que acho que complementa minha questão: "Alcance o vazio infinito, / preserve o silêncio e seriedade, / e todas as dez mil coisas surgirão: / é assim que contemplo o retorno delas. / As coisas são abundantes e frondosas, / cada uma volta à sua raiz. / Voltar à raiz denomina-se silêncio, / é o que chamo voltar ao destino. / Voltar ao destino chama-se permanência, / conhecer a permanência nomeia-se brilho. / Quem não conhece a permanência, age desastradamente e traz a ruína para si. / Quem conhece a permanência, tolera; / por tolerar, é imparcial; / sendo imparcial, torna-se rei; / uma vez rei, modela-se pelo céu; / caso se modele pelo céu, unifica-se com o dao. / E unificando-se com o dao, perdurará. / Mesmo que seu corpo pereça, não sofrerá perigo." (ibid., capítulo 16)
uma duvida, creio que nao só a heterosexualidade se encerra si a partir da mesma, pois, em relaçao a essa binariedade que se constitui o reconhecimento de feminilidade e masculinidade dentro das transgeneridades, assim como em relaçao a nao-binariedade, entao estas deveriam ser erradicado tambem? para, a partir daí, reconstituirmos formas de satisfaçao e gozo a serem reconhecidos como identidades contemporaneas coerentes conosco de fato? pois, não há como excluir a constituição historica da questão tanto porque se inclui isto na discução disso ou daquilo em relação a um não isso (da binariedade, também constituida
Ja q vc está trazendo pessoas para falar sobre sexualidade, sugestoes: Guilherne Terreri (Rita von Hunty) Amara Moira, Cassia Kiss, seria bacana pessias q vivem e professam sexualidade de forma diversa umas das outras: hoje no Brasil sexualidade se mistura com religiao e bolsonarismo. Abrir o leque para esses estudios seria importante. Marcia Tiburi e outras feministas, Alexandre Frota, trazer incels, bolsonaristas enfim tem tantas pessoas representantes de tantas vertentes, Monique Prada, Laerte, Giovana Ewbank, Monique Evans, Bruna Linzmeyer,
Achei a apresentação confusa muito por conta do excesso de referências apresentadas durante a fala. É importante contextualizar o debate, mas acho que o excesso de referências deixou o sentido do que se pretendia afirmar ou sugerir ofuscado. Acredito que se as referências fossem colocadas no final do vídeo seria mais proveitoso para o entendimento. Citar demais destitui o discurso de sua liberdade opinativa ao ancorar cada expressão a uma filiação determinada. Melhor soltar as âncoras e deixar o barco navegar mais solto e sem receio dos ventos que o tema espinhoso provoca.
Eu acho que a maneira como ele construiu foi muito feliz, basicamente a maneira como o dunker constrói as suas elocubrações; o que ocorre é que o pensamento é muito atravessado por vários pensadores ao longo do tempo e na contemporaneidade e é de alta complexidade, não dá para simplificar
Queria retificar que se o lado falico é universal, ele não é um universal tal qual o pensamento ocidental conhece. O universal falico é um universal furado, ao-menos-um que não.
Pela incrível rapidez com que o meu comentário (totalmente pertinente e verdadeiro, vale a pena pontuar) foi apagado, parece que ele foi certeiro o suficiente. :)
Não binário me parece apenas um problema de linguagem novo em cima de algo que já é antigo, o andrógeno. A pessoa que se diz não binário geralmente é alguém de um sexo com adereços masculinos e femininos. Tipo uma mulher com corte de cabelo masculino, brincos femininos, camisa masculina. Ou um homem com brincos, barba e vestido. Ora... Há a presença de dois gêneros e não a ausência de nenhum. O nome de disso é andrógeno. Outra coisa. Só se pode transar com homem e mulher, o que se chama bissexualidade. Afinal é ilegal e doentio querer transar com outra coisa que não seja um homem ou uma mulher, né... Então não existe não binario. Existe andrógeno bissexual
@@pedrinhodokrl bom, se vc me mostrar alguém não binário que não seja um andrógino bissexual eu posso mudar de ideia. Se conseguir uma pessoa que use adereços de algo que não seja masculino ou feminino (deve ser de outro planeta) ai eu posso mudar de ideia
@@leodemetrius vc não consegue entender a complexidade do espectro de gênero pq associa expressão de gênero com identidade de gênero. roupa, acessório, cabelo, maneirismos e outras coisas simplesmente não tem gênero. a interpretação do indivíduo a respeito do próprio gênero se dá de forma subjetiva de acordo com a sua própria realidade. pessoas não binarias não se vestem 50% homem e 50% mulher, elas se vestem como se sentem confortáveis e ser não binário não significa "estar no meio" do espectro de gênero, significa simplesmente não participar da maneira dicotômica que o gênero se da na heteronormatividade
Taxativo ??? E a teoria da sexualidade quando Freud separa três nichos de estudo de campo da homossexualidade para explicar o termo como sendo da neurose e aberração, está lá na obra onde na carta ele diz que não é uma doença , mas u. Distúrbio e por isso tratamos, Freud o pai da psicanálise escreve não eu ok ❤️
Quando Freud cita essa questão nos 3 Ensaios, ele mesmo se apropria do que era pensado como "aberração" e inverte esse conceito, dizendo que não é algo que se deva considerar como tal, mas uma variação da sexualidade, assim como a heterossexualidade. Também fala sobre a diferença sexual partindo do atributo do falo (no campo da fantasia) no complexo de Édipo, e que se teria formas de lidar com isso. O "não binarismo" que é citado no vídeo é em relação ao que se não resume em homem ou mulher, um como mais completo ou outro como menos, mas um campo onde o desejo - que é o "motor" de investimento dos sujeitos - se desloca.
Só consegui ler e entender "Grande Sertão: Veredas", do Guimarães Rosa, quando fui conviver com pessoas do mundo rural. Para entender discussões mais teóricas no campo da Psicanálise, é preciso no mínimo um percurso de análise pessoal e alguma leitura básica. Tem uma galera que, ao invés de estudar mais, prefere criticar aquele que ensina o que essa galera não se esforça pra entender. O Rafael é um estudioso, não é um coach ou influencer.
Perfeito!
Comentário perfeito.
Aula perfeita 🌹
Só quem vive sabe
Quem passa pela mesma experiência
Gostei demais! Diferentemente de um colega aqui, eu acho que a maneira como ele construiu foi muito feliz, basicamente a maneira como o dunker constrói as suas elocubrações; o que ocorre é que o pensamento é muito atravessado por vários pensadores ao longo do tempo e na contemporaneidade e é de alta complexidade, não dá para simplificar. Parabéns!
Agradeço muitíssimo por tratarem do tema. Preciado é um gênio e sua bomba atômica jogada na psicanálise merece ser analisada de maneira séria. Creio que vocês assim o fizeram. Um monstruoso abraço! ⚧️
O Chris dando pitaco no fundo eu rachando o bico kkjjkkkjjkkjh
Maravilhosa aula!
Parabéns, muita clareza, está à altura do Dr Cristian.
Com os vídeos do Rafael Kalaf, percebe-se claramente que esse é um tema complexo dentro da psicanálise, é preciso muito estudo para compreendermos como o contexto cultural e social nos impôs modos de viver até aqui. Como psicanalista em formação e atendendo uma demanda alta do público LGBTQIA+ estou sempre envolvida em meio a questões como essa. Obrigada Rafael e ao prof. Dunker por esses vídeos que não trazem solução, mas nos ajudam a pensar que apesar das diferenças, sejam elas em quaisquer âmbito, como humanos. Necessitamos estar inseridos dentro de uma cultura de aceitação e acolhimento pelo que se é e quer ser, para nos mantermos saudáveis psiquicamente.
Quanto ao vídeo.... céloko! Fodaaa, Rafael foi foda!
Muito bom
O professor não deixou respostas deixou sim perguntas, e aí que há pensamento é ai que há aprendizado. Gostei muito!!!
Dunker, conversa com a Leda Paulani da FEA-USP sobre trabalho e neoliberalismo
Parabéns ao Canal, ao Rafael e ao Dunker pela abordagem de tópico tão complexo, a partir de articulações múltiplas e da reflexão não redutora. Amei! Vai ajudar muito meus estudos sobre o feminino! Obrigada!
Rafael muito preciso e claro! Gostaria de deixar algumas indicações: O livro de Miquel Bassols, A diferença sexual não existe no inconsciente. E de Éric Marty El sexo de los modernos. Se puder comentar sobre esses trabalhos! Obrigada Christian e Rafael!
Gosto muito da Maria Rita Kehl. Poderiam convidá-la para abordar o tema "Depressão "?
Muito muito bom vídeo! As referências são fantásticas, um verdadeiro guia pra quem quer se aprofundar! Parabéns!
O Rafa é incrível. Parece-me que o caráter didático produzido pelo objeto "canal" produz uma espécie de "semitransferencia" que é didática através do discurso do outro "comentários"
Muito legal! Mas também bem difícil. Tive que rememorar vários conceitos... terei que reler alguns trabalhos e voltar ao vídeo.
Uau. Que mar de nós. Temática intrigante, mas necessário. Agradeço pelo compartilhamento dessas indagações e das referidas referências e conteúdo.
Maravilhosos os dois professores!
Essa discussão me fascina muito! Obrigada pelo vídeo e pelo trabalho Rafael!!
Incrível esse conteúdo, essas reflexões a respeito das críticas que a psicanálise recebe quanto às discussões de sexo/gênero
Eu fiz exatamente essa pergunta porque li o livro What is sex? Da Zupančič e não tinha entendido nada 😅. Muito obrigado pela explicação!! Muito clara!!
Diferença sexual é diferença ontológica (ou seja, ela está inscrita no próprio ser das coisas, na maneira pela qual as coisas se tornam o que elas são). Em termos hegelianos, a pluralidade de posições ocorre porque o Um não consegue ser Um em paz (por ser insuficiente), daí ele dividir-se. Mas o que esta pluralidade atesta é que há uma rachadura no próprio universal. Sendo assim, o pluralismo alegre dos liberais é somente uma mistificação ideológica. Não há os Vários porque também não há o Um, este só existe como tentativa de superação da sua insuficiência.
Livrão bom demais
Ahhhh um sonho meu é participar de um bate papo com você, Christian. Eu fico assistindo seus vídeos e mostro para alguns amigos e eles entendem, mas não muito rs então eu pauso o vídeo e explico da minha maneira mesmo rs eles entendem e continuamos a assistir.
Acho que seria legal um quadro tipo isso rs chamar uma pessoa que gosta de psicanálise pra comentar, conversar, enfim sobre um tema sugerido por vocês, saca!?
Hahaha eu acho q seria daora
assunto delicado... achei muito bacana, reflexões essenciais, queria que fosse compreensível a todo gênero humano ! Valeu profs.
Excelente! Ótimo percurso do meu xará Rafael. Instigou a ir até o fim do vídeo. Traz Ricardo Goldenberg! Sinto falta de escutá-lo novamente. Jorge Sesarino seria outro bom nome para o canal.
E Maria Rita Kehl p falar de depressão ou feminino 🥰
Excelente aula!
Tô muito feliz que esse vídeo foi feito!
Tb
Maravilhoso, verdadeiro!!!
Baita aula 👏👏
O tema é riquíssimo! Infinito!
excelente
Aula maravilhosa!
Ótimo!
Vídeo foda! Parabéns
Sade teria algo a contribuir nessa discussão?
No primeiro travessão uma colocação, no segundo travessão uma resposta, indicando que o binarismo é significante, não tem significado (é formal, sem conteúdo a priori).
- O ideal seria não existir mais gênero feminino ou masculino. Já que gênero nos colocam dentro de caixinhas, características, e maneiras que devemos agir, pensar... Existir. Sem gênero, não existe disforia de gênero, por exemplo. Não gosto dos posicionamentos de Butler, de forma alguma. E realmente, nunca vi ela dizendo algo sobre isso (sobre gênero neutro, ou abolição do gênero).
- Não sei se esse é o ideal, mas o ponto é que isso não é controlável. Me parece que o que vc propõe está visando um meio de não haver qualquer tipo de conflito interno, mas isso não é possível, pq não somos como os outros animais. A falta é estrutural, e isso não é necessariamente ruim. O binarismo, a diferença sexual, em si e por si mesma apenas determina uma diferenciação, que em si mesma é vazia, é apenas formal, tanto que na psicanálise é chamada de mínima diferença, a questão é que se vai criando camadas de associações sobre essa mínima diferença (muitas vezes inconscientes), e sob ela aspectos culturais passam por naturais. Que essa mínima diferença não determine nada em si e por si mesma, é visível no fato de que existem culturas que opõem o que seja masculino e o que seja feminino a partir de critérios completamente diferentes de como essa divisão é produzida em nossa cultura. Há culturas tribais por exemplo, em que são os homens que se maquiam e se produzem para as mulheres, usam brinco e tudo, um exemplo de que o binarismo apenas marca uma diferença, mas não decide nada quanto ao que vai estar de um lado ou outro do binário. Na psicanálise o outro lado do binário é uma projeção, uma suposição imaginária mais ou menos inconsciente, do que seria o desejo do Outro sexo/gênero, serve para mascarar a falta estrutural numa suposta natureza de como deveria se dar a relação entre os polos do binário (macho e fêmea tal como seria na natureza mesma), no fundo é um esquema pronto em que a pessoa imagina que apenas vá se encaixar ( tal como ocorre aos outros animais ), é uma defesa imaginária contra a angústia e o fato de que, se a pessoa quiser ter uma relação autêntica, ela terá que desenvolver um modo de se relacionar, que não necessariamente precisa de moldes prontos ( ou de identidade com o que o coleguinha pertencente ao mesmo grupo gosta).
Excelente. Só faltou uma pessoa trans pra debater. Recomendo Beatriz Bagagli
Por que será então que Lacan usa terminologia Homem e Mulher nas fórmulas de sexuação?
É preciso ter lugar para a possibilidade de ter a base sim do binário como a realidade da vida. O que acontece na subjetivação é outro processo. Prometer atender o desejo de "multiplicidade" é manter as pessoas infantilkizadas. Deveria-se olhar a filosofia do TAO .Yang e Yin. Sem inveja de falo. Mulher tem útero e gera. Há mistério no simbólico feminino. Isso é empoderador.
"O dao dá vida à unidade; / a unidade gera um par; / o par concebe uma tríade; / a tríade dá a luz às dez mil coisas. / As dez mil coisas dão as costas para a Yin e abraçam o Yang. [...]" (Laozi, Dao de jing, trecho do capítulo 42, UNESP, 2016)
Será que, considerando essa passagem, a multiplicidade não seria um desenvolvimento natural do dao e do par, e não necessariamente uma infantilização? Tem esta outra passagem também, que acho que complementa minha questão:
"Alcance o vazio infinito, / preserve o silêncio e seriedade, / e todas as dez mil coisas surgirão: / é assim que contemplo o retorno delas. / As coisas são abundantes e frondosas, / cada uma volta à sua raiz. / Voltar à raiz denomina-se silêncio, / é o que chamo voltar ao destino. / Voltar ao destino chama-se permanência, / conhecer a permanência nomeia-se brilho. / Quem não conhece a permanência, age desastradamente e traz a ruína para si. / Quem conhece a permanência, tolera; / por tolerar, é imparcial; / sendo imparcial, torna-se rei; / uma vez rei, modela-se pelo céu; / caso se modele pelo céu, unifica-se com o dao. / E unificando-se com o dao, perdurará. / Mesmo que seu corpo pereça, não sofrerá perigo." (ibid., capítulo 16)
Freud é claro sobre a questão de ser uma idealidade do eu , ou seja, d a fantasia
uma duvida, creio que nao só a heterosexualidade se encerra si a partir da mesma, pois, em relaçao a essa binariedade que se constitui o reconhecimento de feminilidade e masculinidade dentro das transgeneridades, assim como em relaçao a nao-binariedade, entao estas deveriam ser erradicado tambem? para, a partir daí, reconstituirmos formas de satisfaçao e gozo a serem reconhecidos como identidades contemporaneas coerentes conosco de fato? pois, não há como excluir a constituição historica da questão tanto porque se inclui isto na discução disso ou daquilo em relação a um não isso (da binariedade, também constituida
Ja q vc está trazendo pessoas para falar sobre sexualidade, sugestoes: Guilherne Terreri (Rita von Hunty) Amara Moira, Cassia Kiss, seria bacana pessias q vivem e professam sexualidade de forma diversa umas das outras: hoje no Brasil sexualidade se mistura com religiao e bolsonarismo. Abrir o leque para esses estudios seria importante. Marcia Tiburi e outras feministas, Alexandre Frota, trazer incels, bolsonaristas enfim tem tantas pessoas representantes de tantas vertentes, Monique Prada, Laerte, Giovana Ewbank, Monique Evans, Bruna Linzmeyer,
Cássia Kis?
garrafa de klein ?
Achei a apresentação confusa muito por conta do excesso de referências apresentadas durante a fala. É importante contextualizar o debate, mas acho que o excesso de referências deixou o sentido do que se pretendia afirmar ou sugerir ofuscado. Acredito que se as referências fossem colocadas no final do vídeo seria mais proveitoso para o entendimento. Citar demais destitui o discurso de sua liberdade opinativa ao ancorar cada expressão a uma filiação determinada. Melhor soltar as âncoras e deixar o barco navegar mais solto e sem receio dos ventos que o tema espinhoso provoca.
Eu acho que a maneira como ele construiu foi muito feliz, basicamente a maneira como o dunker constrói as suas elocubrações; o que ocorre é que o pensamento é muito atravessado por vários pensadores ao longo do tempo e na contemporaneidade e é de alta complexidade, não dá para simplificar
Já por outro lado traz mais firmeza ao mesmo discurso, uma vez que a linha de raciocínio das autoras citadas não seguem a heteronormatividade.
Num ato falho o Rafael troca binariedade por banalidade. A verdade se encontra no equívoco.
não entendi nada
Queria retificar que se o lado falico é universal, ele não é um universal tal qual o pensamento ocidental conhece. O universal falico é um universal furado, ao-menos-um que não.
Pela incrível rapidez com que o meu comentário (totalmente pertinente e verdadeiro, vale a pena pontuar) foi apagado, parece que ele foi certeiro o suficiente. :)
fofoca pela metade quase mata fofoqueira
Explanação tão confusa e dispersiva, que ao final da exposição me apareceu uma dúvida terrível: sou mulher ou o que ,? Kkkkkk
Não binário me parece apenas um problema de linguagem novo em cima de algo que já é antigo, o andrógeno. A pessoa que se diz não binário geralmente é alguém de um sexo com adereços masculinos e femininos. Tipo uma mulher com corte de cabelo masculino, brincos femininos, camisa masculina. Ou um homem com brincos, barba e vestido. Ora... Há a presença de dois gêneros e não a ausência de nenhum. O nome de disso é andrógeno. Outra coisa. Só se pode transar com homem e mulher, o que se chama bissexualidade. Afinal é ilegal e doentio querer transar com outra coisa que não seja um homem ou uma mulher, né... Então não existe não binario. Existe andrógeno bissexual
se vc disse eh verdade
@@pedrinhodokrl bom, se vc me mostrar alguém não binário que não seja um andrógino bissexual eu posso mudar de ideia. Se conseguir uma pessoa que use adereços de algo que não seja masculino ou feminino (deve ser de outro planeta) ai eu posso mudar de ideia
@@leodemetrius vc não consegue entender a complexidade do espectro de gênero pq associa expressão de gênero com identidade de gênero. roupa, acessório, cabelo, maneirismos e outras coisas simplesmente não tem gênero. a interpretação do indivíduo a respeito do próprio gênero se dá de forma subjetiva de acordo com a sua própria realidade. pessoas não binarias não se vestem 50% homem e 50% mulher, elas se vestem como se sentem confortáveis e ser não binário não significa "estar no meio" do espectro de gênero, significa simplesmente não participar da maneira dicotômica que o gênero se da na heteronormatividade
@@leodemetrius Fechou com a sua cara hein 🤭
Tá na hora do Jair..
Taxativo ??? E a teoria da sexualidade quando Freud separa três nichos de estudo de campo da homossexualidade para explicar o termo como sendo da neurose e aberração, está lá na obra onde na carta ele diz que não é uma doença , mas u. Distúrbio e por isso tratamos, Freud o pai da psicanálise escreve não eu ok ❤️
Quando Freud cita essa questão nos 3 Ensaios, ele mesmo se apropria do que era pensado como "aberração" e inverte esse conceito, dizendo que não é algo que se deva considerar como tal, mas uma variação da sexualidade, assim como a heterossexualidade.
Também fala sobre a diferença sexual partindo do atributo do falo (no campo da fantasia) no complexo de Édipo, e que se teria formas de lidar com isso. O "não binarismo" que é citado no vídeo é em relação ao que se não resume em homem ou mulher, um como mais completo ou outro como menos, mas um campo onde o desejo - que é o "motor" de investimento dos sujeitos - se desloca.
Noooossa...que complexo pra mim 😨
O Dunker nao fala nada do assunto. Nai faz parte da sua clinica pelo tipo
Calada vence kkkkk
Não entendi nada...
Não entendi nada