Li a terceira e ultima parte desta série de artigos no seu blog "certas palavras" e fi-los com muitos dos meus estudantes de português como língua estrangeira, achei o artigo fascinante. Parabéns! Aprecio imenso o seu blog e uso bastante nas minhas aulas e agora fico muito contente de ver com começou a criar mais conteúdo no RUclips.
Excelente vídeo informativo! Parabéns! Em relação à origem etimológica do topónimo Lisboa, há diversas hipóteses. Por aquilo que tem sido investigado, é mais provável que seja um hidrónimo com origem numa língua indo-europeia, pelo menos num dos seus elementos. Olisipo (no caso nominativo) e Olisipona (no caso acusativo, de onde vem o nome Lisboa; Olisipona > Lisipona > Lisibona > Lisbona > Lisbõa > Lisboa) tem no elemento final /ipo/ ou /po/ que poderá ser um vocábulo referente a água numa língua descendente do PIE (Proto-Indo-Europeu), *ops ou *opa era um dos vocábulos para «água» ou «curso de água», em PIE, com o tempo o /p/ pode tornar-se em /b/. Há muitas variantes para este vocábulo em muitas línguas tais como "apona", "abona", "avona", "ubona" ou "ab" (aliás nas línguas celtas há um elemento /av/ ou /ab/, por exemplo, no nome do rio "Avon", e também existem topónimos em Portugal tal como Aveiro, ou nas línguas indo-arianas, do norte do subcontinente indiano como, por exemplo, a região do Punjabe, de "Punj" - Cinco e "Ab" - Águas ou Rios). Quanto ao elemento /olis/ ou /olisi/ é mais difícil saber, mas também poderá ser um hidrónimo. A ideia do topónimo de origem feníca, que é muito repetida (erroneamente), vem de Samuel Bochart, um erudito francês do século XVII, segundo o qual o nome tinha origem em dois vocábulos que afirmava ser de origem fenícia, viria de "allis" - porto e "ubbo" - seguro, mas, na realidade, estes vocábulos não existem em fenício (uma língua cananeia do norte, do ramo noroeste das línguas semitas, e próxima do hebraico, uma língua cananeia do sul); na realidade, o vocábulo para "porto", em fenício, é "melit" ou outra variante e "seguro" é "batakh" ou outra variante. Em termos linguísticos, de vocabulário, fonética e morfologia, a hipótese do nome Lisboa ser oriundo de um elemento em que um deles é um hidrónimo de alguma língua indo-europeia ou de dois elementos de duas línguas diferentes (uma pode não ser indo-europeia), parece ser mais verosímel, mas ainda é necessária mais investigação até se chegar a uma conclusão mais sólida.
Excelente comentário, parabéns e muito obrigado. "com o tempo o /p/ pode tornar-se em /b/" provavelmente foram os Árabes que alteraram o /p/ para /b/, os Árabes não têm /p/ e costumam substituir por /b/. E já agora as várias formas que os Árabes usaram para designar Lisboa: Al-Ušbūna, al-Išbūna, Išbūna, Lašbūna, Lišbūna, Lušbūna, Ušbūna No Magrebe há gente com apelidos Lachbouna, Lashbouna, Lichbouna, Lishbouna, Lisbona, Ouchbouni que devem ser descendentes de Muçulmanos/Judeus que as circunstâncias os levaram a abandonar Lisboa.
O sufixo "ipo" está bem conotado com a toponímia turdetana e túrdula - Andaluzia Ocidental e Extremadura. No nosso caso, os topónimos "Olisipo", "Colipo" e "Bevipo", estão associados aos Túrdulos Opidanos.
Possivelmente as línguas Bell-beakers deixaram muitas influências também (seria o caso do lusitano?). Como dizem, castlhano é latim falado por bascos e poruguês é latim falado por celtas! 😂
😂😂😂😂😂Não vai cantar essa música em Castela , senão vão fazer home run e bola de você con bastão de tacoball, rápido você vira um bife batido lá, e pra rebote ainda chamam a turma da Borgonha pra levar ao paletó de madeira 😂😂😂😂😂😂
O Moçárabe vem do Árabe Hispânico "musta‘rabí" (المستعربين) e significa arabizado ou influenciado pelo Árabe. Portanto seria um Latin tardio arabizado, que dependendo da zona chegou a conter até 40% do Árabe. O moçarabismo em Lisboa deve ter sido muito forte, porque mesmo depois da conquista Cristâ em 1147, durante muitos séculos os Lisboetas continuaram a referir-se à Virgem Maria em Árabe, al-Aḍra (عذراء), daí a designação de Feira da Ladra ter sobrevivido até aos nossos. Quanto a palavras de origem Amazigh (leia-se amazir e não amazigue) não ficaram muitas, até porque os Berberes também foram muito arabizados, assim por alto poderia dizer a palavra "zambujo" que chega à língua Portuguesa através do Árabe Hispânico أثّابّوج (azzabbúǧ) e esta do Árabe Clássico زعبج (zaɛbaj) ou زغبج (zaabaj), que se usava no Iémen para designar um tipo de oliveira no Sul da Arábia, que estava muito influenciado pelo Árabe Hispânico e pelas línguas Berberes. Há quem aponte a hipótese de que أثّابّوج (azzabbúǧ) do Árabe Hispânico venha directamente do ⴰⵥⴻⴱⴱⵓⵊ (aẓebbuj), de qualquer modo, de uma forma ou de outra, a origem estará sempre apontada para o Berbere.
Mas porque motivo o "latim" falado no sul não teria evoluído como no norte para um ou vários romances?! Algum dele sobreviveu em escrota árabe. Não é assim tão árabe como isso. Não é assim tão pouco "latim" ou romance como isso. tinha os arabismos que as línguas romances ibéricas têm. Teria mais do que o castelhano?!
@@luisteixeiraneves4211 a questão Norte/Sul não serve de muito, porque na Idade Média e até ao Século XVII houve grandes movimentos populacionais na Península Ibérica, a Galiza, que apenas esteve 154 anos sob domínio Islâmico, acabou por ficar com a taxa de ADN Norte Africano mais alta da Península Ibérica, cerca de 11%. Além disto Sevilha foi a capital de facto de Espanha durante alguns séculos e consequentemente o "Espanhol" falado em Sevilha durante algum tempo foi visto como padrão.
Alis ubbo foi o primeiro nome da cidade de lisboa. Um nome fenício que comprova nao só a presença Fenícia mas também o seu estabelecimento permanente na região. De Alis ubbo passou para Olissipo com a conquista romana. De Olissipo passou para olisipona e mais tarde para al-Lixbûnâ e mais tarde para lisbona e lisboa. A língua lusitana tem duas origens propostas pelos linguistas, a primeira é que ela era uma mistura do proto-celta com o ibérico, a outra é a sua suposta origem itálica, no entanto essa teoria baseia-se no estudo da evolução fonética que surge nas várias inscrições do século 1 antes de cristo. Não existem provas suficientes para concluir que era de facto uma língua itálica e uma vez que o lusitano não tinha forma escrita inicialmente foi adotado o alfabeto latino para a escrever o que pode ter originado uma latinizaçāo de alguns dos fonemas, pelo menos na sua forma escrita, não sendo isso prova suficiente da suposta origem itálica. Houve duas variantes do latim que foram trazidas para a iberia. O latim classico falado pelos ricos e o latim vulgar falado pelo povo e pelos soldados. O latim tanto o falado no norte como o moçárabe era chamado pelas pessoas de " linguagem".
Obrigado pelo comentário. Não há consenso que o primeiro nome tenha sido fenício, é apenas uma das hipóteses. Concordo que não há consenso quanto à classificação do lusitano. Quanto ao latim, apresentava um padrão escrito e muita variação na oralidade (tanto geográfica como social), como qualquer língua falada por muitas pessoas. O latim vulgar é um nome tradicional para um fenómeno que não é exclusivo do latim.
Adorei o seu Canal querido Marcos Neves!!! Sabias que Neves tem origem judaica? נווה Neve significa morada!!! Um grande abraço de um Henriques que vive em Haifa, Israel
Ouvi dizer que em Portugal tem certas regras para dar nome aos filhos, e que inclusive teria uma lista de nomes permitidos. Esses Wadbar e Ibadar são nomes portugueses permitidos? Ou apenas dois portugueses em toda história do mundo tiveram esses nomes?
Wadbar e Ibadar não eram portugueses, ainda faltavam muitos séculos para aparecer Portugal e ainda mais para aparecerem as tais regras para dar nomes aos filhos. :)
@@marconeves eu acho que esse negócio de determinar quais nomes podem ser usados uma besteira, bastava o bom senso. Eu acho que esses dois nomes poderiam ser usados, pois são as duas pessoas nomeadas e registradas mais antigas a pisarem em solo que seria hoje Portugal. Aqui no Brasil vários nomes indígenas são aceitáveis, inclusive muitas pessoas tem nomes de origem indígena mesmo sem serem descendentes dos povos originários.
Para quem goste de se rir, aqui fica uma lista do que a permissividade onomástica faz acontecer: exame[ponto]com[barra]pop[barra]os-50-nomes-mais-estranhos-registrados-no-brasil
Desde há muito tempo que tenho como muito provável que o povo mais influente na nossa origem não foi o Lusitano mas o Cónio ou Cónio/Tartéssico que também é conhecido pela escrita do sudoeste. Seria muito mais importante não só pelo domínio da escrita mas pelo criação/domínio do cavalo e da metalurgia. O Estado Novo elevou o povo lusitano pela combatividade aos romanos mas culturalmente não terão tido a relevância dos cónios. Esperava ver a conexão da lingua cónia/tartéssica com a nossa, apesar que o sul foi muito rapidamente absorvido pelos romanos.
nem os próprios romanos falavam Latim clássico, o que chamamos de Clássico naquela altura da história era voltado apenas ao contexto do senado, muito semelhante ao português padrão se tornando apenas em âmbito formais como no judiciário ou no parlamento
@@carlvanderhagen-mq2ml isso não é bem assim, em primeiro lugar a nossa língua não deriva de um Latin coloquial, mas sim do Moçárabe, que era uma língua de base latina muito influenciada pelo Árabe, o Moçárabe era escrito tanto com caracteres latinos como com caracteres cúficos. A não esquecer que entre a chegada dos Romanos e a chegada dos Árabes e Berberes passaram-se 1000 anos e que pelo meio esse Latim muito tardio ainda sofreu influências do Gótico. O Espanhol é uma língua moderna que deriva do Castelhano medieval, que por sua vez deriva do Moçárabe.
A elites Romanas trouxeram o Latim clássico e as tropas trouxeram Latim coloquial ou informal que era um Latim apenas falado e que tinha influências de outras línguas de Itália. O Latim era uma língua da região do Latium (hoje em dia Lazio ou Lácio em Português), a zona que envolve a cidade de Roma, portanto poucos soldados falariam um Latim puro. A maioria das línguas ditas Romances não deriva directamente do Latim, mas sim versões tardias do Latim vulgar ou tardio, em muitos casos este Latim vulgar já tinha profundas alterações. No caso da Península Ibérica no fim do primeiro milénio já ninguém falava Latim tardio, mas sim Moçárabe, que era um Latim tardio muito arabizado, o Árabe foi língua franca e língua culta na Península Ibérica durante mais de 500 anos O Moçárabe variava muito, podendo conter até 40% de léxico do Árabe, isto dependia muito das zonas e de quem as governava, não é por acaso que o Árabe é o segundo maior contributo para a nossa língua. Após as conquistas Cristãs houve políticas de relatinização das línguas, contudo uma boa parte de Arabismos sobreviveu até aos nossos dias.
Eu fico triste porque os portugueses não adotaram palavras e miados dos gatos. É uma língua muito útil para espionagem, pois nenhum humano fala. Saudações de um gato brasileiro. 😂
Essa dos 40 mil anos até me fez rir 😅, como sabe se haviam até pessoas há 40 mil anos ? Você próprio admite que ‘não se sabe nada’ 🤦🏻♂️ enfim vamos acreditando em tudo o que os cientistas nos dizem sem hesitar. O vídeo começa por volta dos 2:35 , outra coisinha o Euskera não é assim tão antigo também vemos pelos artefactos mais antigos da própria língua.
É claro que existiam pessoas há 40 000 anos. Só na minha terra tenho grutas com vestígios humanos com essa idade (Peniche, em Portugal). Quanto ao basco, é de facto muito antigo, bem mais que o latim.
Tal como existem muitos vestígios, bem datados, de pessoas de há 40000 anos. Podem ser falsos? É tão provável como os registos escritos do Império Romano serem falsos.
Excelente video, muito interessante! Um abraco de um brasileiro que mora na Tailandia e ama a lingua portuguesa!
Li a terceira e ultima parte desta série de artigos no seu blog "certas palavras" e fi-los com muitos dos meus estudantes de português como língua estrangeira, achei o artigo fascinante. Parabéns! Aprecio imenso o seu blog e uso bastante nas minhas aulas e agora fico muito contente de ver com começou a criar mais conteúdo no RUclips.
Excelente vídeo informativo! Parabéns!
Em relação à origem etimológica do topónimo Lisboa, há diversas hipóteses. Por aquilo que tem sido investigado, é mais provável que seja um hidrónimo com origem numa língua indo-europeia, pelo menos num dos seus elementos. Olisipo (no caso nominativo) e Olisipona (no caso acusativo, de onde vem o nome Lisboa; Olisipona > Lisipona > Lisibona > Lisbona > Lisbõa > Lisboa) tem no elemento final /ipo/ ou /po/ que poderá ser um vocábulo referente a água numa língua descendente do PIE (Proto-Indo-Europeu), *ops ou *opa era um dos vocábulos para «água» ou «curso de água», em PIE, com o tempo o /p/ pode tornar-se em /b/. Há muitas variantes para este vocábulo em muitas línguas tais como "apona", "abona", "avona", "ubona" ou "ab" (aliás nas línguas celtas há um elemento /av/ ou /ab/, por exemplo, no nome do rio "Avon", e também existem topónimos em Portugal tal como Aveiro, ou nas línguas indo-arianas, do norte do subcontinente indiano como, por exemplo, a região do Punjabe, de "Punj" - Cinco e "Ab" - Águas ou Rios). Quanto ao elemento /olis/ ou /olisi/ é mais difícil saber, mas também poderá ser um hidrónimo. A ideia do topónimo de origem feníca, que é muito repetida (erroneamente), vem de Samuel Bochart, um erudito francês do século XVII, segundo o qual o nome tinha origem em dois vocábulos que afirmava ser de origem fenícia, viria de "allis" - porto e "ubbo" - seguro, mas, na realidade, estes vocábulos não existem em fenício (uma língua cananeia do norte, do ramo noroeste das línguas semitas, e próxima do hebraico, uma língua cananeia do sul); na realidade, o vocábulo para "porto", em fenício, é "melit" ou outra variante e "seguro" é "batakh" ou outra variante.
Em termos linguísticos, de vocabulário, fonética e morfologia, a hipótese do nome Lisboa ser oriundo de um elemento em que um deles é um hidrónimo de alguma língua indo-europeia ou de dois elementos de duas línguas diferentes (uma pode não ser indo-europeia), parece ser mais verosímel, mas ainda é necessária mais investigação até se chegar a uma conclusão mais sólida.
Muito obrigado pelo comentário! Só por isso, já valeu a pena ter feito o vídeo. Um abraço e obrigado!
Excelente comentário, parabéns e muito obrigado.
"com o tempo o /p/ pode tornar-se em /b/" provavelmente foram os Árabes que alteraram o /p/ para /b/, os Árabes não têm /p/ e costumam substituir por /b/.
E já agora as várias formas que os Árabes usaram para designar Lisboa: Al-Ušbūna, al-Išbūna, Išbūna, Lašbūna, Lišbūna, Lušbūna, Ušbūna
No Magrebe há gente com apelidos Lachbouna, Lashbouna, Lichbouna, Lishbouna, Lisbona, Ouchbouni que devem ser descendentes de Muçulmanos/Judeus que as circunstâncias os levaram a abandonar Lisboa.
O sufixo "ipo" está bem conotado com a toponímia turdetana e túrdula - Andaluzia Ocidental e Extremadura. No nosso caso, os topónimos "Olisipo", "Colipo" e "Bevipo", estão associados aos Túrdulos Opidanos.
Marcos, sou brasileiro. Meu idioma natural é o português, embora este tem sido muito maltratado aqui no Patropi.
Que aula maravilhosa. Muito obrigado por partilhar seu conhecimento conosco.
Vídeo espetacular. Parabéns, mestre!
Agradeço esta sua informação, muitíssimo valiosa.
É com muito gosto que vou partilhar este seu áudiovisual.
tenho muita curiosidade de como soava a língua celta lusitana ou galaico
Celta não era uma língua. Os Celtas são um conjunto enorme de povos com diferentes línguas.
Parabéns, santíssima a sua exposição histórica.
Luva, que é cognata de "Glove" :)
Quem bom o teu vídeo! Parabéns pelo trabalho ❤️❤️❤️
Possivelmente as línguas Bell-beakers deixaram muitas influências também (seria o caso do lusitano?). Como dizem, castlhano é latim falado por bascos e poruguês é latim falado por celtas! 😂
boa observação
😂😂😂😂😂Não vai cantar essa música em Castela , senão vão fazer home run e bola de você con bastão de tacoball, rápido você vira um bife batido lá, e pra rebote ainda chamam a turma da Borgonha pra levar ao paletó de madeira 😂😂😂😂😂😂
Gostei da sua história. Divulgar-se o que ocorre, hoje, por trás da muralha Lusitana, parece deveras útil, para o nosso dia de amanhã.
Muito bem. Gostaria de ver e ouvir um vídeo seu sobre a Língua Lusitana.
Muito bom!
O Moçárabe vem do Árabe Hispânico "musta‘rabí" (المستعربين) e significa arabizado ou influenciado pelo Árabe. Portanto seria um Latin tardio arabizado, que dependendo da zona chegou a conter até 40% do Árabe. O moçarabismo em Lisboa deve ter sido muito forte, porque mesmo depois da conquista Cristâ em 1147, durante muitos séculos os Lisboetas continuaram a referir-se à Virgem Maria em Árabe, al-Aḍra (عذراء), daí a designação de Feira da Ladra ter sobrevivido até aos nossos.
Quanto a palavras de origem Amazigh (leia-se amazir e não amazigue) não ficaram muitas, até porque os Berberes também foram muito arabizados, assim por alto poderia dizer a palavra "zambujo" que chega à língua Portuguesa através do Árabe Hispânico أثّابّوج (azzabbúǧ) e esta do Árabe Clássico زعبج (zaɛbaj) ou زغبج (zaabaj), que se usava no Iémen para designar um tipo de oliveira no Sul da Arábia, que estava muito influenciado pelo Árabe Hispânico e pelas línguas Berberes. Há quem aponte a hipótese de que أثّابّوج (azzabbúǧ) do Árabe Hispânico venha directamente do ⴰⵥⴻⴱⴱⵓⵊ (aẓebbuj), de qualquer modo, de uma forma ou de outra, a origem estará sempre apontada para o Berbere.
Mas porque motivo o "latim" falado no sul não teria evoluído como no norte para um ou vários romances?! Algum dele sobreviveu em escrota árabe. Não é assim tão árabe como isso. Não é assim tão pouco "latim" ou romance como isso. tinha os arabismos que as línguas romances ibéricas têm. Teria mais do que o castelhano?!
@@luisteixeiraneves4211 a questão Norte/Sul não serve de muito, porque na Idade Média e até ao Século XVII houve grandes movimentos populacionais na Península Ibérica, a Galiza, que apenas esteve 154 anos sob domínio Islâmico, acabou por ficar com a taxa de ADN Norte Africano mais alta da Península Ibérica, cerca de 11%. Além disto Sevilha foi a capital de facto de Espanha durante alguns séculos e consequentemente o "Espanhol" falado em Sevilha durante algum tempo foi visto como padrão.
Adoro esse sotaque !
Alis ubbo foi o primeiro nome da cidade de lisboa. Um nome fenício que comprova nao só a presença Fenícia mas também o seu estabelecimento permanente na região. De Alis ubbo passou para Olissipo com a conquista romana. De Olissipo passou para olisipona e mais tarde para al-Lixbûnâ e mais tarde para lisbona e lisboa. A língua lusitana tem duas origens propostas pelos linguistas, a primeira é que ela era uma mistura do proto-celta com o ibérico, a outra é a sua suposta origem itálica, no entanto essa teoria baseia-se no estudo da evolução fonética que surge nas várias inscrições do século 1 antes de cristo. Não existem provas suficientes para concluir que era de facto uma língua itálica e uma vez que o lusitano não tinha forma escrita inicialmente foi adotado o alfabeto latino para a escrever o que pode ter originado uma latinizaçāo de alguns dos fonemas, pelo menos na sua forma escrita, não sendo isso prova suficiente da suposta origem itálica. Houve duas variantes do latim que foram trazidas para a iberia. O latim classico falado pelos ricos e o latim vulgar falado pelo povo e pelos soldados. O latim tanto o falado no norte como o moçárabe era chamado pelas pessoas de " linguagem".
Obrigado pelo comentário. Não há consenso que o primeiro nome tenha sido fenício, é apenas uma das hipóteses. Concordo que não há consenso quanto à classificação do lusitano. Quanto ao latim, apresentava um padrão escrito e muita variação na oralidade (tanto geográfica como social), como qualquer língua falada por muitas pessoas. O latim vulgar é um nome tradicional para um fenómeno que não é exclusivo do latim.
Duvido que seja fenício. Há essa terminação -ipo no interior da Península.
Muito interessante, obrigada
Muito boa essa abordagem "geográfica" da língua.
Lisboa - Al-Ushbuna
Olha este e Lisboa!!!.Qualquer cidade ou terra antes de ser Portugal.
Adorei o seu Canal querido Marcos Neves!!! Sabias que Neves tem origem judaica? נווה Neve significa morada!!! Um grande abraço de um Henriques que vive em Haifa, Israel
Neves vem do Latim nix, nivis. Um Henriques em Haifa cheira a colono.
Qual seria a origem de Oliveira?
Não tem origem judaica. Evangelicalismo id10ta criando mitos igualmente imbec1s.
Excelente Recuperação Histórica !!!
Felicitações !!
Uma língua de quarenta mil anos, cujo nome se não sabe... Sendo muito sincero, não creio de forma alguma nesse longo período de tempo.
bom video
Ouvi dizer que em Portugal tem certas regras para dar nome aos filhos, e que inclusive teria uma lista de nomes permitidos. Esses Wadbar e Ibadar são nomes portugueses permitidos? Ou apenas dois portugueses em toda história do mundo tiveram esses nomes?
Wadbar e Ibadar não eram portugueses, ainda faltavam muitos séculos para aparecer Portugal e ainda mais para aparecerem as tais regras para dar nomes aos filhos. :)
@@marconeves eu acho que esse negócio de determinar quais nomes podem ser usados uma besteira, bastava o bom senso. Eu acho que esses dois nomes poderiam ser usados, pois são as duas pessoas nomeadas e registradas mais antigas a pisarem em solo que seria hoje Portugal. Aqui no Brasil vários nomes indígenas são aceitáveis, inclusive muitas pessoas tem nomes de origem indígena mesmo sem serem descendentes dos povos originários.
@@marcoantoniobrandaotada937 Já não existe essa lista
Para quem goste de se rir, aqui fica uma lista do que a permissividade onomástica faz acontecer: exame[ponto]com[barra]pop[barra]os-50-nomes-mais-estranhos-registrados-no-brasil
Interessante.
Muito interessante olissipo como עולם סוף (Olam sof - mundo finito. Forçando a barra, parece com Oli[m]sip ~ Olissipo).
As consoantes não batem. Ipo pode vir de fenício que é próximo ao hebraico, mas creio que seja língua nativa
Desde há muito tempo que tenho como muito provável que o povo mais influente na nossa origem não foi o Lusitano mas o Cónio ou Cónio/Tartéssico que também é conhecido pela escrita do sudoeste. Seria muito mais importante não só pelo domínio da escrita mas pelo criação/domínio do cavalo e da metalurgia. O Estado Novo elevou o povo lusitano pela combatividade aos romanos mas culturalmente não terão tido a relevância dos cónios. Esperava ver a conexão da lingua cónia/tartéssica com a nossa, apesar que o sul foi muito rapidamente absorvido pelos romanos.
Não, pois a Reconqusita fez convergir galegos e portugueses.
Viquingue em Portgual é uma loucura. Nunca tinha pensado nisso. Faz sentido.
Nice
Mais um vídeo interessantíssimo! Não sei como agradecer tanto conhecimento que me está sendo dado!
Desculpe-me o erro.Fantastica...
As línguas chegaram com seus falantes
Valeu!
Só reparei agora que não agradeci. Muito obrigado! :)
Muito bom! Inscrito.
As chegaram seus falantes
De 40.000 anos atrás, deve haver apenas objetos e ossos. Eu vou pesquisar mais sobre esse assunto.
A língua trazido pelos romanos era mesmo latim clássico ou eles falavam línguas romances que já haviam divergido do latim?
Pedro, a nossa língua deriva do Latim Coloquial, como o francês, espanhol, romeno.... abraço
Nossa língua deriva do galego
nem os próprios romanos falavam Latim clássico, o que chamamos de Clássico naquela altura da história era voltado apenas ao contexto do senado, muito semelhante ao português padrão se tornando apenas em âmbito formais como no judiciário ou no parlamento
@@carlvanderhagen-mq2ml isso não é bem assim, em primeiro lugar a nossa língua não deriva de um Latin coloquial, mas sim do Moçárabe, que era uma língua de base latina muito influenciada pelo Árabe, o Moçárabe era escrito tanto com caracteres latinos como com caracteres cúficos. A não esquecer que entre a chegada dos Romanos e a chegada dos Árabes e Berberes passaram-se 1000 anos e que pelo meio esse Latim muito tardio ainda sofreu influências do Gótico. O Espanhol é uma língua moderna que deriva do Castelhano medieval, que por sua vez deriva do Moçárabe.
A elites Romanas trouxeram o Latim clássico e as tropas trouxeram Latim coloquial ou informal que era um Latim apenas falado e que tinha influências de outras línguas de Itália. O Latim era uma língua da região do Latium (hoje em dia Lazio ou Lácio em Português), a zona que envolve a cidade de Roma, portanto poucos soldados falariam um Latim puro. A maioria das línguas ditas Romances não deriva directamente do Latim, mas sim versões tardias do Latim vulgar ou tardio, em muitos casos este Latim vulgar já tinha profundas alterações. No caso da Península Ibérica no fim do primeiro milénio já ninguém falava Latim tardio, mas sim Moçárabe, que era um Latim tardio muito arabizado, o Árabe foi língua franca e língua culta na Península Ibérica durante mais de 500 anos O Moçárabe variava muito, podendo conter até 40% de léxico do Árabe, isto dependia muito das zonas e de quem as governava, não é por acaso que o Árabe é o segundo maior contributo para a nossa língua. Após as conquistas Cristãs houve políticas de relatinização das línguas, contudo uma boa parte de Arabismos sobreviveu até aos nossos dias.
Eu fico triste porque os portugueses não adotaram palavras e miados dos gatos. É uma língua muito útil para espionagem, pois nenhum humano fala.
Saudações de um gato brasileiro. 😂
Quanta idiotice. Chega ser vergonhoso ser brasileiro.
Miauuu!
😂🤣😂🤣😂🤣😂🤣 ...tenho ca as minhas duvidas!!!
Agora fiquei com mais medo dos gatos. Serão todos espiões?
Esse aí cheira muita farinha toma k9 com Coca-Cola ao som de heavy metal😂😂😂cagou pela boca e só falou bosta!
Curiosidade, canivete em euskera é ganibet( faca). Terá ligação?
Segundo a Real Academia Española vem do franco:
canivete
Der. del franco knif; cf. ingl. knife, neerl. medio cnijf.
dle.rae.es/canivete?m=form
Não, vem do francês canif.
Esse nome ganibet deve ser um empréstimo recente pro basco. Os nomes originais de faca em basco são labana ou (h)aizto.
O basco é engraçado o basco deve ser uma língua siberiana esquimó tem muitos sons que lembram o aleute, japonês, chinês e coreano.
Essa dos 40 mil anos até me fez rir 😅, como sabe se haviam até pessoas há 40 mil anos ? Você próprio admite que ‘não se sabe nada’ 🤦🏻♂️ enfim vamos acreditando em tudo o que os cientistas nos dizem sem hesitar.
O vídeo começa por volta dos 2:35 , outra coisinha o Euskera não é assim tão antigo também vemos pelos artefactos mais antigos da própria língua.
É claro que existiam pessoas há 40 000 anos. Só na minha terra tenho grutas com vestígios humanos com essa idade (Peniche, em Portugal). Quanto ao basco, é de facto muito antigo, bem mais que o latim.
@@marconeves você está lá para ver meu caro ?
E não o basco não é muito mais antigo que o latim talvez até da mesma era.
Fique bem.
Também não estava lá no Império Romano e no entanto ele existiu...
@@marconeves mas existem inúmeros relatos escritos sobre o Império Romano 😀
Tal como existem muitos vestígios, bem datados, de pessoas de há 40000 anos. Podem ser falsos? É tão provável como os registos escritos do Império Romano serem falsos.