Eu, Natan, revi o filme, e queria fazer um complemento: Nesse resgate de memórias, há uma série de objetos e espaços de afeto: as camisas do pai, o totó da sala, a jaqueta da mãe, o dente da filha, o mar do Rio de Janeiro, os discos de rock brasileiro, o carro da família, o pet de Marcelo e a casa dos Paiva. A lista não para e, na verdade, a vida das personagens está nesses pequenos detalhes cotidianos. Se a ditadura bagunçou a normalidade, o filme faz questão de dar tempo a tudo que os manteve firme. Não à toa, 25 anos depois do sumiço de Rubens, os filhos confessionam terem entendido que o pai não voltaria justamente quando os objetos e espaços de afeto lhe foram tirados: "quando a mamãe doou as camisas do papai"; "quando eu vi a casa vazia". Como disse no vídeo, "Ainda Estou Aqui" é a prova, sem precisar dizer nesses termos, de que tudo é política, mesmo dentro de um núcleo familiar. O direito à memória pessoal é também o direito à memória de uma nação. E os detalhes cotidianos é o que enchem a memória dessa família, e de um país, de vida. Jamais esquecer dos abusos da ditadura, mas também jamais esquecer da camisa, do totó, da jaqueta, do dente, do mar, dos discos, do carro, do pet e da casa. O cotidiano precisa ser celebrado para que jamais percamos ele de vista novamente. Tudo isso ainda precisa estar por aí.
Esse é o filme que mais aguardo pra 2024. Além de ser fã do cinema de Walter Salles (Central do Brasil é um dos meus filmes que me formaram cinéfilo, tenho carinho pelo subestimado Abril Despedaçado, o vencedor do Oscar "Diários de Motocicleta" e "Na Estrada"). Enfim... Walter Salles é um dos nossos grandes diretores. E na torcida pela nomeação da Fernanda Torres. Depois que assistir o filme volto aqui pra conferir a crítica de vcs (sempre excelentes, minha dupla de críticos favorita❤️❤️)
Fato precisa ser dito: se Waltinho fosse americano, seria multipremiado nos Oscars e coisas da vida. Mas talvez consiga desencantar alguma coisa esse ano!
Eu gosto da sequência final justamente pra cravar essa dor e esse vazio que os nazi geraram, uma vez que a persongem principal está no fim de sua vida e ainda existe esse buraco que vai continuar existindo até que ela morra
Que vídeo maravilhoso, meninos!!!! Fui a primeira a curtir. Não entendo como ainda não está lotado de comentários... Assisti até o aviso de spoiler. Muito obrigada por esse material! Vocês são demais! Louca para assistir a esse filme. ❤
Obrigadooo, Dani! Que nem a Fernanda Montenegro, pegando de grão em grão, a gente vai tentando ganhar uns comentários hahaha. Depois de assistir volte pra dizer o que achou
@@VinteeQuadro Podia ter um filme focado somente na história da Olívia vivida pela Débora Ozório na novela Além da Ilusão (2022), ela era uma tecelã e líder sindical da tecelagem tropical gerida pelo Eugênio e Violeta, eu acho que seria bem interessante a globoplay produzir um filme dessa novela.
excelente crítica como sempre, ces dão um baile em muito youtuber de cinema famosinho! gostei muito também dessa sutileza, dessa sobriedade para tratar de uma história tão pesada. foi a atmosfera ideal para uma reflexão sobre ausência, desorientação e desamparo. e eu também tava com o mesmo receio do natan - das frases de efeito, da vibe um pouco panfletária. mas saí muito satisfeito. até a “frase de efeito” nem é exatamente uma, que é quando o personagem do dan stulbach fala algo como “não tem como não fazer nada”. simbólica, singela e poderosa! grande, grande filme! e vale sempre lembrar o trecho do discurso do ulysses guimarães, em 1988, na assembleia nacional constituinte: “a sociedade foi rubens paiva, não os facínoras que o mataram!”
Obrigadooo demais! Que a comunidade só cresça, e a força dos filmes brasileiros também :) E a palavra é bem essa: sutileza, pra emocionar, mas não abusar. Criticar, mas não ser racional demais. Que Paivas ecoem pras esses anos doidos que cismam em voltar
Difícil comentar um filme desse, que trata de um capítulo triste de nossa história que merece ser contado, porém, tão politizado que pode ser facilmente mal interpretado. Para muitos apontar defeitos soa como apoiar a ditadura ou negar a luta da Eunice. Além do mais, há vários elementos que tornam a torcida para o sucesso do filme quase obrigatória. Todos amam a Fernanda Montenegro, vê-la na telona já nos emociona pela avançada idade, isso sem falar que a filha é a protagonista. Tudo isso interfere na análise, que deve se basear unicamente no filme. Dito isso, minha opinião é fraco. Apesar da boa intenção de todos, achei o filme longo demais e não acrescentou elementos ao que já se sabia da história. Os personagens não têm profundida, muita homenagem à MPB e pouca história dos personagens. Isso fica mais evidente nos grandes lapsos de tempo que nos deixam cheio de dúvidas, algo que podia ser minimizado nas 2h15. Fernanda Torres está muito bem, mas como o roteiro não trazia muita coisa, vê-la o tempo todo com aquela dor silenciosa dilui a atuação. O final também achei fraco, sem muito impacto, desses que a gente sai com cara de bobo. Fazer filmes contando fatos reais têm esse perigo, roteiros nada surpreendentes e personagens planos, pouco humanos. Oscar? Pode até levar, mas prefiro bem mais "Central do Brasil".
Nao assisti mas deve estar cheio de inverdades,fizeram por merecer,minha familia foi prospera nesta epoca,ninguem fez nada de errado e fomos felizes e saiamos as ruas sem medo!!!!
Eu, Natan, revi o filme, e queria fazer um complemento:
Nesse resgate de memórias, há uma série de objetos e espaços de afeto: as camisas do pai, o totó da sala, a jaqueta da mãe, o dente da filha, o mar do Rio de Janeiro, os discos de rock brasileiro, o carro da família, o pet de Marcelo e a casa dos Paiva. A lista não para e, na verdade, a vida das personagens está nesses pequenos detalhes cotidianos.
Se a ditadura bagunçou a normalidade, o filme faz questão de dar tempo a tudo que os manteve firme. Não à toa, 25 anos depois do sumiço de Rubens, os filhos confessionam terem entendido que o pai não voltaria justamente quando os objetos e espaços de afeto lhe foram tirados: "quando a mamãe doou as camisas do papai"; "quando eu vi a casa vazia".
Como disse no vídeo, "Ainda Estou Aqui" é a prova, sem precisar dizer nesses termos, de que tudo é política, mesmo dentro de um núcleo familiar. O direito à memória pessoal é também o direito à memória de uma nação. E os detalhes cotidianos é o que enchem a memória dessa família, e de um país, de vida.
Jamais esquecer dos abusos da ditadura, mas também jamais esquecer da camisa, do totó, da jaqueta, do dente, do mar, dos discos, do carro, do pet e da casa. O cotidiano precisa ser celebrado para que jamais percamos ele de vista novamente. Tudo isso ainda precisa estar por aí.
Que nós olhemos cada vez mais para os nossos e cada vez menos para os "lá de cima" 🇧🇷
Amém! :)
Na torcida pelo Brasil no Oscar e pra Fernandinha fazer justiça pela Fernandona, que merecia sim o prêmio por Central do Brasil
Uma Fernanda vingará a outra. Um Salles novo vingará o antigo
amei que vocês falaram também de "A vida invisível"!
Grandíssimo filme! Talvez eu, Natan, goste dele um pouquinho mais que o Ainda Estou Aqui, confesso
Se o Nathan gostou então tem chances reais de ir pro Oscar
Kkkkkkkkk verdade
Vem aí demaaaaais! Torcendo! 🫶
Esse é o filme que mais aguardo pra 2024. Além de ser fã do cinema de Walter Salles (Central do Brasil é um dos meus filmes que me formaram cinéfilo, tenho carinho pelo subestimado Abril Despedaçado, o vencedor do Oscar "Diários de Motocicleta" e "Na Estrada"). Enfim... Walter Salles é um dos nossos grandes diretores. E na torcida pela nomeação da Fernanda Torres. Depois que assistir o filme volto aqui pra conferir a crítica de vcs (sempre excelentes, minha dupla de críticos favorita❤️❤️)
Amo abril despedaçado!
Fato precisa ser dito: se Waltinho fosse americano, seria multipremiado nos Oscars e coisas da vida. Mas talvez consiga desencantar alguma coisa esse ano!
Eu gosto da sequência final justamente pra cravar essa dor e esse vazio que os nazi geraram, uma vez que a persongem principal está no fim de sua vida e ainda existe esse buraco que vai continuar existindo até que ela morra
Depois de reassistir, eu gostei mais também. Acho que não é nada muito gritante, até pq a Montenegro não abre a boca. Poderoso mesmo
Que vídeo maravilhoso, meninos!!!!
Fui a primeira a curtir. Não entendo como ainda não está lotado de comentários...
Assisti até o aviso de spoiler.
Muito obrigada por esse material!
Vocês são demais!
Louca para assistir a esse filme.
❤
Obrigadooo, Dani! Que nem a Fernanda Montenegro, pegando de grão em grão, a gente vai tentando ganhar uns comentários hahaha. Depois de assistir volte pra dizer o que achou
@VinteeQuadro , voltarei com certeza!
Vocês são demais! São muito inteligentes e sensíveis nos comentários que fazem!❤️
Que filme !😢 Que orgulho do cinema nacional com esse filme .Maravilhoso não tem nada de excepcional a história pela história.😊😊😊😊😊😊😊
Dos maiores orgulhos nacionais desse ano!
Amei o vídeo e super apoio um vídeo de vcs recomendando filmes latinoamericanos sobre a ditadura, será um conteúdo mt interessante
Obrigado!! Deixaremos anotadoooo pro futuro 🤲
Uauuuuu, que crítica bem embasada, a melhor que vi sobre esse filme!
Ganharam uma inscrita 😊
Obrigado demais 🫶. Bem-vinda, e que o cinema brasileiro respire com cada vez mais força!
O filme é excepcional, saimos impactados. Otima analise, parabéns pelo video.
Obrigado, meu caro! Que o cinema brasileiro siga pulsante :)
Lembrando que o diretor de fotografia é o mesmo de Marighella e vemos coisas bem parecidas!
Alá! A prova de que tudo depende de um conjunto de coisas, até porque a fotografia de Marighella é bonita!
@@VinteeQuadro Podia ter um filme focado somente na história da Olívia vivida pela Débora Ozório na novela Além da Ilusão (2022), ela era uma tecelã e líder sindical da tecelagem tropical gerida pelo Eugênio e Violeta, eu acho que seria bem interessante a globoplay produzir um filme dessa novela.
Quem sabe algum dia!
Caraca, vocês já viram? Onde, indica aí pra nós * _ *
Vou deixar esse vídeo pra ver depois haha, mas já deixo o like ;)
Na Mostra de SP. Rolaram algumas sessões concorridíssimas! Mas volte pra assistir depois :)
excelente crítica como sempre, ces dão um baile em muito youtuber de cinema famosinho!
gostei muito também dessa sutileza, dessa sobriedade para tratar de uma história tão pesada. foi a atmosfera ideal para uma reflexão sobre ausência, desorientação e desamparo.
e eu também tava com o mesmo receio do natan - das frases de efeito, da vibe um pouco panfletária. mas saí muito satisfeito. até a “frase de efeito” nem é exatamente uma, que é quando o personagem do dan stulbach fala algo como “não tem como não fazer nada”. simbólica, singela e poderosa!
grande, grande filme!
e vale sempre lembrar o trecho do discurso do ulysses guimarães, em 1988, na assembleia nacional constituinte: “a sociedade foi rubens paiva, não os facínoras que o mataram!”
Obrigadooo demais! Que a comunidade só cresça, e a força dos filmes brasileiros também :)
E a palavra é bem essa: sutileza, pra emocionar, mas não abusar. Criticar, mas não ser racional demais. Que Paivas ecoem pras esses anos doidos que cismam em voltar
Tô com inveja de vcs! Aqui em Londres só vai sair nos cinemas em fevereiro
Pra alguns filmes a gente tem que ter vantageeeem hahaha
Difícil comentar um filme desse, que trata de um capítulo triste de nossa história que merece ser contado, porém, tão politizado que pode ser facilmente mal interpretado. Para muitos apontar defeitos soa como apoiar a ditadura ou negar a luta da Eunice. Além do mais, há vários elementos que tornam a torcida para o sucesso do filme quase obrigatória. Todos amam a Fernanda Montenegro, vê-la na telona já nos emociona pela avançada idade, isso sem falar que a filha é a protagonista. Tudo isso interfere na análise, que deve se basear unicamente no filme. Dito isso, minha opinião é fraco. Apesar da boa intenção de todos, achei o filme longo demais e não acrescentou elementos ao que já se sabia da história. Os personagens não têm profundida, muita homenagem à MPB e pouca história dos personagens. Isso fica mais evidente nos grandes lapsos de tempo que nos deixam cheio de dúvidas, algo que podia ser minimizado nas 2h15. Fernanda Torres está muito bem, mas como o roteiro não trazia muita coisa, vê-la o tempo todo com aquela dor silenciosa dilui a atuação. O final também achei fraco, sem muito impacto, desses que a gente sai com cara de bobo. Fazer filmes contando fatos reais têm esse perigo, roteiros nada surpreendentes e personagens planos, pouco humanos. Oscar? Pode até levar, mas prefiro bem mais "Central do Brasil".
Nao assisti mas deve estar cheio de inverdades,fizeram por merecer,minha familia foi prospera nesta epoca,ninguem fez nada de errado e fomos felizes e saiamos as ruas sem medo!!!!
Empatia passa longe por aí, né 🤷♂️
kkkkkkkkkkkk pelo amor de deus, as pessoas eram perseguidas só por não apoiarem tortura
A mona perdeu as tarjas pretas!! ... eu ja te disse pra tomar as pílulas pra parar de delirar, amiga !!