PASSAGEM DE SOM - PRATAS DA CASA: Luzeiro de Paquetá

“Ué... E por acaso tem coreto na Rua da Carioca?”, pergunta o transeunte desavisado que esteve por perto da Casa do Choro na quarta-feira (17). A indagação se transforma numa surpresa agradável quando o passante souber que o som inconfundível de banda de música vem de dentro do Auditório Radamés Gnattali, onde estará começando a apresentação do Luzeiro, conjunto formado por professores e ex-alunos da Casa e da @escolaportatil (EPM) que tem justamente esta sonoridade como referência: “Somos uma mini banda de coreto”, define o clarinetista e saxofonista Rui Alvim, um dos componentes e fundadores do conjunto.
Não à toa o octeto, criado em 2009, foi batizado a partir de uma composição de @mauriciocarrilho.choro, "Luzeiro de Paquetá", feita em homenagem ao maestro Anacleto de Medeiros (1866-1907), filho ilustre do bairro-ilha situado na Baía de Guanabara. Por sua atuação com criador/diretor deste tipo de conjunto musical, Anacleto - nome referencial dos primórdios do choro no século 19 - entrou para a história também como “o semeador de bandas”.
“A banda de música é um tipo de conjunto popular não só aqui, como em outras partes do mundo. E digo popular não só no sentido da presença em muitos países, mas também porque é formada por gente das classes populares. É o povo que toca”, afirma Rui, que traz as bandas e coretos entre suas primeiras memórias, ainda em Portugal - ele é lisboeta, de 1964. “Aqui no Brasil, foi a base de músicos fundamentais, como Paulo Moura, K-Ximbinho, Severino Araújo, Luiz Americano e tantos outros”, enumera. “O choro e as bandas de música são fios de um mesmo tecido.”
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