Afinal de contas o que quer dizer "ambivalência" e como esse conceito serve para que a gente entenda a nossa vida? Para me mandar perguntas: / emanuelaragaoreal
"A figura que te dá afeto também te abandona"... levamos uma vida para entender e processar isso! Autoconhecimento é fundamental para deixarmos de lado os estereótipos das funções e aceitar as pessoas como elas realmente são, dentro das possibilidades que elas puderam ter/ser.
Falando disso me vem muito a necessidade de falar sobre autoconhecimento... pra entender porque sentimos determinadas coisas negativas quando o fato é positivo. E por que é tão difícil falar e pensar sobre nós mesmos? Por que é tão difícil iniciar esse processo?
Acho que também vale pensar as ambivalências no sentido inverso, quando achamos que teríamos um sentimento ruim, mas sentimos algo bom. Tenho me surpreendido muito comigo nesse aspecto.
As vezes eu quero muito um carinho da minha mãe, mas quando ela me abraça eu me sinto extremamente incomodada e esquiva, como se não quisesse aquilo, mas dentro de mim eu sei que quero, meu desejo consciente quer aquele toque mas o inconsciente sente ameaça e estranheza. para mim é muito complicado lidar com isso, já que acabo desenvolvendo uma repulsa a estar perto dela, quando na verdade eu gostaria de conseguir me aproximar.
A minha grande ambivalencia sempre foi com minha mãe. Analisando hoje, depois de anos no processo de culpa pós Édipo e complexo de castração, durante adolescência e juventude a culpa só aumentava com a minha saída do armário. Depois engavetei tudo no subconsciente e na madurez voltou a incomodar. Vendo seus vídeos, aprendendo mais sobre a "maluquice" humana acho que consigo me desvencilhar dessa culpa e buscar uma possível resposta talvez numa possível depressão pós parto ou antes ainda, uma gravidez indesejada que desencadeou toda essa ambivalencia. Ou talvez, um apanhado de tudo isso. Mas como saber? Só se perguntar pra ela. 😂 Claro que, pra quem lê, essa narrativa seja muito simplista. Teria que descrever tantísimos episódios onde essa ambivalencia feria forte. Já há alguns anos deixei de lutar contra ela. Aos 52 anos, já no segundo tempo, não me incomoda mais, mas sempre buscando respostas.
Gratidão pelo vídeo e pelo lindo trabalho no DD e no DC! Aprendo muito com você e com a Flor (com os comentários dos seguidores também)! Amanhã começará o último mês de 2019, e eu já começo a ficar com saudades do Dose Diária! O macete é aproveitar enquanto ainda tem! Gratidão e parabéns!
Tem algum texto específico da Melanie Klein ? As vezes penso q se eu tivesse conhecido a psicanalise antes de engravidar talvez minha filha nao teria nascido...tuuuuuudo é "culpa/ responsa" da mãe...Eu mesma me reconheci sobrevivente de narcisismo materno tem apenas 2 anos. Talvez minha mais forte ambivalência seja esta: ser mãe. Meu sonho, tudo q eu mais desejei era ser mãe. Adoeci após um ano da realização do sonho. Depressão. Hoje ela tem 6 anos, é a pessoa que eu mais amo nesta vida. Mato e morro por ela se preciso for, mas eu odeeeeeio ter dado um giro de 180 ° na minha vida, acho f*** ser a responsável pelos futuros traumas e neuroses dela, eu nao estava e nem estou pronta pra ser tão amada/idolatrada e etc. Essa do abandono deste video me deixou pessima....aqui quem sai pra ir trabalhar e ficar dia todi fora sou eu. É o pai que fica com ela. Eu que saio de manhã com ela dormindo e chego na hora do jantar. Eu que ouço ela pedir pra que nao vá trabalhar pra arrumar o cabelo dela antes de ir pra escola....agora to me sentindo A culpada pelas futuras ambivalências dela...😭😭😭😭
Seus vídeos tem me ensinado tanto, previso ver um todos os dias. Se nao fosse eles, que me levaram a outros estudos, eu não teria passado o que passei de uma forma mais tranquila. Gratidão por esse tão incrível.
Oi Manu. Foi muito esclarecedor lancar luz nesse conceito tao presente no nosso modo de experimentar o mundo. O que acabo sentindo quando chego perto das minhas ambivalencias muitas vezes é um grande sentimento de culpa! Acho que pq a ambivalencia fica como um sinal que eu nao consegui decifrar mais claramente as coisas, e que tudo é mesmo dividido, confuso, mas isso fica como impedimento de um fluxo. Como se a ambivalencia nao deixasse seguir nada a diante... Mas ao mesmo tempo ela me traz um sinal de riqueza, por me convocar que as coisas nao sao simples e nem tem apenas mesmo um lado da moeda. Como se a ambivalencia fosse entao o sinal que somos mesmo feitos de muitas camadas e interpretacaoee e nao nos livraremos disso... Ta ai, chegar perto dela é bom e ruim ao mesmo tempo. Kkkkk Obrigadao!
A mente é ardilosa.. Quando achamos que sabemos e estamos fazendo a pesquisa através de nossas ambivalência aí surgem novas ambivalência e, pááá tipo: te peguei sua sem vergonha. A mente cria novas armadilhas e novos caminhos. Essa investigação é maravilhosa pq é corajosa e nada monótona. Obrigada Manu. Flor!!! beijo. ainda vamos falar sobre ter ou não ter filhos.
Um dos aspectos mais interessantes da teoria da M. Klein é que na posição esquizoide-paranoide ainda não existe ambivalência. Primeiro, por causa do processo de "splitting" (divisão) do seio em duas entidades completamente distintas e autônomas: o seio bom (bom objeto) que satisfaz a necessidade de alimentação e obtenção de prazer sexual oral do bebê e o seio mau (mau objeto) que frustra essas duas satisfações. Ou seja, para o bebezinho tratam-se de dois entes distintos, o seio totalmente bom e o seio totalmente mau, de modo que não há ambivalência pois um seio é totalmente amado e o outro é totalmente odiado, o que significa que o bebê ainda não se dá conta de que se trata de um único e mesmo seio que às vezes o satifaz e às vezes o frustra. Segundo, porque o seio ainda é um objeto parcial dissociado da mãe, não é uma parte do corpo da mãe, mas simplesmente seio. Eh somente na posição depressiva que a ambivalência entra em cena através da unificação do seio bom e seio mau num único seio como parte da mãe como pessoa global. Ou seja, aqui é o mesmissimo seio que é bom e mau enquanto parte de uma pessoa que é boa e má que é a mãe. A posição depressiva vem com o desmame e a seguinte fantasia neurótica do bebê: o seio foi retirado e nunca mais voltou porque eu o odiei e desejei seu mau, desejei agredi-lo com mordidas, com chupadas fortes para machucar os mamilos, de modo que ele me abandonou por causa de meus impulsos destrutivos de ódio dirigidos a ele. Daí o sentimento de culpa pela perda e o luto da perda do seio que constituem a posição depressiva do bebê. A minha questão seria: consigo entender a importância da anamnese enquanto integração da história através da simbolização por meio da narrativa, mas será que quando exageramos muito na anamnese não se corre o risco de negligenciar os fatores sociais atuais do sofrimento psíquico?
Felipe Shimabukuro , a MK foi muito feliz nessa metáfora das posições , acho . Porque as ambivalências e ambiguidades nos tornam mais unos , paradoxalmente . Paramos de nos relacionar com objetos parciais . Porisso no apaixonamento somem as ambivalências. O objeto é tããão amado e portanto idealizado que fazemos apenas uma relação parcial com a pessoa . Qdo a pessoa aparece inteira , com seus lados “maus” nos desesperamos . As ambivalências nos salvam . Podemos estar mais inteiros e prontos para aceitar o outro como ele pode estar e nós tbm...😘
@@neydebittencourt2377 Nossa, esse seu comentário dá o que pensar, obrigado! Vou me limitar a 3 ideias: 1) Freud sempre afirmou que no inconsciente não existe negação, contradição, nem oposição, logo a ambivalência não existe no plano do inconsciente, mas apenas no nível da consciência e do discurso consciente. 2) O sentimento que mais amo na vida é o apaixonamento e, ao que parece, ele não existe sem um processo de idealização e divisão: superpotencializamos aquilo que amamos no objeto e fingimos que não existe tudo o que odiamos nele (o amor é cego), como se ele fosse perfeito, o que geralmente acaba em grande decepção qdo a idealização se esvai, é verdade. 3) No plano do inconsciente só existem objetos parciais, não existem pessoas, pai, mãe, irmãos, incesto, édipo, castração, culpa, etc. Ou seja, os olhos se apaixonam por paisagens, cabelos, olhares, cores, formas; os ouvidos se apaixonam por sons, músicas, ritmos, cadências, timbres, vozes, etc., a pele se apaixona pelo calor, pela textura sedosa, etc. Em suma, não acredito muito na totalidade e unidade da pessoa e do indivíduo mas apenas na multiplicidade LoL
Felipe Shimabukuro , gostei da sua resposta . A questão é q a multiplicidade é nossa unidade , a meu ver ... o inteiro é o múltiplo , o inconstante , o ambíguo, o variado . Aliás como vc gosta de sigla (lol) vou te dar minha preferida ...VICA . Acho q a vida é :Volátil ,Inconstante , Complexa e Ambígua. E isso nos ajuda na aceitação das nossos estares no mundo e no dos outros e portanto sofrermos menos , não acha? Bom fim de semana .
@@neydebittencourt2377 Essa questão da unidade e multiplicidade é complicada... Gosto das ideias de volátil, inconstante e complexo, talvez menos de ambígua... Talvez alguns não queiram a aceitação do estar no mundo e sofrer menos, talvez queiram contestar o mundo, se apaixonar intensamente e conseguir sofrer intensamente sem ficar louco ou se suicidar... Não é à toa que o apaixonamento intenso com seus processos de idealização e divisão existem na posição esquizoide-paranoide, ou seja, o apaixonamento é algo da ordem da loucura (o que seria a idealização senão dar uma delirada?), dos objetos parciais, das intensidades das conexões e desconexões entre objetos parciais e seus respectivos fluxos. Esquizofrenizar o desejo é isso, é se apaixonar, ser tomado pela loucura sem se tornar necessariamente um psicótico, um equizofrênico de manicômio! A ambiguidade, a ambivalência e a unidade sempre tendem a neurotizar o desejo e fazer com que tenhamos medo de nos apaixonar de verdade porque isso implica grandes intensidades, seja na alegria, seja na tristeza. Só fica profundamente triste quem já se apaixonou e amou profundamente! Bom fim de semana e viva as intensidades do desejo!
Eu defendi minha monografia. Tirei uma nota bem acima do esperado (9,5) . Mas ainda não consegui comemorar, só pq não foi um 10. E estou aq há dois dias tentando me convencer q isso não importa. Mas no fundo acho q é mais pela não aceitação de um dos professores da banca do q pela nota em si. A nota seria só algo simbólico q confirmaria a aceitação.
Manu, você acha possível que a gente sinta essa ambivalência sobre coisas mais amplas do que as situações como o exemplo do emprego? Por exemplo, perceber ambivalência pela maneira que se entende liberdade ou solidão. Fique pensando sobre isso durante o vídeo, porque acho que eu observo em mim mais ambivalências sobre conceitos do que sobre situações. Obrigada pelo vídeo
Minha ambivalencia é com o dose diaria, porque eu amo, mas quando o manu não lê meus comentários eu fico triste, por exemplo nos vídeos sobre meritocracia e o sobre "é melhor não saber" eu super me empenhei achando que ia ganhar um like e contribuir com a discussão. (Lagrimas dramaticas....)
Comigo a ambivalência acontece somada a ansiedade. Em muitas situações fico em dúvida se realmente quero tal coisa, ... E issome faz parar, as vezes! ;/
Quando eu comecei a namorar fiquei com muita raiva do meu namorado e quanto mais eu o tempo passava mais raiva eu sentia por gostar dele, casei mas não ia me casar mas quando ele entrou na minha vida tive que mudar meus planos de ser sozinha, e muita loucura e hj estou aqui 20 anos depois casadissima, o ser humano e muito louco mesmo né
@@gaia3349 eu sinto muito medo de me frustrar, dai qualquer sinal de desinteresse da outra pessoa ou se eu me sinto ameaçada ao invés de conversar eu termino rs
Хобби
"A figura que te dá afeto também te abandona"... levamos uma vida para entender e processar isso! Autoconhecimento é fundamental para deixarmos de lado os estereótipos das funções e aceitar as pessoas como elas realmente são, dentro das possibilidades que elas puderam ter/ser.
Falando disso me vem muito a necessidade de falar sobre autoconhecimento... pra entender porque sentimos determinadas coisas negativas quando o fato é positivo. E por que é tão difícil falar e pensar sobre nós mesmos? Por que é tão difícil iniciar esse processo?
Acho que também vale pensar as ambivalências no sentido inverso, quando achamos que teríamos um sentimento ruim, mas sentimos algo bom. Tenho me surpreendido muito comigo nesse aspecto.
As vezes eu quero muito um carinho da minha mãe, mas quando ela me abraça eu me sinto extremamente incomodada e esquiva, como se não quisesse aquilo, mas dentro de mim eu sei que quero, meu desejo consciente quer aquele toque mas o inconsciente sente ameaça e estranheza. para mim é muito complicado lidar com isso, já que acabo desenvolvendo uma repulsa a estar perto dela, quando na verdade eu gostaria de conseguir me aproximar.
Nossa, sinto exatamente a mesma coisa! Tenho dificuldade em demonstrar esse carinho que tenho em relação a ela
Melhor canal que já visitei,nos faz refletir muito.
A minha grande ambivalencia sempre foi com minha mãe. Analisando hoje, depois de anos no processo de culpa pós Édipo e complexo de castração, durante adolescência e juventude a culpa só aumentava com a minha saída do armário. Depois engavetei tudo no subconsciente e na madurez voltou a incomodar. Vendo seus vídeos, aprendendo mais sobre a "maluquice" humana acho que consigo me desvencilhar dessa culpa e buscar uma possível resposta talvez numa possível depressão pós parto ou antes ainda, uma gravidez indesejada que desencadeou toda essa ambivalencia. Ou talvez, um apanhado de tudo isso. Mas como saber? Só se perguntar pra ela. 😂 Claro que, pra quem lê, essa narrativa seja muito simplista. Teria que descrever tantísimos episódios onde essa ambivalencia feria forte. Já há alguns anos deixei de lutar contra ela. Aos 52 anos, já no segundo tempo, não me incomoda mais, mas sempre buscando respostas.
Gratidão pelo vídeo e pelo lindo trabalho no DD e no DC! Aprendo muito com você e com a Flor (com os comentários dos seguidores também)!
Amanhã começará o último mês de 2019, e eu já começo a ficar com saudades do Dose Diária!
O macete é aproveitar enquanto ainda tem! Gratidão e parabéns!
Dá pra entender sim, Manu, é complexo, mas estimula muito a mergulhar na nossa própria história pra começar a se entender.
Obrigada! Bom dia! 🌱
achei que não teria vídeo hj kkkk acordei 6h e achei que era 8h, vou passar café já
Tem algum texto específico da Melanie Klein ? As vezes penso q se eu tivesse conhecido a psicanalise antes de engravidar talvez minha filha nao teria nascido...tuuuuuudo é "culpa/ responsa" da mãe...Eu mesma me reconheci sobrevivente de narcisismo materno tem apenas 2 anos. Talvez minha mais forte ambivalência seja esta: ser mãe. Meu sonho, tudo q eu mais desejei era ser mãe. Adoeci após um ano da realização do sonho. Depressão. Hoje ela tem 6 anos, é a pessoa que eu mais amo nesta vida. Mato e morro por ela se preciso for, mas eu odeeeeeio ter dado um giro de 180 ° na minha vida, acho f*** ser a responsável pelos futuros traumas e neuroses dela, eu nao estava e nem estou pronta pra ser tão amada/idolatrada e etc. Essa do abandono deste video me deixou pessima....aqui quem sai pra ir trabalhar e ficar dia todi fora sou eu. É o pai que fica com ela. Eu que saio de manhã com ela dormindo e chego na hora do jantar. Eu que ouço ela pedir pra que nao vá trabalhar pra arrumar o cabelo dela antes de ir pra escola....agora to me sentindo A culpada pelas futuras ambivalências dela...😭😭😭😭
Bom dia!Ótimo vídeo Manú ! Didático ... bjs pra vcs 😘🌺
Bom dia Manu! Fiquei bastante curiosa desde o vídeo do Encaixe do Obsessivo com a Histérica. Obrigada pelo vídeo.
Bom dia, Manu! Que vídeo esclarecedor! Muito obrigada! :)
Todo dia aprendendo algo construtivo com esses vídeos
Manu , clariiiiiiiissimo !!!
Suas explicações têm me esclarecido como nunca fora.
Super obrigada por toda essa lucidez !!!!
bom dia!!
mais um vídeo ótimo pra ficar naquela reflexão o resto do dia
Ah Manu, a sua didática é muito foda! Palatável 🖤 E tenho dito! 16:44 o tempo que tem o potencial de iluminar e ventilar setenios de vida.
Seus vídeos tem me ensinado tanto, previso ver um todos os dias. Se nao fosse eles, que me levaram a outros estudos, eu não teria passado o que passei de uma forma mais tranquila. Gratidão por esse tão incrível.
Oi Manu. Foi muito esclarecedor lancar luz nesse conceito tao presente no nosso modo de experimentar o mundo. O que acabo sentindo quando chego perto das minhas ambivalencias muitas vezes é um grande sentimento de culpa! Acho que pq a ambivalencia fica como um sinal que eu nao consegui decifrar mais claramente as coisas, e que tudo é mesmo dividido, confuso, mas isso fica como impedimento de um fluxo. Como se a ambivalencia nao deixasse seguir nada a diante... Mas ao mesmo tempo ela me traz um sinal de riqueza, por me convocar que as coisas nao sao simples e nem tem apenas mesmo um lado da moeda. Como se a ambivalencia fosse entao o sinal que somos mesmo feitos de muitas camadas e interpretacaoee e nao nos livraremos disso... Ta ai, chegar perto dela é bom e ruim ao mesmo tempo. Kkkkk Obrigadao!
A mente é ardilosa.. Quando achamos que sabemos e estamos fazendo a pesquisa através de nossas ambivalência aí surgem novas ambivalência e, pááá tipo: te peguei sua sem vergonha. A mente cria novas armadilhas e novos caminhos.
Essa investigação é maravilhosa pq é corajosa e nada monótona.
Obrigada Manu.
Flor!!! beijo. ainda vamos falar sobre ter ou não ter filhos.
Um dos aspectos mais interessantes da teoria da M. Klein é que na posição esquizoide-paranoide ainda não existe ambivalência. Primeiro, por causa do processo de "splitting" (divisão) do seio em duas entidades completamente distintas e autônomas: o seio bom (bom objeto) que satisfaz a necessidade de alimentação e obtenção de prazer sexual oral do bebê e o seio mau (mau objeto) que frustra essas duas satisfações. Ou seja, para o bebezinho tratam-se de dois entes distintos, o seio totalmente bom e o seio totalmente mau, de modo que não há ambivalência pois um seio é totalmente amado e o outro é totalmente odiado, o que significa que o bebê ainda não se dá conta de que se trata de um único e mesmo seio que às vezes o satifaz e às vezes o frustra. Segundo, porque o seio ainda é um objeto parcial dissociado da mãe, não é uma parte do corpo da mãe, mas simplesmente seio. Eh somente na posição depressiva que a ambivalência entra em cena através da unificação do seio bom e seio mau num único seio como parte da mãe como pessoa global. Ou seja, aqui é o mesmissimo seio que é bom e mau enquanto parte de uma pessoa que é boa e má que é a mãe. A posição depressiva vem com o desmame e a seguinte fantasia neurótica do bebê: o seio foi retirado e nunca mais voltou porque eu o odiei e desejei seu mau, desejei agredi-lo com mordidas, com chupadas fortes para machucar os mamilos, de modo que ele me abandonou por causa de meus impulsos destrutivos de ódio dirigidos a ele. Daí o sentimento de culpa pela perda e o luto da perda do seio que constituem a posição depressiva do bebê. A minha questão seria: consigo entender a importância da anamnese enquanto integração da história através da simbolização por meio da narrativa, mas será que quando exageramos muito na anamnese não se corre o risco de negligenciar os fatores sociais atuais do sofrimento psíquico?
Felipe Shimabukuro , a MK foi muito feliz nessa metáfora das posições , acho . Porque as ambivalências e ambiguidades nos tornam mais unos , paradoxalmente . Paramos de nos relacionar com objetos parciais . Porisso no apaixonamento somem as ambivalências. O objeto é tããão amado e portanto idealizado que fazemos apenas uma relação parcial com a pessoa . Qdo a pessoa aparece inteira , com seus lados “maus” nos desesperamos . As ambivalências nos salvam . Podemos estar mais inteiros e prontos para aceitar o outro como ele pode estar e nós tbm...😘
@@neydebittencourt2377 Nossa, esse seu comentário dá o que pensar, obrigado! Vou me limitar a 3 ideias: 1) Freud sempre afirmou que no inconsciente não existe negação, contradição, nem oposição, logo a ambivalência não existe no plano do inconsciente, mas apenas no nível da consciência e do discurso consciente. 2) O sentimento que mais amo na vida é o apaixonamento e, ao que parece, ele não existe sem um processo de idealização e divisão: superpotencializamos aquilo que amamos no objeto e fingimos que não existe tudo o que odiamos nele (o amor é cego), como se ele fosse perfeito, o que geralmente acaba em grande decepção qdo a idealização se esvai, é verdade. 3) No plano do inconsciente só existem objetos parciais, não existem pessoas, pai, mãe, irmãos, incesto, édipo, castração, culpa, etc. Ou seja, os olhos se apaixonam por paisagens, cabelos, olhares, cores, formas; os ouvidos se apaixonam por sons, músicas, ritmos, cadências, timbres, vozes, etc., a pele se apaixona pelo calor, pela textura sedosa, etc. Em suma, não acredito muito na totalidade e unidade da pessoa e do indivíduo mas apenas na multiplicidade LoL
Felipe Shimabukuro , gostei da sua resposta . A questão é q a multiplicidade é nossa unidade , a meu ver ... o inteiro é o múltiplo , o inconstante , o ambíguo, o variado . Aliás como vc gosta de sigla (lol) vou te dar minha preferida ...VICA . Acho q a vida é :Volátil ,Inconstante , Complexa e Ambígua. E isso nos ajuda na aceitação das nossos estares no mundo e no dos outros e portanto sofrermos menos , não acha? Bom fim de semana .
@@neydebittencourt2377 Essa questão da unidade e multiplicidade é complicada... Gosto das ideias de volátil, inconstante e complexo, talvez menos de ambígua... Talvez alguns não queiram a aceitação do estar no mundo e sofrer menos, talvez queiram contestar o mundo, se apaixonar intensamente e conseguir sofrer intensamente sem ficar louco ou se suicidar... Não é à toa que o apaixonamento intenso com seus processos de idealização e divisão existem na posição esquizoide-paranoide, ou seja, o apaixonamento é algo da ordem da loucura (o que seria a idealização senão dar uma delirada?), dos objetos parciais, das intensidades das conexões e desconexões entre objetos parciais e seus respectivos fluxos. Esquizofrenizar o desejo é isso, é se apaixonar, ser tomado pela loucura sem se tornar necessariamente um psicótico, um equizofrênico de manicômio! A ambiguidade, a ambivalência e a unidade sempre tendem a neurotizar o desejo e fazer com que tenhamos medo de nos apaixonar de verdade porque isso implica grandes intensidades, seja na alegria, seja na tristeza. Só fica profundamente triste quem já se apaixonou e amou profundamente! Bom fim de semana e viva as intensidades do desejo!
@@neydebittencourt2377 "Quando estamos apaixonados ficamos loucos" Lacan
Me ajudou muito. Tenho pensado muito e identificado no meu processo de autoconhecimento.
Manu poderia falar da raiva contra si mesmo? Arrenpendimento e raiva de escolhas passadas e ruminacao de opções que não voltam mais!
Eu defendi minha monografia. Tirei uma nota bem acima do esperado (9,5) . Mas ainda não consegui comemorar, só pq não foi um 10. E estou aq há dois dias tentando me convencer q isso não importa. Mas no fundo acho q é mais pela não aceitação de um dos professores da banca do q pela nota em si. A nota seria só algo simbólico q confirmaria a aceitação.
Manu, você acha possível que a gente sinta essa ambivalência sobre coisas mais amplas do que as situações como o exemplo do emprego? Por exemplo, perceber ambivalência pela maneira que se entende liberdade ou solidão. Fique pensando sobre isso durante o vídeo, porque acho que eu observo em mim mais ambivalências sobre conceitos do que sobre situações.
Obrigada pelo vídeo
Ingrid Stein sim...
Atrasada, mas sinto o mesmo. Meu trabalho é uma grande ambivalência em minha vida.
Necessário
Minha ambivalencia é com o dose diaria, porque eu amo, mas quando o manu não lê meus comentários eu fico triste, por exemplo nos vídeos sobre meritocracia e o sobre "é melhor não saber" eu super me empenhei achando que ia ganhar um like e contribuir com a discussão. (Lagrimas dramaticas....)
Mais claro que isso, impossível
Manu conheci agora o canal , to adorando . Quando vc fala da Autoescrita , é um grupo ? Tem uma mentoria algo assim.? Queria começar a fazer. Obrigada
Pra mim acontece com a minha filha ... Eu amo amo amo essa menina ... Mas às vezes eu simplesmente rejeito ela e me sinto terrível ...
Comigo a ambivalência acontece somada a ansiedade. Em muitas situações fico em dúvida se realmente quero tal coisa, ... E issome faz parar, as vezes! ;/
Quando eu comecei a namorar fiquei com muita raiva do meu namorado e quanto mais eu o tempo passava mais raiva eu sentia por gostar dele, casei mas não ia me casar mas quando ele entrou na minha vida tive que mudar meus planos de ser sozinha, e muita loucura e hj estou aqui 20 anos depois casadissima, o ser humano e muito louco mesmo né
Olha eu, fazendo terapia no canal da Flor e Manu! Se fosse vocês, cobrava.
Ambi, antri Ou anquadri valências podem produzir muitas coisas. Inclusive, sintomas físicos, à primeira vista, do nada. Mas...
bem que nós seres humanos podíamos ser menos complicados
Adoro! Através das suas palavras vou lá atrás, e lá atrás percebo de onde veio tudo. Obrigado.
Bem ambivalente😁
Indica algumas leituras - simples até as um pouco mais complexas - se puder, pf
Eu simplesmente não sei lidar com ambivalência. Quando fica ruim eu vou embora. Imaturidade? Pode ser
Oi Manu queria mandar perguntas mas não tenho Instagram tem outra forma de mandar as perguntas, obrigada
É engraçado, parece que você sempre grava logo depois de acordar kkk
eu quero muito uma relação amorosa, mas faço de tudo pra destruir a relação
Desiree Dias como assim
@@gaia3349 eu sinto muito medo de me frustrar, dai qualquer sinal de desinteresse da outra pessoa ou se eu me sinto ameaçada ao invés de conversar eu termino rs
Desculpe perguntar ..mas vc tem como ajudar de forma específica...
bem que nós seres humanos podíamos ser menos complicados