o filme me lembrou de Priscilla, da Sofia Coppola, no uso que faz da fotografia mais sombria e na maneira como em vários momentos os personagens falam baixo ou sussurrando
O final faz mais sentido no livro. O livro aborda a questão da memória e do Alzheimer mais profundamente. Mesmo estando em um estágio mais avançado da doença, Eunice reconhece as notícias da Comissão da Verdade do que aconteceu com Rubens e chega a responder "Tadinho, tadinho, tadinho". É um momento bem tocante e acredito que tenha mais impacto em uma maior contextualização, acho que isso também vale para o que ocorre depois de 70. O título do filme também faria mais sentido já que a frase "Ainda Estou Aqui" era repetida por ela várias vezes.
Faz sentido. Acho que ele poderia ter contextualizado mais a parte final nesse sentido. Entendo que o Salles quis trabalhar mais com uma sugestão disso tudo, mas perde um pouco a força levando em conta a abordagem mais direta do resto do filme.
Eu acho uma pena que muitos brasileiros só dão "valor" pro cinema brasileiro quando se trata de Oscar, depois é provável que nem tenham interesse por outros bons filmes estão sendo ou ja foram lançados. Felizmente estamos em uma ótima fase do cinema nacional e acho que ainda é preciso ter uma divulgação internacional pros filmes daqui chegarem em mais pessoas, uma pena por uma parte. Que as pessoas vejam no cinema se puderem e que procurem mais do nosso cinema.
Eu acho que o Oscar ajuda na divulgação, mas essa ideia de que o filme PRECISA de um Oscar pra se legitimar é errada mesmo. Vários grandes filmes mal são premiados por aí e se tornam grandes clássicos. Só o tempo mesmo pra julgar. E mais irônico é que a própria Torres já ganhou prêmio de atuação em Cannes pelo filme do Jabor, que é até mais interessante que Oscar.
Entendo que o final perde um pouco de força, mas achei tocante o fato de q mesmo com Alzheimer ela teria visto o marido na TV e lembrado dele. Alem de ser um pouco ironico que alguem com Alzheimer lembra da epoca da ditadura enquanto, hoje em dia, tantas pessoas "sãs" estao parecendo esquecer nosso passado.
Gostei muito como o ato de registrar é recorrente e como muitas vezes é um incômodo pra ditadura, seja a Vera filmando a abordagem, o disco do Caetano, até o próprio corpo do Rubens é um registro que precisa ser ocultado. Concordo sobre o final mas a cena da Eunice fechando o álbum é uma das minhas favoritas do Walter, dá um alívio gigantesco.
O final não me frustrou propriamente, entendi que foi importante essa ilustração ou exposição pois afinal a fase de sofrimento agudo dos personagens já nos havia envolvido como espectadores de tal forma que encerrar desse jeito foi um quase um alívio do ponto de vista dramático Para finalizar sua análise foi muito boa , estava esperando por ela
Eu vi na pre estreia e achei maravilhoso,saí da sessão muito emocionado e fiquei com o choro engasgado na garganta justamente nos últimos 40 minutos,apesar de ter ficado bem tocado durante o restante da obra.Naquele momento dos minutos finais,discordo de você,achei justamente ali o momento de emoção de constatação real da ficha caindo pesada sobre nossas cabeças.Apesar de sabermos que o Rubens Paiva estivesse morto pela ditadura,ali os sentimentos afloram ao ver a família se despedindo da casa como se despedisse do pai.Ali eu desabei e achei o restante uma conclusão muito bem feita num salto à idade avançada de Eunice,mostrando a importância de tudo aquilo ali que ficou na memória,por isso a quebra de estética,pois tudo ali pra trás fazia parte da sua memória e do autor.É sensacional!
Achei o filme maravilhoso. Concordo com tudo quase tudo que você disse, menos sobre a parte final. O trecho nos anos 2010, pra mim, foi o filme que, até então negava a catarse, atingindo seu ápice dramático. Como se o choro só pudesse ser liberado e o descanso só pudesse ser alcançado depois do reconhecimento dos crimes da ditadura e a investigação dos crimes, e toda a brutalidade que o filme só sugere do começo ao fim é exposta de forma bem escancarada no final (através da notícia na TV descrevendo os crimes e depois as imagens reais apresentadas) para passar esse sentimento de alívio adiado sendo descarregado de uma vez só. Afinal, só pode haver descanso quando houver (ou vermos) a justiça. Achei esse filme incrível, apesar de não gostar de Central do Brasil. Sinto que no filme de 98 o Salles filmava a pobreza com exotismo, sem se relacionar com ela, apenas vendo de forma distante, além de ser um filme que não soa sincero justamente por estar submetido a um virtuosismo que torna tudo muito artificial, engessado, prevísivel.
Eu também enxergo esse distanciamento no Central. Mas eu vejo isso mais como a escolha de alguém que prefere se utilizar de convenções clássicas pra tratar daquela premissa justamente por não ter intimidade com aquilo e por não conhecer aquela realidade. Acho até bom o fato dele não fingir uma falsa proximidade. E esse aspecto exótico me incomoda mais no Abril Despedaçado. Ainda que eu tenha problemas com algumas cenas específicas do Central.
Gosto da sutileza que o Salles entrega ao ir esvaziando o cenário da casa, do momento da prisão até a mudança para SP. Além de q ele consegue explorar bem o melodrama sem soar piegas (não que seja um problema, mas n combinaria com as decisões estéticas do filme).
Acho que o maior desafio da atuação e do drama foi lidar com algo intenso, mas sempre a partir desse equilíbrio e sem cair pra algo exagerado. Como você disse, não que isso seria ruim, mas o conceito do filme é outro.
que o diretor - playboy tardio e bilhardario - e a atriz - que nos sequestra os impostos para financiar esses filmes ruins , mal feitos e que trazem sempre uma sensação de vitimismo que facilmente se transforma em rancor - me devolvam os impostos que pago de forma precisa pois naome cobsultaram sobre a decisão de financiar essa coisa aí...
o filme me lembrou de Priscilla, da Sofia Coppola, no uso que faz da fotografia mais sombria e na maneira como em vários momentos os personagens falam baixo ou sussurrando
comentário perfeito. um deleite ter uma crítica tão bem argumentada de um filme que está chegando em um público tão grande.
Muito obrigado, Igor! Que bom que curtiu a crítica!
baita filme! no final foi difícil conter as lágrimas.
O final faz mais sentido no livro. O livro aborda a questão da memória e do Alzheimer mais profundamente. Mesmo estando em um estágio mais avançado da doença, Eunice reconhece as notícias da Comissão da Verdade do que aconteceu com Rubens e chega a responder "Tadinho, tadinho, tadinho". É um momento bem tocante e acredito que tenha mais impacto em uma maior contextualização, acho que isso também vale para o que ocorre depois de 70.
O título do filme também faria mais sentido já que a frase "Ainda Estou Aqui" era repetida por ela várias vezes.
Faz sentido. Acho que ele poderia ter contextualizado mais a parte final nesse sentido. Entendo que o Salles quis trabalhar mais com uma sugestão disso tudo, mas perde um pouco a força levando em conta a abordagem mais direta do resto do filme.
Eu acho uma pena que muitos brasileiros só dão "valor" pro cinema brasileiro quando se trata de Oscar, depois é provável que nem tenham interesse por outros bons filmes estão sendo ou ja foram lançados. Felizmente estamos em uma ótima fase do cinema nacional e acho que ainda é preciso ter uma divulgação internacional pros filmes daqui chegarem em mais pessoas, uma pena por uma parte. Que as pessoas vejam no cinema se puderem e que procurem mais do nosso cinema.
Eu acho que o Oscar ajuda na divulgação, mas essa ideia de que o filme PRECISA de um Oscar pra se legitimar é errada mesmo. Vários grandes filmes mal são premiados por aí e se tornam grandes clássicos. Só o tempo mesmo pra julgar. E mais irônico é que a própria Torres já ganhou prêmio de atuação em Cannes pelo filme do Jabor, que é até mais interessante que Oscar.
Entendo que o final perde um pouco de força, mas achei tocante o fato de q mesmo com Alzheimer ela teria visto o marido na TV e lembrado dele. Alem de ser um pouco ironico que alguem com Alzheimer lembra da epoca da ditadura enquanto, hoje em dia, tantas pessoas "sãs" estao parecendo esquecer nosso passado.
não é assim que funciona alzheimer
Gostei muito como o ato de registrar é recorrente e como muitas vezes é um incômodo pra ditadura, seja a Vera filmando a abordagem, o disco do Caetano, até o próprio corpo do Rubens é um registro que precisa ser ocultado. Concordo sobre o final mas a cena da Eunice fechando o álbum é uma das minhas favoritas do Walter, dá um alívio gigantesco.
O final não me frustrou propriamente, entendi que foi importante essa ilustração ou exposição pois afinal a fase de sofrimento agudo dos personagens já nos havia envolvido como espectadores de tal forma que encerrar desse jeito foi um quase um alívio do ponto de vista dramático
Para finalizar sua análise foi muito boa , estava esperando por ela
Eu vi na pre estreia e achei maravilhoso,saí da sessão muito emocionado e fiquei com o choro engasgado na garganta justamente nos últimos 40 minutos,apesar de ter ficado bem tocado durante o restante da obra.Naquele momento dos minutos finais,discordo de você,achei justamente ali o momento de emoção de constatação real da ficha caindo pesada sobre nossas cabeças.Apesar de sabermos que o Rubens Paiva estivesse morto pela ditadura,ali os sentimentos afloram ao ver a família se despedindo da casa como se despedisse do pai.Ali eu desabei e achei o restante uma conclusão muito bem feita num salto à idade avançada de Eunice,mostrando a importância de tudo aquilo ali que ficou na memória,por isso a quebra de estética,pois tudo ali pra trás fazia parte da sua memória e do autor.É sensacional!
Acabei de voltar do cinema, filme lindo e forte em muitos sentidos. Fiquei muito feliz de ver a sessão cheia.
Na minha sessão tinha bastante gente também!
Ótima crítica. Vi o filme hoje e gostei muito, mas concordo que os epílogos são um pouco genéricos
Também achei o final um tanto deslocado do restante do final e até anticlimatico, mas nada que estrague a experiência.
A cena da Montenegro me parece reciclada de A Vida Invisível.
Eu não diria reciclada, até porque cada uma tem o seu contexto, mas na hora também me lembrou.
Achei o filme maravilhoso. Concordo com tudo quase tudo que você disse, menos sobre a parte final. O trecho nos anos 2010, pra mim, foi o filme que, até então negava a catarse, atingindo seu ápice dramático. Como se o choro só pudesse ser liberado e o descanso só pudesse ser alcançado depois do reconhecimento dos crimes da ditadura e a investigação dos crimes, e toda a brutalidade que o filme só sugere do começo ao fim é exposta de forma bem escancarada no final (através da notícia na TV descrevendo os crimes e depois as imagens reais apresentadas) para passar esse sentimento de alívio adiado sendo descarregado de uma vez só. Afinal, só pode haver descanso quando houver (ou vermos) a justiça.
Achei esse filme incrível, apesar de não gostar de Central do Brasil. Sinto que no filme de 98 o Salles filmava a pobreza com exotismo, sem se relacionar com ela, apenas vendo de forma distante, além de ser um filme que não soa sincero justamente por estar submetido a um virtuosismo que torna tudo muito artificial, engessado, prevísivel.
Eu também enxergo esse distanciamento no Central. Mas eu vejo isso mais como a escolha de alguém que prefere se utilizar de convenções clássicas pra tratar daquela premissa justamente por não ter intimidade com aquilo e por não conhecer aquela realidade. Acho até bom o fato dele não fingir uma falsa proximidade. E esse aspecto exótico me incomoda mais no Abril Despedaçado. Ainda que eu tenha problemas com algumas cenas específicas do Central.
Ótima crítica
Ótima crítica. Assisti ao filme hoje e gostei também.
Gosto da sutileza que o Salles entrega ao ir esvaziando o cenário da casa, do momento da prisão até a mudança para SP. Além de q ele consegue explorar bem o melodrama sem soar piegas (não que seja um problema, mas n combinaria com as decisões estéticas do filme).
Acho que o maior desafio da atuação e do drama foi lidar com algo intenso, mas sempre a partir desse equilíbrio e sem cair pra algo exagerado. Como você disse, não que isso seria ruim, mas o conceito do filme é outro.
Tava esperando essa crítica ❤
Ouvi um comentário sobre o filme que resume bem o pensamento do público geral, gostei mas poderia ter mais drama
Adorei o vídeo, mestre.
Valeu!
Também me frustei um pouco com o final, acho que o alzheimer poderia ser mais explorado. Mas baita filme.
❤❤
Pretende ver o Motel Destino do Karim?
Pretendo sim.
60 milhões de petistas vão lotar os cinemas!! SERÁ???
Ser contra tortura e assassinato agr é ser petista?
que o diretor - playboy tardio e bilhardario - e a atriz - que nos sequestra os impostos para financiar esses filmes ruins , mal feitos e que trazem sempre uma sensação de vitimismo que facilmente se transforma em rancor - me devolvam os impostos que pago de forma precisa pois naome cobsultaram sobre a decisão de financiar essa coisa aí...
Mimimimimi
Mimimimimi
Mimimimimi
Como você é burro, cara! Desculpa!
Chora mais alto, facho!
ESPETACULAR MARAVILHOSO ❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤❤
O FILME NÃO TEM DEFEITOS
CHOREI VOCÊ ESTÁ TOTAL EQUIVOCADO ....QUE RIDÍCULO