Perplexo (Renato Torres e Marcelo Sirotheau)

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  • Опубликовано: 7 фев 2025
  • Este bolero desavergonhado já tem mais de uma década que foi composto, e ainda me causa certa perplexidade que seja minha única parceria com o querido @marcelosirotheau , compositor de imenso talento com quem tenho uma ligação profundamente afetiva (a cada encontro nosso nos palcos da cidade, um imenso jorro de amor, como o descrito por Djavan em “Nobreza”: “uma grande amizade é assim/ dois homens apaixonados”. “Perplexo” nasceu de uma letra de Sirotheau musicada por mim, e que traz as imagens de um confronto ancestral entre anima e animus, entre contrários especulares que se atiçam através dos relacionamentos (amorosos? Sexuais? Fraternos? Familiares?), justapondo-se e fremindo através de suas diferenças fundamentais. A letra de Sirotheau se põe de maneira sagaz, jamais definindo um gênero ao seu eu lírico, que serpenteia vertiginosamente em seus argumentos capciosos, sugerindo aqui e ali um certo sado-masoquismo recreativo, com um humor irresistível, charmoso, que procurei preservar em sua melodia sinuosa.
    @marcelosirotheau , parceiro querido, este vídeo vai de presente pelo teu recente aniversário… feliz existir! E bora compor mais!
    Perplexo* (Renato Torres e Marcelo Sirotheau)
    sou teu reflexo avesso
    apreço: o que sinto por ti
    sou teu anexo travesso
    teu começo perplexo
    ao te ver, desconexo, diante de mim
    sou tua cara, metade da vida que és
    sou tua porta, passagem pra tudo onde estou
    quando me encaras,
    reparas em mim de viés
    e não te importas,
    comportas o que não te sou
    sou tuas asas de gesso,
    mereço o que trago de ti
    sou o que é dado, o sem preço,
    o teu endereço
    atado aos teus passos
    marcados por dentro de mim
    sou teu reflexo avesso
    apreço: o que sinto por ti
    sou teu anexo travesso
    teu começo perplexo
    ao te ver, desconexo, diante de mim
    sou tua carne, pedaço de ti em revés
    sou tua praia, deserto de um mar que vazou
    quando me entendes,
    te rendes a mim, aos meus pés
    e te demoras, adoras o que não te dou
    sou tuas asas de gesso,
    mereço o que trago de ti
    sou o que é dado, o sem preço,
    o teu endereço
    atado aos teus passos
    marcados por dentro de mim.
    *obra registrada na União Brasileira de Compositores - UBC

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