O que é Slow Cinema?
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- Опубликовано: 17 июл 2024
- Em 2003, o crítico Michel Ciment reconhece em alguns filmes contemporâneos o que ele chama de “um cinema da lentidão”. A partir disso, alguns teóricos formulam uma tendência cinematográfica denominada Slow Cinema.
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Multiplot - Edição Slow CInema
multiplotcinema.com.br/2018/07...
The State of Cinema - Michel Ciment
arthurtuoto.com/textos/THE-STA...
Towards an Aesthetic of Slow in Contemporary Cinema - Matthew Flanagan
arthurtuoto.com/textos/TOWARDS...
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Eu faço tratamento psiquiátrico,e a mim foi receitado a arte da contemplação,pois ele me explicou que hoje as pessoas vivem numa velocidade muito grande,onde não há espaço pra contemplação,e isso causa muita ansiedade, estou praticando e me sinto muito imersa na vida e nós detalhes,e o cinema né ajuda muito
Oi, achei seu canal e achei perfeito. Sempre gostei de cineastas e filmes específicos, esses seriam os que retratam temas ardentes e que a câmera conversa com o espectador; o erotismo, a lentidão, eu amo tudo isso. Você pode um dia fazer um vídeo sobre o cineasta Luca Guadagnino? Eu simplesmente o amo, adoraria entender mais sobre a arte dele e vc explica de forma incrível 🙌
Grande vídeo, como sempre!
Obrigado, Rodrigo!
Ganhou um inscrito. Domínio incrível sobre o conteúdo, me ajudou muito em minhas pesquisas! Obrigado!
Obrigado, Renan! Espero que curta o canal. Os vídeos entram no facebook também: facebook.com/tuoto.critico/
O que você acha do cinema de Lucrécia Martel? Acredito que a concepção de montagem dela e de mis-en-scene nos faz experimentar um tempo diferente também. O Pântano é um filme que marcou muito minha vida cinéfila. Embora ela não se enquadre totalmente nesse tipo de cinema tratado no vídeo. Abraço. Parabéns pelo olhar refinado e pela sinceridade e coerência de sua críticas.
Obrigado pelos elogios, Alfredo!
Gosto bastante da Martel. E acho que você tem razão sim. Ela com certeza articula uma relação de ritmo e estranhamento que é muito particular. Inclusive tenho um artigo sobre o cinema dela e da Claire Denis onde trato um pouco disso: arthurtuoto.com/2018/01/02/a-perturbacao-da-materia-no-cinema-de-lucrecia-martel-e-claire-denis/
Salve, Arthur!
O Apichatpong Weerasethakul, o cara do Tio Bonmee, você crê que tem um cinema slow, também?
Ufa, consegui lembrar o nome dele.
Esse diretor eu já vi muitos teóricos o relacionar mais ao cinema de fluxo, mas acredito que ainda esteja bem próximo do slow cinema tbm
Arthur, você acha que o Ozu foi um dos precursores do slow cinema? Vejo no fim és do uso uma grande força no uso do tempo morto.
Com certeza, Heitor. Cineastas como Ozu, Dreyer e Antonioni (entre outros), já se utilizavam dessas relações. A questão do slow cinema é perceber que isso, em certo momento do cinema contemporâneo, acaba se tornando uma tendência mais ou menos global.
Oii, adorei seu vídeo. Podemos chamar o cinema de Win Wenders de "Slow cinema"? Essa categoria seria a categoria de filmes "contemplativos"?
Com certeza o Wenders possui alguns elementos que remetem a isso. E sim, alguns filmes podem ser chamados de contemplativos. Ainda que, em alguns casos, esse "contemplar" também se transforma em uma espécie de mal estar ou estranheza.
Arthur, muito bom o vídeo! Pergunto: e no Brasil? Não tem diretores que poderiam ser integrados nessa tendência? Achei curioso pois na edição da Multiplot, se não me engano, não vi citado nenhunzinho cineasta brasileiro.... abraços a vc.
Obrigado, Ikeda! Sempre muito importante receber elogios vindo de você!
Com certeza dava pra pensar bastante coisa de cinema brasileiro dentro dessa tendência, especialmente alguns filmes das últimas duas décadas. Pessoal da Multiplot tem liberdade pra escrever sobre o que quiser em relação ao tema, nessa edição infelizmente não calhou de ninguém pegar um filme brasileiro
eu vi um recentemente sobre uma mulher que fica desempregada e o irmão a leva às Cataratas do Iguaçu. "Pela Janela"
Você acha que os filmes do Húngaro béla tarr tambem se aplicam ao slow cinema desse mesmo jeito?
Sim. É um dos que mais exploram uma perspectiva sensorial através da relação com o ritmo e a longa duração dos planos.
Excelente vídeo! (Consegui entender seus pontos e entender o slow cinema). Boa, Arthur 👏🏼
Ps: Dentro do cinema hollywoodiano, tu enxerga algum diretor que tenha flertado com esse estilo em um de seus filmes?
Obrigado! Que bom que o vídeo ficou bem claro!
O caso mais clássico deve ter sido o Gus Van Sant, ainda que os filmes mais experimentais dele foram produzidos fora do sistema de Hollywood. Mas se a gente pegar alguns filmes independentes como SHAME, do Steve McQueen, acabam conciliando uma narrativa relativamente convencional com alguns elementos do slow cinema, de um tempo dilatado e planos longos.
Acho que dá pra ir mais longe no próprio Steve McQueen: O Hunger tem um tempo muito dilatado, acho que flerta bem com o slow cinema, mais que o Shame. Parece que na filmografia dele, cada vez se afasta mais dessa tendência. Se pegar os filmes iniciais dos Irmãos Safdie acho que pode se encaixar também: Traga-me Alecrim e Sexo, Drogas e Nova York. Bom Comportamento já é bem mais ritmado, quase um contra-cinema. Quando você falou de Slow Cinema, Arthur, não pude deixar de pensar em Apichatpong e Nuri Bilge Ceylan (principalmente em Climas e Era Uma Vez em Anatólia). Penso que se enquadra bastante. Lembro também de Hou Hsiao-Hsien. Dentro de seus filmes esse conceito varia bastante, por ser uma chave até constante no seu trabalho, mas tem uns bons filmes dele que se pode pincelar esses conceitos. Grande vídeo. Um abraço!
Creio que o Edgar Wright seria um cineasta do ultraspeed cinema hahaha
Com certeza. Inclusive citei ele no meu vídeo sobre gamificação do cinema: ruclips.net/video/H59VkjjN4d8/видео.html
Não tinha conhecimento que havia uma terminologia para filmes mais lentos, quando comparados com os filmes comerciais convencional.
Eu pessoalmente sinto isso como maturidade no expectador.
Sinto falta da tirada no pé do acelerador, seria muito mais interessante os filmes de ação formatados em roteiros manjados, tivessem a curiosidade de encaixar esses momentos contemplativos, sem aumentar o tamanho da metragem total. Ou seja, seria possível dentro de um filme de 90 minutos aproximadamente, obter trechos mais contemplativos, e abrir mão das sequências espetaculares e dramáticas de perseguição e tiroteio.
Em resumo, um filme de ação poderia contar com uma ou duas cenas com grande importância na ação e na dramaticidade e urgência exigida pelo gênero, mas com outros momentos para respirar também.
Isso parece encheção de linguiça em obras que não tem muito o que dizer, mas se feito da maneira correta principalmente na montagem, deve ficar muito bom.
Acho que depende do caso. Existe vários diretores que conseguem trabalhar bem com essa relação de alta velocidade de cortes e estímulos constantes (como o Tony Scott). São dois estilos diferentes (o lento e o rápido). E tanto um quanto outro podem ser bem ou mal trabalhado. No meu video A ARTE DO BLOCKBUSTER falo um pouco sobre a relação do Tony Scott e do Michael Bay com isso.
"Roma" do cuarón pode ser classificado como slow cinema?
Dá pra dizer que possui características sim. Inclusive remete a algumas ideias do Hou Hsiao Hsien. Mas no caso do ROMA, na minha perspectiva, toda a relação com o tempo e o espaço existe mais como um artifício pseudo artístico forçado. Escrevi sobre o filme aqui: arthurtuoto.com/2018/12/17/roma/
@@arthurtuoto vou ler. Muito obrigado!
Não consigo ver diferença entre isso ou o Tarkovsky e sua "guerra" contra a influência da edição no cinema do Eisenstein. Não parece ser um movimento tão moderno assim, talvez o uso termo.
Essencialmente não tem tanta diferença mesmo. Como eu disse no vídeo, é algo que o cinema moderno (eu usei a Akerman como exemplo, mas podia ser o Tarkovsky) já vinha tratando. O que o Ciment reconhece é uma nova tendência disso no cinema contemporâneo.
filmes como 2001: Uma Odisseia no Espaço e Barry Lyndon(que são ambos do Stanley Kubrick), podem ser considerados slow cinema?
Provavelmente são grandes influencias, e se não forem considerados slow cinema em si, com certeza são algo como "proto-slow-cinema"
a diferença do slow cinema como tendência é pelo reconhecimento da mesma no cinema contemporâneo, creio eu.