Resenhas e Críticas 5: "O que penso de Tolkien"

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  • Опубликовано: 23 ноя 2024

Комментарии • 174

  • @pablocosta8738
    @pablocosta8738 4 месяца назад +52

    Boa noite, professor. Quando tiver terminado a arrumação de sua biblioteca, faça um vídeo mostrando-a!

    • @GabrielRibeiro-ky2mc
      @GabrielRibeiro-ky2mc 4 месяца назад +10

      Apoio totalmente.

    •  4 месяца назад +25

      Assim o farei. Obrigado.

    •  4 месяца назад +10

      @@GabrielRibeiro-ky2mc Muito obrigado.

    • @atman3501
      @atman3501 4 месяца назад +4

      Excelente ideia, tem meu apoio.

    •  4 месяца назад +4

      @@atman3501 Muito obrigado.

  • @rafaelmendes972
    @rafaelmendes972 4 месяца назад +24

    Sobriedade, agudeza de raciocínio e refinada elegância, virtudes sempre presentes em suas lúcidas resenhas. Fico-lhe grato!

    •  4 месяца назад +4

      Quem agradece sou eu.

  • @porkinbrJMJ
    @porkinbrJMJ 4 месяца назад +20

    Excelente vídeo Professor!

    • @bruno_0902
      @bruno_0902 4 месяца назад +7

      top 10 pessoas que eu não esperava ver aqui

    • @sacul889
      @sacul889 4 месяца назад +3

      Que legal, não conhecia o seu canal. Acabei de me inscrever!

    •  4 месяца назад +2

      Muito obrigado.

    •  4 месяца назад +1

      @@sacul889 Muito obrigado.

  • @ryan_de_moraes
    @ryan_de_moraes 2 месяца назад +1

    Excelente vídeo! Sem dúvidas o senhor é o melhor guia para os jovens católicos na atualidade!

    •  2 месяца назад

      Sem palavras para agradecer-lhe devidamente. Tenha-me a seu dispor.

  • @OtavioSouza-h3y
    @OtavioSouza-h3y 4 месяца назад +46

    O significado central do Senhor dos Anéis é simples: existem fardos que não queremos carregar, mas precisamos suportá-los até o fim como peregrinos neste mundo.
    É uma mensagem tremendamente cristã. Se aplicada ao contexto brasileiro, no qual as pessoas tendem a desistir à vista do primeiro obstáculo, mostra-nos que temos muito a melhorar.

    • @Elizabete422
      @Elizabete422 4 месяца назад +3

      Simplesmente lêem, gostam ou não. A 60 anos, a ignorância vem tomando conta do cerebro do católico a respeito da vida cristã.
      É preciso usar personagens católicos para se fazer entender.

    • @joaocarlosemeteriodossanto9543
      @joaocarlosemeteriodossanto9543 4 месяца назад

      Bela análise.

  • @doreinocatolico
    @doreinocatolico 4 месяца назад +22

    Saudações, Professor Carlos! Salve Maria Santíssima! Há seis anos atras eu fiz um vídeo falando sobre a polêmica da época envolvendo a Montfort e o curso do Padre Paulo Ricardo.
    Eu comentei na época: "Primeiramente, eu gosto muito das obras de Tolkien e entendo sobre a mitologia criada por ele, sou categórico em afirmar que ele não é um autor gnóstico, mas tampouco seu livro deve ser tido por obra católica, pois aquilo que constitui a razão de ser do livro não tem por finalidade ser instrumento do catolicismo.
    Um exemplo de obra de ficção católica é o Padre Brown de Chesterton que se vale de um personagem fictício para expressar sua visão de mundo católica, a diferença é que essa obra tem a essência católica e sua finalidade também é católica.
    O Senhor dos Anéis é um excelente livro de fantasia - o melhor em seu gênero sem dúvidas, o que há de compatível com o catolicismo na obra é reflexo da pessoa de Tolkien que era um bom católico, mas a obra per se não é católica, pois não foi concebida para ser, diferentemente da obra de Chesterton.
    O livro pode ser melhor aproveitado por um leitor católico que pode mais perfeitamente identificar o que há de sublime e católico em Tolkien, mas esses elementos passam desapercebidos por qualquer leitor que não seja católico - e ainda assim, para vê-los tem de ser um católico com certo nível intelectual, o que por sua vez exige um esforço intelectual para estuda-lo e realizar releituras para extrair aquele tipo de conteúdo, o que torna totalmente tola a posição de que as pessoas venham a se converter lendo-o - e de utilizá-lo como método pedagógico superior, substituindo o Catecismo da catequese, ou dar menor valor ao uso do mesmo.
    É falsa a proposição de que a fantasia tem maior potencial de penetrar verdades no espírito, isso é colocar a imaginação acima da razão, o que acaba por anular a razão de ser do intelecto. Portanto, todo esse demasiado valor dado ao livro é um grande exagero por parte de muitos, uma vez que ele não foi escrito tendo essa finalidade que muitos querem dá-lo.
    Há basicamente dois lados nesse conflito: o lado dos “nerds” católicos que tratam a obra como se fosse algo de valor imenso e tendo caráter doutrinal e de catequese, e o outro é formado por católicos “puritanos” que tratam a obra como se a mesma devesse ser queimada na fogueira, tratando toda e qualquer fantasia como algo intrinsecamente má. Com efeito, nenhum dos lados estão corretos, ambos estão exagerando e o que proponho é remover os exageros de ambos lados".
    Alem do mais, Sobre o "tomismo implícito" nas obras de Tolkien e outros assuntos.
    Se houvesse alguma espécie de "tomismo implícito" nas obras de Tolkien, já não seria mais tomismo, porque o tomismo é claro e realista, a filosofia e teologia que está no Legendarium é implícita na maioria das vezes o que já contraria o principio escolástico. Ademais, toda tentativa de colocar a imaginação acima da razão e consequentemente o fictício acima do real é loucura. De fato, como já diz o Mestre Angélico, a saber, Santo Tomás de Aquino: "O brincar é necessário para a vida humana". Com efeito, é totalmente lícito que busquemos uma diversão sadia, lendo livros de qualidade para nos descontrairmos das tensões da vida.
    A forma como o mundo foi criado pelo deus uno "Eru" que é apresentado no Silmarillion não se expressa de maneira católica, a Doutrina Católica nos ensina que Deus Infinitamente perfeito em sua infinita bondade que é Uno e Trino (conceito inexistente em Eru) criou as coisas do nada (ex-nihilo), não precisou de intermediadores (não precisou de nenhum ser angélico para criar as coisas, diferentemente dos Ainur do Tolkien que embora não possuam poder por si mesmos, eles agem como "co-criadores" do Universo e de todas as coisas criadas) - vide a história do canto da criação.
    Ora, se uma pessoa não sabe nada da Doutrina Católica e ao ler Tolkien, jamais saberia do suposto catolicismo nesse livro, além de que se for para utilizar a tese de que esses escritos são como que "O Antigo Testamento" já é um erro, porque significa que uma pessoa que lê Hobbit e Senhor dos Anéis teria que ler todos os demais livros e fazer um amplo estudo para enxergar um catolicismo implícito, perdendo muitas horas que poderiam ser usadas para estudar livros de Doutrina Católica, espiritualidade dos santos, etc, ademais, colocar os livros fantasiosos de Tolkien numa linha imaginaria temporal de "Antigo Testamento" seria também como colocá-los num patamar de auxiliares das escrituras o que é absurdo.
    Ademais, há diferença entre obras que possuem gnosticismo ou que são gnósticas em ato, ora, há pessoas que são gnósticas e nem se dão conta, muitas vezes até nós falamos algumas besteiras ordinárias que são materialmente gnósticas, todavia não nos tornamos gnósticos por isso, o fato de haver "gnose" nos livros de Tolkien não o torna um gnóstico formal.
    Por fim, se pegarmos todo o Legendarium do Tolkien que se juntados de ordem cronológica correta, ler com cautela, podemos até obter noções de certos valores católicos, todavia, são implícitos e é necessário de muito tempo de dedicação para enxergá-los, ademais, não apenas nas obras de Tolkien podemos encontrar isso, mas também várias obras ficcionais de autores pagãos. Além de que é necessário ser primeiramente católico para ver estes elementos, pois um pagão, um infiel, um mundano que lesse jamais se converteria lendo isso, eis que a maioria esmagadora dos "nerds-geeks" não são católicos e não se importam com Religião.
    Além do mais, quanto ao argumento da Bíblia, de fato os gnósticos dos primeiros séculos deturparam as Sagradas Escrituras e foram necessários santos para combatê-los, em especial o Irineu de Lião, todavia, isso não torna as Escrituras "gnóstica", pois a essência escrita nos livros sagrados é intrinsecamente boa, pois vem de Deus, os hagiógrafos sagrados são infalíveis pela assistência do Espírito Santo, todavia a interpretação do leitor não o é.
    Ora, dizer que precisamos de um "especialista" ou "especialistas" para interpretarmos corretamente as obras de Tolkien é forçar a barra, ainda mais quando se trata de um livro que traz consigo muitos elementos mitológicos que são diferentes dos elementos mais "míticos" encontrados na bíblia que embora reais, são críveis, todavia, as coisas mitológicas em Tolkien existem apenas dentro daquele mundo fictício.
    O problema está no fato de hereges darem sentido gnóstico para ela, por isso necessitamos do Santo Magistério para nos ensinar qual é a forma correta para interpretar o livro sagrado de forma correta, todavia, quanto a Tolkien não se trata de um livro sacro, mas de uma obra de fantasia, de entretenimento.
    Eu mesmo gosto muito das obras de J.R.R. Tolkien, tenho-as em minha biblioteca e são muito divertidas e ricas e recomendo a leitura delas para descontrair, todavia, essa deliberada tentativa de tornar estes livros como auxiliares para a Fé é um tanto exagerada, assim como também classificar Tolkien como um gnóstico formal.
    Por fim, se se há necessidade de se aprofundar no Legendarium de Tolkien, compreendendo com profundidade tudo aquilo que o mesmo quis transmitir, esse aprofundamento deve ser sempre com menor intensidade que se comparado ao aprofundamento que se deve ter pela Doutrina Católica.
    Ora, uma pessoa que passa mais tempo estudando Tolkien que a Fé Católica é um tolo que não sabe colocar as coisas em seus devidos lugares, leia, divirta-se, de fato, Tolkien é um gênio, um grande artista de nossos tempos modernos, não vejo alguém perdendo ou aumentando a Fé por causa dessas obras, todavia, que fique claro: não coloque suas obras como uma prioridade maior em sua vida que a leitura das Sagradas Escrituras, de um Santo Catecismo e das obras dos santos doutores e da espiritualidade e biografia dos santos".

    •  4 месяца назад +9

      Muito obrigado por seu longo e detido texto, com muitas coisas do qual concordo. Um abraço.

    • @melissamell1785
      @melissamell1785 4 месяца назад

      há 3 dias, Existe uma certa coerência em seu texto, porém, discordo em alguns pontos e no texto abaixo existem reflexões que o levarão a atualizar sua impressão sobre Tolkien.
      A luta contra o Mal, o peso do fardo carregado por um inocente para a salvação do mundo, o valor do amor e da amizade, a união em torno de um objetivo comum, todos esses valores cristãos são retratados de maneira fantástica na trilogia "O Senhor dos Anéis", do grande escritor católico J.R.R. Tolkien.
      No Brasil, as pessoas conhecem mais "O Senhor dos Anéis" pelos filmes dirigidos por Peter Jackson, mas a saga que saiu da pena de J. R. R. Tolkien é algo muito maior que isso. Reflete, em meio às aventuras de elfos, hobbits e outros seres fantásticos, a alma de um verdadeiro católico.
      Sir John Ronald Reuel Tolkien nasceu em 1892, na cidade de Bloemfontein, no território da atual África do Sul, e já muito cedo se mudou para a Inglaterra, terra natal de seus pais. O seu pai, Arthur Tolkien, morreu em 1896, deixando mulher e filhos em uma difícil situação financeira. Quando Mabel Suffield, sua mãe, passou da religião anglicana ao catolicismo, sua família negou-lhe ajuda e ela passou o martírio de cuidar sozinha de seus filhos, para que não caíssem nas mãos de seus familiares. Por causa do excesso de trabalho e do diabetes - na época, sem tratamento -, ela veio a falecer. No seu testamento, porém, estabelecia como tutor das crianças um padre jesuíta, garantindo a elas uma educação católica. Foi de tal sorte valiosa a educação que recebeu que, de seu casamento com Edith Bratt, em 1913, advieram-lhes quatro filhos, dentre os quais um tornou-se sacerdote.
      Muito embora Tolkien não tenha abordado em sua obra, de modo explícito, a questão da fé - com "O Senhor dos Anéis", ele queria simplesmente experimentar sua capacidade de aventurar-se por uma narrativa longa e que pudesse entreter os leitores -, toda ela traz, dentro de si mesma, vários valores religiosos e católicos.
      Sob a perspectiva das quatro causas de Aristóteles, é possível identificar a catolicidade do livro de Tolkien na causa formal: a forma mentis, a mentalidade que inspira toda a saga é, sem sombra de dúvida, moldada pela doutrina católica. O próprio autor reconhece que a história se passa dentro de um ethos católico.
      Ele nega, porém, que "O Senhor dos Anéis" se trate de uma alegoria, algo característico das obras de outro escritor cristão, o anglicano C. S. Lewis. Tolkien e Lewis eram amigos e uma das controvérsias que marcaram seus encontros esteve relacionada justamente à forma de escrever seus textos: aquele dizia não gostar de alegorias, pois considerava uma espécie de violência do autor contra o leitor; este, ao contrário, produzia-as aos montes, como é notável em seu célebre "As Crônicas de Nárnia". Por exemplo: quem entra em contato com esta obra mas não percebe, desde o início, que Aslam é Jesus Cristo, não consegue compreender o que se passa na história. A obra de Tolkien, neste sentido, é muito mais rica: substitui a construção alegórica por uma representação bem mais maleável. Por exemplo, os três protagonistas da obra, Frodo, Gandalf e Aragorn, são uma imagem do Cristo que ressuscita: Frodo chega perto da morte na Montanha da Perdição e, lá, derruba o anel; Gandalf morre enfrentando Balrog, mas ressuscita como Mago Branco; Aragorn, então rejeitado como um simples andarilho (ranger), torna-se o rei que retorna. Ao mesmo tempo, as três personagens representam as dimensões sacerdotal, profética e régia de Cristo: Frodo é Cristo-sacerdote, que se oferece em sacrifício para vencer o mal; Gandalf é Cristo-profeta, que com suas sabedorias e conselhos conduz aqueles que batalham contra o mal; e Aragorn é Cristo-rei, que, primeiro, era desprezado pelos seus, mas, depois, volta para reinar.
      "O Senhor dos Anéis" deve ser um livro de cabeceira, com o qual devemos gastar o tempo, quando estivermos dispostos ao lazer. O próprio Doutor Angélico reconhece a necessidade que o homem tem de descansar a sua alma com momentos lúdicos e recreativos:
      "Essas palavras e ações nas quais não se busca senão o prazer da alma chamam-se divertimentos ou recreações. Lançar mão delas, de quando em quando, é uma necessidade para o descanso da alma. E é o que diz o Filósofo, quando afirma que 'em nosso dia-a-dia, é com os jogos que gozamos de algum repouso'. Por isso, é preciso praticá-los, de vez em quando."[1]
      Cultivar uma literatura como esta é importante e não só para fins recreativos, como para a melhor compreensão da própria fé cristã. Mais importante do que o que você fará com "O Senhor dos Anéis" é o que "O Senhor dos Anéis" fará com você. A temática do livro, embora não seja diretamente a questão religiosa, conduz-nos de alguma forma a esta luta contra o mal, na qual Deus está implicitamente presente. Ainda que em momento algum Tolkien fale de Deus, a personagem principal de toda a história é Ele. A obra trata de um mundo fictício, pré-cristão, no qual estamos de alguma forma sendo preparados para Cristo - da mesma forma que o Antigo Testamento preparou nossa vontade, a filosofia grega preparou nossa inteligência e os mitos prepararam as nossas paixões para a vinda do Salvador.
      Um dos grandes problemas da pedagogia moderna é que as histórias que antes eram narradas com toda a tranquilidade para nossas crianças têm desaparecido. Elas foram substituídas por fábulas ideológicas, que lhes querem transmitir outros valores. Para evangelizar uma pessoa, é necessário recuperar essas histórias fantásticas que têm sido abandonadas por certos "educadores" contemporâneos; é importante que sejam introduzidas nela as categorias cristãs - como numa casa é preciso que haja primeiro os cômodos, para depois ser colocada a mobília. A fantasia é importante para criar espaços e preparar o terreno para Jesus.
      De que modo, então, Deus é o protagonista de "O Senhor dos Anéis"? O tema principal de toda a saga é a destruição de um anel. O anel da invisibilidade é a potência terrível do pecado original, a tentação do ser humano de colocar-se no lugar de Deus. Existem duas formas de agir dentro da história: há aquelas pessoas que, em contato com a realidade, deixam transformar a sua alma pela verdade e existem aquelas que preferem transformar a verdade, manipulá-la e pervertê-la. Os elfos têm aquele primeiro tipo de ação, benigna; eles são artistas, são co-criadores, eles criam, mas junto com Deus: fazem poesia, cantam e essas coisas são capazes de mudar os corações. Do outro lado, há os orcs, que querem perverter o mundo real - e representam, de certo modo, a "mentalidade revolucionária".
      Durante a narrativa, Tolkien abre uma janela para mostrar que a história é apenas uma preparação para o Evangelho que virá. No primeiro livro - A Sociedade do Anel -, Gandalf diz a Frodo:
      "Por trás disso havia algo mais em ação, além de qualquer desígnio de quem fez o Anel. Não posso dizer de modo mais direto: Bilbo estava designado a encontrar o Anel, e não por quem o fez. Nesse caso você também estava designado a possuí-lo. E este pode ser um pensamento encorajador"[2].
      Percebe-se na fala do Mago Branco a existência de um "desígnio", de uma providência que age por detrás da história.
      Outro exemplo de transcendência, de abertura ao divino, está em O Retorno do Rei. Quando Frodo e Sam estão já perto da Montanha da Perdição, em uma região que "parecia cheia de estalos, rangidos e ruídos dissimulados" e onde "o céu noturno estava pálido e baço", Sam avista uma estrela:
      "Lá, espiando por entre os restos de nuvens sobre uma rocha pontiaguda nas montanhas, Sam viu uma estrela branca reluzir por uns momentos. Sua beleza arrebatou-lhe o coração, quando desviou os olhos da terra desolada, e ele sentiu a esperança retornar. Pois como um raio, cristalino e frio, invadiu-o o pensamento de que afinal de contas a Sombra era apenas uma coisa pequena e passageira: havia luz e uma beleza nobre que eram eternas e estavam além do alcance dela."[3]
      Quando o ser humano se depara com muitas notícias ruins, com uma realidade às vezes pouco entusiasmante, com uma autêntica "Sombra", devolve-lhe esperança o fato de que, para além de toda a maldade e violência deste mundo, para além de toda a transitoriedade das realidades terrenas, há "luz e uma beleza nobre (...) eternas".
      Aqui se introduz o que Tolkien chama de eucatástrofe: quando o pior está acontecendo, quando a situação está ruim, quando tudo parece desesperador, acontece o contrário da catástrofe - uma "boa catástrofe". Por que as coisas são assim em "O Senhor dos Anéis"? Porque foi precisamente isto o que aconteceu 2000 anos atrás, com a ressurreição de Cristo. A partir da leitura de todas as lendas e mitos antigos, é possível perceber esta linha de continuidade: há um ambiente bom, perturbado por uma maldade, e que, depois, é redimido de alguma forma. No Evangelho, isto que estava presente apenas nos mitos fez-se carne, fez-se história. Aquilo que todos os mitos previam e que o esforço racional humano apenas alcançava imperfeitamente aconteceu de modo pleno em Cristo.
      "O Senhor dos Anéis" tem essa capacidade extraordinária de conduzir-nos ao abismo para tirar-nos de lá. É a razão presente não só na literatura, mas também na música - nas composições de Mozart, por exemplo - e em outras modalidades artísticas. Todas elas, transparecendo a Beleza, conduzem ao cume da redenção, que se realizou na história: a Cruz de nosso Senhor Jesus Cristo.

    •  4 месяца назад +2

      @@melissamell1785 Muito obrigado. Mas discordo COMPLETAMENTE. Os meios de que nos valemos podem facilitar ou impedir a consecução de nossa intenção. Mas paro por aqui, porque o que digo no vídeo é autossuficiente.

    • @melissamell1785
      @melissamell1785 4 месяца назад

      Ficaram lacunas em seu vídeo que foram preenchidas pelo texto que te enviei, mas enfim, ficou registrado a minha impressão. Salve Maria!

    •  4 месяца назад +1

      @@melissamell1785 Então tá.

  • @LucasSilva-xw7jg
    @LucasSilva-xw7jg 4 месяца назад +7

    Grata surpresa professor! Quando puder, fale sobre a obra de C. S. Lewis também.

    •  4 месяца назад +7

      Assim farei, obrigado.

  • @Senhor_Bolacha
    @Senhor_Bolacha 4 месяца назад +4

    Obrigado, excelente professor, minha pergunta! Muito satisfeito com esse vídeo! Minha total gratificação professor! Deus te abençoe e Nossa Senhora te guarde para sempre!

    •  4 месяца назад +2

      Agradeço eu, e fique com Deus.

  • @ronaldoguimaraes9552
    @ronaldoguimaraes9552 4 месяца назад +2

    A duração do vídeo fez-se necessária para o esclarecimento de tamanha confusão sobre este tipo de literatura. Mais uma vez, parabéns ao professor!

  • @BolivarChagas
    @BolivarChagas 4 месяца назад +2

    Professor Nougué, muito obrigado pela brilhante explanação. Concordo com o senhor. Paz e Bem.

    •  4 месяца назад

      Agradeço eu, e fique com Deus.

  • @alexandrerezendegrillo4442
    @alexandrerezendegrillo4442 4 месяца назад +7

    Professor Nougué: outro vídeo; novos aplausos! Gratíssimo.

    •  4 месяца назад +1

      A gratdião é minha.

  • @atman3501
    @atman3501 4 месяца назад +3

    Professor, seria interessante fazer uma resenha crítica também de " Os Sermões" do Padre Antônio Vieira. Deus o abençoe e muito obrigado pela aula.

  • @marcosgonzaga9499
    @marcosgonzaga9499 Месяц назад +1

    Vídeo muito bom. O senhor parece ser uma pessoa muito divertida.

    •  Месяц назад +1

      Muito obrigado, Marcos. Com meu abraço.

  • @comentario-mk
    @comentario-mk 4 месяца назад +20

    O que EU entendi que ele disse:
    Ele diz que há confusão na discussão da obra por conta de tolkien ser um bom exemplo de católico e isso poderia ser usado como argumento em favor da obra. Ele também diz que considera exagero dizer que tolkien era gnóstico (pelo mesmo motivo de ele ser um grande católico), e que a obra tolkien deveria ser tratada apenas como obra de arte e nada mais. Há também o exemplo que ele diz que a "divina comédia" tem mais traços de gnose do que a obra de tolkien.
    E quando se fala de mitologias, há mitologias melhores do que outras, a grega seria a melhor. E que em alguns momentos, as mitologias podem ser úteis para contar narrativas. O problema de tolkien seria que ele não se usou de homens, animais ou anjos na sua narrativa (artifícios cristãos) e isso é ruim. E o melhor seria não usar desses recursos para fazer literatura.
    Ele aponta que é compreensível que alguém goste de tolkien, porém tem coisa bem melhor; Na opinião dele, o livro auto da barca do inferno ou a obra da agatha christie são bons exemplos. O que seria incompreensível é o fanatismo que alguns tem com obras como a de tolkien ou star wars

  • @vitordesouzarodrigues7228
    @vitordesouzarodrigues7228 4 месяца назад +2

    Parabéns pela análise Professor! Deus o abençoe! Ótimo vídeo!

    •  4 месяца назад

      Muito obrigado, Vítor, e fique com Deus.

  • @raphaluz
    @raphaluz 4 месяца назад +4

    Parte das questões levantadas pelo professor são respondidas no livro ''Árvore e Folha'' em que Tolkien faz uma defesa da produção literária do gênero fantasia.

    • @allanportela9627
      @allanportela9627 4 месяца назад +3

      Bem lembrado, as poderações do Professor Nougué são interessantes e refletem tb um gosto pessoal, a meu ver ñ desmerece Tolkien, utilizando um critério de relevância católica e uso das mitologias para analisá-lo. Salutar, embora eu discorde em alguns pontos.
      Excelente vídeo.

  • @otavioaugusto9679
    @otavioaugusto9679 4 месяца назад +2

    Ótimo vídeo! Eu particularmente gosto de Tolkien, mas gostei muito da sua opinião, muito edificante!
    Se possível faça um vídeo falando sobre Sherlock Holmes, desde já agradeço!

    •  4 месяца назад +2

      Muito obrigado, Otávio, e prometo que o farei. Um grande abraço.

  • @laetificatjuventutemeam
    @laetificatjuventutemeam 4 месяца назад +11

    Professor, o senhor poderia fazer um vídeo sobre Dostoiévski no futuro?

  • @ricardocarrijo110
    @ricardocarrijo110 4 месяца назад +1

    Continue, esses vídeos estão ótimos!!

  • @miguelvitorsantiago7946
    @miguelvitorsantiago7946 4 месяца назад +3

    Concordo com o Senhor professor que precisamos não só de escritores catolico, como também promotores da literatura catolica. Chesteston por exemplo foi um grande autor de contos catolicos. Nesse contexto o estudio arte piedosa inves de produzir só produzir pequenos desenhos animado, poderia desenvovlver com bom traço versões animadas do Homem que Era Quinta Feira , O Poeta e os Lunaticos entre outros livros.

  • @miguelvitorsantiago7946
    @miguelvitorsantiago7946 4 месяца назад +2

    Adorei a live professor Nougué. Viva Cristo Rei.

    •  4 месяца назад

      Muito obrigado, e viva!

  • @FabioFlorenceEdu
    @FabioFlorenceEdu 4 месяца назад +2

    Análise bem equilibrada, professor. Mais uma vez o sr chamou a atenção para um ponto interessante: um autor do talento de Tolkien poderia ter sido muito maior se tivesse escolhido as imagens, personagens e narrativas da nossa fé como matéria de sua arte. O que é de chorar é que quem o faz hoje em dia produz coisas do nível de "The Chosen". 🤦‍♂️
    Forte abraço!

    •  4 месяца назад

      Muito obrigado, caro amigo.

  • @daniloartur4843
    @daniloartur4843 4 месяца назад

    Que esse canal cresça enormemente. Excelente novo vídeo professor! Deus te abençoe

  • @cristianadallegonsalves9650
    @cristianadallegonsalves9650 4 месяца назад +2

    Querido professor, indique o melhor livro de Agatha Cristhie, obrigada

    •  4 месяца назад +1

      Talvez Morte no Nilo. Mas farei um vídeo sobre ela.

  • @romulomarques6682
    @romulomarques6682 4 месяца назад +5

    Respondendo a sua pergunta no final do vídeo: Tolkien não se utilizou do cristianismo justamente por ele ser verdadeiro. Sua intenção inicial era fazer para a Inglaterra o que o Kalevala era para a Finlândia. Colocar o cristianismo propriamente dito em sua obra seria colocá-la no mundo primário, algo que ele não queria.
    Outro ponto que o senhor poderia se atentar é o uso da palavra "alegórico", conceito que Tolkien tinha total aversão por amarrar a obra a um significado fixo. Recomendo ao senhor a leitura do Livro "Sobre Estórias de Fadas", onde o Tolkien explica em detalhes seu conceiro de subcriação.
    Parabéns pelo vídeo extremamente respeitoso e que Deus o abençoe fortemente.

    •  4 месяца назад +2

      Muito obrigado.

  • @Ikaro_Vincente
    @Ikaro_Vincente 4 месяца назад

    Muito bom esse formato de vídeos, professor. 🌻✨❤

  • @pedrosniper14
    @pedrosniper14 4 месяца назад

    bom dia professor
    aproveitando o gancho do final do video
    poderia fazer uma 'resenha critica sobre chesterton' voltada para os livros do padre brown?
    obrigado! ótima critica!!!

  • @1eduardomanhaesems
    @1eduardomanhaesems Месяц назад +1

    Boa terde professor! Apr3cio muito o seu trabalho, o senhor possui uma sabedoria notável e uma inteligência bastante capaz! Mas nesse caso, não sei se compreendeu a proposta da obra de Tolkien da forma em que o próprio a pensou. Tolkien não gostava, de forma alguma, de alegorias, e sua obra foge totalmente disso. É uma obra que contém inegavelmente analogias, mas que não se utiliza de algo mais palpável, como "o que o Cristianismo nos dá". Essa não era pretensão de Tolkien. Não se trata de uma obra de catequese, mas uma dádiva da imaginação pautada em princípios católicos, mas sem se preocupar com referências diretas. É uma obra contemplativa. Essa é a minha humilde percepção! Um abraço e parabéns belo e grande trabalho!

    •  Месяц назад

      Abraço retribuído.

  • @joaovictors.2879
    @joaovictors.2879 4 месяца назад +8

    Reflete um pouco a minha opinião sobre a Comédia de Dante: o pessoal leva fantasia a sério demais. O erro foi interpretarem a Comédia como uma obra de Teologia (adicionando-lhe o prefixo Divina, ou chamando-lhe de Suma Teológica em verso, entre outros absurdos). O erro dos admiradores do Tolkien é exatamente o mesmo: tentar tirar de uma fantasia um tratado de teologia ou moral.

    • @sanctitatis6716
      @sanctitatis6716 4 месяца назад

      tem que ser muito ingênuo para achar que a obra dele não é moral e teológica quando o tema central é uma luta do bem contra o mal tanto em uma esfera exterior, dotada de elementos sobrenaturais e até profecia, quanto interior na alma dos mesmos personagens

    • @juliocesarfabianosaboia7330
      @juliocesarfabianosaboia7330 16 дней назад

      @@sanctitatis6716 Fantasia é fantasia, não realidade, a pessoa que não consegue distinguir fantasia de realidade é louca.

  • @futuroalgumacoisa.4307
    @futuroalgumacoisa.4307 4 месяца назад +2

    Professor, o senhor tem alguma dica para quem está começando um novo idioma? Estou tentando aprender inglês 👍

    •  3 месяца назад +1

      Sim, estudar os livros da coleção Longman.

  • @cesaraugusto7182
    @cesaraugusto7182 4 месяца назад +2

    Gostei muito de sua "crítica". Parabéns. Eu gosto de Tolkien a ponto de ter lido o trio "Silmarilion-hobbit-senhordosaneis" por mais de 10 vezes. É divertido.,mas concordo que existe muita discussão viciada e fanática em torno de sua obra. E, que realmente, existem outras melhores e mais "próximas" de nós em seu sentido. Se bem que "estilo" policial não me atrai. Talvez quando, finalmente, eu ler a saga do Padre Brown de Chesterton...😂

    •  4 месяца назад

      Muito obrigado, César.

  • @eduardocesarsilva506
    @eduardocesarsilva506 4 месяца назад +1

    Professor, qual o melhor comentário sobre o Ente e a Essência de Santo Thomas de Aquino? Obrigado.

    •  4 месяца назад +1

      Difícil dizer. Há o do Cardeal Caetano, lançado pela Contra Errores, com um estudo crítico meu do mesmo comentário. Creio que vale a pena pela conjunto. Um abraço.

  • @nosilenciodemeiahora1247
    @nosilenciodemeiahora1247 4 месяца назад +1

    Eu li o livro de Tolkien e no final fis uma observação que ele feis uma aprovação do esperanto.

  • @NEC_PLUS_ULTRA
    @NEC_PLUS_ULTRA 4 месяца назад +1

    Obrigado!

    •  4 месяца назад

      Agradeço eu.

  • @ederdias3468
    @ederdias3468 4 месяца назад

    Boa noite Prof., talvez seja pq justamente seria uma tarefa mais árdua trabalhar com uma mitologia mais desconhecida (de alguma forma “inferior”). Talvez pelo desafio, mas com certeza pq ele gostava dessa mitologia mais nórdica. Grande abraço!

    •  4 месяца назад

      Boa noite, e grande abraço.

  • @pedroalbuquerque8119
    @pedroalbuquerque8119 3 месяца назад

    Discordo democraticamente, professor, mas o senhor é fera.
    Abraços e Deus te abençoe imensamente.

    •  3 месяца назад

      Muito obrigado, abraços, e fique com Deus.

  • @panteaodossabios
    @panteaodossabios 4 месяца назад

    Professor, o que o senhor acha do livro Latim pelo método natural - Pe. William Most? É possível adquirir bons conhecimentos do latim através dele?

  • @Campus12311
    @Campus12311 4 месяца назад +3

    18:35 já ouvi falar que Tolkien era critico de alegorias. Não sei qual o motivo, mas a resposta ao questinamento do professor passa necessariamente por entender isso.

    • @alexlaranjeira
      @alexlaranjeira 4 месяца назад +1

      Pelo que eu soube, ele achava as alegorias pobres artisticamente.

  • @vilsonsouza2996
    @vilsonsouza2996 4 месяца назад

    Boa tarde professor, entendo perfeitamente a opinião do senhor, porém acredito que Tolkien agrada as varias fases da vida humana e da imaginação. Eu particularmente - na minha humilde opinião - a fase adulta das obras de Tolkien são à coletânea mitológica do Silmarillion, principalmente a analogia com criação do mundo através da música; eu achei impressionante, inclusive Santa Atanásio também fez esta mesma analogia.

  • @Godblessed1000
    @Godblessed1000 Месяц назад

    Com toda venia caríssimo professor, Token promove uma linguagem atual com os jovens que provavelmente, jamais tiveram contato com as obras da antiguidade. Desse modo, ele trás à baila, a possibilidade de se beber nas fontes do “ belo imaginário”(Divino), permeado a elevação de valores morais eternos. Não há como comparar Token, aos CLÁSSICO da literatura…Mas é o que há por hoje …

    •  Месяц назад

      Então tá.

  • @Elizabete422
    @Elizabete422 4 месяца назад

    É muito prazeroso ( ou seria prazeiroso? Corrija-me por favor) organizar uma biblioteca. Nos mantém entre as letras tão observadas, sem nos prender a nenhuma.
    Sensação que tenho é que se os livros pudessem, nos agradeceriam..
    Saudações Professor. Deus abençoe sua familia, Nossa Senhora continue a guia-lo.

  • @katiacastrodapaixao5493
    @katiacastrodapaixao5493 4 месяца назад +1

    Nunca consegui terminar de assistir Os Senhor dos Anéis, me dava uma agonia principalmente pelas diversas e estranhas natureza das personagens ...O professor, neste corte, sabiamente me mostrou o porquê da saga não descer redondo.

    •  4 месяца назад

      Muito obrigado, Kátia.

  • @MatheusLima-nu1zk
    @MatheusLima-nu1zk 4 месяца назад +1

    Discordo do Nougué em muitos pontos (antes de tudo, quem sou eu, né?), mas fiquei muito admirado com o respeito que teve ao criticar Tolkien.
    O vídeo me chamou a atenção porque ontem mesmo eu dei uma formação sobre a vida e obra do autor, e ninguém nunca levantou esse questionamento.
    Não acho que Tolkien tenha errado ao imaginar criaturas fora da ordem real, como elfos, anões e hobbits, pelo contrário, ele faz uso de elementos simbólicos muito profundos, no qual cada raça fica encarregada de passar ao leitor.
    Apesar de nutrir um grande respeito e gratidão ao Nougué, deixei de tê-lo como mestre, justamente pelo fato de que ele ignora a realidade simbólica das coisas e toma tudo por uma via muito literal. Mas faz parte, é o jeito dele.
    Muito obrigado por contribuir com uma crítica tão válida às obras desse grande autor, vai me render um belo e gratificante tempo de reflexão.

  • @trindade9835
    @trindade9835 4 месяца назад +1

    Professor, o senhor já comentou a respeito das acusações do prof. Fedeli à FSSPX em algum lugar? Caso não tenha o feito, pretende fazê-lo algum dia? (Refiro-me à questão dos tribunais)

    •  4 месяца назад +2

      Caro, isto é muito antigo. Não pretendo falar disso, não.

  • @thersitesoutis1062
    @thersitesoutis1062 4 месяца назад

    O que acredito é que não se deve separar autor da obra, só ver o autor da franquia Olhos Famintos e comparar seu crime, pelo qual foi preso, com seus principais filmes. Acredito que a regra se aplica a qualquer artista, pois creio haver muito do artista nas artes que produz, etc.
    Analisando a obra de Tolkien, por exemplo, levando em conta sua catolicidade, vejo uma espécie de trindade nos personagens Frodo, Gandalf e Aragorn, cada um representando um aspecto da humanidade de Cristo: o homem comum, o sacerdote e o rei. Dá até para comparar Gondor e Isengard com o Vaticano, um representando o poder político, que é governado pelo regente que quer impedir o retorno do rei, o outro representando o poder religioso, comandado por um mago que acaba perdendo seu posto por ter traído sua missão.
    Há outras correlações que podem ser feitas, como Galadriel e a Virgem Maria, etc. Mas acho que o ponto principal de sua mitologia se dá com os tipos humanos: elfos representam cientistas, preservacionistas, arquitetos e etc; anões representam pessoas que buscam riquezas materiais, mineiros, comerciantes, banqueiros; magos representam teólogos e filósofos; homens representam aqueles que ambicionam o poder político; hobbits representam pessoas comuns, que só querem ter uma vida tranquila, sem grandes ambições, mas que nas poucas ambições que têm são mesquinhas; e claro, os orques, que representam humanos destrutivos, que só seguem instintos animalescos e vivem somente para a violência (alguns neopagãos interpretam os orques como representações do paganismo).
    Não estou dizendo que Tolkien recorreu à metáfora, mas acho que sua mitologia está muito atrelada não só a sua crença religiosa, mas às experiências pelas quais passou, ou como criança órfã, dependente dos cuidados de um padre, ou como indivíduo bem formado, amante da literatura antiga, ou como soldado, aliás, acho muito característico na obra dele uma tendência à espionagem e invasão, parecendo literatura de guerra em algumas ocasiões, ou como homem casado, pai de família e dono de um lar comum, com uma vida comum, pacata, mas cercada por transformações que mudavam cada vez mais a aparência à sua volta, como derrubamento de árvores e etc.
    Acho que nem preciso dizer sobre a questão de ser conservador em um país com monarca...

  • @HoradrimBR
    @HoradrimBR 4 месяца назад

    Jerônimo Bosch era um grande pintor religioso, o Rei Felipe II meditava os novíssimos contemplando o tríptico "O Jardim das Delícias Terrenas".

  • @mauriciodasilva6732
    @mauriciodasilva6732 4 месяца назад

    Eu gostei dos filmes do Senhor dos Aneis. Talvez isto se dê pelo fato de que eu contava apenas dezessete anos quando do lançamento do terceiro filme da trilogia. Talvez hoje a série me chamasse menos a atenção. Já Guerra nas Estrelas, nunca me desceu, mesmo enquanto criança.

  • @felipedetrento
    @felipedetrento 4 месяца назад +1

    Essa serie esta muito boa.

    •  4 месяца назад

      Muito obrigado, Felipe.

  • @ordemdecristoonline3184
    @ordemdecristoonline3184 4 месяца назад +2

    Boa noite professor, o Sr. teria algum parecer sobre o Alto da Compadecida? E sobre a reprodução desta obra em filme?
    Eu tenho um grande receio deste uso da figura de Jesus, Maria e os grandes gantos nestas obras fictícias. Não ao poderia ser falta de respeito em algumas obras?

    • @mariaflor8055
      @mariaflor8055 4 месяца назад +1

      Eu acho o filme horrível.

    • @mariaflor8055
      @mariaflor8055 4 месяца назад +1

      Mas me parece que o professor gosta de analisar as obras mais com olhar artístico, e aqui estamos preocupados com a visão espiritual antes que a artística. Apesar que a crítica a Tolkien abrangeu o lado espiritual também, embora que discretamente.
      Vamos aguardar.

    • @ordemdecristoonline3184
      @ordemdecristoonline3184 4 месяца назад

      @@mariaflor8055 Sim, vamos aguardar o professor.
      Mas eu também acho o filme horrível, pra mim é o cúmulo colocar aquele lixo humano da Fernanda Montenegro para representar a Virgem Santíssima, pra mim isso é um Insulto.

  • @joaovitordelirasousa4663
    @joaovitordelirasousa4663 4 месяца назад +1

    O senhor leu O Simarilion, também de Tolkien? Nele percebo muito de elementos cristãos de maneira muito mais explicita que no Senhor dos Anéis, com o mito da criação, e a presença de anjos, inclusive os caídos, como Sauron e Saruman, elém de temas como o livre arbítrio (fogo secreto/chama imperecível) e outros elementos metafísicos

  • @AntonioLopes-m6m
    @AntonioLopes-m6m 4 месяца назад

    Sugestão para uma leitura deliciosa e cristã católica: de Jacopo de Varazze, Legenda Áurea a Vida dos Santos. 🎉

  • @Odirlei819
    @Odirlei819 4 месяца назад +1

    Professor podemos ter expectativas para o comentário do apocalipse para esse ano?

    • @rodrigo-mark
      @rodrigo-mark 4 месяца назад

      Só de pensar nesse livro tenho água na boca kk

    • @laetificatjuventutemeam
      @laetificatjuventutemeam 4 месяца назад

      Provavelmente não. Ele chegou a comentar seus próximos lançamentos e não o incluiu

  • @angelinohalfeld
    @angelinohalfeld 4 месяца назад

    Professor, por obséquio, como deve ser a exegese da obra poética do Visconde de Cayru, "Flores Celestes"?
    Realmente ela consusbtancia a mudança de valor aplicada à individuação (no sentido da ética cristã, parafraseando, Max Scheler) do maçon para o católico?
    Respeitosamente,

  • @gavacardoso
    @gavacardoso 4 месяца назад +2

    Pessoalmente, nunca entendi essa veneração a Tolkien entre meus amigos católicos. Quem gosta, tudo bem, mas nunca consegui me encantar com sua literatura.

  • @bruno_0902
    @bruno_0902 4 месяца назад +1

    Mestre, onde posso entrar em contato contigo? Tem e-mail ou alguma plataforma de interação?

  • @6ii08
    @6ii08 4 месяца назад

    Fala sobre o C.S Lewis

  • @paulolorenorodriguesdarosa169
    @paulolorenorodriguesdarosa169 4 месяца назад +6

    Boa noite Professor. Parabéns pelo teu trabalho, sempre ótimas apresentações. ESTÂNCIA VELHA, RS.

    •  4 месяца назад

      Deus lhe pague.

  • @jeangomes2900
    @jeangomes2900 Месяц назад

    Que coisa, o que o Nogué gostaria que Tolkien fizesse (usar imaginativamente seres reais, sobrenaturais ou não) é justamente o que Tolkien abomina fazer justamente por esses seres serem reais.
    Bem, eu nâo consigo compreender essa crítica do Nogué, já que a mitologia grega é também cheia de seres não reais e analogia por anaologia, a mitologia de Tolkien é cheia de analogia cristã também.
    No mais, Agatha Christie é maravilhosa. Gosto demais de suas histórias. Valeu!

    •  Месяц назад

      Então tá. Se você diz...

  • @ThiagoSantos-nd4ug
    @ThiagoSantos-nd4ug 4 месяца назад

    Professor achei seu vídeo bem equilibrado: nem 8 e nem 80.

  • @kksjdr1
    @kksjdr1 3 месяца назад

    Também não gosto de fantasia, porém se é um nicho de leitura, que tem muitos adeptos, que comunica como qualquer outro, ali está um espaço para “evangelizar”… que seja… rs

  • @hermersonfeliphe7183
    @hermersonfeliphe7183 4 месяца назад +4

    O professor, com todo respeito, já deixou claro que a opinião perpassa mais um gosto pessoal do que uma análise fria. "Não gosto". Aceitável.
    Porém, gostaria de saber se o professor leu alguma bibliografia do autor. Sobretudo a escrita por seu filho, Christopher. Iria lhe esclarecer as impressões.
    Eu sei que o professor tem divergências com o Pe. Paulo Ricardo, mas o padre explica muito bem sobre a obra do autor. Não só ele, mas outros leitores centrados de Tolkien.
    Em suma, uma das características é de que ele não tinha intenção de "catequizar" pela obra que fez. Ele não tinha intenção direta em fazer isso. É apenas algo que se pode inferir fazendo uma relação com sua vida pessoal, e que é parte de nossas afeições, assim como fazemos com qualquer outro autor. Deste modo, ele diz que não devemos nos dirigir à obra com esta intenção direta - de ver a fé da igreja ou doutrina ou dogma, etc.
    Suas discussões com Lewis sobre os trabalhos de um e outro dá sinais disso tbm.
    É como forçar uma veste em uma pessoa. Pode não necessariamente caber.
    Assim, o que o senhor diz é uma leitura por um gosto pessoal do que uma inferida a partir de análise fria, como o senhor deixou claro nos minutos finais. E sobre gostos é realmente difícil discutir. Deus o abençoe!

  • @Ukonjusto
    @Ukonjusto 4 месяца назад

    E o que vocês acham de RPG de mesa?

    • @felipedetrento
      @felipedetrento 4 месяца назад

      Depende do conteúdo da história do RPG, até onde eu sei o jogo em si não tem nada demais.

    • @eduardocesarsilva506
      @eduardocesarsilva506 4 месяца назад

      Joguei muito. Depende de como vc aborda os temas.

    • @luizcarlosjunior1056
      @luizcarlosjunior1056 4 месяца назад

      RPG é, a bem grosso modo, um jogo de contar histórias. Existem histórias boas e ruins.

  • @siga20081
    @siga20081 3 месяца назад

    🤓👍🙌🇧🇷

  • @LucasVinicius-gs4jn
    @LucasVinicius-gs4jn 4 месяца назад +2

    Professor, este grupo católico que chama a obra de Tolken de gnóstica, dizem que a música de Mozart, "Flauta mágica" é contra a igreja católica. É falso?

    • @Senhor_Bolacha
      @Senhor_Bolacha 4 месяца назад

      Óbvio que não é assim. Meio absurdo o que os caras da Montfort dizem. Tudo é gnose, não pode mais gostar de nada.

    •  4 месяца назад +2

      Esta ópera de fato é maçônica.

  • @jvnornberg
    @jvnornberg 4 месяца назад

    Professor, uma pergunta: quando dizes "por que não criar obras literárias imaginativas com o que nos oferece o próprio cristianismo?", queres dizer que não se deveria -- para uma obra que queira se dizer verdadeiramente cristã (ou ainda também que queira se dizer boa obra literária imaginativa?) -- , inserir algum artifício místico que não os presentes nas histórias bíblicas? Ou que simplesmente não pode haver naturais espécies de "outros homens", como os hobbits e os elfos (o que, se for o caso, concordo plenamente, porque beira o absurdo e também a fantasia demasiada)? Porque penso sinceramente que -- com as falhas que sei que possuem as obras arthurianas -- , elas são conciliáveis com a noção de literatura imaginativa sem o absurdismo de Tolkien no que diz respeito às criaturas, e com algo ali que possa se dizer mesmo cristão. Claro, tem-se algo de mítico, como é o caso da Dama do Lago; mas é absolutamente diferente de se ter outras espécies de homens como os anões, hobbits e companhia limitada. Portanto, consigo "engolir" facilmente a existência da Dama do Lago, dos gigantes e dos dragões de Le Morte D'arthur. O que achas das lendas arthurianas nesse quesito?

  • @samuelmatos672
    @samuelmatos672 4 месяца назад +1

    Professor, sei que não tem a ver com o vídeo, mas queria pedir-lhe que, se possível, escrevesse uma obra ou artigo sobre a decadência do português no Brasil, principalmente no que se refere ao dialeto/fala.
    Vi um vídeo feito com as pessoas na Rua nos anos 70 e é notável como a nossa fala foi prejudicada, como ela decaiu, principalmente pelo uso excessivo de gírias.

    •  4 месяца назад +1

      O assunto é importante, sim. Vou pensar no que posso fazer. Um abraço.

  • @ThiagoSantos-nd4ug
    @ThiagoSantos-nd4ug 4 месяца назад +1

    Infelizmente, a Montfort chama Tolkien de gnóstico. Tudo pra eles é gnose.

    •  4 месяца назад +1

      Sim.

  • @AntonioLopes-m6m
    @AntonioLopes-m6m 4 месяца назад +1

    Já assisti várias resenhas sobre Tolkien e também li apenas um dos volumes de O senhor dos anéis. Confesso que não me convenci. Não gostei.

    •  4 месяца назад

      Muito bem.

  • @emmanuelchaves4855
    @emmanuelchaves4855 4 месяца назад +3

    Professor, muito obrigado pelo vídeo, mas com todo respeito, em se tratando de arte, não há possibilidade de comparação entre Tolkien e Agatha Christie ou Chesterton (pelo menos referindo-se às histórias do padre Brown). O estilo, o imaginário, o simbolismo, a narração em O Senhor dos Anéis são muito mais belos e profundos.
    Admito que cada um possa ter a opinião que bem quiser, mas tem-se que admitir que essas virtudes de Tolkien são superiores a destes outros autores.

  • @Brutalcel
    @Brutalcel 4 месяца назад +4

    Eu era um grande fã de "O Senhor dos Anéis". No entanto, conforme me aprofundei na doutrina tradicional do catolicismo, percebi que muitos temas esotéricos e pagãos contidos na obra de Tolkien entravam em conflito com os princípios da fé católica.
    Primeiramente, a presença da gnose é perceptível na jornada de Frodo. A gnose, ou conhecimento esotérico, muitas vezes está associada à ideia de uma iluminação interna que transcende as verdades externas e objetivas, um conceito que se alinha mais com tradições místicas e menos com a visão católica de verdade revelada.
    O rito iniciático de Frodo é outro ponto que merece destaque. Frodo passa por uma transformação profunda através de uma série de provas e sofrimentos, muito semelhante a um ritual de iniciação. No entanto, essa jornada parece mais alinhada com práticas iniciáticas de tradições esotéricas, onde a transformação e a ascensão espiritual são alcançadas através de conhecimento secreto e experiências místicas, em vez de uma entrega à graça divina e à salvação oferecida por Cristo.
    Além disso, a obra de Tolkien tem uma forte presença de panteísmo e de divindades pagãs semelhantes às nórdicas. A reverência e o poder atribuído a figuras como Gandalf e Galadriel, que possuem características de deuses ou seres semi-divinos, ressoam com antigas mitologias pagãs e com a visão panteísta do divino presente em toda a natureza. Essa perspectiva está em desacordo com a visão católica de um Deus transcendente e pessoal, distinto de Sua criação.
    No final de sua jornada, Frodo parece alcançar algo que se assemelha mais ao nirvana do que à salvação e visão beatífica preconizada pela Igreja Católica. Ele atinge um estado de paz e transcendência ao deixar a Terra Média, um final que ecoa conceitos de iluminação e liberação do ciclo de sofrimento, típicos do budismo e de outras tradições orientais. Esta conclusão parece carecer da ideia de redenção através de Cristo e da comunhão eterna com Deus, que são centrais para a fé católica.
    Esses pontos, quando considerados em conjunto, revelam uma tensão significativa entre os temas presentes em "O Senhor dos Anéis" e os ensinamentos tradicionais do catolicismo. Embora a obra de Tolkien tenha seu valor literário e tenha sido influenciada por sua fé cristã, os elementos esotéricos e pagãos nela presentes me levaram a reconsiderar meu apreço inicial, à medida que busco alinhar meu entretenimento com minhas crenças religiosas.

    •  4 месяца назад +4

      É pouco mais ou menos o que eu disse. Apenas assinalo que a intenção de Tolkien é boa. Mas...

  • @zedafe
    @zedafe 4 месяца назад

    Se fosse uma obra explicitamente católica nao teria ganho o destaque que teve e nós católicos hj teríamos poucas literaturas de fantasia de qualidade para apreciar, fora as almas que de alguma forma foram tocadas e se converteram...

  • @wagnerlucas8068
    @wagnerlucas8068 4 месяца назад +3

    O Senhor dos Anéis, Guerra nas Estrelas, Crônicas de Gelo e Fogo, também nunca me atraíram, incluindo o fato de serem adequadas a povos e culturas que já nao existem mais, gente muito diferente de nós. Parece-me um retrocesso nos adequarmos a culturas inferiores, possuindo no quintal de nossa casa uma vasta tradição literária, filosófica, artística, etc.

    • @wagnerlucas8068
      @wagnerlucas8068 4 месяца назад +1

      @@prudentiaaureaErrado, pois está perto de nós, no sentido cultural e religioso.

    • @alvarohigino
      @alvarohigino 4 месяца назад +3

      E o que dizer da literatura grega clássica?! Muitas epopéias são das mais perfeitas e foram feitas por pagãos.

    • @Senhor_Bolacha
      @Senhor_Bolacha 4 месяца назад

      Senhor dos Anéis é muito melhor do que essas porcarias que você citou.

    •  4 месяца назад +1

      Grato.

  • @sanchezz85
    @sanchezz85 4 месяца назад

    Não gosta porque tem criaturas inventadas? Que análise rasa.

  • @danilobaccaro4627
    @danilobaccaro4627 4 месяца назад

    Professor, o senhor também já fez uma crítica a essa tendência da "formação do imaginário", correto?

    •  4 месяца назад +2

      Sim, correto.

  • @sanctitatis6716
    @sanctitatis6716 4 месяца назад +1

    Sou ao contrário do senhor: acho que tem coisa gnóstica nele sim, no entanto, gosto da obra, que miséria a minha!
    Quanto ao primeiro, os argumentos do pessoal da flos carmeli me parecem conclusivos, e até agora ninguém os refutou, só saem pela tangente, como neste vídeo, diga-se de passagem. Isso está inserido num contexto maior que é o de que obras literárias especialmente algumas mais profundas trazem ideias e uma visão de mundo consigo, e o Senhor dos Anéis é profunda nesse sentido sim, e traz consigo sim uma moral e uma teologia, coisa que é evidente para quem leu ou mesmo viu os filmes (coisa que o autor do vídeo admitiu não ter feito aqui nesta "resenha"). Para mim que já fui gnóstico o caso da Divina Comédia é óbvio gritante: ela não traz "traços de gnose", tudo ali é gnose evidente e pura. Quem não percebe estas coisas se enganou no jogo dos 7 erros. E a questão de usar elementos imaginários é uma questão que abrange todo o ramo da ficção fantástica (e ainda todo o mundo de role playing game que se lhe seguiu), que diga-se de passagem basicamente foi o Tolkien que inaugurou, e que ainda deve ser feito um estudo sobre o seu impacto.
    Quanto ao segundo, tem muito tempo que li os livros mas me parece bem mais gostoso ler os livros/ver adaptações em vídeo do conteúdo do Tolkien do que do Chesterton ou da Christie, e olha que gosto muito da Christie. De fato o Tolkien é um narrador de mão cheia, mas também o são os que fizeram sucesso estrondoso nesse nicho de ficção fantástica, com o George Martin, independente de suas obras terem sido boas quanto ao fim.

  • @jardel9349
    @jardel9349 4 месяца назад +1

    Nougué não tanka Tolkien

  • @Antonio-g9v6f
    @Antonio-g9v6f 4 месяца назад +1

    Soberba...

    •  4 месяца назад

      Muito obrigado, Antonio.

  • @tomasdeaquino9692
    @tomasdeaquino9692 4 месяца назад +3

    Não vi o vídeo ainda, mas já aviso: isso é gnose!!

  • @arnaldomarques4699
    @arnaldomarques4699 4 месяца назад

    Toda obra de arte possui pelo menos 2 canais de comunicação: a das ideias e a comportamental. Esta afeta a percepção do observador sem alterar suas ideias. Exemplo: um animal humanizado não é natural e nem normal. Os relatos bíblicos, quando se utilizam de animais falantes, fazem referência à intervenção sobrenatural, ou seja, uma exceção sujeita ao poder divino a fim de transmitir uma mensagem. Sem essa abordagem, o que seria um animal falante, por si mesmo? Uma excrescência, pois contraria a criação e as leis divinas; é, a princípio, uma crítica a Deus e a hierarquia proposta por ele em sua criação. Agora, imagine uma pessoa sendo exposta a animais falantes em jogos, desenhos, quadrinhos etc. que em nada se assemelham aos relatos bíblicos? É óbvio que ela vai se habituando a ver como aceitável uma excrescência, como normal uma crítica indireta a Deus. Essa pessoa está muito mais sujeita a, quando confrontada no mundo das ideias, ceder a uma visão crítica com relação à criação, o que facilmente pode se transmutar em crítica com relação ao criador. A ciência comportamental desenvolvida principalmente no século XX é o norte definidor da nossa cultura moderna, pois quando reina o individualismo e o liberalismo, sobra o fenômeno de massa. Vejam os jogos e os desenhos modernos: por que tanta cor, por que são exageradamente coloridos? Outra coisa, por que Jesus em suas parábolas nunca se utilizou de ficção fantástica, mas apenas de ficção?

    •  4 месяца назад +1

      Quem nega que a arte altere comportamento, se sou contra muitos estrito defensor do Index (como aliás o mostrarei num vídeo que irá ao ar amanhã; des-se ao tabalho de vê-lo)? O que quis dizer é que a obra de Tolkien não é indexável, apesar do negativo que é o uso da mitologia. Como pode não entender o que disse? E tanto não o é, que o Index nunca proibiu a Divina Comédia nem os Lusíadas. Por favor, reveja o vídeo, e se quer criticar-me então antes deve responder como uma obra tão gnóstica como a de Dante não foi proibida. É óbvio que não o foi porque, apesar de seus problemas, não é capaz de desviar as almas como o faz, por exemplo, a obra de Balzac ou a de Standhal. E impressiona-me que venha aqui dar exibição de erudição sem ter sequer a ponderação da sabedoria. Deixei ficar o que escreveu. Agora, pare, porque o espaço é meu, e você nunca me viu nem verá ir ao seu espaço ou ao de seus pares para fazer o que você tentou fazer aqui. Não sou guerrilheiro de Internet, como você. Minha obra fala por mim.

    • @arnaldomarques4699
      @arnaldomarques4699 4 месяца назад

      Desculpe professor se fui exagerado em minhas colocações, eu realmente achei que o senhor não ia ler, seu vídeo já tem mais de 100 comentários, por isso falei despreocupado. Editei a mensagem e tirei meus excessos. Não quero de forma nenhuma criticá-lo por mera guerra de internet. Sou um ignorante perto de tudo o que o senhor já fez e estudou. O que tentei apontar - e talvez eu esteja errado sim, por pura cegueira mesmo e falta de conhecimento - é que mesmo Dante deveria sim estar no index. Com o conhecimento que temos hoje sobre a ciência comportamental, não seria plausível supor que todo aquele pensamento revoltoso dentro da Igreja que resultou na revolução protestante já não estava sendo passado por obras "inocentes" como a de Dante? Veja hoje professor as obras modernas, elas só tratam disso: mudança de comportamento. As obras modernas abandonaram o campo das ideias, pois são sempre as mesmas ideias sendo repetidas. Parece que pouco importa a ideia que se passa, pois a verdadeira fonte de engenharia social está no comportamento. Se isso é verdade e se meu parco conhecimento não falha, a Igreja nunca olhou para isso como deveria, mesmo tendo acertado alguma vezes, como no caso do romance que citei. Veja a obra de Tolkien, aquilo é uma bomba comportamental, por isso é tão utilizada pelos inimigos da Igreja, até filme no antro do paganismo (Hollywood) fizeram. Se os inimigos da Igreja privilegiam tanto o comportamento, por que não vejo quase nenhum católico falar sobre isso quando tratam das obras da antiguidade? É raríssimo, por isso achei pertinente fazer essa observação. Dito isso, se o senhor quiser que eu apague tudo o que eu escrevi, eu apago, ou se quiser apagar, tudo bem, minha última intenção é irritá-lo com minha ignorância, se assim o senhor entender o que escrevi.

    •  4 месяца назад

      @@arnaldomarques4699 Não precisa apagar. Mas uma última observação: você diz que a Igreja nunca olhou como devido para isso; ou seja, você arvora-se em juiz da Igreja, em vez de docilmente segui-la. Pense nisso. Um abraço.

    • @arnaldomarques4699
      @arnaldomarques4699 4 месяца назад

      Vou pensar sim professor. Obrigado e fique com Deus.