Um dos métodos de dedução indireta é o RAA. O método de inferência por árvore de refutação também é bom. Semanticamente e esteticamente eu acho esse método perfeito. É arretado utilizar esse método. Rsrsrsrs! Parabéns pela aula! Show na didática!
Hehe, valeu pelos comentários! Pretendo gravar vídeos sobre tablôs semânticos também. Em alguns casos, é um método bem mais rápido para resolver os problemas.
Nicholas, em 1:43 você diz que as regras de inferência primitivas são aceitas sem demonstração. Eu entendo que regras de inferência e formulas tem natureza distinta, mas se transformarmos um argumento válido em uma formula teremos uma tautologia, isso não pode ser considerado uma prova da regra de inferência? Posso elaborar a pergunta melhor em LaTeX se não tiver ficado clara.
Fala aí. Dá uma olhada no vídeo que eu fiz sobre a relação entre verdade e validade, eu falo exatamente sobre isso. Mas, ainda que transformemos as regras em fórmulas e demonstremos que elas são tautologias, ainda assim assumiríamos coisas sem demonstração, como as tabelas verdade dos operadores ou as regras do tablô semântico usadas na demonstração. De qualquer maneira, sempre assumiremos algo como primitivo, sem demonstração. No caso do que foi apresentado no vídeo, seriam as regras de inferência. Em outros casos, como o que você sugeriu, seriam outras coisas. Isso é necessário para não regredirmos infinitamente e para podermos provar qualquer coisa que possa ser provada. Valeu!
Nicholas, no primeiro exemplo: pode-se concluir A↔B, por introdução do bi-condicional, já a partir de 1. A→B e 6. B→A, ou é preciso usar primeiro a introdução da conjunção numa linha anterior à conclusão ?
Opa, fala aí. Bem observado. No vídeo sobre regras de inferência (ruclips.net/video/XF-A-lurPtM/видео.html) eu acabei esquecendo de falar sobre a introdução do condicional, mas falei sobre essa regra na descrição. Você poderia, sim, inferir A↔B já a partir de A→B e B→A, sem problemas. Por algum motivo (talvez costume pessoal), acabei fazendo a conjunção das implicações nesse exemplo, mas não é necessário. Valeu!
Saudações caríssimos lógicos! A uns 18 anos atrás eu elaborei um simples argumento para colocar no meu TCC. À época, eu testei o argumento por alguns métodos de inferência. O argumento é válido. Eis o argumento abaixo: P1: Para a perfeição do nosso mundo, Deus gerou desigualdade entre os seres criados. P2: Se para a perfeição do nosso mundo Deus gerou desigualdade entre os seres criados, então os seres criados do nosso mundo decaem do Criador. P3: Se os seres criados do nosso mundo decaem do Criador, então há males naturais em nosso mundo. ∴ : Se há males naturais em nosso mundo, então para a perfeição do nosso mundo Deus gerou desigualdade entre os seres criados. O meu intuito era demonstrar, inicialmente no plano epistemológico, que as proposições, a saber, "(p) Deus existe" e "(q) o mal existe" não são inconsistentes. Ah, criei um argumento baseado no argumento de Sto Anselmo (Sobre o argumento de Sto Anselmo, ver: Proslogion, cap. XV). Ei o argumento abaixo: P1: Se Deus é algo maior que aquilo que pode ser pensado e nem tudo aquilo que pode ser pensado tem existência atual, então Deus é. P2: Nem tudo que pode ser pensado tem existência atual. P3: Deus é algo maior que aquilo que pode ser pensado. ∴ : Deus é. Eu sei que muitos de vocês não acreditam em Deus. Eu acredito. Quais as críticas sobre esses simples argumento? Na mesma época eu elaborei esse argumento. No plano lógico ele é válido, mas, é no plano epistêmico? Façam suas críticas. P1: Algum animal não-humano é dotado de consciência moral. P2: Se algum animal não-humano é dotado de consciência moral, então algum animal não-humano é dotado de moralidade. P3: Se algum animal não-humano é dotado de moralidade, então algum animal não-humano pratica alguns deveres. P4: Se algum animal não-humano pratica alguns deveres, então algum animal não-humano é responsável. ∴ : Se algum animal não-humano é responsável, então algum animal não-humano é dotado de consciência moral.
Opa, fala aí! Veja, o primeiro argumento que você apresentou não é válido. Ele seria válido se a conclusão fosse "Se para a perfeição do nosso mundo, Deus gerou desigualdade entre os seres criados, então há males naturais em nosso mundo". Essa formulação, aliás, faz mais sentido com o seu propósito de mostrar a compatibilidade da existência de Deus com a existência do mal. Aliás, coincidentemente, li um artigo interessantíssimo nos últimos dias que apresenta um sistema axiomático para provar exatamente isso: que a existência de Deus não é incompatível com o mal. Vou linká-lo no final do comentário. O segundo argumento é válido. Já o terceiro, também não é válido, e sofre do mesmo problema que o primeiro. O argumento tem a seguinte forma: {N, N⊃M, M⊃D, D⊃R} ⊢ R⊃N. A conclusão que tornaria o argumento válido seria N⊃R (se algum animal não-humano é dotado de consciência moral, então algum animal não-humano é responsável), não a recíproca. Sobre o sistema axiomático que falei, o artigo é este: www.academia.edu/42328889/A_First-Order_Modal_Theodicy_God_Evil_and_Religious_Determinism
@@ELogicoPo Eu já sabia desses erros! kkkkkkkkkk! No primeiro, a conclusão correta é "Se para a perfeição do nosso mundo, Deus gerou desigualdade entre os seres criados, então há males naturais em nosso mundo" (R→S); e no terceiro a conclusão correta é "Se algum animal não-humano é dotado de consciência moral, então algum animal não-humano é responsável" (P→S). Eu já tinha consertado esses erros, porém eu não achei o meu TCC editado (o TCC que ficou na universidade). Eu tirei do meu TCC antigo, ou seja, do TCC sem edições. Infelizmente eu não consegui encontrar o meu TCC editado; deve ter sido removido após a formatação do PC. Hehehe! O que eu achei foi o esboço do primeiro e do terceiro argumento em uma antiga pasta de lógica. Eis os argumentos formalizados: Argumento (1): P∧ (P→Q)∧(Q→R)⊢(R→S). Argumento (3): P∧ (P→Q)∧(Q→R)∧(R→S)⊢(P→S). O que você acha da notação (1) e (3)? Eu percebi que você gosta de utilizar a semântica russelliana. Hehehe! No terceiro argumento você afirma que a conclusão (R→N) não é válida, e eu concordo plenamente. Porém, como explicar que a minha professora de lógica demonstrou a validade desse argumento? Aonde estar o erro? Rsrsrsrsrsrsrs! Eu fui questionar isso com ela, mas ela não aceitou. À época, o argumentum ad baculum foi muito pesado para mim. kkkkkkkkk! Quem sou eu para contrariar uma doutora? Zulive! Deixei quieto. Rsrsrsrs!
@@voucomentaroquepenso.logo7312 Mas a conclusão do argumento (1) deveria ser R (ou P⊃R, ou qualquer outra coisa dedutível) para que ele seja válido. O R só aparece como consequente nas premissas, não tem como ele aparecer como antecedente na conclusão. E de onde veio esse "S"? O segundo argumento é de fato válido. Sobre o que eu havia dito, eu me equivoquei. Não havia percebido que N fora tomado como premissa e, portanto, é verdadeiro. Sendo N verdadeiro, ele pode ser implicado por qualquer proposição, inclusive R. Mas, se não houvesse a premissa 1, i.e., se N não fosse tomado como verdadeiro, então não se poderia deduzir R⊃N. A notação usada é legal. Eu prefiro, no entanto, em se tratando de argumentos, separar as premissas por vírgulas e colocá-las em um conjunto, do qual se deduz a conclusão. Assim, eu prefiro representar "P∧ (P→Q)∧(Q→R)∧(R→S)⊢(P→S)." como sendo "{P, P⊃Q, Q⊃R, R⊃S} ⊢ P⊃S". Mas é mais uma questão de gosto, não faz diferença prática.
@@ELogicoPo Bicho, como eu tinha dito antes: as formalizações dos argumentos (1) P∧ (P→Q)∧(Q→R)⊢(R→S) e (3) P∧ (P→Q)∧(Q→R)∧(R→S)⊢(P→S) foram tiradas de um esboço que eu achei a anos atrás. Depois de um tempo eu corrigi o argumento, e, no TCC editado a formalização do argumento (1) ficou: P∧ (P→Q)∧(Q→R)⊢(P→R). Infelizmente eu perdi o meu TCC em PDF. O "S" só estava no argumento (1) do TCC que não foi editado. Após a revisão a proposição "S" saiu e o argumento ficou assim: P∧ (P→Q)∧(Q→R)⊢(P→R). Também havia um argumento de lógica modal, mas eu não me lembro bem. Era um argumento baseado na teoria de Plantinga. Eu não tenho uma forte formação em lógica, mas eu gosto de lógica e não tenho dificuldade para assimilar o assunto. Diferente dos cursos de computação, matemática e outras áreas de exatas, o curso de filosofia não há uma forte presença da lógica. Nas ciências exatas a lógica é compreendida como propedêutica. Na filosofia, não. Bem, eu tive que aprender muita coisa na marra. Infelizmente, no meu tempo não tinha ferramentas como o RUclips. Eu nasci em uma época atrasada. Rsrsrsrsrs! É por isso que eu entrei no seu canal, pois quero aprender mais sobre lógica. Eu tenho alguns livros, mas o tempo não permite que eu me aprofunde no assunto. Além do mais, eu prefiro aprender em vídeos, pois a disciplina para ler estar lá embaixo. Preguiça! Rsrsrs! Só mais algumas dúvidas. Você afirma que "a conclusão deveria ser R (ou P⊃R, ou qualquer outra coisa dedutível) para que ele seja válido. O R só aparece como consequente nas premissas, não tem como ele aparecer como antecedente na conclusão" Pergunta (1). Por que o R não tem como aparecer como antecedente na conclusão? Pergunta (2). O que seria a afirmação "a conclusão deveria ser (...) ou qualquer outra coisa dedutível)? Pergunta (3). Que outra coisa? Finalmente, pergunta (4). Você poderia me indicar algum livro de lógica que sustenta essa sua afirmação? Gostaria muito de me aprofundar nessa parte de elaboração de argumentos de lógica proposicional. Bicho, eu já estou te aperreando demais, né?! Rsrsrsrs! A sede por esse assunto é grande. Se puder me ajudar eu agradeço. Você está fazendo um excelente trabalho. Conte com a minha ajuda. Um forte abraço!
@@voucomentaroquepenso.logo7312 Saquei. Pois é, infelizmente a base lógica do curso de filosofia geralmente não é tão forte. Pelo menos aqui no Brasil. Sobre as perguntas, vamos lá: (1) No caso do argumento (1) acima, a proposição P é verdadeira e, por silogismo hipotético e modus ponens, podemos concluir que R é verdadeira. Sendo R verdadeira, você não pode colocá-lo como antecedente, na conclusão, e usar como consequente uma proposição cujo valor verdade é desconhecido, porque pode ser que ela seja falsa e, neste caso, você teria uma proposição verdadeira implicando em uma falsa, o que é impossível. O R pode aparecer como antecedente do condicional apenas caso o consequente seja também verdadeiro, como em "R⊃P", porque P já é verdadeiro (já que foi assumido como premissa). Mas não foi isso que foi feito. (2) Já respondendo a (3), com essa afirmação eu quis dizer que a conclusão deve ser qualquer fórmula dedutível, através de regras de inferência, do conjunto das premissas. Eu coloquei entre parênteses porque a princípio eu ia dizer apenas que "a conclusão do argumento (1) deveria ser R", mas essa não é a única conclusão possível. Qualquer fórmula que seja consequência do conjunto de fórmulas que formam as premissas poderia estar no lugar da conclusão (como (P⊃R), (¬R⊃¬P), (R∨¬P), etc.). (4) Essa afirmação se baseia no fato primordial de que um argumento é válido se e somente se a sua conclusão se segue das premissas, e a conclusão se seguir das premissas significa que há uma coleção de regras de inferências que podem ser aplicadas às premissas de modo que se chegue dedutivamente à conclusão. Outra maneira de verificar isso é tomando como base a definição de argumento válido como sendo aquele em que se todas as premissas são verdadeiras, então a conclusão também o é (definição 2.1 do livro de Introdução à Lógica do Cezar Mortari). Tendo isso em mãos, através do meta-teorema da completude (teorema 15.1 do mesmo livro), pode-se provar que em um argumento válido, há uma prova da conclusão a partir das premissas (i.e., ela é dedutível das premissas). Eu falo sobre isso nos vídeos sobre consequência sintática e semântica e validade sintática e semântica: ruclips.net/video/A7tHlmTFWNs/видео.html ruclips.net/video/7t8ToeQzsKY/видео.html Valeu!
Estudando isso o semestre inteiro e não tinha entendido, agora em 10 minutos vc me fez entender
vc salvou o meu primeiro semestre, só isso que tenho a dizer.
Você é muito bom cara. Salvou o bimestre em LAC
Não dê bola pros caras reclamando da música. Gostei bastante pois ajuda a me acalmar neste conteúdo (quase) impossível de entender kkk
Não entendi essa parte do exercício 1: 5:50
Por que não usou o Modus Tollens negando o D?
Não entendi onde seria usado modus tollens ali
@@ELogicoPo Tipo: Se a conclusão C é falsa, então o antecedente D também não deveria ser? Isso não seria Modus Tollens?
@@Leossj1 Não, porque a implicação é D->¬C, e não D->C. Se fosse D->C, aí sim, sendo C falso, D também seria falso
Muito bom o canal! Obrigado! Tá sendo mto útil nessa quaretena de aulas online
10:44 Eu poderia ter usado o Modus Tollens da premissa 1? Ou estou errado?
Poderia sim
Um dos métodos de dedução indireta é o RAA. O método de inferência por árvore de refutação também é bom. Semanticamente e esteticamente eu acho esse método perfeito. É arretado utilizar esse método. Rsrsrsrs! Parabéns pela aula! Show na didática!
Hehe, valeu pelos comentários! Pretendo gravar vídeos sobre tablôs semânticos também. Em alguns casos, é um método bem mais rápido para resolver os problemas.
@@ELogicoPo Exatamente!
Só mão cortei os pulsos com essa música porque preciso aprender a matéria, mas juro que quase
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
@@isaacjames537 se estivesse chovendo seria certo
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk eu tava desesperado com a matéria agora to chorando de rir
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
gostei da aula, ajudou-me muito
tu é foda, maninho. Parabéns
Nicholas, em 1:43 você diz que as regras de inferência primitivas são aceitas sem demonstração.
Eu entendo que regras de inferência e formulas tem natureza distinta, mas se transformarmos um argumento válido em uma formula teremos uma tautologia, isso não pode ser considerado uma prova da regra de inferência? Posso elaborar a pergunta melhor em LaTeX se não tiver ficado clara.
Fala aí. Dá uma olhada no vídeo que eu fiz sobre a relação entre verdade e validade, eu falo exatamente sobre isso. Mas, ainda que transformemos as regras em fórmulas e demonstremos que elas são tautologias, ainda assim assumiríamos coisas sem demonstração, como as tabelas verdade dos operadores ou as regras do tablô semântico usadas na demonstração. De qualquer maneira, sempre assumiremos algo como primitivo, sem demonstração. No caso do que foi apresentado no vídeo, seriam as regras de inferência. Em outros casos, como o que você sugeriu, seriam outras coisas. Isso é necessário para não regredirmos infinitamente e para podermos provar qualquer coisa que possa ser provada. Valeu!
Nicholas, no primeiro exemplo: pode-se concluir A↔B, por introdução do bi-condicional, já a partir de 1. A→B e 6. B→A, ou é preciso usar primeiro a introdução da conjunção numa linha anterior à conclusão ?
Opa, fala aí. Bem observado. No vídeo sobre regras de inferência (ruclips.net/video/XF-A-lurPtM/видео.html) eu acabei esquecendo de falar sobre a introdução do condicional, mas falei sobre essa regra na descrição. Você poderia, sim, inferir A↔B já a partir de A→B e B→A, sem problemas. Por algum motivo (talvez costume pessoal), acabei fazendo a conjunção das implicações nesse exemplo, mas não é necessário. Valeu!
sensacional!
Boa noite! Tudo bem? Não poderia falar nos próximos vídeos sobre a "lógica natural" de Jean-Blase Grize?
Boa noite, Raphael. Tranquilo, e aí? Não conheço essa teoria do Grize, vou dar uma olhada. Valeu pela sugestão!
qual o nome do app que voce usa pra fazer as anotaçoes?
Adobe Photoshop CS6
Show de Bola
mano serio, tira essa musica, preciso ver o vídeo, mas ta difícil, ta parecendo musica para meditar e no momento não quero meditar.
up
Saudações caríssimos lógicos! A uns 18 anos atrás eu elaborei um simples argumento para colocar no meu TCC. À época, eu testei o argumento por alguns métodos de inferência. O argumento é válido. Eis o argumento abaixo:
P1: Para a perfeição do nosso mundo, Deus gerou desigualdade entre os seres criados.
P2: Se para a perfeição do nosso mundo Deus gerou desigualdade entre os seres criados, então os seres
criados do nosso mundo decaem do Criador.
P3: Se os seres criados do nosso mundo decaem do Criador, então há males naturais em nosso mundo.
∴ : Se há males naturais em nosso mundo, então para a perfeição do nosso mundo Deus gerou desigualdade entre os seres criados.
O meu intuito era demonstrar, inicialmente no plano epistemológico, que as proposições, a saber, "(p) Deus existe" e "(q) o mal existe" não são inconsistentes.
Ah, criei um argumento baseado no argumento de Sto Anselmo (Sobre o argumento de Sto Anselmo, ver: Proslogion, cap. XV). Ei o argumento abaixo:
P1: Se Deus é algo maior que aquilo que pode ser pensado e nem tudo aquilo que pode ser pensado tem existência atual, então Deus é.
P2: Nem tudo que pode ser pensado tem existência atual.
P3: Deus é algo maior que aquilo que pode ser pensado.
∴ : Deus é.
Eu sei que muitos de vocês não acreditam em Deus. Eu acredito. Quais as críticas sobre esses simples argumento?
Na mesma época eu elaborei esse argumento. No plano lógico ele é válido, mas, é no plano epistêmico? Façam suas críticas.
P1: Algum animal não-humano é dotado de consciência moral.
P2: Se algum animal não-humano é dotado de consciência moral, então algum animal não-humano é dotado de moralidade.
P3: Se algum animal não-humano é dotado de moralidade, então algum animal não-humano pratica alguns deveres.
P4: Se algum animal não-humano pratica alguns deveres, então algum animal não-humano é responsável.
∴ : Se algum animal não-humano é responsável, então algum animal não-humano é dotado de consciência moral.
Opa, fala aí! Veja, o primeiro argumento que você apresentou não é válido. Ele seria válido se a conclusão fosse "Se para a perfeição do nosso mundo, Deus gerou desigualdade entre os seres criados, então há males naturais em nosso mundo". Essa formulação, aliás, faz mais sentido com o seu propósito de mostrar a compatibilidade da existência de Deus com a existência do mal. Aliás, coincidentemente, li um artigo interessantíssimo nos últimos dias que apresenta um sistema axiomático para provar exatamente isso: que a existência de Deus não é incompatível com o mal. Vou linká-lo no final do comentário. O segundo argumento é válido. Já o terceiro, também não é válido, e sofre do mesmo problema que o primeiro. O argumento tem a seguinte forma: {N, N⊃M, M⊃D, D⊃R} ⊢ R⊃N. A conclusão que tornaria o argumento válido seria N⊃R (se algum animal não-humano é dotado de consciência moral, então algum animal não-humano é responsável), não a recíproca.
Sobre o sistema axiomático que falei, o artigo é este: www.academia.edu/42328889/A_First-Order_Modal_Theodicy_God_Evil_and_Religious_Determinism
@@ELogicoPo Eu já sabia desses erros! kkkkkkkkkk! No primeiro, a conclusão correta é "Se para a perfeição do nosso mundo, Deus gerou desigualdade entre os seres criados, então há males naturais em nosso mundo" (R→S); e no terceiro a conclusão correta é "Se algum animal não-humano é dotado de consciência moral, então algum animal não-humano é responsável" (P→S). Eu já tinha consertado esses erros, porém eu não achei o meu TCC editado (o TCC que ficou na universidade). Eu tirei do meu TCC antigo, ou seja, do TCC sem edições. Infelizmente eu não consegui encontrar o meu TCC editado; deve ter sido removido após a formatação do PC. Hehehe! O que eu achei foi o esboço do primeiro e do terceiro argumento em uma antiga pasta de lógica. Eis os argumentos formalizados:
Argumento (1): P∧ (P→Q)∧(Q→R)⊢(R→S).
Argumento (3): P∧ (P→Q)∧(Q→R)∧(R→S)⊢(P→S).
O que você acha da notação (1) e (3)? Eu percebi que você gosta de utilizar a semântica russelliana. Hehehe! No terceiro argumento você afirma que a conclusão (R→N) não é válida, e eu concordo plenamente. Porém, como explicar que a minha professora de lógica demonstrou a validade desse argumento? Aonde estar o erro? Rsrsrsrsrsrsrs! Eu fui questionar isso com ela, mas ela não aceitou. À época, o argumentum ad baculum foi muito pesado para mim. kkkkkkkkk! Quem sou eu para contrariar uma doutora? Zulive! Deixei quieto. Rsrsrsrs!
@@voucomentaroquepenso.logo7312 Mas a conclusão do argumento (1) deveria ser R (ou P⊃R, ou qualquer outra coisa dedutível) para que ele seja válido. O R só aparece como consequente nas premissas, não tem como ele aparecer como antecedente na conclusão. E de onde veio esse "S"? O segundo argumento é de fato válido. Sobre o que eu havia dito, eu me equivoquei. Não havia percebido que N fora tomado como premissa e, portanto, é verdadeiro. Sendo N verdadeiro, ele pode ser implicado por qualquer proposição, inclusive R. Mas, se não houvesse a premissa 1, i.e., se N não fosse tomado como verdadeiro, então não se poderia deduzir R⊃N.
A notação usada é legal. Eu prefiro, no entanto, em se tratando de argumentos, separar as premissas por vírgulas e colocá-las em um conjunto, do qual se deduz a conclusão. Assim, eu prefiro representar "P∧ (P→Q)∧(Q→R)∧(R→S)⊢(P→S)." como sendo "{P, P⊃Q, Q⊃R, R⊃S} ⊢ P⊃S". Mas é mais uma questão de gosto, não faz diferença prática.
@@ELogicoPo Bicho, como eu tinha dito antes: as formalizações dos argumentos (1) P∧ (P→Q)∧(Q→R)⊢(R→S) e (3) P∧ (P→Q)∧(Q→R)∧(R→S)⊢(P→S) foram tiradas de um esboço que eu achei a anos atrás. Depois de um tempo eu corrigi o argumento, e, no TCC editado a formalização do argumento (1) ficou: P∧ (P→Q)∧(Q→R)⊢(P→R). Infelizmente eu perdi o meu TCC em PDF. O "S" só estava no argumento (1) do TCC que não foi editado. Após a revisão a proposição "S" saiu e o argumento ficou assim: P∧ (P→Q)∧(Q→R)⊢(P→R). Também havia um argumento de lógica modal, mas eu não me lembro bem. Era um argumento baseado na teoria de Plantinga. Eu não tenho uma forte formação em lógica, mas eu gosto de lógica e não tenho dificuldade para assimilar o assunto. Diferente dos cursos de computação, matemática e outras áreas de exatas, o curso de filosofia não há uma forte presença da lógica. Nas ciências exatas a lógica é compreendida como propedêutica. Na filosofia, não. Bem, eu tive que aprender muita coisa na marra. Infelizmente, no meu tempo não tinha ferramentas como o RUclips. Eu nasci em uma época atrasada. Rsrsrsrsrs! É por isso que eu entrei no seu canal, pois quero aprender mais sobre lógica. Eu tenho alguns livros, mas o tempo não permite que eu me aprofunde no assunto. Além do mais, eu prefiro aprender em vídeos, pois a disciplina para ler estar lá embaixo. Preguiça! Rsrsrs! Só mais algumas dúvidas. Você afirma que "a conclusão deveria ser R (ou P⊃R, ou qualquer outra coisa dedutível) para que ele seja válido. O R só aparece como consequente nas premissas, não tem como ele aparecer como antecedente na conclusão" Pergunta (1). Por que o R não tem como aparecer como antecedente na conclusão? Pergunta (2). O que seria a afirmação "a conclusão deveria ser (...) ou qualquer outra coisa dedutível)? Pergunta (3). Que outra coisa? Finalmente, pergunta (4). Você poderia me indicar algum livro de lógica que sustenta essa sua afirmação? Gostaria muito de me aprofundar nessa parte de elaboração de argumentos de lógica proposicional. Bicho, eu já estou te aperreando demais, né?! Rsrsrsrs! A sede por esse assunto é grande. Se puder me ajudar eu agradeço. Você está fazendo um excelente trabalho. Conte com a minha ajuda. Um forte abraço!
@@voucomentaroquepenso.logo7312 Saquei. Pois é, infelizmente a base lógica do curso de filosofia geralmente não é tão forte. Pelo menos aqui no Brasil. Sobre as perguntas, vamos lá:
(1) No caso do argumento (1) acima, a proposição P é verdadeira e, por silogismo hipotético e modus ponens, podemos concluir que R é verdadeira. Sendo R verdadeira, você não pode colocá-lo como antecedente, na conclusão, e usar como consequente uma proposição cujo valor verdade é desconhecido, porque pode ser que ela seja falsa e, neste caso, você teria uma proposição verdadeira implicando em uma falsa, o que é impossível. O R pode aparecer como antecedente do condicional apenas caso o consequente seja também verdadeiro, como em "R⊃P", porque P já é verdadeiro (já que foi assumido como premissa). Mas não foi isso que foi feito.
(2) Já respondendo a (3), com essa afirmação eu quis dizer que a conclusão deve ser qualquer fórmula dedutível, através de regras de inferência, do conjunto das premissas. Eu coloquei entre parênteses porque a princípio eu ia dizer apenas que "a conclusão do argumento (1) deveria ser R", mas essa não é a única conclusão possível. Qualquer fórmula que seja consequência do conjunto de fórmulas que formam as premissas poderia estar no lugar da conclusão (como (P⊃R), (¬R⊃¬P), (R∨¬P), etc.).
(4) Essa afirmação se baseia no fato primordial de que um argumento é válido se e somente se a sua conclusão se segue das premissas, e a conclusão se seguir das premissas significa que há uma coleção de regras de inferências que podem ser aplicadas às premissas de modo que se chegue dedutivamente à conclusão. Outra maneira de verificar isso é tomando como base a definição de argumento válido como sendo aquele em que se todas as premissas são verdadeiras, então a conclusão também o é (definição 2.1 do livro de Introdução à Lógica do Cezar Mortari). Tendo isso em mãos, através do meta-teorema da completude (teorema 15.1 do mesmo livro), pode-se provar que em um argumento válido, há uma prova da conclusão a partir das premissas (i.e., ela é dedutível das premissas). Eu falo sobre isso nos vídeos sobre consequência sintática e semântica e validade sintática e semântica:
ruclips.net/video/A7tHlmTFWNs/видео.html
ruclips.net/video/7t8ToeQzsKY/видео.html
Valeu!
Esse assunto dá uma vontade extrema de se matar, impressionante
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