Tem um vídeo do Ora Thiago "O Imaginário Fascista na Cultura Pop: é possível escapar?" que ela aborda muito bem esse assunto usando o Tropa de Elite com um dos exemplos. É excepcional!
Grande análise Arthur! Minha opinião sobre o filme é semelhante a sua, o Padilha é um covarde nunca que ele vai assumir que a culpa é dele, e sim vai dizer que a culpa é do público que não entendeu que o Nascimento é um "vilão" e não um herói.
Além disso, há um podcast com o Braúlio Mantovani falando que o protagonista nem seria o Capitão Nascimento, seria o Mathias. Mas segundo ele, na montagem o filme estava "chato" e só ficava legal o filme quando o Capitão Nascimento entra na história. O que gera ainda mais confusão.
O filme atingiu profundamente as emoções do grande público (positiva ou negativamente), isso não dá pra negar. Ninguém ficou indiferente a Tropa de Elite.
Isso é muito Reproduzir falas de certos filmes polêmicos assim sem contexto Só lembrar de um certo programa dé humor que mostrava sempre um Político falando toda sorte de besteiras possíveis apenas pras pessoas rirem dele e ele chegou na presidência!
Um filme que toca um batidão foda na hora que mostra o protagonista estuprando um cara com um cabo de vassoura não pode ser outra coisa além de positivamente apologético com a violência demonstrada. Engraçada toda essa disposição do diretor de dar entrevista "explicando" o filme quando na verdade ele só está deixando evidente seu fracasso como artista na obra em específico.
Eu gosto bastante do tropa de elite, principalmente do primeiro e não vi muito sentido nessas críticas porque soam como se esses críticos quisessem impor uma conclusão ao filme. Quanto ao Capitão nascimento, não houve fuga alguma, o personagem é claramente um anti-herói justiceiro, assim como Batman ou rorschach e quanto a violência, ela é utilizada como um elemento estético. PS: Eu entendo que utilizar violência policial como elemento estético é algo discutível moralmente, porém, o mesmo é feito amplamente em relação a violência de criminosos e eu nunca vi crítico algum problematizar isso.
Nada a ver com o tema do vídeo em si, mas preciso comentar. Não me considero cinéfilo, mas ultimamente estou assistindo mais cinema do que nunca, e sempre fico feliz quando tem um vídeo seu a respeito do filme que assisti. Muito bom.
Penso que o espectador brasileiro foi herdando com o consumo do cinema dos EUA essa compreensão de protagonista = herói. E o narrador como alguém que conta a verdade. Me parece que na Europa, existia (e até hoje) mais essa percepção de estar contando uma história e não necessariamente guiada por um boneco que a gente tem que se afeiçoar. Inclusive porque as vezes ele é o "vilão". E daí mesmo quando isso é importado pela nova Hollywood, vai gradualmente se tornando essa figura do "anti-herói".
Se você quer uma obra que te apresente um panorama histórico completo e atualizado, a melhor é essa que eu mostrei (os dois volumes do Nova História do Cinema Brasileiro). Mas também gosto muito de alguns livros com recortes mais específicos como Cinema Brasileiro Moderno (do Ismail), Cinema brasileiro: propostas para uma história (do Bernardet) e recomendo muito a coleção de textos do Paulo Emílio "Uma situação colonial?"
Concordo inteiramente. Não gosto do filme, um roteiro oportunista, semelhante a tantos filmes americanos nível streaming netflix . Filme fácil que desperdiça atores. Tuoto, posso estar errada, mas a meu ver o nosso cinema peca pela falta de bons roteiros, e mais corajosos. Há exceções, com certeza, mas na sua maioria, falta mais coragem e autenticidade ao desenvolver uma ideia. Seus comentários são excelentes e me fazem querer rever Calmon, Bressane e tantos outros diretores que você menciona.
Eu acho que existe uma limitação de temas e de abordagens estéticas. Algo que parte muito de alguns vícios de filmes "humanistas" e realistas da retomada principalmente. Tô preparando uma série de vídeos sobre cinema brasileiro em que vou tratar disso com mais profundidade.
Fico com o argumento da Tarantino quando choveram críticas sobre Perseguidor Implacável (1971)e seu protagonista: "O argumento dos detratores do filme era cristalino. O que estava em questão era o fato de Perseguidor Implacável apoiar a ideologia fascista, não a qualidade cinematográfica. E esse suposto elemento fascista foi denunciado a exaustão pelos críticos... Cinquenta anos depois, o filme permanece sendo uma façanha do cinema de gênero. As platéias que se divertiram assistindo ao longa nas últimas décadas não se tornaram reacionárias . Nem precisaram adotar uma postura moral fascista para gostar dele." E no fim, é so uma grande obra do cinema nacional que o tempo julgará e, ao meu ver, julgará bem.
Discordo bastante da base do seu raciocínio no começo. O filme não eh apenas o que se mostra em imagens mas também o que se narra. O filme não eh onisciente, mas sim parcial. Tem uma narrativa dentro da narrativa. Ele toma remédios controlados. E isso tolda a sua forma de contar a história. Então a lógica eh uma lógica doente. Essa eh a genialidade do filme e por isso ganhou Berlim. Essa eh sua importância social.
Entao, en esta misma linea de critica podria "Civil war" entrar en el mismo discurso, aclaro que nunca vi tropa de elite, puede ser un preconceito, por que nao gosto muito de esses filmes, error por que también escrebo sobre cine, mais escutando a critica pareciera que estou escutando uma critica a "civil war", concorda?
No sentido do civil war tentar justificar as ações dos personagens através de uma humanização rasa e sempre ficar num lugar seguro na relação dos personagens com o espectador?
Oi professor, não vejo como problema ou covarde a humanização dos personagens em tropa de elite. Acredito que a posição política do filme é culpabilizar o sistema mesmo, numa lógica de o homem nasce bom, porém o meio o corrompe.
Eu acho que a maneira que ele vibra com os atos de maldade vai bem além disso. Ele quer culpar o sistema, quer romantizar a violência e quer humanizar o personagem ao mesmo tempo. Vira uma zona que só busca por apelos imediatos com o espectador.
Nem fascista e nem covarde. Corajoso por mostrar a verdade mais crua possível, vivida por anos no estado do Rio de Janeiro. Um narco-estado entregue ao crime organizado e que chegou a níveis extremos de violência e insegurança. Quem vive em estados como RJ, São Paulo e outros nessa mesma situação, infelizmente (ou felizmente) teve o capitão Nascimento como seu novo herói do cinema. Não o herói que o povo merece, mas que precisava para enfrentar a criminalidade com extrema dureza naquele momento (e ainda hoje também). Sabe por que personagens tomados pelo estresse e comportamentos extremos viram heróis na ficção? Porque na vida real, o povo está de saco cheio.
Perfeito. Não tem nenhuma diferença entre tropa de elite e os heróis de HQs que crescemos lendo: Super homem, batman, etc. A gente cresce torcendo pro herói bater no vilão e salvar o dia, e essa é a realidade de quem vive no Rio de Janeiro. Essa é exatamente a percepção que tenho vivendo aqui. Sabe quando o Chris brinca que o filme favorito dele era Rocky porque via um negro batendo em um branco? É essa a sensação de um carioca assistindo à Tropa de Elite. É o herói improvável batendo em quem bate na gente na vida real. Isso não é fascismo, não é covardia. É o ser humano em seu mais absoluto natural estado. Os fascistas em Tropa de Elite são outros personagens: O governador, o Rocha, O coronel, etc. É preciso tomar cuidado na hora de usar esses adjetivos banalizados. O capitão nascimento é violento, machista e algumas outras coisas horríveis. Ainda assim, não é fascista e ainda assim é o herói
Não. Bandido bom, por definição, não existe. A não ser que o Estado deturpado transforme a imagem do cidadão comum que o incomoda em um bandido, num falso bandido. Aí, talvez, essa narrativa cole.
Antigamente eu amava o cap nascimento, hj eu odeio falei isso uma vez em vez de perguntarem o porque da minha mudança de ideia disseram que se eu entrasse pra policia ia ser igual como se eu tivesse dito que odiava a policia em vez de dizer que odiava o Cap nascimento!
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Tem um vídeo do Ora Thiago "O Imaginário Fascista na Cultura Pop: é possível escapar?" que ela aborda muito bem esse assunto usando o Tropa de Elite com um dos exemplos. É excepcional!
Grande análise Arthur! Minha opinião sobre o filme é semelhante a sua, o Padilha é um covarde nunca que ele vai assumir que a culpa é dele, e sim vai dizer que a culpa é do público que não entendeu que o Nascimento é um "vilão" e não um herói.
Assistir Tuoto em 1.25 é um caminho sem volta
Que boa surpresa ver a prof. Sheila sendo citada. Conheci ela no programa de pós em comunicação audiovisual da UAM.
Além disso, há um podcast com o Braúlio Mantovani falando que o protagonista nem seria o Capitão Nascimento, seria o Mathias. Mas segundo ele, na montagem o filme estava "chato" e só ficava legal o filme quando o Capitão Nascimento entra na história. O que gera ainda mais confusão.
Falei sobre isso no vídeo! Essa centralização no Nascimento reforça muito do meu problema como filme.
Pra mim o Matias ainda é o protagonista
Fico com muita curiosidade em imaginar como o filme seria se o Matias fosse o protagonista
@@petitnicollas seria a mesma coisa, sem a narração. No corte que conhecemos ele ainda é o personagem que se transforma. Todo o arco ainda é dele.
Com aquela droga de narração transformaram noutro filme
O filme atingiu profundamente as emoções do grande público (positiva ou negativamente), isso não dá pra negar. Ninguém ficou indiferente a Tropa de Elite.
Me lembro que em 2007 eu tava na 5ª série e a galera de todas as idades falavam e reproduziam falas do filme de tão marcante que foi o filme
Isso é muito
Reproduzir falas de certos filmes polêmicos assim sem contexto
Só lembrar de um certo programa dé humor que mostrava sempre um
Político falando toda sorte de besteiras possíveis apenas pras pessoas rirem dele e ele chegou na presidência!
"pede pra sair!" Era um clássico
@Anavoig14-f2w EXATO! haha
Gosto de Deserto Particular e gostaria de ouvir seu comentário a respeito. Acho interessantes Céu de Sueli, Boi neon, e adoro Santiago.
Ótimo video!
Um filme que toca um batidão foda na hora que mostra o protagonista estuprando um cara com um cabo de vassoura não pode ser outra coisa além de positivamente apologético com a violência demonstrada. Engraçada toda essa disposição do diretor de dar entrevista "explicando" o filme quando na verdade ele só está deixando evidente seu fracasso como artista na obra em específico.
A música é das coisas que me incomoda também. Até por fazer isso de modo bem óbvio e forçado.
Nunca vi um cineasta mais cínico que o Padilha.
Eu gosto bastante do tropa de elite, principalmente do primeiro e não vi muito sentido nessas críticas porque soam como se esses críticos quisessem impor uma conclusão ao filme. Quanto ao Capitão nascimento, não houve fuga alguma, o personagem é claramente um anti-herói justiceiro, assim como Batman ou rorschach e quanto a violência, ela é utilizada como um elemento estético.
PS: Eu entendo que utilizar violência policial como elemento estético é algo discutível moralmente, porém, o mesmo é feito amplamente em relação a violência de criminosos e eu nunca vi crítico algum problematizar isso.
Como o batman kkkkk cara dá um tiro de escopeta no final. O outro protege o coringa a todo custo
Nada a ver com o tema do vídeo em si, mas preciso comentar. Não me considero cinéfilo, mas ultimamente estou assistindo mais cinema do que nunca, e sempre fico feliz quando tem um vídeo seu a respeito do filme que assisti. Muito bom.
Ótima indicação de livro.
Penso que o espectador brasileiro foi herdando com o consumo do cinema dos EUA essa compreensão de protagonista = herói. E o narrador como alguém que conta a verdade.
Me parece que na Europa, existia (e até hoje) mais essa percepção de estar contando uma história e não necessariamente guiada por um boneco que a gente tem que se afeiçoar. Inclusive porque as vezes ele é o "vilão".
E daí mesmo quando isso é importado pela nova Hollywood, vai gradualmente se tornando essa figura do "anti-herói".
Depois que o vi o filme peruano na boca do lobo , comecei a ver o tropa de elite com esse olhar.
Tuoto, você tem mais recomendações de livros essenciais pra estudar o cinema brasileiro?
Se você quer uma obra que te apresente um panorama histórico completo e atualizado, a melhor é essa que eu mostrei (os dois volumes do Nova História do Cinema Brasileiro). Mas também gosto muito de alguns livros com recortes mais específicos como Cinema Brasileiro Moderno (do Ismail), Cinema brasileiro: propostas para uma história (do Bernardet) e recomendo muito a coleção de textos do Paulo Emílio "Uma situação colonial?"
Concordo inteiramente. Não gosto do filme, um roteiro oportunista, semelhante a tantos filmes americanos nível streaming netflix . Filme fácil que desperdiça atores. Tuoto, posso estar errada, mas a meu ver o nosso cinema peca pela falta de bons roteiros, e mais corajosos. Há exceções, com certeza, mas na sua maioria, falta mais coragem e autenticidade ao desenvolver uma ideia. Seus comentários são excelentes e me fazem querer rever Calmon, Bressane e tantos outros diretores que você menciona.
Eu acho que existe uma limitação de temas e de abordagens estéticas. Algo que parte muito de alguns vícios de filmes "humanistas" e realistas da retomada principalmente. Tô preparando uma série de vídeos sobre cinema brasileiro em que vou tratar disso com mais profundidade.
Fico com o argumento da Tarantino quando choveram críticas sobre Perseguidor Implacável (1971)e seu protagonista: "O argumento dos detratores do filme era cristalino. O que estava em questão era o fato de Perseguidor Implacável apoiar a ideologia fascista, não a qualidade cinematográfica. E esse suposto elemento fascista foi denunciado a exaustão pelos críticos... Cinquenta anos depois, o filme permanece sendo uma façanha do cinema de gênero. As platéias que se divertiram assistindo ao longa nas últimas décadas não se tornaram reacionárias . Nem precisaram adotar uma postura moral fascista para gostar dele."
E no fim, é so uma grande obra do cinema nacional que o tempo julgará e, ao meu ver, julgará bem.
Eu gosto de tudo no filme. Bizarro. Mas é pq eu tenho moral quase 0.
Kkkkkkk
Ótimo vídeo
Um Tropa de Elite 3 faria sentido? O que poderia ser abordado para ser interessante?
Levando em conta o que ele fez no 2, acho que só iria piorar ainda mais a situação.
O capitão Nascimento levando um montão de porrada pra mim ia ser interessantíssimo!
Discordo bastante da base do seu raciocínio no começo.
O filme não eh apenas o que se mostra em imagens mas também o que se narra.
O filme não eh onisciente, mas sim parcial. Tem uma narrativa dentro da narrativa.
Ele toma remédios controlados. E isso tolda a sua forma de contar a história.
Então a lógica eh uma lógica doente.
Essa eh a genialidade do filme e por isso ganhou Berlim. Essa eh sua importância social.
Entao, en esta misma linea de critica podria "Civil war" entrar en el mismo discurso, aclaro que nunca vi tropa de elite, puede ser un preconceito, por que nao gosto muito de esses filmes, error por que también escrebo sobre cine, mais escutando a critica pareciera que estou escutando uma critica a "civil war", concorda?
No sentido do civil war tentar justificar as ações dos personagens através de uma humanização rasa e sempre ficar num lugar seguro na relação dos personagens com o espectador?
Oi professor, não vejo como problema ou covarde a humanização dos personagens em tropa de elite. Acredito que a posição política do filme é culpabilizar o sistema mesmo, numa lógica de o homem nasce bom, porém o meio o corrompe.
Eu acho que a maneira que ele vibra com os atos de maldade vai bem além disso. Ele quer culpar o sistema, quer romantizar a violência e quer humanizar o personagem ao mesmo tempo. Vira uma zona que só busca por apelos imediatos com o espectador.
🆙
Nem fascista e nem covarde.
Corajoso por mostrar a verdade mais crua possível, vivida por anos no estado do Rio de Janeiro. Um narco-estado entregue ao crime organizado e que chegou a níveis extremos de violência e insegurança. Quem vive em estados como RJ, São Paulo e outros nessa mesma situação, infelizmente (ou felizmente) teve o capitão Nascimento como seu novo herói do cinema. Não o herói que o povo merece, mas que precisava para enfrentar a criminalidade com extrema dureza naquele momento (e ainda hoje também). Sabe por que personagens tomados pelo estresse e comportamentos extremos viram heróis na ficção? Porque na vida real, o povo está de saco cheio.
Perfeito. Não tem nenhuma diferença entre tropa de elite e os heróis de HQs que crescemos lendo: Super homem, batman, etc. A gente cresce torcendo pro herói bater no vilão e salvar o dia, e essa é a realidade de quem vive no Rio de Janeiro. Essa é exatamente a percepção que tenho vivendo aqui. Sabe quando o Chris brinca que o filme favorito dele era Rocky porque via um negro batendo em um branco? É essa a sensação de um carioca assistindo à Tropa de Elite. É o herói improvável batendo em quem bate na gente na vida real. Isso não é fascismo, não é covardia. É o ser humano em seu mais absoluto natural estado. Os fascistas em Tropa de Elite são outros personagens: O governador, o Rocha, O coronel, etc. É preciso tomar cuidado na hora de usar esses adjetivos banalizados. O capitão nascimento é violento, machista e algumas outras coisas horríveis. Ainda assim, não é fascista e ainda assim é o herói
Bandido bom é bandido morto taókei? kkk, um abraço aí Arthur!
Não.
Bandido bom, por definição, não existe. A não ser que o Estado deturpado transforme a imagem do cidadão comum que o incomoda em um bandido, num falso bandido. Aí, talvez, essa narrativa cole.
Se fosse assim político bom era político morto
Ótimo filme! Só mostra a realidade!
Pra mim e um filme fascista sim
Porem e um filme fascista apenas pela faltade capacidade dos seus realizadores
Certa vez comentei que Capitão Nascimento não era um herói e quase fui crucificado pelos fascistóides de plantão.
Cuidado. Fascistóides têm tendência a serem estatólatras.
Antigamente eu amava o cap nascimento, hj eu odeio falei isso uma vez em vez de perguntarem o porque da minha mudança de ideia disseram que se eu entrasse pra policia ia ser igual como se eu tivesse dito que odiava a policia em vez de dizer que odiava o Cap nascimento!