Manu, eu vou compartilhar um pouco sobre como a minha narrativa se relaciona com os pontos que você citou no vídeo. Em primeiro lugar, eu me vejo hoje como uma pessoa que é afetada intensamente por essas narrativas de desamparo/abandono. Principalmente quando elas se manifestam em relacionamentos afetivos (términos ou iminência de término). Após o término do meu último relacionamento, eu praticamente me afoguei nessa sensação de abandono e desamparo. Durante esse período, nas inúmeras tentativas de me tirar desse contexto, eu me questionei muito sobre o porquê de estar me sentindo tão só, tão abandonado, tão desamparado, enquanto outras pessoas tinham facilidade de lidar com esse tipo de contexto. E o que eu percebi em mim - em contraste às pessoas que eu conhecia e que tinham mais facilidade de lidar com esse contexto - é que eu não tinha uma "rede de amparo" que se estendia além daquela que foi cortada naquele momento. Ou seja, eu possuía poucos vínculos de amizade (apesar de MUITO importantes), não estava tão satisfeito com a vida profissional, meu vínculo familiar (que nunca foi íntimo) também não se apresentava com um pilar na minha vida. Então isso fazia com que eu depositasse toda a minha expectativa de amparo naquele único vínculo. Com isso, quando esse vínculo era quebrado, era sempre muito mais doloroso. Quando eu observo pessoas que lidam facilmente com contextos de desamparo, eu percebo que essas pessoas possuem redes/ramificações de amparo muito grandes ou muito maiores, o que faz com que aquele evento de desamparo pontual se torne menor dentro de um contexto de amparo bem maior. Em resumo, eu vejo que a sensação de desamparo está diretamente ligada à extensão da rede de amparo que o indivíduo foi capaz de desenvolver em resposta a esse desamparo "original". Pelo menos é o que eu observo dentro do meu contexto e da minha narrativa. Forte abraço Manu!
@@anaipiranga659 Oi, Ana! Tudo bem? Te entendo muito. Como eu disse, é uma visão a partir de como esses pontos se manifestam na minha narrativa mesmo e eu entendo que são limitados ao meu contexto e existem outras diversas formas. Uma dúvida que eu fiquei sobre o que tu falou - e vc não precisa responder se não se sentir a vontade - mas como funciona exatamente essa estratégia do "já espero, então não sofro"? É um "Entendo que tudo pode terminar ou culminar no abandono, então vivo essa experiência até onde der, já que vai acabar" ou um "já sei que vai terminar em abandono, então nem vivo isso"? Abraço
Me conectei totalmente no fundamento da sua narrativa, Victor. Comigo tb já aconteceu este ficar sem chão pelo término de alguns relacionamentos e ñ ter uma rede de apoio ativa. Mas daí tb penso em buscar trazer a situação para a autoresponsabiidade, um grande aprendizado tudo isto! Abraço!
@@luisavono3389 Oi, Luísa! Tudo bem? Eu concordo muito contigo que a busca dessa autoresponsabilidade seja um bom caminho para lidar com essa questão. Confesso que ainda estou bem no começo desse processo, mas tentando ter paciência comigo e aceitando o fato de ser um "iniciante" nesse processo. Tem momento que assusta ter tanta coisa para aprender e desenvolver para ser mais saudável emocionalmente, mas acredito que o mais importante é estar nesse caminho. Abração, Luísa!
Totalmente, Victor! Cada um no seu tempo, eu tb estou no meu processo do despertar. Acredito que o fundamental seja o desejo interno e buscar ferramentas para realizar as viradas de chave! 😉
Manu, to escutando esse video um pouco tarde, ne?! Mas eu tenho a narrativa do abandono na minha vida: Cresci lutando com padrões estéticos sendo julgados, do tipo: vc está gorda, precisa emagrecer; fulano passou em tal faculdade, vc precisa passar e por ai vai. Hoje sem dúvida nenhuma não sou a filha ideia dos meus pais. Porém, com muita terapia, não os culpo e não os julgo como narcisista, uma vez que, meus pais tiveram uma criação diferente da minha, se tornaram as melhores pessoas possíveis dentro dos recursos que tiveram na vida deles e claramente foi os melhores pais dentro das limitações deles. Esse pensamento me faz entende-los, porém não muda o meu sentimento interno que é de não me sentir uma pessoa tão boa o quanto eu gostaria de ser para eles. Quando olho a pessoa que me tornei, me sinto incrivel, pois no meu olhar e no meu julgamento cheguei e estou caminhando para chegar onde quero, mas se comparo com o olhar deles, isso me pesa. É uma luta quebrar essa visão, a terapia auxilia, mas cortar o cordão umbilical é dificil. E não repetir o sentimento que sinto em outras relações é mais dificil ainda: tipo, se me relaciono com alguem e imagino que essa pessoa gostaria que eu fosse de outro jeito, me sinto frustada e abandonada. Escutando seu video dá pra entender exatamente o que eu já conclui, meus país foram o melhor que puderam ser, mas o que geraram em mim precisa ser quebrado, e acho que essa é a tarefa mais dificil de se fazer.
Este vídeo encaixou várias peças no meu processo de terapia atual. Muito obrigada! Já vinha num processo de tentar entender e trabalhar meus padrões. Demorei muito pra entender que eu passei a vida toda com medo de ser "abandonada", pois no sentido mais literal da palavra, não fazia sentido: eu nunca fui abandonada! Tive pais presentes, toda uma estrutura, o que deu errado? Ao longo do tempo várias fichas foram caindo e você conseguiu me ajudar com essa peça fundamental que estava faltando: minha mãe é superprotetora e sempre teve expectativas altíssimas sobre mim. Sempre falou que me amava, que estaria lá por mim. Mesmo assim, eu sentia um calafrio na espinha quando ela chegava, à noite. Eu já enrijecia o corpo, sabendo que se eu ou a minha irmã tivéssemos feito qualquer coisa fora do esperado, iríamos ouvir muitos gritos - e talvez levar uns tapas, que era "normal" na época (ainda bem que evoluímos)! Ao mesmo tempo em que ela se colocava como parceira, que fazia tudo por nós, ela tinha uns "surtos" que a gente não conseguia entender, mas hoje entendo que ela estava sobrecarregada. Fico triste por ela não ter conseguido sair dessa - eu que saí de casa e acabei me afastando, mas acho que hoje sou mais capaz de entender, processar e trabalhar nisso. E o mais importante, não me envolver de novo com parceiros que me geram essa ansiedade, esse medo de errar, esse desespero, como fiz até ano passado. Hoje busco entender esses processos pra poder vivenciar a paz, na medida do possível, em todos os meus relacionamentos, principalmente afetivo.
Me identifiquei com seu relato, saber como funcionamos nos da a possibilidade de tentar fazer escolhas melhores...hoje sei que não posso em nenhuma hipótese me envolver com uma mulher que não consiga entender a narrativa do Desamparo...Tratamento de silêncio pra mim é crueldade
Assistindo esse vídeo, lá pelos 9min48, já tendo assistido ao vídeo sobre a necessidade de repetição, no qual vc revê a origem dessa sensação de abandono, se considera o útero ou não, me ocorreu outra visão. Esse tema me lembrou o conto do patinho feio, que fala de pertencimento, abandono, desamparo. E no conto ele é um cisne que se imagina pato. Ele não é mamífero. Ele nasceu de um ovo. Esse detalhe, não deve estar no "mito" por acaso. Então, isso me faz pensar que a questão da fantasia ou sensação de desamparo possa ser ainda mais profunda, encontrar raízes existenciais mais profundas, no mistério da própria existência, algo como a questão filosófica "de onde eu vim", ou como a busca científica em descobrir a origem do próprio Universo. Ou, ainda, falando em linguagem das culturas orientais, a dor da dualidade, da separação do TODO, o vazio existencial, a fragmentação do ser... O "Ovo cósmico"...
Esse vídeo foi muito importante. Realmente faz muito sentido. Eu tenho essa sensação de abandono, minha mãe tem personalidade narcisista. E realmente ela sempre cobrou pra que eu fosse melhor em tudo, muitas vezes ignorando e julgando minhas escolhas, só pq o que ela achava que o que ela queria e planejou pra mim era melhor. Talvez realmente as escolhas dela fossem melhor pra minha vida, mas pra mim o melhor sempre foi fazer o que me deixa feliz, só que o que me deixa feliz não é o que ela quer. E por isso não falo mais com minha mãe. Não consigo conviver com uma pessoa que critica tudo e só vê defeitos em tudo e vive para agradar os outros, vive em função do que os outros vão pensar. Infelizmente. E ela já me disse que deveria ter me abortado entre outras coisas terríveis. Até se quiser estudar meu caso posso contribuir com mais histórias como essa. É muito triste não ter uma mãe, mesmo que ela ainda viva. Obrigada pelo vídeo, me sinto menos culpada agora.
Ver o emanuel falando é perceber como ele quer aprofundar e prolongar os assuntos porém acaba voltando pro ponto central, como se todas as informações que ele conhece e gostaria de passar não coubessem no vídeo. Muito interessante
Quando penso na minha infância e na relação com a minha mãe, ela não me cobrava pra que eu fosse melhor , era o exatamente ao contrário, ela sempre fazia questão me comparar com os outros mas me dizendo sempre o quanto eu era a mais gorda, mas feia , mais atrapalhada .Sempre fazia questão de falar que eu era toda igual ao meu pai e que eu não parecia em nada com ela . Eu não podia escolher os brinquedos que eu queria , pois eram ou feios ,ou caros ou eu não merecia mesmo. Roupas ,passeio ..nada eu podia ajudar na escolha tinha sempre ser o que dava e aí de mim se reclamasse ...Eu não lembro de alguma cena de abraço ou afeto com ela , minha mãe já é falecida . Meu pai , tenha as vezes demonstrar afeto, mas eu não consigo receber ...Para falar a verdade eu não consigo nem mesmo ficar num mesmo cômodo com ele e desenvolver um assunto .É estranho o que eu vou dizer , não tenho interesse na vida e nem quero que ele tenha na minha. Já tenho meus filhos adultos , acabei criando os dois sozinha , o pai abandonou. Fiz o melhor que eu podia e ainda faço. Para meu filho mais velho nunca foi o suficiente e nunca é , ele também me abandonou , fala que prefere viver sem mim ....
Minha terapeuta já tinha jogado essa bola, inclusive ela sempre me fala isso também, se vc tá aqui, ela cuidou de vc. Realmente eu e minha mãe temos complexo de Deus, cuidamos de todo mundo. Acho que hoje em dia os dois mudaram, mas ao longo de muito tempo, esse cuidado, era entendido como um cheque em branco, obtido a revelia, pra dizer como o outro deveria viver.
Manu, você descreveu perfeitamente minha mãe: o quanto ela se esforçou e o quanto, indiretamente, se auto rejeita em função de que nós, como filhos, seguimos caminhos diferentes dos que ela planejou (ainda que tenhamos sido “bem” sucedidos em nossas carreiras e na vida de modo geral). Maravilhoso relato e muito pra ponderar e entender! Detalhe: tenho 64 anos e, enfim, uma luz nesse túnel! Muito obrigada por não desistir de nos iluminar! Muitas bençãos pra seu pequeno e pra Flor!!! Grande abraço!
Ouvindo isso, entendo que na minha ânsia de ser melhor mãe para minha filha, para que se sentisse mais amada e amparada do que eu me sentia em relação à minha mãe, acabei deixando, talvez, mais marcas nela do que minha mãe deixou em mim. Não sei. Mas me fez pensar nisso. Não como autocobrança, porque eu fiz o que achava que era o melhor a ser feito (e talvez minha mãe fez o mesmo, do jeito dela), mas me dando conta de como nunca estamos prontos o suficiente para sermos pais. Porém, é somente sendo pais que temos oportunidade de "testar" a paternidade/maternidade com a bagagem e as ferramentas que temos no momento. Enfim, Emanuel, você faz a gente ir mais fundo no autoconhecimento... e no reconhecimento de nossa humanidade aceitavelmente imperfeita. Obrigada!
Obrigada por esse canhão de luz que você jogou sobre esse aspecto. Vivo exatamente esse dilema com meu filho. Você me ajudou muito. Sinceramente, obrigada.
Obrigada por esse vídeo. Consigo enxergar que muitas vezes minha mãe me abandonou p cuidar mais do relacionamento falido com meu pai q n foi nada fácil e ainda n é. Ela tem muitas questões de abandono na infância tmb e é uma pessoa cheia de questões assim como eu.Eu aceito q me deu o melhor q conseguiu com a condição emocional,financeira,fisica e etc q ela tinha. Foi dolorido p mim mas poderia ter sido pior.E já passou,n sou mais aquela criança.
Sou o quarto filho Era um tempo de muita pobreza Minha mãe precisou me deixar com uma tia quando eu tinha 3 anos Não lembro de nada Depois, aos 8, fui para a casa de um tio Via minha mãe nas férias apenas Isso de ir para casa de parentes se estendeu Ainda junta o fato d ser gay que não era nada simples nos anos 90 Creio que tenha a ver com a tendência que eu tenho de me apaixonar por quem me abandona e em amores impossíveis Por que exatamente talvez eu nunca vou saber E nem é fácil mudar só porque sabemos que a base está na infância Sigo tentando superar a dependência emocional Hoje, aos 41, o que noto é alguém aparentemente forte. Que se resolve; Q não vai se demorar falando d suas feridas; Esconde-se para cuidar delas. Vamos indo.
Eu sempre fui o bode expiatório do meu pai. E ele falava pros vizinhos que nós éramos filhos incríveis e em casa era só: vc não presta, etc etc. daí pra quem ele queria “competir” aí nós éramos excelentes e tinha essa ambivalência na nossa frente o tempo todo. E eu me policio o tempo todo com relação aos meus filhos e outro dia minha filha chegou pra mim e disse: mãe eu quero ser mãe tbm. Ela tem seis anos. E eu perguntei pq? Ela: pq vc é uma mãe muito boa pra mim e eu quero ser como você pros meus filhos… bah me acabei de chorar. E eu sempre me perguntava se tava fazendo certo e tal. É isso foi uma luz mas eu sempre tô me conhecendo e me moldando pra poder elevá-los e fazer com que busquem os próprios caminhos. Obrigada manu!!!
Nossa, isso faz sentido. Minha irmã sendo a mais nova parece ser a que tem a melhor inteligência emocional e foi a que foi criada mais solta. Eu que fui a mais velha, fui tão cobrada e sinto que sou a que se sente mais inadequada, desamparada, insuficiente.
Isso tudo o que vc falou acontece quando os pais são alcoólatras. Meu pai era pai num período do dia e um monstro à noite. A instabilidade do comportamento era uma constante
Grata Emanuel! Estas suas impressões vem confirmar muito do que penso sobre os conflitos que tenho, como mãe de 3 filhos, e os episódios de abandono que acumulei ao longo da vida, que classifico como feridas abertas, configurando como as minhas batalhas perdidas. Me lembrou de uma música do Pato Fu: "as brigas que ganhei, nem um troféu, como lembrança, pra casa eu levei. As brigas que perdi, estas sim, eu nunca esqueci". Ficarei atenta aos próximos vídeos sobre este tema!
Eu tenho minhas narrativas de abandono, por outro lado percebo ter sido "colocada" em um lugar "especial" através da imagem da beleza. Durante a infância me lembro de ser vista como muito bonita, ia ser modelo, ia ser artista... Hoje perigo um palco, não me reconheço em cena nenhuma da minha vida. É uma mistura de sensação de abandono com um olhar especial que de certa forma me paralisou.
Eu sempre tive noção do abandono. E medo dele. Mas ele se tornou definitivo com a morte do meu pai, quando eu tinha 33. Minha mãe, que sempre devotou a alma toda a ele, não faz mais nenhuma questão de mim (com meu pai por perto ela tinha que tolerar, rs). E minha irmã por parte dela se « apropriou » dela dali pra frente, e parece me odiar, do nada.
Minha mãe teve minha irmã com 16 anos, se tem uma pessoa que definitivamente não foi desejada e projetada para estar aqui, com certeza foi ela. Eu vim de um casamento feliz, um amor recíproco, fui feita de forma suada. Minha mãe já tinha perdido uma das trompas, e mesmo assim, eu vim. Só que eu acredito que a expectativa que foi jogada em cima de mim pesou. Não sei explicar bem, pois tudo que meus pais desejaram para mim, eu sou. Uma mulher forte, independente, corajosa, honesta. Porém, mesmo sendo tudo isso, eu não sou exatamente o que eles entrendiam como o significado dessas palavras, e tudo bem. Acho que nesse ponto aqui, o que pesou mais não foi nem a infância e sim a adolescência.
Dá uma felicidade ouvir um pai que se cobra para ser perfeito (mesmo que isso precise ser desconstruído), esse discurso e essa cobrança vem sempre do feminino. Sobre o abandono, deixei de sentir isso com minha mãe (que era muuito forte) quando descobri que ela era bem menos perfeita do que ela dizia ser e que me cobrava o que ela não alcançava. Isso me liberou de alguma forma, até para amá-la.
Acho que a frase que mais exemplifica é: "quebra da fantasia de um total amparo" nunca tinha visto dessa forma... Até meus 12 anos eu tinha uma relação muito forte com meu pai, aquele visão romantizada como herói, diferente de minha mãe que sempre foi mais coadjuvante. Mas nessa fase da pré adolescência, infelizmente, meu pai começou ter comportamentos impróprios e completamente inadequados. A partir dessa época seu "amor" era totalmente condicional e puxando o seu outro vídeo sobre cagadas... Isso impacta diretamente como vejo o amor, pois inconscientemente só vou ser amada ou aceita se fizer algo... Muito bons seus vídeos me fazem olhar as coisas de uma outra forma de certa maneira até mais racional e vem me ajudando muito na minha busca por cura...
Manu, sonhei com você noite passada. Almoçávamos e trocávamos altas ideias na sua casa. Nem conheço sua cozinha, mas lá estava eu. Lembro que a visão da janela era a mesma deste vídeo (meio borrada assim mesmo). Também não lembro do que falávamos, mas os 2 estavam interessados. De repente silencio, incômodo, e eu penso: "naturaliza o silêncio. Tá tudo bem com ele". Fui lavar a louça e percebo que horas se passaram enquanto eu limpava o fogão. Acordei e dei risadas o dia todo tentando entender por que cargas d'água eu esfreguei tanto esse fogão 😂
Parabéns papai... Muita saúde para seu rebento. Esse tema é muito pertinente na atualidade pra mim. Minha psiquiatra de 4 anos desistiu de mim, minha terapeuta também, justamente na hora em que eu me encontro tão vulnerável. Tenho uma grande dificuldade em lidar com a razão X emoção. Esse é o grande desafio
Olá Emanuel, que bom que estão todos bem e você voltou! Eu me lembro de muitos "abandonos" nas relações parentais e o que me marcou, de maneira mais forte, foi a passagem pela adolescência. Parecia que meus pais não mais reconheciam em mim uma filha. Parecia que eu era uma alienígena, chegada na família, sem aviso, do nada, como se eles não tivessem visto o meu desenvolvimento até alcançar aquela fase. É um ponto de inflexão do qual não houve retorno.
Vendo como mãe e filha q de fato passou pelo abandono (filha adotiva)... Tudo fica ainda mais complexo, Manu... Sobre a expressão desamparo, eu TB me sinto desconfortavel com ela, como se fosse algo tirado.. não.. o sentimento é de uma solidão iniciada junto com a existência e que perdura com ela...
Muito legal vídeo! Eu acho q faz muito sentido, dessa intranquilidade dos pais ser a razão da intranqüilidade dos filhos. Eh só um pco engraçado que em terapia discutimos tanto coisas que nossos pais faziam (ou não faziam), falamos tanto deles, mas no fim o que queremos eh deixar de culpa-lós, perdoa-los, enxerga-los como seres humanos limitados como nós. Parece um pco contra intuitivo (apesar de saber que não eh).
Manu, trato em terapia essa ferida do desamparo. Minha mãe teve 6 filhos e cuidava sozinha pois meu pai trabalhava em outra cidade. Hoje, eu entendo o que aconteceu. Nunca a culpei, pelo menos conscientemente. Mas levo essa questão para os relacionamentos.
me vem a palavra "entregue" na mente quando há a discussão sobre (des)amparo, é isso que acontece, estamos ali entregues ao mundo externo (considerando mundo interno como o útero) e à vida
Por favor, consiga gravar outro vídeo. Senti sua falta. A cor do vídeo tá muito bonita. Um marrom quentinho aconchegante. Breve volto pra vero vídeo pela 3 vez e comento sobre. :D
Minha mãe foi uma ótima mãe no sentido de cuidar fisicamente, não deixava faltar nada mesmo sendo pobre. Mas desde criança a sensação que tenho é que mesmo não dando trabalho, eu era um trabalho. Era sempre um estresse, desde que me lembro eu vejo ela descontente com casamento, trabalho, rotina e parecia muito que isso era descontado em casa. Se encaixa bastante no contexto do vídeo, no desconforto parental. Hoje eu percebo que isso ainda me afeta muito, me sinto muito desamparado as vezes e não consigo criar muitos vínculos. Com os poucos que consigo, fico dependente.
Minha Mãe sempre foi rígida comigo desde nova, mas agora ela está mais amorosa. Meu Pai sempre foi de trabalhar muito e não me deu atenção, só que relevo pois eles passaram por muitas situações complicadas na vida e isso me faz os compreender
Obrigada pelo vídeo. Descobri você ontem, 26/01/22, e tenho ouvido seus vídeos. Trabalho maravilhoso! Parabéns pelo Vicente! Abraço para a Flor e o Martim.
Minha cabeça explodiu. Minha mae tem expectativas nela, em mim e na vida toda que são extremamente irreais. Tenho a sensação de que minha mãe vive todos os dias frustrada e ver seu video clareou muito minha mente, obrigada! E parabéns pelo neném 💕
A origem da minha sensação de abandono vem por conta da morte da minha mãe muito cedo (eu tinha 1 ano) e depois por um afastamento do meu pai - não por vontade dele, mas por minha avó não querer mais viver na cidade onde morávamos. Me mudei com ela pro interior. Até hoje me lembro da sensação horrível que senti quando minha avó contou, sem nenhum tato ou aconchego, que nós iríamos morar lá a partir daquele momento e não mais com meu pai. Me lembro de onde estava e dela me dizendo “para de chorar, menina!”. Eu tinha 7 anos. Todos os meus relacionamentos foram repetições dessas vivências de abandono. Acho que terei que reencarnar de novo pra conseguir me relacionar de forma saudável. Nessa vida já desisti.
Manu, tá osso!😵💫. O racional acompanha, já fiz essa " leitura", depois da morte da minha mãe, sobre os abandonos e traumas emocionais que ela teve. Muita coisa, a maioria, eu só fiquei sabendo por meu tio ter me contado após a morte dela. A gente ( eu e ela) já tinha " se perdoado". Mas, o emocional não acompanha. Mesmo tendo essa consciência, o trauma tá lá, dsncando funk na minha cara. Agora, depois desse vídeo, tô repensando minha relação com meu filho. É eita atrás de eita.
Boa tarde Manu, parabéns pelo filhote Vicente e para Flor. Sobre esse tema, bem pertinente para mim! Eu não pensava sobre isso até quando fiz terapia. E aí percebi o quanto passei pelo desamparo na infância. Mas que não dei conta de como isso influenciou em vários relacionamentos durante a minha vida. Não apenas no afetivo entre Homem e Mulher, mas em várias áreas da minha vida. Estou num eterno autoconhecimento! O que me norteia na minha vida. Quando percebi que na minha família isso é algo presente. A falta de união. E já me acostumei a essa estrutura. Não é bom, mas isso me torna autônoma na vida. Obrigada por trazer tema bastante pertinente! Abs. Maria.
Minha mãe sempre me cobrava posturas contra o meu pai. Ele a traia muito, porém ela não tinha “coragem” de separar. Eu acabei assumindo muito uma postura de mãe dela por ter tomado a frente dessa situação. E hoje ela se vitimiza e cobra posturas minhas, como não ser amiga dela, de fazer coisas pra ela, uma dependência dela comigo que começou a me prejudicar em diversas áreas da minha vida.
O desamparo gera desconsolo. O desapoio gera desconsolo. Para se ter o sentimento de desamparo pressupõe que houve o seu contrário.. o desconsolo vem da vivência desse contraste. Ter e deixar de ter. Ter é bom. Deixar de o ter é mau.
Ótima reflexão. No momento estou tentando me livrar dos julgamentos e esse vídeo me ajudou. Emanuel pensa muito rápido mas hoje em dia já consigo acompanhar a velocidade do seu raciocínio. Muito obrigado por existir e disponibilizar tais conteúdos.
Falar um pouco sobre mim, sempre fui muito cobrada sobre tudo, exatamente como você fala, pela minha mãe. Acontece que na minha adolescência, eu passei a ser rebelde, e fomos naturalmente nunca próximas, nunca fui de falar nenhum segredo pra ela, sempre fui muito julgada por qualquer coisa. Então, sem amizade entre nós, apenas uma relação ruim entre mãe e filha, ela se juntou com meu padrasto desde que eu tinha 5 anos (hoje tenho 22), porém ele nunca interviu em nada referente a nós, minha mãe sempre se matou de trabalhar como doméstica, e meu padrasto sempre pedreiro. Minha mãe sonhava alto, queria conquistar tudo que pudesse, meu padrasto sempre se contentou com o mínimo (ambos com histórias pesadas). Enfim, minha mãe faleceu em dezembro de 2020, fui criada por ela, mas não tivemos intimidade, ela não sabia dos meus segredos e vice-versa, desde antes de ela falecer, eu sempre tive muito problema com autoestima, e isso perdura até hoje. Existe um peso, uma culpa, que parece que eu nunca vou conseguir superar. Mesmo sabendo da história dela, e que ela não teve culpa de nada, tudo o que eu sinto, é comigo mesma.
Que viagem louca essa nossa passagem na terra como mamíferos homo-sapiens! Valeu a pena esperar pelo retorno pós Vicente. Estou a beira de completar 36 anos, em terapia há 1 ano e meio, e quanto mais aprendo sobre mim e aqueles ao meu redor, mais confusa me sinto. Que canseira mental, mas está valendo a pena, com certeza! Esse vídeo me clareou bastante sobre o quanto pode ser desafiador ser pai e/ou mãe. Será que tu poderia fazer um vídeo dedicado à relação paterna? Estou tentando tomar meu pai, mas percebo que ele é mais vítima desse mundo machista do que qualquer outra pessoa a minha volta. Não se permite falar sobre seus sentimentos mesmo nós percebendo que ele está explodindo por dentro, se cobra por não ter tido sucesso financeiro na sua percepção, e ainda acha que violência e medo resolvem os problemas da sociedade. Eu amo ele, pois sei o quanto de bom existe dentro dele, mas ele machuca por estar machucado e a gente acaba machucando ele por ele nos machucar - ou vice versa, não sei exatamente.
Eu costumava achar que havia sudo literalmente abandonada pelo meu pai. E assistindo ai video hoje percebi que nunca fui abandonada. Eu não tinha idade para construir minha narrativa. Eu aceitei uma história que me foi contada. E me vitimizava por isso. A minha visão de mundo mudou quando eu compreendi que nunca poderia ter me sentido abandonada. Eu era um bebê e não tinha memórias para isso. Eu vivi o conto de uma história de abandono e me vitimizei. Ouvindo o Emanuel falar aqui, eu percebo que quem foi abandonada e desamparada não fui eu e sim minha mãe. Que nas limitações dela me contou uma história que eu acreditei pela vida toda. É mais ou menos isso. Eu senti os efeitos do conto e agora eu tomo assumo uma postura de responsabilidade, onde não mais preciso ser a vítima desamparada. Isso é realmente libertador.
Que bonita essa percepção que tu tens do teu pai Maica, e da relação de vocês e da relação dele com o mundo. Isso não é comum e nada fácil de compreender, principalmente quamdo parte daquele que está envolvido. Acho que é isso que as pessoas chamam de maturidade ou inteligência emocional.
Os seus vídeos têm me ajudado muito a pensar. Muito obrigada. Muitas felicidades e muito muito muito amor para a familia que agora se expande. Beijinhos para a Flor.
A negativa da ajuda e do amparo poderia vir do fato de que, dentro do útero, o bebê estava amparado, nutrido, em um estado natural. Após nascer, o estado natural deixa de ser o amparo e passa a ser o desamparo.
Olá!! Fui criada pelos meus avós, desde os três anos, quando minha irmã nasceu prematura e então meus pais meus pais me deixaram lá. Na primeira infância, as lembranças com eles não são boas, sempre com rejeição. Hoje trabalho isso dentro de mim, pois me sinto rejeitada, abandonada com muita facilidade.
Na minha vista na minha situação o desamparo está ligado no meu caso ao abandono logo sou filha adotiva...meus laços parentais foram cortados logo no inicio da minha vida não estou falando em relação a familia adotiva e sim biologicamente o que me causou por anos essa sensação de desamor que falaste inclusive confundi esses dois sentimentos muito tempo em minha vida. Muito esclarecedor esse vídeo... Gratidão!!!
Vicente nasceu?! Que maravilha! Um dia você volta a dormir. A minha caçula vai fazer 5 anos e não nos deixa tirar uma noite inteira de sono ininterrupto. Boa sorte e excelente vídeo, como sempre, aliás! E sim! Sou um cordeirinho perdido...! Rs
Mãe teve depressão pós parto na minha gestação e eu cresci com esse sentimento de não ser amada, demorei muito pra perceber q não era sobre mim e sim sobre a vida dela e a situação em q ela estava na época da minha gestação, por mais q tenha essa consciência hj não deixo de ter esse sentimento de não digna do amor do outro seja num relacionamento ou em uma amizade. Estou sempre com uma sensação estranha de q incomodo de q atrapalho não consigo me doar é muito menos me sentir a vontade fazendo parte da vida de outras pessoas, me acostumei e acredito q me viciei com a solidão.
Olá, descobri os seus vídeos hoje. Que bela abordagem. Fiz um grande trabalho sobre a questão de abandono. O meu pai nunca esteve presente na minha vida. Mas eu curei esse sentimento. Percebi a história dele, e entendi que eu podia fazer para me tranquilizar e ser feliz. Ele deu-me a vida e serei sempre grata por isso. Tudo o resto se constrói com muito muito amor próprio. Lambendo algumas feridas certo, mas ciente, que eu sou digna de estar aqui e fazer diferente! Não carregar aquilo que não me pertence. E um dia, sentimos a leveza. Vou continuar a ouvi-lo. Obrigada. Abraço
Vejo este reflexo de abandono o tempo inteiro na minha relação com a minha mãe, ela é narcisista e não consegui nem me ouvir e eu não pude ser 1% do que pensei para meus filhos. Estes que minha mãe usou como escudo para me reduzir a pessoas mais horrível que existe. Hoje meu filho mais velho de 24 anos está depressão e minha mãe não deixa que ele evolui. Parece que temos que sempre estar numa pior para depender dela.
Visualizo na prática clínica que, somada às questões que vc pontuou, existe um aumento na sensação de desamparo quando essa ideia de desamparo é trazida por outras pessoas ao redor da criança. "Vc é assim pq sua mãe não cuida.. não olha.." Acredito que a criança sempre vai fazer comparativos, inclusive com a expectativa de família idealizada pelos desenhos e filmes, e comparativos entre os que exercem cuidados "esse cuidador sempre me dá tudo que eu quero, está sempre presente e critica o outro, portanto o outro cuidador me desampara"
Putaqueopariu….que vídeo bom! Que vídeo necessário! Eu concordo plenamente Manu, vi minha história nessa sua explanação e me vi revivendo isso com meu filho….obrigada pela reflexão.
Que bom ter você de volta! O que tenho observado na minha narrativa de "desamparo" (também me incomoda esse termo) tenho uma memória de ter sido deixada em casa sozinha com 4 ou 5 anos, e apesar se sentir medo, não me senti desamparada, pois me sentia segura, talvez pela previsão que me foi dada. No entanto me senti extremamente desamparada em situações nas quais construí expectativas, nas quais esperava algo de algum outro. Será que o desamparo tem relação com o que se espera do ambiente? Das previsões que fazemos sobre o ambiente?
Sim. Eu me vi na sua fala, como mãe (em relação a minha filha), e como filha, que tem essa sensação de desamparo. É estranho perceber esse emaranhado vindo da minha mãe (e de não sei mais de quem atrás dela), esse emaranhado que eu recebi e que passei para minha filha. Você foi no alvo. Grata!
Fez mto sentido aqui, Manu. Percebo esse descompasso e como quebrei a construção dela de filha ideal (e q por mt tempo correspondi). Ao msm tempo a imagem q fiz dela tb se foi.. tem sido complexo passar por isso e sinto um tipo de esvaziamento. Com isso, uma falta de chão, de referência. Pensar nessa ideia das expectativas clareou bastante meus pensamentos, afinal é sobre mim mas tb sobre eu trazer a tona essa "frustração dela não ter conseguido concretizar o q imaginou", em mim. Compreendi certo? Obrigada por dividir conosco essas ideias e felicidades p sua família 🧡
Manu, 4 anos em análise e uns 2 ouvindo vcs posso responder tua pergunta. Olhando para a mãe que eu queria, e a mãe que minha mãe deu conta eu vejo que havia uma grande fantasia de completude, ou de amparo, ou ainda de uma perfeição. A mãe que minha mãe foi para mim fala de uma mulher exausta, abatida, que aceitou o "acidente" da temporona com o casamento desabando e que no seu "ideal de amor" já estava falhando e frustrada com a vida e com ela mesma. Assim nascia eu sob a egrégora de "vai ser a bonequinha" que pelo menos, ao contrário dos meninos vou enfeitar. E já não deu certo aí! Nasci grande, cresci obesa, não deu certo a delicadeza que ela queria e que nem ela dava conta de ser. Tem muito de ideologia alemã, protestante na minha criação e teve muito caos tb. E eu li tudo isso, desde sempre como um abandono, um atraso (meu) e muita falta de sorte. A luta hj é desligar e resignificar as palavras agressivas da minha mãe, desfazer e, principalmente, conseguir contrariar os determinismos dela. Acho que fazer o oposto é me enxergar diferente do que ela dizia que via ainda é o mais difícil. Sinto menos necessidade de validação, de ser amparada, aceit e etc. Mas sei que ainda tem chão.
Bom dia Emanuel, no meu caso não foi necessariamente um abandono. Meus pais sempre supriram todas as minhas necessidades básicas. Porém sinto que fui tratado não como um filho, mas apenas como um ser humano. O vínculo que eu tenho com eles é superficial, não sinto prazer em compartilhar a minha vida com eles, sinto como se eles se preocupassem se eu estou vivo e se estou feliz, mas sem querer saber sobre mim ou sobre a minha vida em si.
Achei a sua análise dos pais que se esforçaram tanto, que ficaram extenuados, e que depois se questionam se foram realmente bons pais, extraordinária. Eu acho que você acertou em cheio na questão. São pais que deram tudo, e até demais, de si mesmos, e depois, mesmo sem perceber, esperam dos filhos muito mais do aquilo que eles lhes conseguem dar de volta. E aí, temos pais e filhos desiludidos uns com os outros, e também consigo mesmos. Me revejo completamente nesta equação. A minha mãe foi sempre muito dedicada, mas depois idealizou uma filha que não existe. Durante muito tempo eu tentei ser aquilo que eu pensava que ela queria que eu fosse. Depois verifiquei que a fantasia dela nem sequer correspondia bem ao que ela realmente queria. Sabe aquela história de que, aquilo que você acha que quer, pode não ser aquilo que você precisa. Pois é, hoje eu estou mais tranquila em relação a tudo isso, e hoje eu tento não ser assim para o meu filho, mas eu sei que também me esforcei demais por ele, e que, mesmo sem querer, por vezes lhe cobro isso. Tento, no entanto, aceitá-lo como ele é. Não quero que ele pense que deveria ser uma pessoa diferente do que ele é. Eu sofri muito com essa questão. Não quero que ele sofra como eu sofri.
Oi Manu! Primeiro dizer que estou muito feliz com a sua volta e que bom que vocês estão bem :) Esta narrativa do abandono também é uma questão que trato com meu terapeuta e hoje foi umas pautas discutidas ! Fazendo uma recapitulação da Clara na infância eu me lembro que eu dizia para a minha mãe : “me cuida?” E isso veio muito forte na minha memória esses dias… dias esses que eu tenho me sentido muito só, sentido o abandono mais presente. A minha gestação foi acompanhada de uma perda de um outro filho da minha mãe, então eu entendo que naquela momento deve ter sido muito difícil pra ela estar com uma outra pessoa a caminho … mas a sensação de abandono, a sempre falta do afeto ( mesmo que dado! Pois minha mãe sempre deu o seu melhor para os filhos) , sempre foi uma questão pra mim, e que agora tenho tratado na terapia. E não está sendo fácil lidar com tudo isso até pq queremos essa recompensa desse amor de alguma outra forma, em relacionamentos por exemplo. E sobre a narrativa da mãe não conseguir dar esse amor incondicional, tem um filme que traz esse tema muito bem que é A Filha Perdida , que inclusive está sendo estudado por muitas pessoas que tratam desse tema em que a mãe tem a obrigatoriedade de amar o filho. Obrigada pelas suas palavras !
Engraçado.. eu tenho esse medo do abandono, me sinto rejeitada com facilidade, mesmo tendo crescido com pais que sempre me deram muito amor e se amam até hoje. Lembro que ambos trabalhavam muito, então sempre ficava na minha avó ou na casa das minhas amigas e não me recordo de muitas memórias com eles quando pequena. Mesmo assim, os dois sempre foram bem carinhosos, o que não me impediu de ter essa sensação constante de que serei rejeitada. No mais, feliz retorno, Manu! um alivio a sua volta e parabéns pelo Vicente!!
Um video nunca foi tão necessário e no momento exato, chega assusta. Ontem na terapia a minha psicóloga falava sobre como eu estava no processo de me entender orfã con dois pais vivos, pai preso e mãe bipolar internada (“Vicky, eles não são ruins, estão doentes e fizeram o que podiam” entender isso ajuda as vezes, ou não) . Há anos não falo com eles e a culpa de ter decidido me proteger e me afastar é um constante antagonista na minha busca pelo crescimento emocional, liberdade e amor próprio. Houveram momentos bons e a ambiguidade entre “a família saudável “ e a violência também jogam contra toda essa luta. 6 anos da minha busca pelo auto conhecimento e libertação disso. Você sempre soma Manu. Muito obrigada de verdade!
É estranho porque éramos 7 irmãos,e duas delas com idades bem diferentes,tinham uma narrativa de abandono,muita mágoa,muitas queixas. E pelo menos duas irmãs e eu não temos essa mágoa,etc... Fomos criados do mesmo modo com pai e mãe "presentes", mas percebo que essa mágoa trouxe pra elas uma carga de tristeza na vida, que desenvolveram várias doenças,uma aos 59 anos começou a desenvolver um alzheimer precoce e a outra teve pressão alta descontrolada,diabetes, problemas cardíacos e ainda por cima não quis se vacinar contra o Covid. Resultado,pegou o vírus e veio falecer com 66 anos . Então acho que o abandono sentido, é mais uma incapacidade de a pessoa entender suas emoções e muda o alvo.
Assistir esses vídeos me traz paz porque é pra deter o ritmo e pensar. Os escuto o dia todo
Tem mães que desqualificam os filhos por seu desconforto diante da vida...
Manu, eu vou compartilhar um pouco sobre como a minha narrativa se relaciona com os pontos que você citou no vídeo. Em primeiro lugar, eu me vejo hoje como uma pessoa que é afetada intensamente por essas narrativas de desamparo/abandono. Principalmente quando elas se manifestam em relacionamentos afetivos (términos ou iminência de término). Após o término do meu último relacionamento, eu praticamente me afoguei nessa sensação de abandono e desamparo. Durante esse período, nas inúmeras tentativas de me tirar desse contexto, eu me questionei muito sobre o porquê de estar me sentindo tão só, tão abandonado, tão desamparado, enquanto outras pessoas tinham facilidade de lidar com esse tipo de contexto. E o que eu percebi em mim - em contraste às pessoas que eu conhecia e que tinham mais facilidade de lidar com esse contexto - é que eu não tinha uma "rede de amparo" que se estendia além daquela que foi cortada naquele momento. Ou seja, eu possuía poucos vínculos de amizade (apesar de MUITO importantes), não estava tão satisfeito com a vida profissional, meu vínculo familiar (que nunca foi íntimo) também não se apresentava com um pilar na minha vida. Então isso fazia com que eu depositasse toda a minha expectativa de amparo naquele único vínculo. Com isso, quando esse vínculo era quebrado, era sempre muito mais doloroso. Quando eu observo pessoas que lidam facilmente com contextos de desamparo, eu percebo que essas pessoas possuem redes/ramificações de amparo muito grandes ou muito maiores, o que faz com que aquele evento de desamparo pontual se torne menor dentro de um contexto de amparo bem maior. Em resumo, eu vejo que a sensação de desamparo está diretamente ligada à extensão da rede de amparo que o indivíduo foi capaz de desenvolver em resposta a esse desamparo "original". Pelo menos é o que eu observo dentro do meu contexto e da minha narrativa. Forte abraço Manu!
Eu não tenho rede ampla de amparo e lido bem com abandono (ja espero, entao não sofro). Depende muito da pessoa.
@@anaipiranga659 Oi, Ana! Tudo bem? Te entendo muito. Como eu disse, é uma visão a partir de como esses pontos se manifestam na minha narrativa mesmo e eu entendo que são limitados ao meu contexto e existem outras diversas formas. Uma dúvida que eu fiquei sobre o que tu falou - e vc não precisa responder se não se sentir a vontade - mas como funciona exatamente essa estratégia do "já espero, então não sofro"? É um "Entendo que tudo pode terminar ou culminar no abandono, então vivo essa experiência até onde der, já que vai acabar" ou um "já sei que vai terminar em abandono, então nem vivo isso"? Abraço
Me conectei totalmente no fundamento da sua narrativa, Victor. Comigo tb já aconteceu este ficar sem chão pelo término de alguns relacionamentos e ñ ter uma rede de apoio ativa. Mas daí tb penso em buscar trazer a situação para a autoresponsabiidade, um grande aprendizado tudo isto! Abraço!
@@luisavono3389 Oi, Luísa! Tudo bem? Eu concordo muito contigo que a busca dessa autoresponsabilidade seja um bom caminho para lidar com essa questão. Confesso que ainda estou bem no começo desse processo, mas tentando ter paciência comigo e aceitando o fato de ser um "iniciante" nesse processo. Tem momento que assusta ter tanta coisa para aprender e desenvolver para ser mais saudável emocionalmente, mas acredito que o mais importante é estar nesse caminho. Abração, Luísa!
Totalmente, Victor! Cada um no seu tempo, eu tb estou no meu processo do despertar. Acredito que o fundamental seja o desejo interno e buscar ferramentas para realizar as viradas de chave! 😉
Manu, to escutando esse video um pouco tarde, ne?! Mas eu tenho a narrativa do abandono na minha vida: Cresci lutando com padrões estéticos sendo julgados, do tipo: vc está gorda, precisa emagrecer; fulano passou em tal faculdade, vc precisa passar e por ai vai. Hoje sem dúvida nenhuma não sou a filha ideia dos meus pais. Porém, com muita terapia, não os culpo e não os julgo como narcisista, uma vez que, meus pais tiveram uma criação diferente da minha, se tornaram as melhores pessoas possíveis dentro dos recursos que tiveram na vida deles e claramente foi os melhores pais dentro das limitações deles. Esse pensamento me faz entende-los, porém não muda o meu sentimento interno que é de não me sentir uma pessoa tão boa o quanto eu gostaria de ser para eles. Quando olho a pessoa que me tornei, me sinto incrivel, pois no meu olhar e no meu julgamento cheguei e estou caminhando para chegar onde quero, mas se comparo com o olhar deles, isso me pesa. É uma luta quebrar essa visão, a terapia auxilia, mas cortar o cordão umbilical é dificil. E não repetir o sentimento que sinto em outras relações é mais dificil ainda: tipo, se me relaciono com alguem e imagino que essa pessoa gostaria que eu fosse de outro jeito, me sinto frustada e abandonada. Escutando seu video dá pra entender exatamente o que eu já conclui, meus país foram o melhor que puderam ser, mas o que geraram em mim precisa ser quebrado, e acho que essa é a tarefa mais dificil de se fazer.
Este vídeo encaixou várias peças no meu processo de terapia atual. Muito obrigada!
Já vinha num processo de tentar entender e trabalhar meus padrões. Demorei muito pra entender que eu passei a vida toda com medo de ser "abandonada", pois no sentido mais literal da palavra, não fazia sentido: eu nunca fui abandonada! Tive pais presentes, toda uma estrutura, o que deu errado?
Ao longo do tempo várias fichas foram caindo e você conseguiu me ajudar com essa peça fundamental que estava faltando: minha mãe é superprotetora e sempre teve expectativas altíssimas sobre mim. Sempre falou que me amava, que estaria lá por mim. Mesmo assim, eu sentia um calafrio na espinha quando ela chegava, à noite. Eu já enrijecia o corpo, sabendo que se eu ou a minha irmã tivéssemos feito qualquer coisa fora do esperado, iríamos ouvir muitos gritos - e talvez levar uns tapas, que era "normal" na época (ainda bem que evoluímos)! Ao mesmo tempo em que ela se colocava como parceira, que fazia tudo por nós, ela tinha uns "surtos" que a gente não conseguia entender, mas hoje entendo que ela estava sobrecarregada. Fico triste por ela não ter conseguido sair dessa - eu que saí de casa e acabei me afastando, mas acho que hoje sou mais capaz de entender, processar e trabalhar nisso. E o mais importante, não me envolver de novo com parceiros que me geram essa ansiedade, esse medo de errar, esse desespero, como fiz até ano passado. Hoje busco entender esses processos pra poder vivenciar a paz, na medida do possível, em todos os meus relacionamentos, principalmente afetivo.
Wow caramba. Teu comentário foi tão necessário pra mim. As vezes a gente quer se expressar e não consegue.
@@gabriellaluzpm 💕💕
Me identifiquei com seu relato, saber como funcionamos nos da a possibilidade de tentar fazer escolhas melhores...hoje sei que não posso em nenhuma hipótese me envolver com uma mulher que não consiga entender a narrativa do Desamparo...Tratamento de silêncio pra mim é crueldade
Algum amor, algum amparo.
Assistindo esse vídeo, lá pelos 9min48, já tendo assistido ao vídeo sobre a necessidade de repetição, no qual vc revê a origem dessa sensação de abandono, se considera o útero ou não, me ocorreu outra visão. Esse tema me lembrou o conto do patinho feio, que fala de pertencimento, abandono, desamparo. E no conto ele é um cisne que se imagina pato. Ele não é mamífero. Ele nasceu de um ovo. Esse detalhe, não deve estar no "mito" por acaso. Então, isso me faz pensar que a questão da fantasia ou sensação de desamparo possa ser ainda mais profunda, encontrar raízes existenciais mais profundas, no mistério da própria existência, algo como a questão filosófica "de onde eu vim", ou como a busca científica em descobrir a origem do próprio Universo. Ou, ainda, falando em linguagem das culturas orientais, a dor da dualidade, da separação do TODO, o vazio existencial, a fragmentação do ser... O "Ovo cósmico"...
Esse vídeo foi muito importante. Realmente faz muito sentido. Eu tenho essa sensação de abandono, minha mãe tem personalidade narcisista. E realmente ela sempre cobrou pra que eu fosse melhor em tudo, muitas vezes ignorando e julgando minhas escolhas, só pq o que ela achava que o que ela queria e planejou pra mim era melhor. Talvez realmente as escolhas dela fossem melhor pra minha vida, mas pra mim o melhor sempre foi fazer o que me deixa feliz, só que o que me deixa feliz não é o que ela quer. E por isso não falo mais com minha mãe. Não consigo conviver com uma pessoa que critica tudo e só vê defeitos em tudo e vive para agradar os outros, vive em função do que os outros vão pensar. Infelizmente. E ela já me disse que deveria ter me abortado entre outras coisas terríveis. Até se quiser estudar meu caso posso contribuir com mais histórias como essa. É muito triste não ter uma mãe, mesmo que ela ainda viva. Obrigada pelo vídeo, me sinto menos culpada agora.
Ver o emanuel falando é perceber como ele quer aprofundar e prolongar os assuntos porém acaba voltando pro ponto central, como se todas as informações que ele conhece e gostaria de passar não coubessem no vídeo. Muito interessante
“Tão difícil hoje em dia conseguir continuar as coisas”
Quando penso na minha infância e na relação com a minha mãe, ela não me cobrava pra que eu fosse melhor , era o exatamente ao contrário, ela sempre fazia questão me comparar com os outros mas me dizendo sempre o quanto eu era a mais gorda, mas feia , mais atrapalhada .Sempre fazia questão de falar que eu era toda igual ao meu pai e que eu não parecia em nada com ela . Eu não podia escolher os brinquedos que eu queria , pois eram ou feios ,ou caros ou eu não merecia mesmo. Roupas ,passeio ..nada eu podia ajudar na escolha tinha sempre ser o que dava e aí de mim se reclamasse ...Eu não lembro de alguma cena de abraço ou afeto com ela , minha mãe já é falecida .
Meu pai , tenha as vezes demonstrar afeto, mas eu não consigo receber ...Para falar a verdade eu não consigo nem mesmo ficar num mesmo cômodo com ele e desenvolver um assunto .É estranho o que eu vou dizer , não tenho interesse na vida e nem quero que ele tenha na minha. Já tenho meus filhos adultos , acabei criando os dois sozinha , o pai abandonou. Fiz o melhor que eu podia e ainda faço. Para meu filho mais velho nunca foi o suficiente e nunca é , ele também me abandonou , fala que prefere viver sem mim ....
As Oito Consequências da Ferida Paterna é um vídeo excelente do Psicólogo Rossandro Klinjey que pode te ajudar muito, se tiver interesse.
Minha terapeuta já tinha jogado essa bola, inclusive ela sempre me fala isso também, se vc tá aqui, ela cuidou de vc. Realmente eu e minha mãe temos complexo de Deus, cuidamos de todo mundo. Acho que hoje em dia os dois mudaram, mas ao longo de muito tempo, esse cuidado, era entendido como um cheque em branco, obtido a revelia, pra dizer como o outro deveria viver.
Manu, você descreveu perfeitamente minha mãe: o quanto ela se esforçou e o quanto, indiretamente, se auto rejeita em função de que nós, como filhos, seguimos caminhos diferentes dos que ela planejou (ainda que tenhamos sido “bem” sucedidos em nossas carreiras e na vida de modo geral). Maravilhoso relato e muito pra ponderar e entender! Detalhe: tenho 64 anos e, enfim, uma luz nesse túnel! Muito obrigada por não desistir de nos iluminar! Muitas bençãos pra seu pequeno e pra Flor!!!
Grande abraço!
Ouvindo isso, entendo que na minha ânsia de ser melhor mãe para minha filha, para que se sentisse mais amada e amparada do que eu me sentia em relação à minha mãe, acabei deixando, talvez, mais marcas nela do que minha mãe deixou em mim. Não sei. Mas me fez pensar nisso. Não como autocobrança, porque eu fiz o que achava que era o melhor a ser feito (e talvez minha mãe fez o mesmo, do jeito dela), mas me dando conta de como nunca estamos prontos o suficiente para sermos pais. Porém, é somente sendo pais que temos oportunidade de "testar" a paternidade/maternidade com a bagagem e as ferramentas que temos no momento. Enfim, Emanuel, você faz a gente ir mais fundo no autoconhecimento... e no reconhecimento de nossa humanidade aceitavelmente imperfeita. Obrigada!
Obrigada por esse canhão de luz que você jogou sobre esse aspecto. Vivo exatamente esse dilema com meu filho. Você me ajudou muito. Sinceramente, obrigada.
O abandono dos cuidadores nos acompanham a vida toda
Somos seres acompanhados pela rejeição
Nessa lente sim, em outras, não
Obrigada por esse vídeo. Consigo enxergar que muitas vezes minha mãe me abandonou p cuidar mais do relacionamento falido com meu pai q n foi nada fácil e ainda n é. Ela tem muitas questões de abandono na infância tmb e é uma pessoa cheia de questões assim como eu.Eu aceito q me deu o melhor q conseguiu com a condição emocional,financeira,fisica e etc q ela tinha. Foi dolorido p mim mas poderia ter sido pior.E já passou,n sou mais aquela criança.
Sou o quarto filho
Era um tempo de muita pobreza
Minha mãe precisou me deixar com uma tia quando eu tinha 3 anos
Não lembro de nada
Depois, aos 8, fui para a casa de um tio
Via minha mãe nas férias apenas
Isso de ir para casa de parentes se estendeu
Ainda junta o fato d ser gay que não era nada simples nos anos 90
Creio que tenha a ver com a tendência que eu tenho de me apaixonar por quem me abandona e em amores impossíveis
Por que exatamente talvez eu nunca vou saber
E nem é fácil mudar só porque sabemos que a base está na infância
Sigo tentando superar a dependência emocional
Hoje, aos 41, o que noto é alguém aparentemente forte.
Que se resolve;
Q não vai se demorar falando d suas feridas;
Esconde-se para cuidar delas.
Vamos indo.
Talvez os vídeos do Alan Mocellim possam te ajudar também, se tiver interesse.
Eu sempre fui o bode expiatório do meu pai. E ele falava pros vizinhos que nós éramos filhos incríveis e em casa era só: vc não presta, etc etc. daí pra quem ele queria “competir” aí nós éramos excelentes e tinha essa ambivalência na nossa frente o tempo todo. E eu me policio o tempo todo com relação aos meus filhos e outro dia minha filha chegou pra mim e disse: mãe eu quero ser mãe tbm. Ela tem seis anos. E eu perguntei pq? Ela: pq vc é uma mãe muito boa pra mim e eu quero ser como você pros meus filhos… bah me acabei de chorar. E eu sempre me perguntava se tava fazendo certo e tal. É isso foi uma luz mas eu sempre tô me conhecendo e me moldando pra poder elevá-los e fazer com que busquem os próprios caminhos. Obrigada manu!!!
Nossa, isso faz sentido. Minha irmã sendo a mais nova parece ser a que tem a melhor inteligência emocional e foi a que foi criada mais solta. Eu que fui a mais velha, fui tão cobrada e sinto que sou a que se sente mais inadequada, desamparada, insuficiente.
Pelos instantes deste vídeo me senti afastada desta condição de "jogada aí ". Valeu.
Isso tudo o que vc falou acontece quando os pais são alcoólatras. Meu pai era pai num período do dia e um monstro à noite. A instabilidade do comportamento era uma constante
Grata Emanuel! Estas suas impressões vem confirmar muito do que penso sobre os conflitos que tenho, como mãe de 3 filhos, e os episódios de abandono que acumulei ao longo da vida, que classifico como feridas abertas, configurando como as minhas batalhas perdidas. Me lembrou de uma música do Pato Fu: "as brigas que ganhei, nem um troféu, como lembrança, pra casa eu levei. As brigas que perdi, estas sim, eu nunca esqueci". Ficarei atenta aos próximos vídeos sobre este tema!
Eu tenho minhas narrativas de abandono, por outro lado percebo ter sido "colocada" em um lugar "especial" através da imagem da beleza. Durante a infância me lembro de ser vista como muito bonita, ia ser modelo, ia ser artista... Hoje perigo um palco, não me reconheço em cena nenhuma da minha vida. É uma mistura de sensação de abandono com um olhar especial que de certa forma me paralisou.
*persigo
Eu sempre tive noção do abandono. E medo dele. Mas ele se tornou definitivo com a morte do meu pai, quando eu tinha 33. Minha mãe, que sempre devotou a alma toda a ele, não faz mais nenhuma questão de mim (com meu pai por perto ela tinha que tolerar, rs). E minha irmã por parte dela se « apropriou » dela dali pra frente, e parece me odiar, do nada.
Se quiser ver o vídeo sobre Trauma Complexo do Alan Mocellim, talvez te ajude um pouco também. 🙌🏻💔🙌🏻💜
Minha mãe teve minha irmã com 16 anos, se tem uma pessoa que definitivamente não foi desejada e projetada para estar aqui, com certeza foi ela. Eu vim de um casamento feliz, um amor recíproco, fui feita de forma suada. Minha mãe já tinha perdido uma das trompas, e mesmo assim, eu vim. Só que eu acredito que a expectativa que foi jogada em cima de mim pesou. Não sei explicar bem, pois tudo que meus pais desejaram para mim, eu sou. Uma mulher forte, independente, corajosa, honesta. Porém, mesmo sendo tudo isso, eu não sou exatamente o que eles entrendiam como o significado dessas palavras, e tudo bem.
Acho que nesse ponto aqui, o que pesou mais não foi nem a infância e sim a adolescência.
Dá uma felicidade ouvir um pai que se cobra para ser perfeito (mesmo que isso precise ser desconstruído), esse discurso e essa cobrança vem sempre do feminino. Sobre o abandono, deixei de sentir isso com minha mãe (que era muuito forte) quando descobri que ela era bem menos perfeita do que ela dizia ser e que me cobrava o que ela não alcançava. Isso me liberou de alguma forma, até para amá-la.
Olha aí 'O trauma do nascimento', segundo Otto.
Acho que a frase que mais exemplifica é: "quebra da fantasia de um total amparo" nunca tinha visto dessa forma... Até meus 12 anos eu tinha uma relação muito forte com meu pai, aquele visão romantizada como herói, diferente de minha mãe que sempre foi mais coadjuvante. Mas nessa fase da pré adolescência, infelizmente, meu pai começou ter comportamentos impróprios e completamente inadequados. A partir dessa época seu "amor" era totalmente condicional e puxando o seu outro vídeo sobre cagadas... Isso impacta diretamente como vejo o amor, pois inconscientemente só vou ser amada ou aceita se fizer algo... Muito bons seus vídeos me fazem olhar as coisas de uma outra forma de certa maneira até mais racional e vem me ajudando muito na minha busca por cura...
Manu, sonhei com você noite passada. Almoçávamos e trocávamos altas ideias na sua casa. Nem conheço sua cozinha, mas lá estava eu. Lembro que a visão da janela era a mesma deste vídeo (meio borrada assim mesmo). Também não lembro do que falávamos, mas os 2 estavam interessados. De repente silencio, incômodo, e eu penso: "naturaliza o silêncio. Tá tudo bem com ele". Fui lavar a louça e percebo que horas se passaram enquanto eu limpava o fogão. Acordei e dei risadas o dia todo tentando entender por que cargas d'água eu esfreguei tanto esse fogão 😂
Parabéns papai... Muita saúde para seu rebento. Esse tema é muito pertinente na atualidade pra mim. Minha psiquiatra de 4 anos desistiu de mim, minha terapeuta também, justamente na hora em que eu me encontro tão vulnerável. Tenho uma grande dificuldade em lidar com a razão X emoção. Esse é o grande desafio
Olá Emanuel, que bom que estão todos bem e você voltou! Eu me lembro de muitos "abandonos" nas relações parentais e o que me marcou, de maneira mais forte, foi a passagem pela adolescência. Parecia que meus pais não mais reconheciam em mim uma filha. Parecia que eu era uma alienígena, chegada na família, sem aviso, do nada, como se eles não tivessem visto o meu desenvolvimento até alcançar aquela fase. É um ponto de inflexão do qual não houve retorno.
Parabéns Flor e Manu pelo nascimento do Vicente ❤
Vendo como mãe e filha q de fato passou pelo abandono (filha adotiva)... Tudo fica ainda mais complexo, Manu... Sobre a expressão desamparo, eu TB me sinto desconfortavel com ela, como se fosse algo tirado.. não.. o sentimento é de uma solidão iniciada junto com a existência e que perdura com ela...
Muito legal vídeo! Eu acho q faz muito sentido, dessa intranquilidade dos pais ser a razão da intranqüilidade dos filhos. Eh só um pco engraçado que em terapia discutimos tanto coisas que nossos pais faziam (ou não faziam), falamos tanto deles, mas no fim o que queremos eh deixar de culpa-lós, perdoa-los, enxerga-los como seres humanos limitados como nós. Parece um pco contra intuitivo (apesar de saber que não eh).
Manu, trato em terapia essa ferida do desamparo. Minha mãe teve 6 filhos e cuidava sozinha pois meu pai trabalhava em outra cidade. Hoje, eu entendo o que aconteceu. Nunca a culpei, pelo menos conscientemente. Mas levo essa questão para os relacionamentos.
me vem a palavra "entregue" na mente quando há a discussão sobre (des)amparo, é isso que acontece, estamos ali entregues ao mundo externo (considerando mundo interno como o útero) e à vida
Por favor, consiga gravar outro vídeo. Senti sua falta.
A cor do vídeo tá muito bonita. Um marrom quentinho aconchegante.
Breve volto pra vero vídeo pela 3 vez e comento sobre. :D
Minha mãe foi uma ótima mãe no sentido de cuidar fisicamente, não deixava faltar nada mesmo sendo pobre. Mas desde criança a sensação que tenho é que mesmo não dando trabalho, eu era um trabalho. Era sempre um estresse, desde que me lembro eu vejo ela descontente com casamento, trabalho, rotina e parecia muito que isso era descontado em casa. Se encaixa bastante no contexto do vídeo, no desconforto parental. Hoje eu percebo que isso ainda me afeta muito, me sinto muito desamparado as vezes e não consigo criar muitos vínculos. Com os poucos que consigo, fico dependente.
Minha Mãe sempre foi rígida comigo desde nova, mas agora ela está mais amorosa. Meu Pai sempre foi de trabalhar muito e não me deu atenção, só que relevo pois eles passaram por muitas situações complicadas na vida e isso me faz os compreender
Obrigada pelo vídeo. Descobri você ontem, 26/01/22, e tenho ouvido seus vídeos. Trabalho maravilhoso! Parabéns pelo Vicente! Abraço para a Flor e o Martim.
Poxa Manu, que legal te ver e ouvir novamente. Parabéns pelo filho, e obrigado pelo conteúdo incrível! Esse vídeo mexeu bastante comigo
Minha cabeça explodiu. Minha mae tem expectativas nela, em mim e na vida toda que são extremamente irreais. Tenho a sensação de que minha mãe vive todos os dias frustrada e ver seu video clareou muito minha mente, obrigada! E parabéns pelo neném 💕
Cirúrgico! Esse é o ponto! A mãe que foi criticada, se sente culpada e não se sente boa o bastante. Fui criticada a vida inteira por uma mãe dessas.
A origem da minha sensação de abandono vem por conta da morte da minha mãe muito cedo (eu tinha 1 ano) e depois por um afastamento do meu pai - não por vontade dele, mas por minha avó não querer mais viver na cidade onde morávamos. Me mudei com ela pro interior. Até hoje me lembro da sensação horrível que senti quando minha avó contou, sem nenhum tato ou aconchego, que nós iríamos morar lá a partir daquele momento e não mais com meu pai. Me lembro de onde estava e dela me dizendo “para de chorar, menina!”. Eu tinha 7 anos. Todos os meus relacionamentos foram repetições dessas vivências de abandono. Acho que terei que reencarnar de novo pra conseguir me relacionar de forma saudável. Nessa vida já desisti.
Eu gostaria que vc falasse de desamparo aprendido e como sair dele.
Manu, tá osso!😵💫. O racional acompanha, já fiz essa " leitura", depois da morte da minha mãe, sobre os abandonos e traumas emocionais que ela teve. Muita coisa, a maioria, eu só fiquei sabendo por meu tio ter me contado após a morte dela. A gente ( eu e ela) já tinha " se perdoado". Mas, o emocional não acompanha. Mesmo tendo essa consciência, o trauma tá lá, dsncando funk na minha cara. Agora, depois desse vídeo, tô repensando minha relação com meu filho. É eita atrás de eita.
Boa tarde Manu, parabéns pelo filhote Vicente e para Flor.
Sobre esse tema, bem pertinente para mim! Eu não pensava sobre isso até quando fiz terapia. E aí percebi o quanto passei pelo desamparo na infância. Mas que não dei conta de como isso influenciou em vários relacionamentos durante a minha vida. Não apenas no afetivo entre Homem e Mulher, mas em várias áreas da minha vida.
Estou num eterno autoconhecimento!
O que me norteia na minha vida. Quando percebi que na minha família isso é algo presente. A falta de união.
E já me acostumei a essa estrutura.
Não é bom, mas isso me torna autônoma na vida.
Obrigada por trazer tema bastante pertinente!
Abs.
Maria.
Minha mãe sempre me cobrava posturas contra o meu pai. Ele a traia muito, porém ela não tinha “coragem” de separar. Eu acabei assumindo muito uma postura de mãe dela por ter tomado a frente dessa situação. E hoje ela se vitimiza e cobra posturas minhas, como não ser amiga dela, de fazer coisas pra ela, uma dependência dela comigo que começou a me prejudicar em diversas áreas da minha vida.
O desamparo gera desconsolo.
O desapoio gera desconsolo.
Para se ter o sentimento de desamparo pressupõe que houve o seu contrário.. o desconsolo vem da vivência desse contraste.
Ter e deixar de ter.
Ter é bom.
Deixar de o ter é mau.
“Tá tudo bem só não estamos dormindo mas tá tudo bem” Own gente, muita força para vocês ❤️🥰
Ótima reflexão. No momento estou tentando me livrar dos julgamentos e esse vídeo me ajudou. Emanuel pensa muito rápido mas hoje em dia já consigo acompanhar a velocidade do seu raciocínio. Muito obrigado por existir e disponibilizar tais conteúdos.
Falar um pouco sobre mim, sempre fui muito cobrada sobre tudo, exatamente como você fala, pela minha mãe. Acontece que na minha adolescência, eu passei a ser rebelde, e fomos naturalmente nunca próximas, nunca fui de falar nenhum segredo pra ela, sempre fui muito julgada por qualquer coisa. Então, sem amizade entre nós, apenas uma relação ruim entre mãe e filha, ela se juntou com meu padrasto desde que eu tinha 5 anos (hoje tenho 22), porém ele nunca interviu em nada referente a nós, minha mãe sempre se matou de trabalhar como doméstica, e meu padrasto sempre pedreiro. Minha mãe sonhava alto, queria conquistar tudo que pudesse, meu padrasto sempre se contentou com o mínimo (ambos com histórias pesadas). Enfim, minha mãe faleceu em dezembro de 2020, fui criada por ela, mas não tivemos intimidade, ela não sabia dos meus segredos e vice-versa, desde antes de ela falecer, eu sempre tive muito problema com autoestima, e isso perdura até hoje. Existe um peso, uma culpa, que parece que eu nunca vou conseguir superar. Mesmo sabendo da história dela, e que ela não teve culpa de nada, tudo o que eu sinto, é comigo mesma.
Porque você acha que precisava compartilhar os seus segredos com sua mãe? Por que nós mulheres achamos que nossa mãe deve ser nossa melhor amiga?
Que saudade que eu tava das suas reflexões. Parabéns pelo Vicente!
Que viagem louca essa nossa passagem na terra como mamíferos homo-sapiens! Valeu a pena esperar pelo retorno pós Vicente. Estou a beira de completar 36 anos, em terapia há 1 ano e meio, e quanto mais aprendo sobre mim e aqueles ao meu redor, mais confusa me sinto. Que canseira mental, mas está valendo a pena, com certeza! Esse vídeo me clareou bastante sobre o quanto pode ser desafiador ser pai e/ou mãe. Será que tu poderia fazer um vídeo dedicado à relação paterna? Estou tentando tomar meu pai, mas percebo que ele é mais vítima desse mundo machista do que qualquer outra pessoa a minha volta. Não se permite falar sobre seus sentimentos mesmo nós percebendo que ele está explodindo por dentro, se cobra por não ter tido sucesso financeiro na sua percepção, e ainda acha que violência e medo resolvem os problemas da sociedade. Eu amo ele, pois sei o quanto de bom existe dentro dele, mas ele machuca por estar machucado e a gente acaba machucando ele por ele nos machucar - ou vice versa, não sei exatamente.
Valentim é o Vicente? 🥰
@@daysa9095 verdade. Já editei o comentário e corrigi. Obrigada ❤️
Eu costumava achar que havia sudo literalmente abandonada pelo meu pai. E assistindo ai video hoje percebi que nunca fui abandonada. Eu não tinha idade para construir minha narrativa. Eu aceitei uma história que me foi contada. E me vitimizava por isso. A minha visão de mundo mudou quando eu compreendi que nunca poderia ter me sentido abandonada. Eu era um bebê e não tinha memórias para isso. Eu vivi o conto de uma história de abandono e me vitimizei. Ouvindo o Emanuel falar aqui, eu percebo que quem foi abandonada e desamparada não fui eu e sim minha mãe. Que nas limitações dela me contou uma história que eu acreditei pela vida toda. É mais ou menos isso. Eu senti os efeitos do conto e agora eu tomo assumo uma postura de responsabilidade, onde não mais preciso ser a vítima desamparada. Isso é realmente libertador.
Que bonita essa percepção que tu tens do teu pai Maica, e da relação de vocês e da relação dele com o mundo. Isso não é comum e nada fácil de compreender, principalmente quamdo parte daquele que está envolvido. Acho que é isso que as pessoas chamam de maturidade ou inteligência emocional.
“ele machuca a gente por estar machucado e a gente acaba machucando ele por ele nos machucar” é isso que sinto. exatamente assim.
Bom retorno, Manu! Você faz falta por aqui!
Saúde para você, Flor, Vicente e Martin!🙏💜
Faz muito sentido, Manu, essa questão da culpa parental. Parece-me que o desamparo é sistêmico, transgeracional.
Os seus vídeos têm me ajudado muito a pensar. Muito obrigada. Muitas felicidades e muito muito muito amor para a familia que agora se expande. Beijinhos para a Flor.
A negativa da ajuda e do amparo poderia vir do fato de que, dentro do útero, o bebê estava amparado, nutrido, em um estado natural. Após nascer, o estado natural deixa de ser o amparo e passa a ser o desamparo.
tbm vejo assim
Olá!! Fui criada pelos meus avós, desde os três anos, quando minha irmã nasceu prematura e então meus pais meus pais me deixaram lá. Na primeira infância, as lembranças com eles não são boas, sempre com rejeição. Hoje trabalho isso dentro de mim, pois me sinto rejeitada, abandonada com muita facilidade.
Na minha vista na minha situação o desamparo está ligado no meu caso ao abandono logo sou filha adotiva...meus laços parentais foram cortados logo no inicio da minha vida não estou falando em relação a familia adotiva e sim biologicamente o que me causou por anos essa sensação de desamor que falaste inclusive confundi esses dois sentimentos muito tempo em minha vida.
Muito esclarecedor esse vídeo...
Gratidão!!!
Vicente nasceu?! Que maravilha! Um dia você volta a dormir. A minha caçula vai fazer 5 anos e não nos deixa tirar uma noite inteira de sono ininterrupto. Boa sorte e excelente vídeo, como sempre, aliás! E sim! Sou um cordeirinho perdido...! Rs
Mãe teve depressão pós parto na minha gestação e eu cresci com esse sentimento de não ser amada, demorei muito pra perceber q não era sobre mim e sim sobre a vida dela e a situação em q ela estava na época da minha gestação, por mais q tenha essa consciência hj não deixo de ter esse sentimento de não digna do amor do outro seja num relacionamento ou em uma amizade.
Estou sempre com uma sensação estranha de q incomodo de q atrapalho não consigo me doar é muito menos me sentir a vontade fazendo parte da vida de outras pessoas, me acostumei e acredito q me viciei com a solidão.
AAAAAAAAAA QUE BOM TE VER DE NOVOOOO(Ler com voz gritante e empolgada). Manda um abraço pros nenéns, flor, Martin e Vicente ♥︎
Olá, descobri os seus vídeos hoje. Que bela abordagem. Fiz um grande trabalho sobre a questão de abandono. O meu pai nunca esteve presente na minha vida. Mas eu curei esse sentimento. Percebi a história dele, e entendi que eu podia fazer para me tranquilizar e ser feliz. Ele deu-me a vida e serei sempre grata por isso. Tudo o resto se constrói com muito muito amor próprio. Lambendo algumas feridas certo, mas ciente, que eu sou digna de estar aqui e fazer diferente! Não carregar aquilo que não me pertence.
E um dia, sentimos a leveza.
Vou continuar a ouvi-lo. Obrigada.
Abraço
Manu, que vídeo incrível! Vicente tem pais incríveis! Abraços pra você e para a Flor!
Parabéns pelo baby muitas bençãos pra vocês 🥰🥰
Comentário não relacionado ao vídeo: nomes lindos dos seus filhos ❤
Amo os seus vídeos Emanuel! Gratidão por toda ajuda!
obrigada por não nos abandonar! 🤍
Vejo este reflexo de abandono o tempo inteiro na minha relação com a minha mãe, ela é narcisista e não consegui nem me ouvir e eu não pude ser 1% do que pensei para meus filhos. Estes que minha mãe usou como escudo para me reduzir a pessoas mais horrível que existe. Hoje meu filho mais velho de 24 anos está depressão e minha mãe não deixa que ele evolui. Parece que temos que sempre estar numa pior para depender dela.
Visualizo na prática clínica que, somada às questões que vc pontuou, existe um aumento na sensação de desamparo quando essa ideia de desamparo é trazida por outras pessoas ao redor da criança.
"Vc é assim pq sua mãe não cuida.. não olha.."
Acredito que a criança sempre vai fazer comparativos, inclusive com a expectativa de família idealizada pelos desenhos e filmes, e comparativos entre os que exercem cuidados "esse cuidador sempre me dá tudo que eu quero, está sempre presente e critica o outro, portanto o outro cuidador me desampara"
Putaqueopariu….que vídeo bom! Que vídeo necessário! Eu concordo plenamente Manu, vi minha história nessa sua explanação e me vi revivendo isso com meu filho….obrigada pela reflexão.
Espetacular!!! Muito obrigada por essa visão! 🌻
Que bom ter você de volta! O que tenho observado na minha narrativa de "desamparo" (também me incomoda esse termo) tenho uma memória de ter sido deixada em casa sozinha com 4 ou 5 anos, e apesar se sentir medo, não me senti desamparada, pois me sentia segura, talvez pela previsão que me foi dada. No entanto me senti extremamente desamparada em situações nas quais construí expectativas, nas quais esperava algo de algum outro. Será que o desamparo tem relação com o que se espera do ambiente? Das previsões que fazemos sobre o ambiente?
Manu! Espero que vc e a família estejam bem! Obrigada por voltar! ❤
Sim. Eu me vi na sua fala, como mãe (em relação a minha filha), e como filha, que tem essa sensação de desamparo. É estranho perceber esse emaranhado vindo da minha mãe (e de não sei mais de quem atrás dela), esse emaranhado que eu recebi e que passei para minha filha. Você foi no alvo. Grata!
A gente nasce em vulnerabilidade
Isso me lembrou algumas sessões de terapia da minha vida. Varias informações psicológicas num vídeo só 👏🏻
Fez mto sentido aqui, Manu. Percebo esse descompasso e como quebrei a construção dela de filha ideal (e q por mt tempo correspondi). Ao msm tempo a imagem q fiz dela tb se foi.. tem sido complexo passar por isso e sinto um tipo de esvaziamento. Com isso, uma falta de chão, de referência. Pensar nessa ideia das expectativas clareou bastante meus pensamentos, afinal é sobre mim mas tb sobre eu trazer a tona essa "frustração dela não ter conseguido concretizar o q imaginou", em mim. Compreendi certo? Obrigada por dividir conosco essas ideias e felicidades p sua família 🧡
Que festa sua volta Manu! Que bom que estão todos bem💗
Manu, 4 anos em análise e uns 2 ouvindo vcs posso responder tua pergunta.
Olhando para a mãe que eu queria, e a mãe que minha mãe deu conta eu vejo que havia uma grande fantasia de completude, ou de amparo, ou ainda de uma perfeição. A mãe que minha mãe foi para mim fala de uma mulher exausta, abatida, que aceitou o "acidente" da temporona com o casamento desabando e que no seu "ideal de amor" já estava falhando e frustrada com a vida e com ela mesma.
Assim nascia eu sob a egrégora de "vai ser a bonequinha" que pelo menos, ao contrário dos meninos vou enfeitar. E já não deu certo aí! Nasci grande, cresci obesa, não deu certo a delicadeza que ela queria e que nem ela dava conta de ser. Tem muito de ideologia alemã, protestante na minha criação e teve muito caos tb. E eu li tudo isso, desde sempre como um abandono, um atraso (meu) e muita falta de sorte.
A luta hj é desligar e resignificar as palavras agressivas da minha mãe, desfazer e, principalmente, conseguir contrariar os determinismos dela. Acho que fazer o oposto é me enxergar diferente do que ela dizia que via ainda é o mais difícil. Sinto menos necessidade de validação, de ser amparada, aceit e etc. Mas sei que ainda tem chão.
Vídeo extraordinário Emanuel. Parabéns e obrigada .
Bom dia Emanuel, no meu caso não foi necessariamente um abandono. Meus pais sempre supriram todas as minhas necessidades básicas. Porém sinto que fui tratado não como um filho, mas apenas como um ser humano. O vínculo que eu tenho com eles é superficial, não sinto prazer em compartilhar a minha vida com eles, sinto como se eles se preocupassem se eu estou vivo e se estou feliz, mas sem querer saber sobre mim ou sobre a minha vida em si.
Achei a sua análise dos pais que se esforçaram tanto, que ficaram extenuados, e que depois se questionam se foram realmente bons pais, extraordinária. Eu acho que você acertou em cheio na questão. São pais que deram tudo, e até demais, de si mesmos, e depois, mesmo sem perceber, esperam dos filhos muito mais do aquilo que eles lhes conseguem dar de volta. E aí, temos pais e filhos desiludidos uns com os outros, e também consigo mesmos. Me revejo completamente nesta equação. A minha mãe foi sempre muito dedicada, mas depois idealizou uma filha que não existe. Durante muito tempo eu tentei ser aquilo que eu pensava que ela queria que eu fosse. Depois verifiquei que a fantasia dela nem sequer correspondia bem ao que ela realmente queria. Sabe aquela história de que, aquilo que você acha que quer, pode não ser aquilo que você precisa. Pois é, hoje eu estou mais tranquila em relação a tudo isso, e hoje eu tento não ser assim para o meu filho, mas eu sei que também me esforcei demais por ele, e que, mesmo sem querer, por vezes lhe cobro isso. Tento, no entanto, aceitá-lo como ele é. Não quero que ele pense que deveria ser uma pessoa diferente do que ele é. Eu sofri muito com essa questão. Não quero que ele sofra como eu sofri.
Emanuel, vc é massa!!☀️☀️
Exato Manu! Acho inclusive que a palavra não deveria ser desamparo ou desamor, e sim excesso de amparo
que saudades que eu tava disso
Boa noite. 🙂👍🏾
Que saudades!!
Oi Manu! Primeiro dizer que estou muito feliz com a sua volta e que bom que vocês estão bem :)
Esta narrativa do abandono também é uma questão que trato com meu terapeuta e hoje foi umas pautas discutidas ! Fazendo uma recapitulação da Clara na infância eu me lembro que eu dizia para a minha mãe : “me cuida?” E isso veio muito forte na minha memória esses dias… dias esses que eu tenho me sentido muito só, sentido o abandono mais presente. A minha gestação foi acompanhada de uma perda de um outro filho da minha mãe, então eu entendo que naquela momento deve ter sido muito difícil pra ela estar com uma outra pessoa a caminho … mas a sensação de abandono, a sempre falta do afeto ( mesmo que dado! Pois minha mãe sempre deu o seu melhor para os filhos) , sempre foi uma questão pra mim, e que agora tenho tratado na terapia. E não está sendo fácil lidar com tudo isso até pq queremos essa recompensa desse amor de alguma outra forma, em relacionamentos por exemplo.
E sobre a narrativa da mãe não conseguir dar esse amor incondicional, tem um filme que traz esse tema muito bem que é A Filha Perdida , que inclusive está sendo estudado por muitas pessoas que tratam desse tema em que a mãe tem a obrigatoriedade de amar o filho.
Obrigada pelas suas palavras !
Seja bem vindo, Vicente! Beijos pra Flor e muitas felicidades pra vocês!
Felicitações, Manu e Flor, pela vinda de Vicente! 🐧Luz e desafio juntos num unico serzinho que absorve enquanto ensina.🐛🦋
Engraçado.. eu tenho esse medo do abandono, me sinto rejeitada com facilidade, mesmo tendo crescido com pais que sempre me deram muito amor e se amam até hoje. Lembro que ambos trabalhavam muito, então sempre ficava na minha avó ou na casa das minhas amigas e não me recordo de muitas memórias com eles quando pequena. Mesmo assim, os dois sempre foram bem carinhosos, o que não me impediu de ter essa sensação constante de que serei rejeitada.
No mais, feliz retorno, Manu! um alivio a sua volta e parabéns pelo Vicente!!
Um video nunca foi tão necessário e no momento exato, chega assusta. Ontem na terapia a minha psicóloga falava sobre como eu estava no processo de me entender orfã con dois pais vivos, pai preso e mãe bipolar internada (“Vicky, eles não são ruins, estão doentes e fizeram o que podiam” entender isso ajuda as vezes, ou não) . Há anos não falo com eles e a culpa de ter decidido me proteger e me afastar é um constante antagonista na minha busca pelo crescimento emocional, liberdade e amor próprio. Houveram momentos bons e a ambiguidade entre “a família saudável “ e a violência também jogam contra toda essa luta. 6 anos da minha busca pelo auto conhecimento e libertação disso. Você sempre soma Manu. Muito obrigada de verdade!
É estranho porque éramos 7 irmãos,e duas delas com idades bem diferentes,tinham uma narrativa de abandono,muita mágoa,muitas queixas. E pelo menos duas irmãs e eu não temos essa mágoa,etc... Fomos criados do mesmo modo com pai e mãe "presentes", mas percebo que essa mágoa trouxe pra elas uma carga de tristeza na vida, que desenvolveram várias doenças,uma aos 59 anos começou a desenvolver um alzheimer precoce e a outra teve pressão alta descontrolada,diabetes, problemas cardíacos e ainda por cima não quis se vacinar contra o Covid. Resultado,pegou o vírus e veio falecer com 66 anos . Então acho que o abandono sentido, é mais uma incapacidade de a pessoa entender suas emoções e muda o alvo.
Obrgda por essa oportunidade
A colorização do vídeo tá sinistra.. gostei diferente
Vc ajuda muito mesmo, desejo tudo de melhor pra sua família!
Que saudade!!! Muito amor e saúde pro Vicente, a cara do papi