O próprio Diamond faz uma ressalva no posfácio da edição de 2017 falando a respeito da importância das instituições, às quais os economistas hoje atribuem muita relevância, entre eles o Acemoglu, que é sensacional. Sempre achei injusto chamarem o Diamond de determinista, ele apenas escreve sobre boa parte do que explica o desenvolvimento desigual dos continentes e povos. Mas nunca disse que isso explica tudo. Além do mais, ele se ocupa com as causas últimas, aquelas variáveis independentes que fazem surgir outras causas numa cadeia de causas e efeitos até os resultados que vemos hoje. Enfim, é uma leitura fantástica. Um dos melhores livros que já li. Vendo seu vídeo me deu vontade de ler de novo.
Os críticos falham em entender que ele investiga as causa primeiras/iniciais, que é a produção de um excedente de alimento/calorias, expansão populacional e conseguinte expansão das complexidades nas forma de indivíduos especializados, que vão levando ao desenvolvimento e evolução de várias tecnologias de todas as áreas do conhecimento (humanas, exatas e naturais).
Eu considero que nao sao so os eixos que explicam. O fato de existir um oriente medio que funde Eurasia e Africa numa coisa só e um Mediterrâneo cheio de ilhas e uma estépe eurasiática cheia de nômades gera intercambio cultural. E intercambio cultural é essencial para o desenvolvimento econômico. Mesmo se fosse no eixo norte-sul, uma disposição que juntasse continentes diferentes desta forma poderia eventualmente fazer surgir tal intercambio. Aliás, a região nas Américas que mais se parece com isso, que é a América Central e o Caribe já tinha esse processo de desenvolvimento e por isso mesmo os principais impérios estavam na meso-américa. A diferença é que esses povos tinham em geral as mesmas origens e tinham cultura parecida. Na eurásia houve o fenomeno de diversificação das populações que se isolaram nos labirintos de geleras da eurásia na era glacial. Surgiram daí diferentes culturas com tecnologias diferentes aonmesmo tempo que elas eram muito diferentes as da África. Quando a era glacial acaba estas culturas diferentes com tecnologias diferentes adaptadas a ambientes diferentes, se misturam no oriente médio e no mediterrâneo e fazem eclodir o desenvolvimento tecnológico e de sociedades complexas. O mais ironico é que apesar de seguir principios baseados em geografia e biologia essa teproa refuta os nazistas, pois não é a pureza, mas sim a divwraidade e a mistura de povos que gera o desenvolvimento tecnologico e social, mesmo q sob grande custo humano (guerras,epidemias, escravidao, imperios tiranicos - que sao o grande lado ruim e cruel deste processo).
Cláááááááááááááássicooooooooo esse livro!!!! Essa edição é revisada? Possui mais capítulos/material novo/atualizado??? Valeus Reinaldo!!!!!!
6 лет назад+4
Tem um epílogo novo sobre questões históricas mais localizadas como, por exemplo, porque alguns países europeus se saíram melhor que outros na Era das Navegações. Mas é bem curtinho ;-)
Ahhhh... tentar "filar" numa livraria então pra não comprar outro (KKKKKKKKK!!!). Pretendes fazer resenhas também de COLAPSO ou O TERCEIRO CHIMPANZÉ do Jared ou O GENE do Siddhartha Mukherjee?
6 лет назад+3
Algum dia hehehe... preciso ver se esses vídeos de livros vão dar audiência, por enquanto tá meio fraco e o canal precisa crescer ;-)
Ainda preciso ler (shame on me). Mas andava meio caro nas livrarias. Talvez com a nova edição haja promoções. Há um documentário sobre o livro, você já viu? Ainda não assisti, mas tá na fila.
6 лет назад+3
Vi, é legal, bem fiel, embora o livro seja bem mais completo
Já namorava esse livro há bastante tempo, quando ouvi falar da nova edição então, fiquei mais atiçado ainda. Eis que estou na livraria de um shopping aqui em Belém, numa parte em que tinha o livro e já comecei a lançar alguns olhares enquanto examinava alguns outros na mesma bancada. Insinuo um movimento para manusear o Armas, Germes e Aço, pelo menos pra ver o preço quando um senhor me interpela e começa a perguntar se gosto de ler. Respondo que sim. Ele então começa a dizer o quão genial é o Jared Diamond e o quão brilhante é o livro, que devo comprar na hora e que vou gostar muito porque o livro é um "gozo!!!" e ficou a repetir isso muitas vezes. Sorri e agradeci pela indicação, dei uma volta, olhei outros livros. Ao quase sair da loja, não resisti, voltei e comprei. Tá na lista de leitura desse mês hahah
Oi, jovem! Tudo certo? Então fiz um vídeo sobre determinismo geografia (ruclips.net/video/i8NQ33ikU98/видео.html) ainda não li o livro, esta na fila, mas uma coisa me chama atenção e creio que daria um bom debate. A geografia não determina se vai haver ou não civilizações (quando digo não é que só a geografia física do local não vai) e tem um autor chamado Franz Boas que mostrou várias diferenças em locais de mesma latitude e recursos, mas com culturas diferentes. Enfim só um ponto, pretendo ler livro e abrir mais a discussão, abraços! (E tô no celular então me desculpem aí QQ coisa )
6 лет назад+3
Então, mas ninguém aqui, nem eu, nem o Diamond, falou "determina". O lance é INFLUENCIAR, não determinar. Negar que influencia me parece claramente errado. Mas enfim, leia o livro primeiro, depois a gente pode debater ;-)
Reinaldo José Lopes ah, sim como falei, ainda não li. Tô falando em cima de algo que li, vejo se acho essa crítica e coloco aqui. Mas tendo a não concordar com ela, pq vejo em ciências humanas uma negação de tudo que não seja "construção social". Mas quando ler dou um retorno, abraços!
+Reinaldo José Lopes vejo que a agricultura já existia de maneira bem rudimentar e simples antes na forma de ''proto-agricultura'' - sem querer querendo, simplesmente comer uma maçã e jogar umas sementes em algum lugar( os animais fazem isso o tempo todo quando defecam e a semente do fruto sai envolvida por um monte de fertilizante natural/esterco), e depois passar pela mesma área e ver um brotinho germinando ou atear fogo na mata, usar lenha.... etc.., então sim os povos paleolíticos já entendiam o mínimo de botânica mesmo que de maneira bem rudimentar e ignorante ( inclusive os índios que plantavam e comiam mandioca, inhame na áfrica subsaariana, banana com os papuanos,etc....) acontece que com o fim da última era do gelo, o clima do planeta de maneira geral mudou,e o oriente médio e norte da áfrica que eram bem mais verdes e hidratados por corpos de água, - desertificação foi acontecendo neles - de florestas para vegetações rasteiras, savana , clima mediterrâneo e agora bem mais árido e seco do que nunca antes pela ação antrópica .... então essas comunidades que antes foram relativamente conseguindo maior número populacional por causa da significativa maior expectativa de vida e falta de terras disponíveis por causa das tribos vizinhas( o oriente médio tá entre áfrica, europa e ásia, e foi à partir da áfrica vizinha que o homo sapiens colonizou o globo-- então maior a probabilidade de grupos nômades passaram por lá) geraram maior densidade demográfica em detrimento da escassez dos recursos desde vegetação em abundância , fartura de megafauna ao maior número de rios, e o que foi sendo deixado foi : uma flora pouco diversa e bem resistente ao meio cada vez mais extremo, essa pouca diversidade facilita o processo de manipulação genética/ seleção artificial as árvores em cada vez menor número deram espaço ao trabalho em rocha e terra ( que exigem maior demanda de capital humano de trabalho e organização) , madeira era mais fácil de ser usada, modelada, extraída e facilmente descartada, por ser de fácil destruição seja por causa de um incêndio acidental, conflito de tribos , ou força da natureza -- madeira na fogueira e moradia contra chuva, vento, proteção contra feras, noites frias --- derivados da crosta terrestre-- tudo isso mais proteção mais rígida e firme, erguer fortificações mais resistentes do que paliçadas - os conflitos aumentaram em pró da disputa pelos recursos , residências o mesmo , com menos risco de incêndio, pragas nas paredes ( bem menos degradável e não deixa espaço oco ), betume é ''petróleo'' mais antigo conhecido incluído como inflamável os poucos rios que sobraram ---- viraram vales ou planícies densamente ocupadas e populosas por tribos rivais ou não, e no choque violento de tribos, eles não iriam facilmente ir embora, emigrar, pois não havia lugar visível no horizonte seco e morto, para onde ir? então o processo de assimilação e reconstrução aconteciam de maneira bem mais acelerada por falta de escolha o oriente médio por não ser temperado e também nem tropical ---- facilitou muito as quatro estações não serem uma pedra no sapato..... com tudo a alimentação dos grãos selvagens : trigo, cevada, centeio se tornou mais do que essencial , a revolução neolítica nasceu para satisfazer uma demanda cada vez maior em resposta à uma crise ecológica e produtiva pelo menos no início , depois virou status, poder e prestígio, quem tivesse mais terras e igualmente produtivas, iria conseguir controlar mais a vida dos outros como donos da produção de alimento e os povos mais primitivos e vizinhos em zonas mais verdes acabaram entrando na teia econômica e geopolítica das civilizações de regadio , os oprimidos / as novas civilizações : para se defenderem do imperialismo dos opressores, reterem monopólio da força como intermediários tecnológicos ou minas de riquezas para estrangeiros ou desfrutar do mesmo luxo e materialismo histórico que nem eles : foram absorvendo e aprendendo '' a organização social - civilização'' através de muitas maneiras como : servindo como mercenários, anexados e aculturados até um certo grau então se rebelando formando um novo estado com tudo que foi passado durante o domínio forasteiro, missões diplomáticas e tributárias, filhos reféns da aristocracia tribal que eram mandados como tributo aos reis mais poderosos, casamento arranjado como demonstração de diplomacia positiva, sendo cativos e retornando para terra de origem com novos conhecimentos, nômades com suas vidas diretamente derivadas dos seus rebanhos e caças - equinos, lã, leite, queijo,marfim , tendões , gordura animal, gado e peles que iam até os centros mais urbanos vender ou se relacionavam com esses revendedores , importação de rituais religiosos mais complexos e elaborados - que cativava o coração e alma dos novos fiéis, que então à qualquer preço não iriam medir esforços em nome de uma verdade absoluta e incontestável e logo iam aprender nos centros eclesiásticos , sequestro e rapto de pessoas com os mais diferentes ofícios , lugar de refúgio para alguma parcela de um povo que foi conquistado à força, recebimento de estrangeiros que fugiam de algum tipo de perseguição e etc, exilados como mercadores e nobres e seu pessoal profissional o jardim do éden é uma metáfora referente à transição do paleolítico para o neolítico, uma história que foi simplificada ao máximo ao longo de várias gerações que eram cada vez mais distantes daquele contexto original -- e como abraão e hebreus vieram da cidade ur na mesopotâmia na crescente fértil , não é de estranhar isso no gênesis - o começo do começo
O livro é bacana, mas há ressalvas quanto aos argumentos econômicos utilizados. Os fatores naturais e geográficos influenciam menos na prosperidade de um conjunto populacional do que as instituições moldadas e advindas por este. Para saber mais ler "Por que as Nações Fracassam" de Daron Acemoglu e James A. Robinson. Valeu Rei
6 лет назад+13
Oi Lukas! Já li o Why Nations Fail também ;-) Na verdade os dois livros capturam parte da verdade, a diferença é de escala temporal e espacial. O foco do Diamond são os continentes, o do Why Nations Fail é o Estado-nação em épocas histórias relativamente recentes. Não dá pra comparar os dois diretamente. Abração!
Rei, na verdade não sou eu, mas os próprios autores de "Why Nations Fail" que fazem comparação entre as distintas teses: "A tese de Diamond não nos diz por que essas tecnologias cruciais não se difundem e uniformizam a renda ao redor do mundo, como tampouco explica por que a metade norte de Nogales é tão mais rica que sua gêmea ao sul da cerca, muito embora ambas fizessem parte da mesma civilização, 500 anos atrás" (posição 990). Também há referências e críticas ao livro de Diamond nas posições 979, 983, 992, 995, 1001, 1009, 1013, 1015 do ebook Kindle
Que put@ invesa de vc cara, pra mim esse é maior tesouro que uma pessoa pode ter, CONHECIMENTO.
6 лет назад+7
Eles são meio cuzões com o Diamond, na minha opinião ;-) E, de novo, os livros tentam responder perguntas que são bastante diferentes entre si, apesar de alguns pontos em comum.
Se só instituições dessem conta do recado hoje teríamos megalópoles na antártida ou no meio do deserto do Saara. Tudo bem temos Dubai por exemplo mas ela só existe porque canibaliza recursos de lugares mais generosos do ponto de vista geográfico e não é a regra. Instituições surgiram depois e por causa do sucesso inicial de alguns povos e a geografia tem muito a ver com isso.
Esse livro é importante para as pessoas entenderem que certos povos não evoluiram a custas de outros e sim por questões de terem mais recursos e saberem aproveitar melhor, ai acaba o vitimismo e a ignorancia de que certos povos foram explorados "snif snif".
Ainda não li o livro. Vi apenas a série de documentários baseada na obra, disponível no RUclips. Não gostei do que vi. Diamond descamba para o determinismo climático e geográfico. Chega a menosprezar as civilizações ameríndias, ao mesmo tempo em que, paradoxalmente, elogia as sociedades tradicionais africanas, quase igualmente atrasadas tecnologicamente em relação aos europeus. Na sua teoria da dispersão latitudinal da civilização, desdenhou um elemento geográfico importantíssimo no oeste da Eurásia: o Mar Mediterrâneo. Este desempenhou um poderoso papel na integração de povos de longitudes (e também climas) diferentes. Também deixa de considerar os grandes rios, berço das grandes civilizações orientais e que permitiram sua integração cultural e comunicação com outros povos. Que a geografia pode influir no desenvolvimento das civilizações, não se duvida. Mas que isso aconteça segundo as "leis" do determinismo tosco de J. Diamond vai uma certa distância.
6 лет назад+7
Oi Marcos, realmente tem um oceano de distância entre os documentários e o livro. A argumentação do livro é muito mais complexa e nuançada. Ainda acho que vale a pena você ler. No livro em nenhum momento ele menospreza os ameríndios. E ele fala bastante da importância do clima do Mediterrâneo para o cultivo de cereais.
Esse livro é muito bom mesmo, se você gostou de Armas Germes e Aço também vai gostar do Sapiens
O próprio Diamond faz uma ressalva no posfácio da edição de 2017 falando a respeito da importância das instituições, às quais os economistas hoje atribuem muita relevância, entre eles o Acemoglu, que é sensacional. Sempre achei injusto chamarem o Diamond de determinista, ele apenas escreve sobre boa parte do que explica o desenvolvimento desigual dos continentes e povos. Mas nunca disse que isso explica tudo. Além do mais, ele se ocupa com as causas últimas, aquelas variáveis independentes que fazem surgir outras causas numa cadeia de causas e efeitos até os resultados que vemos hoje. Enfim, é uma leitura fantástica. Um dos melhores livros que já li. Vendo seu vídeo me deu vontade de ler de novo.
Os críticos falham em entender que ele investiga as causa primeiras/iniciais, que é a produção de um excedente de alimento/calorias, expansão populacional e conseguinte expansão das complexidades nas forma de indivíduos especializados, que vão levando ao desenvolvimento e evolução de várias tecnologias de todas as áreas do conhecimento (humanas, exatas e naturais).
Adquiri esse livro recentemente. Ainda não abri, pois estou a terminar outro p entrar nesse
O engraçado que a maioria das pessoas que vi aqui reclamando do Armas, Germe e Aço não leram o livro
Esse livro é excelente! Recomendo fortemente a leitura dele!
Hora de aproveitar a quarentena para ler esse livro hein?
Reinaldo, obrigada pela explanação.
Ontem, estava em conversa com meu sobrinho sobre essa obra.
Ainda estou no capítulo 6, mas estou amando esse livro cara!
Eu considero que nao sao so os eixos que explicam. O fato de existir um oriente medio que funde Eurasia e Africa numa coisa só e um Mediterrâneo cheio de ilhas e uma estépe eurasiática cheia de nômades gera intercambio cultural. E intercambio cultural é essencial para o desenvolvimento econômico. Mesmo se fosse no eixo norte-sul, uma disposição que juntasse continentes diferentes desta forma poderia eventualmente fazer surgir tal intercambio. Aliás, a região nas Américas que mais se parece com isso, que é a América Central e o Caribe já tinha esse processo de desenvolvimento e por isso mesmo os principais impérios estavam na meso-américa. A diferença é que esses povos tinham em geral as mesmas origens e tinham cultura parecida. Na eurásia houve o fenomeno de diversificação das populações que se isolaram nos labirintos de geleras da eurásia na era glacial. Surgiram daí diferentes culturas com tecnologias diferentes aonmesmo tempo que elas eram muito diferentes as da África. Quando a era glacial acaba estas culturas diferentes com tecnologias diferentes adaptadas a ambientes diferentes, se misturam no oriente médio e no mediterrâneo e fazem eclodir o desenvolvimento tecnológico e de sociedades complexas. O mais ironico é que apesar de seguir principios baseados em geografia e biologia essa teproa refuta os nazistas, pois não é a pureza, mas sim a divwraidade e a mistura de povos que gera o desenvolvimento tecnologico e social, mesmo q sob grande custo humano (guerras,epidemias, escravidao, imperios tiranicos - que sao o grande lado ruim e cruel deste processo).
Cláááááááááááááássicooooooooo esse livro!!!! Essa edição é revisada? Possui mais capítulos/material novo/atualizado??? Valeus Reinaldo!!!!!!
Tem um epílogo novo sobre questões históricas mais localizadas como, por exemplo, porque alguns países europeus se saíram melhor que outros na Era das Navegações. Mas é bem curtinho ;-)
Ahhhh... tentar "filar" numa livraria então pra não comprar outro (KKKKKKKKK!!!). Pretendes fazer resenhas também de COLAPSO ou O TERCEIRO CHIMPANZÉ do Jared ou O GENE do Siddhartha Mukherjee?
Algum dia hehehe... preciso ver se esses vídeos de livros vão dar audiência, por enquanto tá meio fraco e o canal precisa crescer ;-)
Concordo totalmente com esse cara. Cansei totalmente de historiadores culturalistas que reduzem tudo a "discursos e narrativas".
Quais são os culturalistas que depositamos tudo em.narrativas e discursos? Quero evita-los😊
Ainda preciso ler (shame on me). Mas andava meio caro nas livrarias. Talvez com a nova edição haja promoções. Há um documentário sobre o livro, você já viu? Ainda não assisti, mas tá na fila.
Vi, é legal, bem fiel, embora o livro seja bem mais completo
Já namorava esse livro há bastante tempo, quando ouvi falar da nova edição então, fiquei mais atiçado ainda. Eis que estou na livraria de um shopping aqui em Belém, numa parte em que tinha o livro e já comecei a lançar alguns olhares enquanto examinava alguns outros na mesma bancada. Insinuo um movimento para manusear o Armas, Germes e Aço, pelo menos pra ver o preço quando um senhor me interpela e começa a perguntar se gosto de ler. Respondo que sim. Ele então começa a dizer o quão genial é o Jared Diamond e o quão brilhante é o livro, que devo comprar na hora e que vou gostar muito porque o livro é um "gozo!!!" e ficou a repetir isso muitas vezes. Sorri e agradeci pela indicação, dei uma volta, olhei outros livros. Ao quase sair da loja, não resisti, voltei e comprei. Tá na lista de leitura desse mês hahah
o livro apresente incoerências embora.... sabia disso?
Gostei muito. Muito curioso.
Reinaldo, o que não ficou claro é se a edição foi atualizada pelo Jared Diamond. Foi?
Excelente Reinaldo!
O documentario é bom?
É bem fiel ao livro, mas vale muito mais a pena ler o livro, eu acho.
Jared é dos bons
Oi, jovem! Tudo certo? Então fiz um vídeo sobre determinismo geografia (ruclips.net/video/i8NQ33ikU98/видео.html) ainda não li o livro, esta na fila, mas uma coisa me chama atenção e creio que daria um bom debate. A geografia não determina se vai haver ou não civilizações (quando digo não é que só a geografia física do local não vai) e tem um autor chamado Franz Boas que mostrou várias diferenças em locais de mesma latitude e recursos, mas com culturas diferentes. Enfim só um ponto, pretendo ler livro e abrir mais a discussão, abraços! (E tô no celular então me desculpem aí QQ coisa )
Então, mas ninguém aqui, nem eu, nem o Diamond, falou "determina". O lance é INFLUENCIAR, não determinar. Negar que influencia me parece claramente errado. Mas enfim, leia o livro primeiro, depois a gente pode debater ;-)
Reinaldo José Lopes ah, sim como falei, ainda não li. Tô falando em cima de algo que li, vejo se acho essa crítica e coloco aqui. Mas tendo a não concordar com ela, pq vejo em ciências humanas uma negação de tudo que não seja "construção social". Mas quando ler dou um retorno, abraços!
+Reinaldo José Lopes
vejo que a agricultura já existia de maneira bem rudimentar e simples antes na forma de ''proto-agricultura'' - sem querer querendo, simplesmente comer uma maçã e jogar umas sementes em algum lugar( os animais fazem isso o tempo todo quando defecam e a semente do fruto sai envolvida por um monte de fertilizante natural/esterco), e depois passar pela mesma área e ver um brotinho germinando ou atear fogo na mata, usar lenha.... etc.., então sim os povos paleolíticos já entendiam o mínimo de botânica mesmo que de maneira bem rudimentar e ignorante ( inclusive os índios que plantavam e comiam mandioca, inhame na áfrica subsaariana, banana com os papuanos,etc....) acontece que com o fim da última era do gelo, o clima do planeta de maneira geral mudou,e o oriente médio e norte da áfrica que eram bem mais verdes e hidratados por corpos de água, - desertificação foi acontecendo neles - de florestas para vegetações rasteiras, savana , clima mediterrâneo e agora bem mais árido e seco do que nunca antes pela ação antrópica .... então essas comunidades que antes foram relativamente conseguindo maior número populacional por causa da significativa maior expectativa de vida e falta de terras disponíveis por causa das tribos vizinhas( o oriente médio tá entre áfrica, europa e ásia, e foi à partir da áfrica vizinha que o homo sapiens colonizou o globo-- então maior a probabilidade de grupos nômades passaram por lá) geraram maior densidade demográfica em detrimento da escassez dos recursos desde vegetação em abundância , fartura de megafauna ao maior número de rios, e o que foi sendo deixado foi :
uma flora pouco diversa e bem resistente ao meio cada vez mais extremo, essa pouca diversidade facilita o processo de manipulação genética/ seleção artificial
as árvores em cada vez menor número deram espaço ao trabalho em rocha e terra ( que exigem maior demanda de capital humano de trabalho e organização) , madeira era mais fácil de ser usada, modelada, extraída e facilmente descartada, por ser de fácil destruição seja por causa de um incêndio acidental, conflito de tribos , ou força da natureza -- madeira na fogueira e moradia contra chuva, vento, proteção contra feras, noites frias --- derivados da crosta terrestre-- tudo isso mais proteção mais rígida e firme, erguer fortificações mais resistentes do que paliçadas - os conflitos aumentaram em pró da disputa pelos recursos , residências o mesmo , com menos risco de incêndio, pragas nas paredes ( bem menos degradável e não deixa espaço oco ), betume é ''petróleo'' mais antigo conhecido incluído como inflamável
os poucos rios que sobraram ---- viraram vales ou planícies densamente ocupadas e populosas por tribos rivais ou não, e no choque violento de tribos, eles não iriam facilmente ir embora, emigrar, pois não havia lugar visível no horizonte seco e morto, para onde ir? então o processo de assimilação e reconstrução aconteciam de maneira bem mais acelerada por falta de escolha
o oriente médio por não ser temperado e também nem tropical ---- facilitou muito as quatro estações não serem uma pedra no sapato.....
com tudo a alimentação dos grãos selvagens : trigo, cevada, centeio se tornou mais do que essencial , a revolução neolítica nasceu para satisfazer uma demanda cada vez maior em resposta à uma crise ecológica e produtiva pelo menos no início ,
depois virou status, poder e prestígio, quem tivesse mais terras e igualmente produtivas, iria conseguir controlar mais a vida dos outros como donos da produção de alimento e os povos mais primitivos e vizinhos em zonas mais verdes acabaram entrando na teia econômica e geopolítica das civilizações de regadio ,
os oprimidos / as novas civilizações :
para se defenderem do imperialismo dos opressores,
reterem monopólio da força como intermediários tecnológicos ou minas de riquezas para estrangeiros ou desfrutar do mesmo luxo e materialismo histórico que nem eles :
foram absorvendo e aprendendo '' a organização social - civilização'' através de muitas maneiras como : servindo como mercenários, anexados e aculturados até um certo grau então se rebelando formando um novo estado com tudo que foi passado durante o domínio forasteiro, missões diplomáticas e tributárias, filhos reféns da aristocracia tribal que eram mandados como tributo aos reis mais poderosos, casamento arranjado como demonstração de diplomacia positiva, sendo cativos e retornando para terra de origem com novos conhecimentos, nômades com suas vidas diretamente derivadas dos seus rebanhos e caças - equinos, lã, leite, queijo,marfim , tendões , gordura animal, gado e peles que iam até os centros mais urbanos vender ou se relacionavam com esses revendedores , importação de rituais religiosos mais complexos e elaborados - que cativava o coração e alma dos novos fiéis, que então à qualquer preço não iriam medir esforços em nome de uma verdade absoluta e incontestável e logo iam aprender nos centros eclesiásticos , sequestro e rapto de pessoas com os mais diferentes ofícios , lugar de refúgio para alguma parcela de um povo que foi conquistado à força, recebimento de estrangeiros que fugiam de algum tipo de perseguição e etc, exilados como mercadores e nobres e seu pessoal profissional
o jardim do éden é uma metáfora referente à transição do paleolítico para o neolítico, uma história que foi simplificada ao máximo ao longo de várias gerações que eram cada vez mais distantes daquele contexto original -- e como abraão e hebreus vieram da cidade ur na mesopotâmia na crescente fértil , não é de estranhar isso no gênesis - o começo do começo
E aí, leu? Eu li Prisioneiros Geografia (e estou começando o Jared hoje). Achei as ideias do Tim Marshall sensatas.
no rádio passando a visão da 5 playboy da sul nunca fui teu amiguo
Acabei de comprar 1499. Depois será esse.
Brigado mesmo, Diego!
O livro é bom, mas é muito repetitivo. Ele repete asmesmas explicaões com muita frequência. Você parece que está lendo sempre o mesmo capítulo.
O livro é bacana, mas há ressalvas quanto aos argumentos econômicos utilizados. Os fatores naturais e geográficos influenciam menos na prosperidade de um conjunto populacional do que as instituições moldadas e advindas por este. Para saber mais ler "Por que as Nações Fracassam" de Daron Acemoglu e James A. Robinson. Valeu Rei
Oi Lukas! Já li o Why Nations Fail também ;-) Na verdade os dois livros capturam parte da verdade, a diferença é de escala temporal e espacial. O foco do Diamond são os continentes, o do Why Nations Fail é o Estado-nação em épocas histórias relativamente recentes. Não dá pra comparar os dois diretamente. Abração!
Rei, na verdade não sou eu, mas os próprios autores de "Why Nations Fail" que fazem comparação entre as distintas teses: "A tese de Diamond não nos diz por que essas tecnologias cruciais não se difundem e uniformizam a renda ao redor do mundo, como tampouco explica por que a metade norte de Nogales é tão mais rica que sua gêmea ao sul da cerca, muito embora ambas fizessem parte da mesma civilização, 500 anos atrás" (posição 990). Também há referências e críticas ao livro de Diamond nas posições 979, 983, 992, 995, 1001, 1009, 1013, 1015 do ebook Kindle
Que put@ invesa de vc cara, pra mim esse é maior tesouro que uma pessoa pode ter, CONHECIMENTO.
Eles são meio cuzões com o Diamond, na minha opinião ;-) E, de novo, os livros tentam responder perguntas que são bastante diferentes entre si, apesar de alguns pontos em comum.
Se só instituições dessem conta do recado hoje teríamos megalópoles na antártida ou no meio do deserto do Saara. Tudo bem temos Dubai por exemplo mas ela só existe porque canibaliza recursos de lugares mais generosos do ponto de vista geográfico e não é a regra. Instituições surgiram depois e por causa do sucesso inicial de alguns povos e a geografia tem muito a ver com isso.
Esse livro é importante para as pessoas entenderem que certos povos não evoluiram a custas de outros e sim por questões de terem mais recursos e saberem aproveitar melhor, ai acaba o vitimismo e a ignorancia de que certos povos foram explorados "snif snif".
Vc com certeza nao leu o livro, porque o que o autor faz é justamente provar o contrário do que você esta afirmando.
Ainda não li o livro. Vi apenas a série de documentários baseada na obra, disponível no RUclips. Não gostei do que vi. Diamond descamba para o determinismo climático e geográfico. Chega a menosprezar as civilizações ameríndias, ao mesmo tempo em que, paradoxalmente, elogia as sociedades tradicionais africanas, quase igualmente atrasadas tecnologicamente em relação aos europeus. Na sua teoria da dispersão latitudinal da civilização, desdenhou um elemento geográfico importantíssimo no oeste da Eurásia: o Mar Mediterrâneo. Este desempenhou um poderoso papel na integração de povos de longitudes (e também climas) diferentes. Também deixa de considerar os grandes rios, berço das grandes civilizações orientais e que permitiram sua integração cultural e comunicação com outros povos. Que a geografia pode influir no desenvolvimento das civilizações, não se duvida. Mas que isso aconteça segundo as "leis" do determinismo tosco de J. Diamond vai uma certa distância.
Oi Marcos, realmente tem um oceano de distância entre os documentários e o livro. A argumentação do livro é muito mais complexa e nuançada. Ainda acho que vale a pena você ler. No livro em nenhum momento ele menospreza os ameríndios. E ele fala bastante da importância do clima do Mediterrâneo para o cultivo de cereais.
Ok, Reinaldo. Vou ler o livro assim que possível. Forte abraço! Parabéns pelo bom trabalho!
Ahhhhh !... Você é o autor de " 1499 " !... ....Odiei o seu livro. Chato mesmo.