Adorei o vídeo! Um bate-papo bem bacana entre vocês! Esse filme realmente me pegou, porque consegue desenvolver inter-relações entre os personagens de maneira natural (não forçada) e sempre com sutileza. O protagonista tem uma das melhores atuações que já vi na vida. O filme é muito feliz ao estabelecer um senso de rotina no início (não como fonte de tédio, mas como reflexos de um homem consistente). A partir disso aí, alguns eventos trazem altos e baixos, mas ele sempre busca tirar o melhor de cada situação. A sobrinha dele é muito cativante e consegue chacoalhar a rotina dele de modo positivo (uma relação bem genuína entre PESSOAS, que é o que realmente importa em nossas vidas - escapando da mãe dela, claramente classista/materialista). Isso é construído com delicadeza, não de modo expositivo. O constante olhar para o céu e para o topo das árvores mostra alguém que, com suas adversidades, consegue manter seu otimismo, orgulho e alegria (dentre outras alegrias, café, música, etc). Uma parte importante do final foi a chegada de outra trabalhadora compromissada com o trabalho, e a alegria que isso trouxe a ele. Esse foi um dos vários detalhes me fizeram gostar bastante do filme. Achei o núcleo do colega jovem desleixado com a namorada "blogueirinha" meio over... Mas, de resto, gostei bastante do filme. [Já tinha visto três filmes do diretor, odiei os três... Mas gosto muito dessa categoria do Oscar e dei mais uma chance.]
Não sei se você assistiu aos filmes mais recentes do Wim Wenders, mas os antigos são bem mais potentes. Fica de dica pós-Dias Perfeitos. E os docs dessa fase mais contemporânea são melhores que as ficções. Sobre o que fala do filme, super de acordo. Isso que pontua sobre olhar pra cima é das coisas mais singelas e bonitas do filme. E acrescento, essa capacidade de sonhar essa coisa pra além, mas sempre pisar no chão e olhar o que está à volta é o que me encanta ainda mais. Mais uma dessas coisas opostas que a gente comenta no fim do vídeo.
@@VinteeQuadro Eu vi: Tão Longe, Tão Perto O Hotel de Um Milhão de Dólares Os Belos Dias de Aranjuez Realmente, não gostei de nenhum dos três... Mas esse (Dias Perfeitos) me pegou forte!
Maravilhoso, com certeza o melhor filme do Wenders nesse século e meu preferido entre os indicados ao melhor filme internacional do Oscar. Gostaria de ver vocês falando do "Cerrar los Ojos" do Victor Erice, lançado também ano passado.
Wenders em ótima forma à essa altura é impressionante! Merecia mais reconhecimento. Agora sobre Cerra los Ojos, eu Natan, adoro. Eder já acha brega. Vai entender, se fosse japonês, certamente ele diria o contrário hahaha. Devo escrever algo no boxd em algum momento!
Parabéns pelo vídeo, ótimas lembranças do mestre Ozu meu diretor favorito. Cinema japonês on fire nessa temporada que inclusive o AFIRE meu filme predileto dessa season cinematográfica estranhamente não foi indicado. Já sobre DIAS PERFEITOS, confesso que foi prazeroso assisti-lo sem afogar demasiadamente na perspectiva esteriotipada de Carpediem. O que mais me chamou atenção e que vale destacar sobretudo é a atuação preciosa do Koji Yakusho que interpreta um personagem expressivo humanista e comunicativo não por suas palavras mas pelos seus gestos para mim meu favorito à melhor ator. Abraços pessoal, obrigado Éder pela recomendação Kiarostami é vida!
No último minuto do filme, após os créditos, é mostrada uma imagem em preto e branco, bem parecida com a que surge em flashes no filme, sobretudo quando o ator está dormindo, explicando o significado de uma palavra japonesa para a dicotomia luz/sombra. Creio que essa informação corrobore esses apontamentos sobre as emoções humanas serem bem fluidas. Isso inclusive, a meu ver, é a semântica da belíssima cena final ao som de Nina Simone… ah! Discordo sobre o personagem ser solitário. Eu o vejo como um cara que vive sozinho e encontrou mecanismos muito satisfatórios que o permitem olhar a vida com muita segurança! Belíssimo filme! Obrigado pela análise!😉
Valeu, gente! Pois é, Natan falando, não acho nem o filme solitário, nem carpe diem. Vejo ele no meio espaço dessas coisas, transitando pela felicidade e tristeza dessa vida em mais solitude. E acho que isso engrandece a experiência. Se fosse só um ou outro, não teria o mesmo impacto, acredito. E sobre Petzold no Oscar, difícil! Corre muito fora desse circuito. Seria tudo ser indicado, mas não acredito que isso deva rolar um dia. Não foi o escolhido nem da Alemanha pra representar o país a uma vaga em filme internacional
Olá rapazes, gostei bastante da análise desse belíssimo filme, que não consegui ver em tela grande, mas que estreou dia 12/04 na Mubi, onde pude finalmente assisti-lo. Tenho acompanhado o canal e curtido bastante as escolhas, observações e conexões feitas por vocês. Quero adicionar duas coisas: dos três livros referidos diretamente no filme, dois fazem referências a árvores, 'Palmeiras selvagens', 1939, do estadunidense Wiliam Faulkner e 'Ki' (Árvores), 1971, da japonesa Aya Koda, o que faz sentido, dada a atenção e cuidado do protagonista para com esses seres, e que também tem conotações filosóficas nipônicas. É válido lembrar que o Wim Wenders tem dois filmes documentais que se passam no Japão: 'Tokyo-ga', de 1985, em que há uma busca pelos locais e pela aura retratados por Ozu em suas obras e ainda 'Identidade de nós mesmos', de 1989, em que o diretor faz uma reflexão sobre cinema, moda e mudanças de épocas a partir do trabalho do estilista Yohji Yamamoto. É isso. Arigatô goizamasu.
Muito legal, Luiz! Obrigado pela mensagem. A ideia é sempre tentar trazer um pouco desses filmes menores. Que bom que gostou das conexões! E ótima observação dos livros. Nem tínhamos reparado. Mas sim, o Wenders tem uma admiração grande pelo Leste Asiático, né. Se esse for o último grande pequeno filme de ficção dele, valeu demais :)
Por favor, você teria umas 3 indicações de filmes parecidos com Dias Perfeitos e Parasitas? Se forem sobre a realidade da sociedade atual chinesa, seria ainda melhor. Agradeceria muito.
Desculpa a demora. Vá com os filmes do Jia Zhangke e Edward Yang. Eles trazem essa discussão de desigualdades, mas de forma mais poética, como o Dias Perfeitos. Se quiser um cara que faz docs mais diretos, embora longos, o Wang Bing. E tem um doc que gosto muito pouquíssimo falado, City Dream, do Weijun Chen, mas direto na crítica política
@@VinteeQuadro muito obrigado pelas recomendações. Você teria alguma dica de onde posso encontrar os filmes caso não estejam disponíveis em streamings tradicionais e nem na MUBI? Abs
Simplesmente soberbo !! Muito poucos filmes eu trouxe comigo na hora para casa, parabéns Win Wender's e parabéns ao Óscar para o melhor actor 👍 já vi mais de 10 vezes em casa.
5:44 tive a impressão que nesse momento o filme nos mostra as incoerências humanas. O colega parece meio folgado, so pensando em grana e garotas. Mas ele era é gente boa quando dá atenção para o garoto, que aliás, parece ter alguma deficiência.
O próprio protagonista é contraditório também, especialmente ali pro final. Ele é feliz pela vida tranquila que tem, mas também carrega uma melancolia talvez de uma cidade solitária. Acho que isso que nos encanta no filme
Como a personalidade do personagem nao tem nada a ver comigo, só vi adaptação de circunstâncias ; solidão, problemas emocionais/familiares nao resolvidos, fuga. Reflexo de uma sociedade doente emocionalmente. Toda a sua memória afetiva guardada é um armário cheio de caixas de fotografias. Achei um filme muito triste!
E é! Mas também feliz nos momentos que ele consegue respirar. Pra nós, é o que comentamos no fim. Momentos de felicidade e tristeza que se complementam que até mostram um pouco da contradição que vivemos todos os dias. Mas sim, o título é uma grande ironia pq de perfeito há momentos, e muitas imperfeições no caminho hehehe
Adorei o vídeo! Um bate-papo bem bacana entre vocês!
Esse filme realmente me pegou, porque consegue desenvolver inter-relações entre os personagens de maneira natural (não forçada) e sempre com sutileza.
O protagonista tem uma das melhores atuações que já vi na vida. O filme é muito feliz ao estabelecer um senso de rotina no início (não como fonte de tédio, mas como reflexos de um homem consistente). A partir disso aí, alguns eventos trazem altos e baixos, mas ele sempre busca tirar o melhor de cada situação. A sobrinha dele é muito cativante e consegue chacoalhar a rotina dele de modo positivo (uma relação bem genuína entre PESSOAS, que é o que realmente importa em nossas vidas - escapando da mãe dela, claramente classista/materialista). Isso é construído com delicadeza, não de modo expositivo.
O constante olhar para o céu e para o topo das árvores mostra alguém que, com suas adversidades, consegue manter seu otimismo, orgulho e alegria (dentre outras alegrias, café, música, etc). Uma parte importante do final foi a chegada de outra trabalhadora compromissada com o trabalho, e a alegria que isso trouxe a ele. Esse foi um dos vários detalhes me fizeram gostar bastante do filme.
Achei o núcleo do colega jovem desleixado com a namorada "blogueirinha" meio over... Mas, de resto, gostei bastante do filme.
[Já tinha visto três filmes do diretor, odiei os três... Mas gosto muito dessa categoria do Oscar e dei mais uma chance.]
Não sei se você assistiu aos filmes mais recentes do Wim Wenders, mas os antigos são bem mais potentes. Fica de dica pós-Dias Perfeitos. E os docs dessa fase mais contemporânea são melhores que as ficções.
Sobre o que fala do filme, super de acordo. Isso que pontua sobre olhar pra cima é das coisas mais singelas e bonitas do filme. E acrescento, essa capacidade de sonhar essa coisa pra além, mas sempre pisar no chão e olhar o que está à volta é o que me encanta ainda mais. Mais uma dessas coisas opostas que a gente comenta no fim do vídeo.
@@VinteeQuadro Eu vi:
Tão Longe, Tão Perto
O Hotel de Um Milhão de Dólares
Os Belos Dias de Aranjuez
Realmente, não gostei de nenhum dos três... Mas esse (Dias Perfeitos) me pegou forte!
Uma lindeza tremenda este filme. Vi no cinema e ficou comigo. ❤️
Merecia mais reconhecimento, mas incrível!
Maravilhoso, com certeza o melhor filme do Wenders nesse século e meu preferido entre os indicados ao melhor filme internacional do Oscar. Gostaria de ver vocês falando do "Cerrar los Ojos" do Victor Erice, lançado também ano passado.
Wenders em ótima forma à essa altura é impressionante! Merecia mais reconhecimento. Agora sobre Cerra los Ojos, eu Natan, adoro. Eder já acha brega. Vai entender, se fosse japonês, certamente ele diria o contrário hahaha. Devo escrever algo no boxd em algum momento!
Parabéns Natan! Adorei suas observações sobre o filme. Assisti hoje e saí pensando e comentando o filme com minha amiga.
Obrigado, Eni! Filme que parece pequeno, mas vai ecoando, né?
Esse filme é um poema.
E muito mais!
Parabéns pelo vídeo, ótimas lembranças do mestre Ozu meu diretor favorito. Cinema japonês on fire nessa temporada que inclusive o AFIRE meu filme predileto dessa season cinematográfica estranhamente não foi indicado. Já sobre DIAS PERFEITOS, confesso que foi prazeroso assisti-lo sem afogar demasiadamente na perspectiva esteriotipada de Carpediem. O que mais me chamou atenção e que vale destacar sobretudo é a atuação preciosa do Koji Yakusho que interpreta um personagem expressivo humanista e comunicativo não por suas palavras mas pelos seus gestos para mim meu favorito à melhor ator. Abraços pessoal, obrigado Éder pela recomendação Kiarostami é vida!
No último minuto do filme, após os créditos, é mostrada uma imagem em preto e branco, bem parecida com a que surge em flashes no filme, sobretudo quando o ator está dormindo, explicando o significado de uma palavra japonesa para a dicotomia luz/sombra. Creio que essa informação corrobore esses apontamentos sobre as emoções humanas serem bem fluidas. Isso inclusive, a meu ver, é a semântica da belíssima cena final ao som de Nina Simone… ah! Discordo sobre o personagem ser solitário. Eu o vejo como um cara que vive sozinho e encontrou mecanismos muito satisfatórios que o permitem olhar a vida com muita segurança! Belíssimo filme! Obrigado pela análise!😉
Valeu, gente! Pois é, Natan falando, não acho nem o filme solitário, nem carpe diem. Vejo ele no meio espaço dessas coisas, transitando pela felicidade e tristeza dessa vida em mais solitude. E acho que isso engrandece a experiência. Se fosse só um ou outro, não teria o mesmo impacto, acredito.
E sobre Petzold no Oscar, difícil! Corre muito fora desse circuito. Seria tudo ser indicado, mas não acredito que isso deva rolar um dia. Não foi o escolhido nem da Alemanha pra representar o país a uma vaga em filme internacional
Gostei demais dessa dupla e fiquei fã! Parabéns e muito obrigado!
Infelizmente, ainda não vi o filme: verei assim que puder...
Obrigado, Carlos! Veja com certeza. Foi dos filmes mais fortes de 2023 :)
Olá rapazes, gostei bastante da análise desse belíssimo filme, que não consegui ver em tela grande, mas que estreou dia 12/04 na Mubi, onde pude finalmente assisti-lo. Tenho acompanhado o canal e curtido bastante as escolhas, observações e conexões feitas por vocês.
Quero adicionar duas coisas: dos três livros referidos diretamente no filme, dois fazem referências a árvores, 'Palmeiras selvagens', 1939, do estadunidense Wiliam Faulkner e 'Ki' (Árvores), 1971, da japonesa Aya Koda, o que faz sentido, dada a atenção e cuidado do protagonista para com esses seres, e que também tem conotações filosóficas nipônicas. É válido lembrar que o Wim Wenders tem dois filmes documentais que se passam no Japão: 'Tokyo-ga', de 1985, em que há uma busca pelos locais e pela aura retratados por Ozu em suas obras e ainda 'Identidade de nós mesmos', de 1989, em que o diretor faz uma reflexão sobre cinema, moda e mudanças de épocas a partir do trabalho do estilista Yohji Yamamoto.
É isso. Arigatô goizamasu.
Muito legal, Luiz! Obrigado pela mensagem. A ideia é sempre tentar trazer um pouco desses filmes menores. Que bom que gostou das conexões! E ótima observação dos livros. Nem tínhamos reparado. Mas sim, o Wenders tem uma admiração grande pelo Leste Asiático, né. Se esse for o último grande pequeno filme de ficção dele, valeu demais :)
Não tem como não levar essa obra de arte para casa e carregar p sempre em nossos corações ❤
Coisa mais linda, né? Felizes que tá ganhando mais projeção!
Por favor, você teria umas 3 indicações de filmes parecidos com Dias Perfeitos e Parasitas? Se forem sobre a realidade da sociedade atual chinesa, seria ainda melhor. Agradeceria muito.
Desculpa a demora. Vá com os filmes do Jia Zhangke e Edward Yang. Eles trazem essa discussão de desigualdades, mas de forma mais poética, como o Dias Perfeitos. Se quiser um cara que faz docs mais diretos, embora longos, o Wang Bing. E tem um doc que gosto muito pouquíssimo falado, City Dream, do Weijun Chen, mas direto na crítica política
@@VinteeQuadro muito obrigado pelas recomendações. Você teria alguma dica de onde posso encontrar os filmes caso não estejam disponíveis em streamings tradicionais e nem na MUBI? Abs
Pelos torrents, Stremio e outras vias da vida. Algumas pessoas compartilham coisas dessas no Twitter, mas agora que morreu kkk
Gostaria de um comentário mais asiático sobre a ideia budista da impermanência das coisas e a nossa também
Acho que não somos capazes de oferecer esse comentário hahaha, mas deve completar umas lacunas boas :)
Alguém para recomendar filmes parecidos com "Dias Perfeitos"? Obrigado.
O cinema japonês tá cheio. Explora a filmografia do Hirokazu Koreeda e Naomi Kawase. São bons pontos de partida mais contemporâneos
Vídeo muito bom. Parabéns pra vocês.
Obrigado, querido! ❤️
Eder inspiradíssimo nesse.
Melhor Ozu... quer dizer... Wenders em décadas.
Hahahahahaha. Eder arrasa demais quando vai falar dos asiáticos!
Simplesmente soberbo !! Muito poucos filmes eu trouxe comigo na hora para casa, parabéns Win Wender's e parabéns ao Óscar para o melhor actor 👍 já vi mais de 10 vezes em casa.
Caramba, 10 vezes hahaha. Wenders, muitos anos depois, ainda em ápice!
5:44 tive a impressão que nesse momento o filme nos mostra as incoerências humanas. O colega parece meio folgado, so pensando em grana e garotas. Mas ele era é gente boa quando dá atenção para o garoto, que aliás, parece ter alguma deficiência.
O próprio protagonista é contraditório também, especialmente ali pro final. Ele é feliz pela vida tranquila que tem, mas também carrega uma melancolia talvez de uma cidade solitária. Acho que isso que nos encanta no filme
Como a personalidade do personagem nao tem nada a ver comigo, só vi adaptação de circunstâncias ; solidão, problemas emocionais/familiares nao resolvidos, fuga. Reflexo de uma sociedade doente emocionalmente. Toda a sua memória afetiva guardada é um armário cheio de caixas de fotografias. Achei um filme muito triste!
E é! Mas também feliz nos momentos que ele consegue respirar. Pra nós, é o que comentamos no fim. Momentos de felicidade e tristeza que se complementam que até mostram um pouco da contradição que vivemos todos os dias. Mas sim, o título é uma grande ironia pq de perfeito há momentos, e muitas imperfeições no caminho hehehe
É um filme para quem tem mais de 50 anos …
Pra nós que temos menos, amamos também! Hahaha
Trata-se de uma ficção sanitária!!!!!! Há se fosse no Rio de janeiro!!!!!
HAHAHAHAHAHA. Japão sendo tendência até nos banheiros públicos!