Em certo ponto a solidão se torna viciante, pois é um caminho que envolve menos dor, a medida que se arrisca menos se machuca menos. "Um amigo meu" está em um momento em que está com pavor de entrar em um novo relacionamento depois de sair de um relacionamento muito duradouro, com a nítida sensação de que todo relacionamento começa bem e depois se torna um fardo, dessa forma é melhor seguir sozinho para não ter q futuramente carregar esse fardo.
eu resolvi essa parada com romances com data para acabar, já tem uns anos e eu estou muito feliz com o resultado. uma vida com vários amores. recomendo
Bruna, acredita que cheguei a pensar isso?!?! Tipo "olha, nosso relacionamento vai terminar em 6 meses, nessa data podemos renovar ou não, vai depender de como estivermos"... Mas nunca consegui ter coragem de ter esse tipo de conversa... Funcionou p vc?! Como vc abordou o assunto?
Sim, percebo isso, também, na dificuldade que tenho hoje de (re)iniciar um relacionamento. Sinto-me tão "abrigada" na minha solidão ou solitude que a insegurança bate forte quase todas as vezes que me deparo com um "possivel" relacionamento. É como se meu subconsciente me alertasse do "perigo", algo assim e acabo sempre me esquivando ou me auto sabotando , escolho "continuar só".
Eu sempre me senti sozinha. Fui uma criança melancólica, tímida, que a maioria do tempo brincava muito sozinha. Cresci e a solidão sempre me acompanhou e eu pensava “um dia vou encontrar alguém e ai não vou mais me sentir sozinha”. E na terapia, depois de alguns anos de analise, fui me sentindo segura no meu contorno e descobri que não me sentia parte da minha família e nem de lugar algum, e passei anos identificada apenas com meu trabalho. Esse processo de me sentir segura no meu contorno me fez ter vontade de estar de verdade com as pessoas, de experimentar ser eu em relação com as pessoas da minha família, com amigos, com outros tipos de grupos e ambientes e ai a sensação de solidão que sempre me acompanhou, foi sumindo… 🙂 Hoje estou vivendo e aproveitando essa experiência de estar confortável no meu contorno e em relação com o mundo!
Manu, respondendo sobre como eu lido com a minha solidão, é muito interessante observar dois momentos muitos distintos sobre essa questão. A primeira, se deu numa construção de praticamente uma vida inteira onde eu aprendi que a solidão era o meu normal. Pais separados, mãe ausente por ter que trabalhar, na escola eu estava sempre afastado/excluído por uma série de questões, no campo afetivo eu sempre era o preterido da turma. Com isso, eu entendia a solidão como o meu estado normal no mundo. Com isso, eu cresci com essa premissa fortemente enraizada em mim, ao ponto não "me incomodar" com ela. Tive que aprender a estar só, a ser meu amigo, minha mãe, meu pai, meu ouvinte, meu conselheiro. Então a solidão não me incomodava tanto e eu até passei a procurar estar sempre só. Já no segundo momento, aos 25 anos (hoje tenho 28), a solidão passou a me incomodar. Passei a sentir a necessidade de criar vínculos e afetos. E, a partir daí, passei a viver sob uma perspectiva totalmente diferente da que eu tinha vivido a minha vida inteira. Criei um ciclo totalmente novo de vínculos, me abri a estar vulnerável e amar alguém e me permitir ser amado de volta, e foi uma experiência muito transformadora nesse aspecto. Contudo, quando eu experimentei isso, eu me descobri muitoo carente desses afetos. Foi como se me descobrisse capaz de amar e ser amado pela primeira vez. É quase como uma criança que comeu chocolate pela primeira vez e agora quer sempre. Até então, eu não tinha conhecido esse lado da vida e agora tivesse passado a conhecer. Só que com isso, hoje eu tenho sofrido muito com a solidão, coisa que para mim era normal até então. Então hoje eu posso dizer que estou tentando criar uma "terceira via" kkkkk, que é nem me isolar totalmente do mundo e dos afetos/vínculos que ele pode me proporcionar, e nem sofrer por uma carência não suprida. Que louco tudo isso! Muito obrigado pelo conhecimento compartilhado, Manu! Forte abraço!
Meu histórico é bem parecido, eu tenho insistido nessa terceira via também, mas quando a coisa aperta eu volto pro meu lugar de conforto na solidão, pois eu tenho mais tempo de experiência nisso e preciso ter um lugar pra voltar quando dá um bug, estar sempre equilibrando esses dois universos às vezes é exaustivo, mas eu volto a tentar.
Igual Victor para mim bem parecido. Mas ainda sofro, já sofri mais porém ainda sofro pois as carências são bem infantis mesmo sendo adulto. Vc escreveu super bem a terceira via, difícil achar o caminho rápido.
Me identifico também. Tô nos 25 e talvez nesse momento de virada (já há uns 2, 3 anos, depois de um processo de término muito traumático). Mas tenho muita dificuldade em ser a pessoa que busca os vínculos porque em algum lugar sinto que isso me diz que não sou buscada, e aí rolam outras questões. Enfim, o bagulho é loko kkkk
Me identifiquei nesse comentário. Deu voz a um sentimento que não estava conseguindo me expressar. Parabéns por enxergar e por estar nessa batalha, hoje eu vejo que preciso criar essa terceira via. Como você conseguiu caminhar mais em direção a segunda? Tenho 27 anos, e sinto muita dificuldade de criar os vínculos que tanto ignorei e tal...
Na semana passada eu e minha psicóloga CV sobre as minhas insônias, q começaram na fase da adolescência e só piorou com os anos. Chegamos no ponto, em que eu tenho dificuldade com entregas nas relações e que isso pode acontecer tbem com a hora de dormir. Além da dificuldade de entrega, tenho medo de morrer então é realmente difícil me entregar ao sono. Só compartilhar e dizer q sou fã do canal! ❤️
O "estar só" sempre me foi abrigo. Um lugar para voltar. Mas percebi com o passar dos anos (que culminaram neste agora) que passei a evitar (aos poucos) estes momentos de encontro comigo. Atabalhoando-me de coisas. Correndo contra o tempo. Dizendo o que não queria. Fazendo o que não queria. Evitando o que sentia e pensava. Apenas pela aparência de "estar bem" àqueles que amo. Eu em relação ao outro em detrimento do eu consigo mesmo. Contemplo-me agora num hiato imenso. Alheia a mim como nunca. Cultivando este encontro aos poucos e por vezes me assustando ao deparar-me com o que motivava minhas fugas. Em conversas com minha psicóloga, a caudalosidade do que me angustia no ontem e acelera exacerbadamente no amanhã tem se mostrado uma sequência de "agoras" abdicados há muito, muito tempo. Quase a minha vida inteira. Seria possível uma criança de dois anos compungir-se tanto em relação ao seu entorno? Tudo me parece tão vago. Desde já agradeço.
Tenho não!!! Curto a minha própria companhia...bem de boa. Qd criança sempre estava com meus irmãos (tenho 4) e pais , que foram e sao muito presentes.... amigos tambem. Aí casei, mudei de cidade...meu marido viajava de vez em quando....Passou um tempo fora do país fazendo cursos.... E nao tive outra opção a não ser aprender a me sentir segura comigo mesma....e acabei curtindo. A Leitura me ajudou nesse processo. Gosto tb de estar com pessoas, essa troca e muito bacana.... Mesmo em situações que não me agradam muito , procuro sempre ver o lado positivo ...o que posso aprender c isso q estou passando....e sigo em frente!!!
A solidão pra mim sempre foi uma constante. Desde pequena, tive muitos momentos de solidão, no meu quarto sozinha, fazendo coisas sozinha e tals. Apesar de eu ter uma irmã e a nossa diferença de idade não ser muito grande, nós não fazíamos muitas coisas juntas, porque eu sempre fui mais madura do que ela na infância e nossas personalidades eran muito diferentes: enquanto era mais quietinha minha irmã era mais arteira. Tive diversas reflexões em meditações e exercícios de respiração sobre essa origem da minha solidão: por esse temperamento forte da minha irmã, meus pais passaram a dar mais atenção a ela, afinal eu era mais obediente e quieta, então não dava tanto trabalho, enquanto minha irmã sim. Então aprendi muito a fazer coisas que eu gosto sozinha e a lidar com isso. Com o tempo, agora na fase adulta, percebo que como reflexo eu obtive um distanciamento maior da minha família: dificuldade de comunicação e de expressar meus sentimentos aos meus pais, enquanto minha irmã tem mais facilidade. Mas enfim, essa questão da solidão é algo que eu acredito que sempre vai me acompanhar e por muito tempo eu me culpei por isso, por ser uma pessoa mais solitária. Houve momentos que eu aceitava qualquer tipo de ciclo social só para não estar sozinha e ser aceita por alguém. Mas hoje tendo mais consciencia dessa culpa sem sentido, eu passei a amar fazer minhas coisas sozinhas e aceitei que essa foi a forma que eu sou e que encontrei de estar no mundo.
É engraçado pensar sobre solidão. Mesmo dentro de casa, quando criança, sempre me senti só. Não com relação a companhias, mas mesmo com pessoas a minha volta nunca me senti acolhida. Sou muito sociável e viajo muito. Moro em outro país, longe de todos os familiares e amigos de infância. E ainda continuo fazendo conexões bem interessantes com pessoas que encontro no meu caminho. Mas me sinto só. Não é carência de afeto, na minha opinião , mas uma coisa mais profunda. Sinto que a solidão (não apenas por estar solteira por muitos anos, mas longe de várias fontes de afeto) pra mim eh muito mais ligada a não ter alguém (amigo, família, amante) que possa fazer o papel do espelho. Alguém que me provoca a olhar pra mim mesma e ao mesmo tempo ser capaz de me acolher. Acredito que aprendi a achar múltiplas figuras que eventualmente fazem esse papel na minha vida ( um colega de trabalho, um companheiro de quarto, uma pessoa aleatória que acabei de conhecer na rua) e não depositar em uma só pessoa essa função de acolhimento. Mesmo assim, sonho em um dia encontrar essa figura única 😅 quanta loucura isso
Achei incrível como esse comentário encontra com a minha fantasia do ideal. Me parece que isso sim é saber viver… saber se relacionar consigo mesmo… Enquanto realidade, tenho um parceiro que me provoca a olhar para as minhas faltas e por quem me sinto acolhida, mas também por quem me sinto dependente…
Manu, comecei a fazer psicologia depois de perceber, através de você, que essa era uma área que me interessava bastante.Todas as suas reflexões mexeram profundamente aqui dentro e me ajudaram a tomar essa decisão! Obrigada ❤️🧠✨
Olá! Atuo como Docente em cursos técnicos na área de saúde e sou muito fã da psicanálise. Passei a trazer seus vídeos da auto escrita para abrir e fechar algumas mediações. Atuo no Senac Aclimação, que é uma instituição que atua a pratir de práticas de afeto e do afeto. Depois de passar os sete afetos fundamentais, as mediações passam a fluir de outra maneira. É como se cavássemos juntxs novas afluentes e até nascentes, já que atuo muitas vezes com pessoas adultas em situação de vulnerabilidade social. Saudades da Flor, mas está cada vez mais solto, mesmo sem ela! Parabéns por pensar tanto sobre seus filhos e agradeço por trabalhar pelas filhxs de outras pessoas!
Já o meu problema é facilidade para ficar só. O meu receio é cada vez me fechar mais e terminar isolado. Ou.. para que isso ñ ocorra, acabar buscando companhias quaisquer, mesmo que sejam ruins para mim. "Antes mal acompanhado do que isolado"
Desde muito cedo eu entendi a solidão como um status quo, sou filha de mãe solteira assalariada e pai ausente/presente conforme conveniência, ainda que sendo a filha única o afeto dos meus pais nunca foi garantido, então pra não viver condicionada a um afeto instável e disputado eu tive que me fortalecer em mim. Como no início dos anos 2000 era "legalizado" criança se cuidar sozinha, foi assim desde os meus 6 anos, acordando e tomando café da manhã sozinha, indo pra escola e almoçando sozinha (...). Sendo assim, eu aprendi desde cedo a encontrar conforto na solitude, é um lugar de paz e plenitude, eu não só gosto como preciso disso. Como nem tudo é 8 ou 80, existe uma porcentagem de evitativo de apego aí também baseado em histórico amoroso, pois quando o apego/amparo chega eu quebro os muros e agarro com força, só que quando ele sai eu fico muito devastada e a minha reconstrução é custosa e demorada demais, geralmente mais longa que a própria duração da relação, o que só volta a reforçar que a solidão é um lugar seguro pra mim.
Estar só, pra mim, geralmente é um momento bom. Repensando minha caminhada nessa vida, acho que sempre que estava acompanhado (geralmente de meus irmãos mais novos, e atualmente com minha companheira) sentia um certo peso de ser responsável por essas pessoas, além de sentir uma necessidade de performar uma pessoa que seja exemplo, sem dar espaço para minhas limitações. Acho libertador ficar sozinho, curtir as coisas que gosto sem que outras pessoas julguem ou se incomodem. Mesmo assim, em aspecto geral, nunca vivenciei um tempo grande sozinho, e em momentos da minha vida que estava solteiro, ficava aflito para estar me relacionando com alguém. Hoje penso muito numa cobrança que havia na minha infância de cuidar/ser exemplo para meus irmãos, e como isso me afeta até hoje em várias relações distintas.
Fiquei feliz que um comentário meu do vídeo passado tenha servido de base para um conteúdo tão legal! Satisfez minha necessidade de atenção 🤣🤣🤣. Brincadeiras à parte, sobre a solidão, o fato é que, pra mim, ficar sozinha é bem confortável, mais por um mecanismo de autodefesa (medo do abandono) do que por realmente ficar bem assim. Até mesmo porque, hoje, eu não considero que fico realmente sozinha rs. Quase sempre sou levada a vários lugares enquanto só, viajando nos meus pensamentos e nunca estando no "aqui e agora". O mais curioso é que, quando criança, eu amava fazer novas amizades e era bem comunicativa. Hoje, só preguiça, mas também acho que seja o mesmo mecanismo de defesa: medo do abandono. Procuro imperfeições nas pessoas (como se euzinha não as tivesse) e corto o vínculo rapidamente, não me permito aprofundar as relações. Felizmente, hoje tenho um parceiro maravilhoso que está me ajudando nessa batalha rs. Eu adoro seu canal porque, apesar de vc seguir uma linha bem diferente da terapêutica que hj me ajuda, existe uma abertura sua pra conhecer outros pontos de vista. No fim, as várias linhas de raciocínio acabam interagindo, mesmo com suas divergências.
Sou filha unica de pais superprotetores - especialmetne pai - e durante toda infancia e adolescencia fui carente e desesperada por companhia. Hoje moro sozinha e amo ter meu espaço sem ter que dividi-lo com ninguem. Existem coisas na vida contra as quais vc não deve lutar porque são mais fortes que você, no meu caso, estar sozinha. Eu sempre fui colocada em circunstancias onde eu fiquei só. A vida ficou mais facil quando parei de lutar contra isso e aceitei. Não sei o que me espera daqui pra frente, afinal como o proprio emmanuel disse, estar só é perigoso, mas se formos pensar de forma pratica, morrer todos vamos um dia, e se isso acontecer porque por azar eu estava sozinha, uai, na contabilidade dos fatos, o restante fa vida foi do jeito que eu queria, então terá valido. Sei lá.
Na minha infância eu comecei a criar um mundo irreal. Eu montava "casinhas" e nessas casinhas tudo era harmônico. Não havia violência psicológica. Eu era amada, cuidada e validada. Com o tempo eu comecei a achar injusto não ser amada e não ser cuidada..comecei a achar injusto ser ofendida e humilhada. Daí fui me afastando emocionalmente da minha mãe, avó , tias, parentes com os quais eu convivia. Isso foi a partir dos 11 anos. Daí em diante eu fugia dos conflitos. Eu não era rebelde a ponto de brigar. Eu só queria ficar no meu canto. No meu mundo imaginário. Eu tenho dificuldades em me aproximar das pessoas. Não consigo ter amizades totalmente claras. Não consigo me mostrar.
Há dois anos me separei num momento bem bagunçados dos meus afetos que se somou ao evento. A solidão se transformou num monstro em muitos momentos. A solidão do núcleo familiar, a solidão do compartilhar o dia, a solidão no dormir, a solidão no compartilhar projetos. Parece sim que estou sendo constantemente em desamparo, abandonado.
Eu não queria a solidão, mas ela existia e coube a mim aceitá-la e me divertir com ela. Minha dificuldade de fazer vínculos na infância e adolescência criaram a solidão como única saída, como estratégia de liberdade, porque me permitia criar um mundo no qual era aceita. Meu desamparo, portanto encontrou na solidão uma solução, uma estratégia de fuga da realidade que me fazia mal. Só que com o passar do tempo, os mundos possíveis criados na solidão não se sustentaram, não foram suficientes e ela como única saída não foi suficiente. Na pandemia da COVID-19 ao me deparar com a solidão em 04 paredes, sobrevivi por 03 meses bem e depois adoeci. Adoeci por profunda solidão. Desde então, a solidão e eu nos respeitamos mais, encontrei algumas outras saídas em diálogos com pessoas que confio. Entendi que a solidão é limitada e que dialogar o mundo do eu sozinho com o mundo do junto é necessário. A solidão, ainda que seja algo só, ela apenas se sustenta de forma saudável se existe algum espaço que teve a experiência do junto. Sair da solidão foi tão difícil quanto aceitar ela como uma saída de sobrevivência em outro momento.
Mesmo depois de alguns meses, espero que ainda esteja lendo comentários... Cara, ótima questão sobre a solidão na infância e o impacto na vida adulta! Essa é uma das minhas questões fundamentais. Eu sofri muito bullying na infância, violência verbal e física também. Sem nenhum amparo em casa também, sem conversa, nada. Sempre isolado e sem amigos, provavelmente pra evitar aquela situação. Depois na adolescência fiquei, reprimido, cheio de ilusões de filmes e vulnerável a discursos religiosos. Me tornei músico. Daí rolava uma conexão não verbal que passou a ser minha régua pra medir as amizades. Com o tempo e a vida profissional o cara supera algumas coisas e enfim, passou. Mas recentemente tenho sofrido com problemas de auto estima de novo, em parte por causa da situação dos artistas durante a pandemia, mas consigo perceber um resquício daquele sentimento de humilhação e isolamento de criança. Lidar com esses "fantasmas" que perseguem o nosso inconsciente... Será que tem "cura"? Porque achei que isso tava superado, mas tenho visto outras pessoas com situações bem parecidas. E outra: como é esse processo de passar a gostar da solidão como artifício pra fugir de relações doentias? Ou será que isso é um processo da maturidade e características de cada um e independe do ambiente??
Bateu pesado a questão de ter aprendido que o mundo é um lugar ameaçador. Interessante pensar que isso é baseado na visão e no emocional de outras pessoas (pais e pais dos pais), que muitas vezes também se sentiam desamparados no mundo e com pouco ou nenhum equilíbrio emocional. Claro que vai rolar um medo de ficar exposto e vulnerável. E tudo que acontece parece vir reafirmar isso. Hora de questionar tudo isso. Ótima reflexão!
- Essa frase: "Talvez você possa ser outra pessoa." Isso é algo que está muito presente na minha vida hoje em dia. Aquela velha história: "ah mas eu sou assim." ou "nossa, muito sua cara isso", etc... Eu estou percebendo que colocam a gente em caixinhas, (às vezes nós mesmos nos colocamos) e você leva aquilo pra tua vida como se fosse uma verdade universal. Isso não está fazendo mais sentido pra mim. Inclusive tem uma frase que eu gosto e que eu tenho levado comigo que diz: "Pra eu me tornar algo que eu desejo ser, preciso desapegar daquilo que sou". - O terror do sábado a noite. Tem aquele trecho do Bukowski: "Domingo, o pior, o mais desgraçado entre todos os dias da semana." Mas pra mim, sem sombra de dúvida é o sábado a noite. É quase como uma entidade da solidão que baixa em mim. Uma sensação antiga e familiar. Uma tristeza/vazio bem específico, que só vem no sábado a noite. Eu acho que esse negócio da solidão virou clichezão. Solidão x Solitude, instagram com frase de efeito e geral quer se encaixar naquilo que o instagram traz, mas acho que todo mundo sente mal em estar só em algum ponto, porque todo mundo que eu já vi, quando fala sobre esse assunto diz gostar de estar só, MAS tem horas..., MAS depende... Acho que cada um tem seu calcanhar de Aquiles quanto à solidão. Não é nada fácil aprender a gostar de estar só, mas é totalmente necessário. Concordo que, de fato, precisamos aprender a estar só. A gente gosta de estar sozinho quando sabe que tem alguém com quem pode estar junto - se quiser.
Sensacional sua última frase, é bem isto mesmo que se passa por aqui! Moro só há poucos meses para 10 anos, ñ tenho família próxima e a relação maternal mesmo distante é tensa a ponto de não julgar benéfica. Tive que aprender à duras penas a encontrar prazer em ser/estar só principalmente nos fds... Gosto dos meus momentos comigo mesma, gosto e mto! Mas seria infinitamente melhor ter a possibilidade de recorrer a alguém sempre que sentisse esta necessidade.
@@luisavono3389 Não é fácil, Luísa! Precisamos do outro em alguns momentos né? Mas eu tenho certez que aqui no canal você pode encontrar companhias verdadeiras 💙
@@camiribeiro708 oh querida, mto obrigada pelo acolhimento! O canal é incrível mesmo, participar dos comentários é engrandecedor e complementa o vasto aprendizado! Bjo carinhoso e vamos em frente!
Eu tenho a teoria que quem fala isso não sabe o que é ser sozinho de verdade. Acha que é se trancar no quarto no fds e ter alguns contatinhos pra não se apegar pq querer relacionamento hoje em dia virou crime. Se fosse tão bom assim, não teria um castigo na cadeia chamado SOLITÁRIA. E a internet me prometeu que eu ia gostar dessa p*rra, vão tomar no cy.
Bom dia! Como esse vídeo me bateu profundo, vim de uma família com poucas condições financeiras e morávamos em uma kitnet, mãe, pai e 6 irmãos, então ninguém tinha seu próprio espaço. Estou descobrindo que tenho uma dificuldade enorme em ficar só, minha mãe que foi filha única sempre disse que tinha medo de ficar só é que por isso quis ter uma família grande, agora que fiz minha casa e moro só, estou ficando triste, angustiada, choro e me sinto só, não estou lidando bem com isso e um dos meus sonhos era ter a minha casinha, quando isso acontece me sinto um infeliz. Obs: estou solteira a 2 anos e decidi ficar um tempo só pois toda relação que eu tinha eu me anulava e me perdia, daí entrei nesse processo de querer me entender, saber quem sou primeiro para depois dar espaço para um relacionamento saudável na minha vida. Gratidão por esse vídeo, acho que vou ter que assistir muitas vezes para poder entender melhor! Ps: Parabéns a você e a Flor pela linda família! 👏👏🙏
sempre me senti abandonada ,rejeitada pelos meus pais e irmãos e isto se agravou na adolescência qdo vê senti incapaz de enfrentar o mundo ..tive transtorno de Pânico...durou anos e foi amenizando a medida que baixava a guarda e me sentia amada por meu namorado...que se tornou marido, nós nossos 28 anos de casados. Hoje sou muito feliz e tudo parece passado,mas tenho plena consciência do qdo sofro só de pensar de meus filhos saírem do ninho e me sentir só novamente. embora curta muito minha solitude...qdo opto por ela.
Bom dia, Manu! Seu comentário sobre o Vicente me fez lembrar do que eu ouvia das mulheres da minha família sobre recém-nascidos. O bebê passa os últimos meses da gestação sendo apertado pelas paredes do útero, o que dá uma sensação de acolhimento e segurança. Quando sai, seu corpo precisa ser contido ou embalado para se sentir seguro. O uso de mantas que o embale firmemente, incluindo os braços, o ajuda a ter mais segurança ao dormir no berço. Pode ser que essas sabedorias populares ainda façam sentido para os bebês modernos...🥰
Desde que comecei a me questionar a partir da visão da neurociência afetiva descobri ou admiti que sou uma pessoa que gosta de fazer coisas escondidas. Analisando minha infância percebi que isso foi uma forma de sobrevivência. Precisei confiar só em mim e esconder certos comportamentos para sobreviver das surras do meu pai e dos ataques da minha mãe. Este comportamento ainda hj me persegue. Sobrevivi me recolhendo e fazendo o que gosto escondido. Então pra mim a solidão sempre foi benéfica. Hj não teria mais motivos pra me esconder 😔 pq sou bem resolvida e dona da minha vida. Então por que continuo neste padrão ? E não escondo coisas muito erradas não. São bobagens do tipo fumar escondido quando estou nervosa ou comer algo gostoso. E agora que não preciso me esconder continuo pq sinto que adoro isso. Isso é normal ? 😊
Acho que vc já falou em diversos vídeos sobre os atravessamentos das redes sociais nessa questão da solidão. E é interessante perceber que elas acabam sendo esse "contorno", do qual vc fala, para algumas pessoas - sejam as que não lidam bem com o estar só ou as que lidam até bem. Falo por mim, sempre estive um tanto só na vida - devido a um forte sentimento de inadequação, que hj percebo e trabalho em terapia. Minha narrativa é que acabei buscando transformar a solidão numa experiência agradável pra mim (em solitude), e consegui. Entretanto, existem os momentos, como vc falou sobre si, que eu não queria estar/me sentir só, mas fiquei (exemplo: há um ano e sete meses minha mãe faleceu e minha namorada me deixou um mês depois) e foi extremamente dolorosa a experiência da solidão. Mesmo que eu já soubesse lidar com ela, a fragilidade daquele momento de perda/luto, me deixou mto confusa, e foi como se eu tivesse perdido a "habilidade de estar só". Voltando a questão das redes: foi expondo a minha dor da perda da minha mãe através de textos nas redes sociais e recebendo todo tipo de retorno de interação (likes, comentários, directs, etc) que consegui esse "contorno que me diz que eu existo" e que me ajudou a passar por esse momento de solidão extremamente delicado. Para o bem ou para o mal, as redes sociais acabam tendo um protagonismo na nossa solidão. Sabendo das tuas opiniões sobre as redes, o que você poderia comentar sobre essa minha experiência? Obrigada pelo(s) vídeo(s). Vejo todos! :)
Seu canal me foi indicado recentemente por uma amiga, e estou assistindo um vídeo atras do outro! Gosto mto do jeito que vc fala casualmente sobre questões importantes. Os ultimos 3 anos foram transformadores pra mim fazendo psicanálise. Me encanto por freud, lacan, winnicott…esse vídeo dialogou diretamente comigo agora. Nao posso dizer que sempre me sento sozinha, mas a questão do ambiente caotico sempre foi uma realidade pra mim. A impressão que sempre tive em relação ao comportamento dos meus pais foi essa: tudo estava a ponto de desmoronar e dar errado o tempo todo. Cresci tendo que cuidar mto de mim mesma sozinha, porque tinha a sensação de que meus pais ja tinham tantos problemas, que eu só poderia levar soluções à eles. Entao sempre tentei resolver tudo sozinha. Hoje em dia tenho mta dificuldade em pedir ajuda, e acho sempre q estou incomodando. Isso me traz muita solidão. Saí recentemente de um relacionamento de 10 anos por nao me sentir vista e cuidada. Sempre achando que eu cuidava de tudo. E ha 8 anos desenvolvi um TAG. Estou sempre alerta, nao consigo relaxar, pq acho q tudo que conquistei na vida pode desmoronar a qualquer momento. Situações nas quais tudo corre bem, sao muuuito estranhas pra mim. Seu video trouxe mais esclarecimentos pra minha busca. Obrigada por ser tao generoso.
Cresci num ambiente onde hoje consigo reconhecer que era totalmente baseado no medo e abusos, meus pais lidavam com as questoes deles e as minhas e do meu irmao, sempre com muita violencia(fisica/psicológica) depois de crescer nessse ambiente sofro com a dificuldade de me relacionar em geral, esse video me fez pensar muito na origem da minha solidao e no quanto ela ainda me impacta negativamente nos dias de hoje, meu pai de um pai pouco presente quando atingi maior idade foi de ausente para inexistente e depois de muita terapia vi que lidei bem com esse abandono por que eu ja cresci sem aquela figura entao perde la nao necessariamente impactava no meu desenvolvimento mas como fui criado por uma mãe que apesar dos abusos/narcisismo/vicio(alcoolismo) sempre deu de tudo "material", percebi que meu grande problema foi me submeter a tudo imposto por ela pensando que minha recompensa por isso seria amor, entao eu queria ser melhor em tudo, agradar em tudo e mesmo assim era uma busca infinita que nunca teve fim, cresci e fui criado com uma inversao de papeis entao desde pequeno venho criando uma mãe que usava sua existencia como artificio para me controlar, pois as frases que cresci ouvindo eram "se me abandonar e eu morrer nao quero ninguem chorando no meu caixao", "agora que fiz tudo por voce vai me abandonar", "só tem esse bom emprego por que eu trabalhei e paguei seus cursos", "eu fiz tudo por voce e agora voce me nega ajuda" e nada que fiz até hoje foi bom o suficiente, nao que nao fosse mas a forma que ela lidava com minhas atitudes/conquistas eram sempre de desabono ou tirando meu merito daquela conquista, e isso tudo me consumia com um sentimento de ingratidao e insatisfação que nunca me pertenceram e foram entregues a mim e eu aceitei, até hoje sofro com as consequencias dessa criação e meu medo/certeza de nunca ser bom o suficiente pra ninguem dando tudo de si sempre as pessoas das quais acho que se fazem merecedoras desse esforço mas com a conssciencia de que ninguem demanda tanto quanto o que eu ofereço, apesar da repetição dessas praticas eu aprendi a identificar e dosar ainda que acima do que as pessoas precisem percebo que o que ofereço por mais que seja muito, ja é bem menos do que eu ja ofereci, fico feliz e puto por que eu aprendi a identificar meus padroes de comportamento e lidar com alguns deles, mas perceber que essa maneira ponderada de lidar ta longe da ideal, mas entender que abusos que duraram cerca de 80% da minha vida nao serão 100% melhorados em 20% delas, aiinda busco meios para fazer mudanças nos comportamentos que ainda fazem parte de mim, queria agradecer pois seus videos me ajudam muito a refletir e colaboram muito pra essa evolução.
mas a resposta em si é que estar sozinho não é o problema em si mas o ssentimento de abandono e de inssuficiencia que vem com a solidão é o que faz desse momento que deveria ser de reflexao e auto conhecimento um momento de julgamento duro e sem argumentação poiss apesar das coisas boas na nosssa vida esses sentimentos nos cegam e nos mostram apenas o pior de nós ate naquilo que nao existe o pior.
Oi Manu, vim a este canal justamente pela minha angústia em estar sozinha. Moro sozinha desde 2017, mas após a pandemia estar sozinha me incomoda de uma forma cada vez mais grave. É um silêncio e uma inquietação ao mesmo tempo, de fato, como você citou, a relação da TAG com o abandono é pelo menos para mim um fato. Meu relacionamento familiar foi caótico, meu pai ausente, minha mãe nunca demonstrou afeto e sempre que pode me tratou mal, até que decidi morar sozinha. O fato Manu é que eu pra amenizar a minha solidão eu instalei o Tinder, e agora me sinto ainda mais sozinha como se eu não conseguisse mais ter relações verdadeiras e completas sabe. Me sinto inadequada, como se a única forma de ter a companhia de alguém é suprindo as expectativas que esse alguém tem de mim. É uma situação muito complicada, existe alguma forma de amenizar essa dor de estar sozinho? Existe um caminho pelo qual eu possa me orientar para não ficar tão angustiada?
Que tal fazer yoga? Me ajuda bastante a me sentir melhor. Usei o tinder durante anos e só me fez perder o tato pra me relacionar no "mundo real". Indico o canal do Carlo Guaragna caso queira iniciar as praticas de yoga. Ajuda bastante a diminuir a bagunça mental. (ruclips.net/user/CarloGuaragna)
Tenho 50 anos e ainda hoje não gosto de ficar muito tempo sozinha , vivi a guerra de Angola e talvez isso explique toda a minha vida . Em relação a solidão/ desamparo como não perdoar uma mãe a viver uma guerra com uma criança ao colo e horrar a sua alma com a pesquisa constante até encontrar este video para o meu crescimento ...... Obrigado
Emanuel, interessante este tema. Qdo eu era criança eu ficava bem sozinha, mas sabia q minha mãe está bem ali. E agora eu continuo amando ficar sozinha, mas sei q meu marido está por perto. Daí fiquei pensando se ele não existir um dia na minha vida.
Achei este vídeo muito interessante. Eu sempre me senti só, a maioria das coisas eu fiz só, sempre me senti alheio a minha família, pois entendo que eles me amavam, mas eles não gostam de mim. Então, por sobrevivência, eu tive que aprender a fazer as coisas só, omitir coisas da vida e etc. Por eles não me aceitarem como eu sou, eu acabei por entender que ser eu era um problema, então estar só comigo mesmo era complicado, pois me via no espelho do que não podia ser, mesmo sendo. Havia o reflexo da própria vida de minha mãe de não poder confiar no mundo, então o contato com o mundo foi restrito, não poder sair de casa, não poder ter amigos, não poder ir para casa de ninguém. Então vivia sempre em um paradoxo de não poder estar com os outros, mas ao mesmo tempo não poder estar comigo, pois estava errado. São longos anos de ajustando meu bem estar em mim mesmo.
Nasci prematura e fique 3 meses internada numa época que nao se valorizava o contato pele a pele com os pais,eles só podiam me olhar por um vidro.Quando sai do hospital minha mae já tinha voltado a trabalhar e eu fiquei com uma baba. Nunca fui amamentada. Não teve afeto na minha relação com meus pais. Não havia acolhimento,não havia espaço para expressar as emoções. Cresci me sentindo muito sozinha, uma carência enorme.Sempre busquei as pessoas, o meu maior pesadelo era a solidão. Lembro que desde criança sentia pena de pessoas sozinhas, muitas vezes tentava ajuda las de tanto incomodo que sentia por elas.Doia em mim.talvez uma dor maior do que delas próprias. Com isso me tornei aquela pessoa que fazia de tudo para agradar, a boazinha, a que nao sabia dizer não. Sofri muito primeiro com amizades e depois com relacionamentos afetivos.O importante nunca foi eu gostar da pessoa e sim a pessoa gostar de mim.E essa carência me levou a um abismo dentro de mim mesma. E hj, com 40 anos, de tanto "bater a cabeça" em relacionamentos sem reciprocidade me vejo totalmente sozinha e sem perspectiva de me relacionar novamente. Hoje vivo o que um dia foi meu pior pesadelo.Tem dias que são piores mas tem dias que eu penso: "não esta tão ruim assim". O meu medo é me acostumar com a solidão e sentir pena de mim mesma assim quando eu sentia das pessoas solitárias quando era criança.Estou me esforçando a viver um dia de cada e aprende com a solidão....mas em dias que é tao difícil...como hj...
Esse vídeo é espetacular, mas traz uma angústia nebulosa! Pq agora eu preciso enfrentar cada lugar que não me sinto pertencente. E são praticamente todos. Essa loucura que vc cita é exatamente o que sinto. Se eu ficar só eu enlouqueço. Tamanho é o medo! Socorro!!!! Rs
É interessante pensar nesse interstício entre subjetividades e o ambiente porque nos leva a entender o impacto das relações sociais e econômicas na vida emocional. O mundo que nossas mães e pais viam como ameaçador, no meu caso, foi a ditadura militar, o processo vacilante de redemocratização e depois a elevação inflacionária. Será que esses movimentos da sociedade ajudam a explicar o porquê hoje temos tantos jovens adultos ansiosos e angustiados?
A minha solidão, por muitos anos, do zero aos 32 foi sempre uma opção e na madrugada quando a casa ficava silenciosa, pra estudar e pra criar (poesia e música). Após a separação do casamento a solidão foi um aprendizado porque até os amigos que estavam em minha casa todo final de semana para jogar baralho, beber vinho e rir muito se afastaram. Faço tudo sozinha na boa, desde que sejam as coisas que já fazia antes. Já, as novas experiências sozinha são mais complicadas, desafiadoras e, algumas eu realmente não consigo fazer, recuo, prefiro não ir, por exemplo viajar, ir a um barzinho. Também porque moro há anos numa cidade em que as pessoas não são muito próximas e pouco se agregam. Fora a dificuldade de viajar e ir a lugares novos sozinha vivo bem só comigo. Hoje talvez eu sofra pra reaprender a morar junto com alguém.
Seu canal foi sugerido agora para mim e confesso que sua abordagem é muito didática. Primeiro eu estou grata e segundo precisava elogiar a sua dedicação em buscar o sentido de tudo o que temos dentro de nós.
Mas..... retirando momento de reflexão, introspecção e traçar objetivos, somos agregadores é qdo a pessoa é certa é bonito bom estar acompanhado e ser bem cuidado.
o começo do vídeo me impactou bastante, meu ambiente familiar foi sempre imprevisível, com muita inconstância no humor dos meus pais e na presença deles em casa. sempre ouvi comentários negativos deles sobre mim mesma intercalando com momentos de carinho, um comportamento super protetor intercalado com negligência. imagino que por influência disso, hoje em dia sou muito ansiosa e não tenho nenhuma ideia de mim mesma, não tenho identificação com quase nada. quando me envolvo com alguém a pessoa se torna parte da minha identidade e eu me moldo para me tornar alguém que agrade a pessoa, me apegando muito e sentindo um medo constante de abandono e rejeição por parte dessa pessoa.
Oi Manu tudo bem? Seus vídeos sempre são muito interessantes e me fazem pensar além do que já geralmente penso rsrs. Eu venho de uma família grande e muito unida....e ficar ao redor de todas as pessoas juntas me imcomodava muito ,principalmente na adolescência. Bom...cresci rrsrs.......ainda amando meu silêncio, ao mesmo tempo amando as pessoas e estar ao redor de muita gente. Tenho um filho.....hj com quase 19,tive ele com 19.....e sempre teve um silêncio muito grande entre nós dois. Engraçado que percebo que ao mesmo tempo temos um elo grande e importante. Vc diz no vídeo que somos um pouco dos ambientes e situações que vivemos. E isso me faz refletir....... Amo o silêncio, amo pessoas,amo meu filho,ao mesmo tempo não sei se consigo saber se ele me vê como eu sou, amo a agitação...sou enfermeira e passo 12 horas do meu dia em um ambiente extremamente agitado e rodeada de muitas pessoas....e amo isso....mas amo qdo chego no meu quarto e não escuto absolutamente nada......somente o meu silêncio.....que eu acho que é o que sempre mais fala......o silêncio sempre fala. E então penso....como pode......como conseguimos ser vários de nós? Somos vários em um só? Somos só em vários?......vários como extinto de sobrevivência e de adaptações.......afinal.....temos que conviver com várias pessoas.....que tbm se fazem de várias versões de si mesmas para sobreviver e adaptar. Muito obrigada por sempre me fazer pensar. E agradeço tbm.....pois foi através dos seus vídeos que decidi começar a estudar psicanálise tbm......e tentar entender o que sempre quis entender......o pensamento e o silêncio. Bjo gde
Gostaria de agradecer pela sua intenção de nos levar a tantas reflexões! Quando você disse no vídeo "você pode dormir. É seguro dormir" me tocou muito (e olha que eu durmo bem kkkkk), mas é como se dissesse que podemos descansar, que podemos confiar no que não "controlamos", no meio, nos outros, enfim, no mundo! E isso é tão reconfortante! E seus vídeos, essas palavras acabam não nos deixando sós, acabam sendo essa companhia que necessitamos quando éramos bebês! E por isso te agradeço!
Eu assisto seus vídeos e minha mente começa a pipocar pensamentos que nunca pensei antes, duvido que seja assim só comigo kk, meu diário que as vezes fica uns dias sem ser escrito vira páginas e páginas em algumas horas, muito obrigada por isso 😊
Esse vídeo chegou em um momento muito oportuno para mim, pois estou passando por um momento de angústia em que perco pela quarta vez uma relação amorosa (com a mesma pessoa) justamente pela minha dificuldade de construir um eu diferente do que construí com a minha família. Tenho uma relação muito próxima com a minha família e uma mãe super protetora (que me mantém sempre por perto) e que talvez dificulte a minha percepção dos meus próprios desejos e a necessidade de construir outros vínculos (separados desse da família). Para mim, é muito difícil "abandonar" esse eu filha, esse eu que quer estar sempre em harmonia com a família e por isso acabo deixando de viver outras coisas, estreitando outras relações, o que é muito frustrante. Não sei se estou desviando do assunto do vídeo, mas pensei nessa questão de como é difícil se desgarrar de uma identidade construída em um determinado lugar, com determinadas pessoas, para construir novas formas de ser e se relacionar. Obrigada por mais uma reflexão necessária!
Suzeli, tb estou passando pelo processo... Estou morando em outro Estado, pela primeira vez longe da família. Minha mãe veio me ajudar na minha instalação, mas hoje está indo embora... Estou me sentindo perdida, como que sem identidade, até porque nunca me senti exaramente eu quando estava em família... Vc não tá só, nem a outra moça que comentou aqui tb, nem outras pessoas que lerão e tb se identificarão....
@@isabelasouza8000 por vezes, a partir do julgamento de pessoas que têm uma outra dinâmica com a família, acabo achando que eu sou a pessoa mais estranha do mundo. É algo que eu gostaria de mudar, mas é um processo difícil e lento, e nem todas as pessoas do nosso convívio compreende isso.
Você traz uma nomenclatura preciosa para a compreensão do nosso labirinto consciencial. Poderia buscar uma reflexão entre a autoescrita e a análise que Ken Wilber faz do espectro da consciência e o lugar dela na visão integral? (livros: O espectro da consciência, Visão Integral, Psicologia Integral etc.). Ele diz sobre psicologias do Ego e além do Ego. Acho que as diretrizes que aponta mostram os limites e avanços de cada abordagem do campo psíquico. Grande abraço.
Obrigada por esse vídeo, acho que essa é a questão da minha vida, sobre estar só. Eu cresci com duas irmãs e minha mãe sempre trabalhava e sempre me senti só, tive que aprender a me virar cedo e sinto o que você falou no vídeo. Se eu relaxar um pouco pode acontecer algo ou deixar passar algo. E para mim sempre foi fácil ficar sozinha eu acho que realmente gosto de ficar só, consigo fazer muitas coisas sozinhas mas a ironia é que tudo que eu faço ou a maioria das coisas é eu pedindo amor ou um pouco de atenção, não tinha noção que eu fazia isso mas foi com a autoescrita que estou conseguindo entender melhor muitas coisas na minha vida ! Muito obrigada. E as vezes eu sinto que é muito difícil para mim lidar com as pessoas, que está só é mais fácil e dar menos dor de cabeça mas no fundo eu sei que quero amor, e eu sinto também que se eu ficar com alguém eu vou me perder ... não sei explicar bem essa sensação mas é como se eu fosse perder alguma parte de mim e estar sozinha é lugar seguro !!
Acredito que quando as repetições começam a ser percebidas de forma consciente, há um salto enorme no caminho da mudança. Não quer dizer que o comportamento será diferente naquele momento, mas já diz de um aprendizado árduo para transformar padrões enraizados... Muito obrigada pelas luzes que você lança por aqui, Manu! Tem clareado muitos processos meus.
Oi Manu! Achei muito interessante a questão do ambiente e da mãe 'sufocante/controladora' de um dos comentários. Hoje, já entendo que foi uma escolha da minha mãe devotar a vida dela pra mim. Porém, isso ainda, de alguma forma, me dá muito medo da solidão. Porém, eu gosto de fazer coisas sozinhas e de aproveitar alguns momentos de observação do mundo. E justamente esse título, A origem da solidão, é o que eu mais tenho pensado e repensado. Eu desejo encontrar um companheiro, formar uma família, mas o medo de ficar sozinha como a minha mãe me faz ficar muito ansiosa e sair ficando com qualquer pessoa ou não me achar elegível. Além disso, fico me perguntando sobre como traçar novos caminhos, a partir do desenvolvimento da minha identidade (que está em curso com análise lacaniana), mesmo com o medo de 'ser a minha mãe'. Vendo o vídeo mais de uma vez, para chegar em novas perguntas! Obrigada por cada assunto deste canal tão maravilhoso!
Eu cresci ouvindo que as crianças espertas e inteligentes eram aqueles que se comunicavam e socializam muito. Como eu fui uma criança tímida sempre me via na obrigação de procurar estar com o outro, e isso não soava nada espontâneo (principalmente quando a iniciativa tinha que partir de mim), era uma obrigação. Mas de modo geral na infância tanto a solidão quanto a brincadeira com os outros acabavam sendo naturais e acontecendo, não havia julgamento da minha parte se era certo ou errado, ambos os momentos poderia ser bom ou ruim. Hoje, percebo mais esses julgamentos e quando me vejo só, sinto uma certa pena de mim, e sinto até que atrapalha relaxar e fazer coisas legais de se fazer estando sozinha. E tem essa questão do medo Tb, de que o mundo é um lugar ostil como Emanuel falou no vídeo, um medo que não permite relaxar com a solidão.
Eu sempre gostei de ficar só (exceto a noite kk). A interação com outras pessoas drena minha energia e muitas vezes é angustiante. Eu preciso ficar só para recarregar as energias. Eu tenho ansiedade social, cheguei ao ponto de tomar remédios por um tempo no início da pandemia por causa do aumento da ansiedade. Mas, de certa forma, o isolamento social pra mim é uma zona de conforto, não quero voltar ao "normal" porque eu fiquei super adaptado ao "novo normal". Nao me recordo muito, mas acho que eu tinha medo de interagir com outras crianças e minha mãe era bem protetora. Hoje eu tenho poucos amigos que fiz na época da escola e só eles são capazes de me forçar a "quebrar" essa tendência de me isolar do mundo.
Legal te assistir e aprender um pouco mais sobre mim, relembrando alguns fatos da infância. Eu desenvolvi uma fobia social e faz todo o sentido pensar que isso - além da própria herança genética em si - tá relacionado com o meio em que eu vivi e com as primeiras relações. Te ouvindo eu vejo que tem muito a ver com a minha mãe... Tô passando por um momento muito delicado da minha vida e tenho que tomar decisões, uma delas envolve voltar ou não a morar com a minha mãe rs. Engraçado que é sempre o que parece mais cômodo, apesar de que quando eu estou de fato lá eu não me sinta exatamente assim. Me sinto uma menininha presa no corpo de uma pessoa "adulta". Um dia eu encontro as respostas...??!
Hoje em dia eu me preocupo por gostar demais de ficar comigo mesma. Para mim, o ideal é ter alguém que more bem próximo, se possível na porta ao lado. Assim, poderia alternar momentos de intimidade, de proximidade, com momentos de solidão, que são imprescindíveis em minha vida.
A meu ver tenho uma relação muito ambivalente com a solidão, gosto e desde criança adorei ficar sozinha, sempre gostei de brincar sozinha, fazer trabalhos de escola sozinha, nunca fui muito comunicativa e as vezes até um pouco "isolada", hoje quando fico sozinha me sinto muito tranquila e até me esqueço do celular (deixo de responder mensagem, perco ligação importante, etc), mas ao mesmo tempo sinto sempre uma ansiedade muito grande relacionada a necessidade de validação externa, como me sentir nervosa quando vou ver os meus pais ou familares e, quando estou em um relacionamento sou do tipo super carente e também gasto grande parte do dia pensando em como agradar a pessoa. Fico pensando se gostar de me isolar não pode ser uma forma de me proteger dessa ansiedade de precisar de validação, mas se é isso, porque então é justamente nesses momentos em que, sem ninguém me validar (pois estou só) é que me sinto mais calma?
Por muito tempo eu tive a percepção de gostar da solidão, e acho que em alguma medida ainda tenho, mas tendo também pra esse lugar de evitar os vínculos por medo ou trauma dos rompimentos. Eu fui uma criança entre adultos e minha mãe trabalhava o dia inteiro, me lembro de ter crises de choro por essas separações, e na adolescência já assimilei a solidão como uma coisa minha. Ficar no quarto, passar a noite acordada porque era o momento de silêncio, de ficar só comigo na casa. Hoje o lugar da família e das amizades ainda é de solidão pra mim, mas nos momentos mais críticos também busco as pessoas, principalmente com quem eu tiver num relacionamento, por esse medo de enlouquecer sozinha... E aí depois me assusto com a dependência e penso em romper. Não sei, são muitas coisas juntas
Bom dia Manu! Adorei esse vídeo. Sobre ter mães ansiosas, queria compartilhar que a minha é dessas que sempre teve um medo absurdo da gente morrer, pois tenho um irmão gêmeo, ela nos teve com uma idade avançada e já havia perdido uma gravidez anteriormente. No entanto, diferentemente de alguns dos depoimentos, pra mim isso sempre bateu num lugar de não fazer sentido. Nunca entendi o medo dela do mundo "externo" à nossa casa e sempre fui bem "destemida", sempre fiz minhas coisas e fui onde achava que tinha que ir e pronto. Tenho, apesar disso, uma necessidade grande de controle, o que canalizei pra minha vida em ser muito planejadora com tudo. Quando não tenho o que planejar, aí sim sinto angústia. Tenho o que chamo de uma certa melancolia ao anoitecer. Acaba o dia, não tenho mais "obrigações" e fico perdida. Certos momentos sinto um medo estranho de desaparecer. Não da morte em si, mas como um desaparecer em vida, como se todos meus amigos e colegas fossem de repente esquecer que eu existo. Voltando à experiência da infância, sinto que, por ter meu gêmeo, mais do que solidão, a experiência da comparação se sobressaiu. As pessoas traçam muitas comparações entre os irmãos gêmeos e isso nos afeta. Além disso, passei por muitas experiências de rejeição, individualmente, que me marcaram muito. Acho que essas coisas foram mais impactantes na minha necessidade de controle e "previsão do futuro" do que talvez as que vivi como bebê, mas né, como não lembro não sei muito o que dizer. Você já leu alguma coisa sobre gêmeos? Beijos!
Luísa, entendo que sua leitura talvez tenha sido de que a vida é muito curta, então, vc quer aproveitar o que estiver disponível pra vc...não sei se realmente é isso, mas, pra mim, acabou batendo desse jeito que vc viu aí na leitura do Emanuel. É difícil, pra mim, assimilar que está tudo bem ser assim. Quem sabe quando eu tomar consciência real disso eu consiga aproveitar mais a vida e eliminar gradualmente esses medos...rs
Luísa, aqui é a mesma coisa: mãe ansiosa, hoje sou planejadora ao extremo e as constantes rejeições tb me deixaram "control freak". Só não tenho um gêmeo... :)
Tb fui superprotegida por meus pais, o que me deixou medrosa, achando o mundo perigoso e me achando incompetente, como se eu precisasse sempre de supervisão... tímida, gosto de atividades sozinha, mas não fico bem se percebo que não é uma opção. aí sinto um desamparo, angústia
Essa questão da solidão é algo que sempre aparece na minha análise e que tem tudo a ver com a minha experiência na infância/adolescência. Sou filho único numa família na qual meus primos eram no mínimo uma década mais velhos, então sempre passei muito tempo só em casa, principalmente porque meus pais passavam o dia fora. De forma geral, tinha que inventar maneiras de me manter distraído no dia a dia, o que, em um apartamento, se limita a certas coisas. No geral me sentia bem comigo mesmo em casa, mesmo que, eventualmente, a saudade ecoasse. Já na escola tinha pouquíssimos amigos próximos e, em algumas épocas, nenhum. A angústia de não ter amigos para lanchar era enorme e, para piorar, sofria bullying justamente por não ter amigos e era abandonado pela fama de “forever alone”. Hoje, a solidão, se vier de uma vontade própria, é muito reconfortante. Mas, ser deixado de lado pelo outro é extremamente frustrante.
Minha relação com a solidão é agridoce, pq pra mim ficar sozinha nunca foi ruim, mas tenho ruminado essa ideia negativamente depois do falecimento da minha avó. Não abro mão de um momento sozinha. É parte vital de mim. Mas, depois que minha avó morreu, eu me percebi com medo de ficar sozinha, pois eu conversava com ela sobre tudo, tb cuidava dela e abri mão de muitas coisas por causa disso (eu que escolhi). Como minha motivação não existe mais e a minha família é tóxica, me sinto descartável no seio familiar, tenho problemas relacionais com meu irmão e tudo mais, eu acabei desenvolvendo duas afirmações: sim, eu tô sozinha no mundo e sou dispensável, pois nunca fui tão sociável na minha família por ser obesa, por escutar que eu nunca seria amada se não emagrecesse e pelo meu irmão ser o querido da galera (sempre foi magro). Quando criança, eu não ficava sozinha. Vivia brincando na rua e tinha muitos amigos. A medida que fui crescendo, fui ficando sozinha a partir das críticas com meu peso, pois sempre fui gordinha e também devido aos assédios que sofri na infância de vizinhos mais velhos. Eu não tenho medo, temor da solidão. Tenho medo de ter que precisar deles (familiares) por estar sozinha. E isso eu não quero. Não é questão de orgulho, mas de saber que minha mãe, meu irmão e minha cunhada falam de mim pelas minhas costas (tenho provas disso). Não quero ser um fardo pra eles, pois sei que eles não gostam de mim verdadeiramente. Tive discussões homéricas com a minha mãe por não digerir isso recentemente. Enfim. É isso.
22:30 Fiquei aguardando Manu citar "Solitude" e já tinha até esquecido, mas eis, novamente citado. É uma definição muito específica e as pessoas usam errado (até onde compreendo). Solitude, até onde entendo é: estar bem sozinho/a. Se sentindo bem/completo/em paz. Estar na sua melhor companhia e bem. Até porque tem gente que não está bem NEM na companhia de pessoas (mesmo as aparentemente desejadas).
Emanuel, assisto com atenção e anotando os vários pontos que expõe em seus vídeos e tem me enriquecido em minha prática como psicanalista no setting analítico. Parabéns pelo trabalho e prossiga em sua missão!
Aprendi tanto com o vídeo dos 7 afetos, tanto que dividiu tudo na minha vida. Tô aprendendo mais ainda é melhor, encontrar sentido traz certa segurança. A realidade a nossa volta, o q realmente está, ajuda a entender melhor a rralid add e criada pelos sentimentos por conta dos afetos. Antes estava sem esperança é achava tudo feio e só via a ameaça, agora descobri um certo encanto, me reapaixonei pelo animal humano. Ainda tô no caminho, a auto escrita foi o tesouro do arco íris de agora. Adoóóro estar aqui, no seu canal no FM, nos comentários... minha vida mudou de vdd, sentido tem me feito diminuir a sensação de solidão. Tem.palavras q ficam por um tempo em períodos da minha vida, amo linguagem, nesse momento tá tudo no sentido. Obrigada por isso.
antes de tudo, queria dizer como está lindo essa paleta de cores, essa janela incrível ali atrás, a suavidade do plano de fundo, a qualidade do áudio... parabéns!!
Nesse exato momento eu estou me preparando pra voltar pra cidade em que eu trabalhava antes da pandemia. É muito angustiante, e isso que vc discute sobre a construção da identidade na relação com o lugar eu sinto demais, parte tb pq eu fico sozinha, isolada. Lá eu sou só o meu eu profissional. Como eu ouço sempre aqui, não resolve. Abç, Manu
Oi Vivian... Este "sozinha, isolada" junto ao "meu eu profissional" pode ser elaborado! Dá uma olhada sobre "Lembrar, repetir, elaborar" ;) A angústia vem de uma força onde você mesma não quer estar neste lugar, porém, ao mesmo tempo não sabe para onde ir... Vídeos do Manuel + estudo sobre o que te falei vai abrir tua mente!
Faz 3 que trabalho na creche com 15 crianças de 1 ano que vivenciam esta fase de desamparo e abandono dos pais até criar laços e referências com outros adultos cada criança reage de um jeito mas todos anos tem alguns extremamente resistentes a este momento de criar vínculos e se sentir seguro com outros que não sejam da família, no meu primeiro ano tinha uma menina muito resistente que continua chorando o tempo todo , alguns percebem o ambiente rápido entendem que não terão colo o tempo todo outros não se adaptam mesmo após 3 anos e ficamos neste impasse de ajudar os pais que precisam trabalhar ou aceitar a necessidade daquela criança que ainda não se sente pronta pra vida em grupo.
Para mim a experiência de estar só não é aterrorizante, porque crirei uma certeza que sou/estou só e não posso me apegar. Na infância tinha alguns medos e nunca tive conforto quanto a isso, como aprendi a lidar só hoje não tenho medo da solidão. A solidão apavora mais quando está relacionado à rejeição, esse é um ponto que acredito que me afeta.
Tomara que um dia você veja este comentário, mas meu único medo de ficar só é porquê tenho medo de fantasma, já tentei superar mas não consigo me livrar disso.
Entendo que esse medo do estar só está ligado à forma como o “filhote” do ser humano é vulnerável. Como a pulsão de vida é uma das mais rudimentares que temos, estar em companhia e ser protegido pelos pais é significado de sobrevivência. Uma vez que isso está gravado de forma tão intrínseca ao ser humano, tudo o que de alguma forma na nossa história, remeta à solidão e ao abandono, vai entrando “no mesmo bolo” de “ameaça à sobrevivência”, até que consigamos entender e ressignificar essa experiência. Faz sentido, Manu?
Emanuel, primeiro, gratidão por seu canal e gostaria de pedir, se possível, se poderia elaborar algum material sobre a traição, as implicacoes psicológicas tanto em quem traí, quanto em quem é traído e como lidar com essas implicações. Agradeço novamente 🙏
A minha solidão aconteceu de repente. Não foi motivada por medo de outros relacionamentos. Simplesmente, não senti mais vontade de me relacionar. Eu me relaciono ainda. Mas, me sinto melhor sozinha.
Manu, a lógica do Leslie Greenberg me lembrou também a pedra fundamental da teoria da CNV do Marshall Rosenberg. Ela conta que todo sentimento vem de uma necessidade (atendida ou não) e após a identificação desse sentimento através da necessidade, se pode comunicar e pedir. Ao mesmo tempo, fiquei pensando aqui coisas mais profundas ligadas as gerações e comportamentos sociais e aqui vou forçar uma aproximação muito forte mas que pra mim faz sentido. Essa necessidade de sobreviver aliada a ultraexposição e a quantidade de informações que temos hoje devido a internet é um dos grandes ansiogênicos contemporâneos e isso, pra mim, é o motor da cultura do cancelamento, que surge da necessidade de se unir a um grupo, no caso o grupo cancelador, para manter a identidade atrelada a esse grupo que trazer um reconforto social e rejeitar a solidão...
Tu és um presente da vida e na vida! Faz sentido demais E me identifico num sentido complexo da minha trajetória, sendo alguém que quis muito sai E do próprio seio para me encontrar,ter me encontrado e depois ter voltado. E o fato de haver me identificado com outra cultura como fuga do meu desamparo, as escolhas etc. Gratidão Manu, por toda percepção e aprendizado. São tantas coisas.... gratidão!
Quão gigante é o medo de estar só. Que percebemos também a quantidade de ansiolítico e opióide estão sendo usados pra também barrar essa solidão. As percas diárias, pequenas mortes, trazem medos absurdos. As partes de Resiliência verdadeira e total transparência, confesso que traz partes de pensar e analisar de muito desânimo e escassez de emocional. Dentro desta parte da solidão. Pra mim a tal solitude é doida pois, não é de meu querer ser só e sim do desapego que tive que criar para uma proteção, escudo, DENTRO de mim mesma.
Maravilha de vídeo! Ainda ñ consigo me expressar aqui, mas tô trabalhando isso na auto escrita. Meu filho tbm resiste a dormir, eu ñ resisto mas ñ consigo dormir pq já " instalei" um medo de dormir, me sinto totalmente vulnerável. Mesmo cercada me sinto só e exposta, isso faz com que eu tenha muito dificuldade pra dormir, raramente durmo profundamente. A mente, o q está oculto por biologia e sentimentos construídos, respostas confusas q encontramos... tanta coisa, converso o tempo todo comigo sobre esse mistério, as ambivalência dos sentimentos, parece que no final estaremos só, mas tbm parece que sempre estamos mesmo na multidão, mas cada pessoa se vê de forma distinta, claro! Amei conhecer esse canal, me sentia muito mais só, apesar de ainda sentir, me sinto em companhia de outros que se sentem só acompanhados. Na infância estava só pq cuidadas dos meus irmãos bem.menores q dependiam.de mim, logo me sentia só pq eles ñ tinham como me proteger, eu os protegia, é muito louco pq eu tinha q equilibrar meus pensamentos e sentimentos pra ter homeostase. Hoje gosto de estar só num espaço, mas amaria ñ ter esse sentimento de solidão, desamparado fisicamente, minha mente encontra refúgio nessa solidão, ñ sei bem.como explicar, do aprendendo a encontrar uma forma.de escrever... Ñ sei
Manu, seu vídeo me fez pensar na origem da solidão… ser só, numa sociedade que foi feita para viver no coletivo é bem andar na contramão. Nascemos para sermos sociais, mas escutamos desde sempre: nascemos e morreremos sozinhos. O ego, o EU, acima de tudo, muitas vezes nos coloca nesse lugar da solidão, as vezes forçado. É legal estar só, é cool fazer coisas sozinho. Eu não gosto, não cultivo e já tentei me moldar nesse modelo que sozinho é mais legal. Eu não nasci sozinha, vim de um pai e uma mãe que me quiseram aqui, para ser par de uma irmã, que eles planejaram para sermos amigas, de fato somos, nao Morremos sozinhas. Meu pai faleceu, e faleceu rodeado de nós 3 ( minha mãe, eu e minha irmã) então, sim, eu me incomodo em estar so, pois no meu pensamento, nascemos e vivemos para conviver em sociedade.
Na parte que você fala que ele têm dificuldade do sono e correlaciona que você também teve esse sentimento, ele traz os sentimentos que existem em você, em um trabalho chamado CIV ciência do início da vida a psiquiatra Eleanor luzes em sua tese d Doutorado ele costurou com muitas áreas inclusive da neurociência entre todas possíveis que possam abordar o ser humano com um todo sobre toda revivência que a criança traz da vida dos pais para assim coisas inconsciente para o pai ou mãe possam ser trabalhadas na vida… Sobre ficar só vem a relação de abandono sobre o medo de ficar sozinho.. esse vazio que antes não se conhecia.
A minha solidão infantil e atualmente adolescente (tenho 17 anos), quase sempre foram positivas. Na infância eu tinha uma enorme angústia de dormir sozinho e no escuro, então gritava minha mãe pra tirar o meu pai da cama e me colocar do lado dela, sempre com a desculpa de que tinha tido um pesadelo pra poder ter um conforto maior. E era nela que tinha e tenho o maior laço emocional familiar. Com a família sempre me enxerguei um pouco distante. Não me sinto dependente ou com medo de desconexões, por exemplo, mas nunca tivemos grandes problemas em nossas relações. Eles sempre foram tranquilos em me deixar viver, sem nenhuma barreira pra que eu experimentasse coisas e lugares. Talvez o meu pai seja o mais problemático na minha cabeça, pois em um período em que tinha uns onze anos ele se mudou de cidade por conta do emprego, então passei uns três ou quatro anos sem um contato próximo. Quando reencontrei ele tive um choque ao perceber que a nossa relação já não era a mesma. Então talvez tenha me adequado a viver sem ele, o que contribuiu pra uma vida mais sozinha nesse aspecto familiar. No geral a solidão me acompanhava em quase tudo, seja nas criações malucas inspiradas pelo Manual do Mundo, nos rolês de skate que dava pela cidade ou até em jogos online, que raramente joguei com amigos próximos. Tudo isso fazia sem nenhum problema, então ela sempre fez parte do meu ser. Hoje eu valorizo bastante a solidão junto da solitude, mas se não há períodos em que "deixo de ser só", fico desconfortável e cheio de noias, necessitando de algum contato afetivo. Como nunca tive problemas em me relacionar com pessoas e criar vínculos, acho que isso contribuiu pra que eu pudesse aproveitar os ciclos de solidão e não solidão. Então hoje eu venho tentando achar um equilíbrio melhor. Muito obrigado por esse e outros vídeos, Manu. Ajuda muito no meu processo de reconhecimento e descobrimentos. Beijão!! (manda beijo pro Vicente e pra Flor tbm ok)
Enquanto se combinava se eu nascia ou não, absorvi o assunto. Já muito novinha, lá pelos sete anos decidi que viver não era o meu dom. Verbalizei, criei o caos mas passei a vida sem saber viver e precisando estar só. Sem talento pra ser mãe, a minha muito violenta, me forçou a estar em vigília ao lado dela, acordada ou enquanto ela dormia. Eu vigiava seus rompantes violentos e com isso foi roubado de mim o direito de repousar. Tanto que viver e dormir é algo que estou aprendendo depois dos 50, agora. Acometida por uma doença resultado de abusos sucessivos meu corpo se tornou incapacitado pra n coisas, dependendo de terceiros. O que pra mim era um conforto, ausência de dor, a solidão hoje é uma ameaça, privação de necessidades.
Em certo ponto a solidão se torna viciante, pois é um caminho que envolve menos dor, a medida que se arrisca menos se machuca menos. "Um amigo meu" está em um momento em que está com pavor de entrar em um novo relacionamento depois de sair de um relacionamento muito duradouro, com a nítida sensação de que todo relacionamento começa bem e depois se torna um fardo, dessa forma é melhor seguir sozinho para não ter q futuramente carregar esse fardo.
eu resolvi essa parada com romances com data para acabar, já tem uns anos e eu estou muito feliz com o resultado. uma vida com vários amores. recomendo
Evitando problemas
Bruna, acredita que cheguei a pensar isso?!?! Tipo "olha, nosso relacionamento vai terminar em 6 meses, nessa data podemos renovar ou não, vai depender de como estivermos"... Mas nunca consegui ter coragem de ter esse tipo de conversa... Funcionou p vc?! Como vc abordou o assunto?
Sim, percebo isso, também, na dificuldade que tenho hoje de (re)iniciar um relacionamento. Sinto-me tão "abrigada" na minha solidão ou solitude que a insegurança bate forte quase todas as vezes que me deparo com um "possivel" relacionamento. É como se meu subconsciente me alertasse do "perigo", algo assim e acabo sempre me esquivando ou me auto sabotando , escolho "continuar só".
Me identifiquei com "seu amigo".
Eu sempre me senti sozinha. Fui uma criança melancólica, tímida, que a maioria do tempo brincava muito sozinha. Cresci e a solidão sempre me acompanhou e eu pensava “um dia vou encontrar alguém e ai não vou mais me sentir sozinha”. E na terapia, depois de alguns anos de analise, fui me sentindo segura no meu contorno e descobri que não me sentia parte da minha família e nem de lugar algum, e passei anos identificada apenas com meu trabalho. Esse processo de me sentir segura no meu contorno me fez ter vontade de estar de verdade com as pessoas, de experimentar ser eu em relação com as pessoas da minha família, com amigos, com outros tipos de grupos e ambientes e ai a sensação de solidão que sempre me acompanhou, foi sumindo… 🙂 Hoje estou vivendo e aproveitando essa experiência de estar confortável no meu contorno e em relação com o mundo!
Manu, respondendo sobre como eu lido com a minha solidão, é muito interessante observar dois momentos muitos distintos sobre essa questão. A primeira, se deu numa construção de praticamente uma vida inteira onde eu aprendi que a solidão era o meu normal. Pais separados, mãe ausente por ter que trabalhar, na escola eu estava sempre afastado/excluído por uma série de questões, no campo afetivo eu sempre era o preterido da turma. Com isso, eu entendia a solidão como o meu estado normal no mundo. Com isso, eu cresci com essa premissa fortemente enraizada em mim, ao ponto não "me incomodar" com ela. Tive que aprender a estar só, a ser meu amigo, minha mãe, meu pai, meu ouvinte, meu conselheiro. Então a solidão não me incomodava tanto e eu até passei a procurar estar sempre só.
Já no segundo momento, aos 25 anos (hoje tenho 28), a solidão passou a me incomodar. Passei a sentir a necessidade de criar vínculos e afetos. E, a partir daí, passei a viver sob uma perspectiva totalmente diferente da que eu tinha vivido a minha vida inteira. Criei um ciclo totalmente novo de vínculos, me abri a estar vulnerável e amar alguém e me permitir ser amado de volta, e foi uma experiência muito transformadora nesse aspecto. Contudo, quando eu experimentei isso, eu me descobri muitoo carente desses afetos. Foi como se me descobrisse capaz de amar e ser amado pela primeira vez. É quase como uma criança que comeu chocolate pela primeira vez e agora quer sempre. Até então, eu não tinha conhecido esse lado da vida e agora tivesse passado a conhecer. Só que com isso, hoje eu tenho sofrido muito com a solidão, coisa que para mim era normal até então.
Então hoje eu posso dizer que estou tentando criar uma "terceira via" kkkkk, que é nem me isolar totalmente do mundo e dos afetos/vínculos que ele pode me proporcionar, e nem sofrer por uma carência não suprida. Que louco tudo isso!
Muito obrigado pelo conhecimento compartilhado, Manu! Forte abraço!
Meu histórico é bem parecido, eu tenho insistido nessa terceira via também, mas quando a coisa aperta eu volto pro meu lugar de conforto na solidão, pois eu tenho mais tempo de experiência nisso e preciso ter um lugar pra voltar quando dá um bug, estar sempre equilibrando esses dois universos às vezes é exaustivo, mas eu volto a tentar.
Igual Victor para mim bem parecido. Mas ainda sofro, já sofri mais porém ainda sofro pois as carências são bem infantis mesmo sendo adulto. Vc escreveu super bem a terceira via, difícil achar o caminho rápido.
Vc me descreveu!
Me identifico também. Tô nos 25 e talvez nesse momento de virada (já há uns 2, 3 anos, depois de um processo de término muito traumático). Mas tenho muita dificuldade em ser a pessoa que busca os vínculos porque em algum lugar sinto que isso me diz que não sou buscada, e aí rolam outras questões. Enfim, o bagulho é loko kkkk
Me identifiquei nesse comentário. Deu voz a um sentimento que não estava conseguindo me expressar. Parabéns por enxergar e por estar nessa batalha, hoje eu vejo que preciso criar essa terceira via.
Como você conseguiu caminhar mais em direção a segunda? Tenho 27 anos, e sinto muita dificuldade de criar os vínculos que tanto ignorei e tal...
Na semana passada eu e minha psicóloga CV sobre as minhas insônias, q começaram na fase da adolescência e só piorou com os anos. Chegamos no ponto, em que eu tenho dificuldade com entregas nas relações e que isso pode acontecer tbem com a hora de dormir. Além da dificuldade de entrega, tenho medo de morrer então é realmente difícil me entregar ao sono. Só compartilhar e dizer q sou fã do canal! ❤️
Solidão só é legal quando optativa
O "estar só" sempre me foi abrigo. Um lugar para voltar. Mas percebi com o passar dos anos (que culminaram neste agora) que passei a evitar (aos poucos) estes momentos de encontro comigo. Atabalhoando-me de coisas. Correndo contra o tempo. Dizendo o que não queria. Fazendo o que não queria. Evitando o que sentia e pensava. Apenas pela aparência de "estar bem" àqueles que amo. Eu em relação ao outro em detrimento do eu consigo mesmo. Contemplo-me agora num hiato imenso. Alheia a mim como nunca. Cultivando este encontro aos poucos e por vezes me assustando ao deparar-me com o que motivava minhas fugas. Em conversas com minha psicóloga, a caudalosidade do que me angustia no ontem e acelera exacerbadamente no amanhã tem se mostrado uma sequência de "agoras" abdicados há muito, muito tempo. Quase a minha vida inteira. Seria possível uma criança de dois anos compungir-se tanto em relação ao seu entorno? Tudo me parece tão vago. Desde já agradeço.
Tenho não!!! Curto a minha própria companhia...bem de boa. Qd criança sempre estava com meus irmãos (tenho 4) e pais , que foram e sao muito presentes.... amigos tambem. Aí casei, mudei de cidade...meu marido viajava de vez em quando....Passou um tempo fora do país fazendo cursos.... E nao tive outra opção a não ser aprender a me sentir segura comigo mesma....e acabei curtindo. A Leitura me ajudou nesse processo. Gosto tb de estar com pessoas, essa troca e muito bacana....
Mesmo em situações que não me agradam muito , procuro sempre ver o lado positivo ...o que posso aprender c isso q estou passando....e sigo em frente!!!
No final vc resume bem: "aprender a ficar só é quase uma condição para se relacionar bem"
A solidão pra mim sempre foi uma constante. Desde pequena, tive muitos momentos de solidão, no meu quarto sozinha, fazendo coisas sozinha e tals. Apesar de eu ter uma irmã e a nossa diferença de idade não ser muito grande, nós não fazíamos muitas coisas juntas, porque eu sempre fui mais madura do que ela na infância e nossas personalidades eran muito diferentes: enquanto era mais quietinha minha irmã era mais arteira. Tive diversas reflexões em meditações e exercícios de respiração sobre essa origem da minha solidão: por esse temperamento forte da minha irmã, meus pais passaram a dar mais atenção a ela, afinal eu era mais obediente e quieta, então não dava tanto trabalho, enquanto minha irmã sim. Então aprendi muito a fazer coisas que eu gosto sozinha e a lidar com isso. Com o tempo, agora na fase adulta, percebo que como reflexo eu obtive um distanciamento maior da minha família: dificuldade de comunicação e de expressar meus sentimentos aos meus pais, enquanto minha irmã tem mais facilidade. Mas enfim, essa questão da solidão é algo que eu acredito que sempre vai me acompanhar e por muito tempo eu me culpei por isso, por ser uma pessoa mais solitária. Houve momentos que eu aceitava qualquer tipo de ciclo social só para não estar sozinha e ser aceita por alguém. Mas hoje tendo mais consciencia dessa culpa sem sentido, eu passei a amar fazer minhas coisas sozinhas e aceitei que essa foi a forma que eu sou e que encontrei de estar no mundo.
Pareceu que eu estava lendo sobre mim.
Hoje com 55 anos, às vezes prefiro ficar sozinha, tenho preguiça de interagir com pessoas....
É engraçado pensar sobre solidão.
Mesmo dentro de casa, quando criança, sempre me senti só. Não com relação a companhias, mas mesmo com pessoas a minha volta nunca me senti acolhida.
Sou muito sociável e viajo muito. Moro em outro país, longe de todos os familiares e amigos de infância. E ainda continuo fazendo conexões bem interessantes com pessoas que encontro no meu caminho.
Mas me sinto só.
Não é carência de afeto, na minha opinião , mas uma coisa mais profunda.
Sinto que a solidão (não apenas por estar solteira por muitos anos, mas longe de várias fontes de afeto) pra mim eh muito mais ligada a não ter alguém (amigo, família, amante) que possa fazer o papel do espelho. Alguém que me provoca a olhar pra mim mesma e ao mesmo tempo ser capaz de me acolher.
Acredito que aprendi a achar múltiplas figuras que eventualmente fazem esse papel na minha vida ( um colega de trabalho, um companheiro de quarto, uma pessoa aleatória que acabei de conhecer na rua) e não depositar em uma só pessoa essa função de acolhimento.
Mesmo assim, sonho em um dia encontrar essa figura única 😅 quanta loucura isso
Achei incrível como esse comentário encontra com a minha fantasia do ideal. Me parece que isso sim é saber viver… saber se relacionar consigo mesmo… Enquanto realidade, tenho um parceiro que me provoca a olhar para as minhas faltas e por quem me sinto acolhida, mas também por quem me sinto dependente…
Manu, comecei a fazer psicologia depois de perceber, através de você, que essa era uma área que me interessava bastante.Todas as suas reflexões mexeram profundamente aqui dentro e me ajudaram a tomar essa decisão! Obrigada ❤️🧠✨
Olá! Atuo como Docente em cursos técnicos na área de saúde e sou muito fã da psicanálise. Passei a trazer seus vídeos da auto escrita para abrir e fechar algumas mediações. Atuo no Senac Aclimação, que é uma instituição que atua a pratir de práticas de afeto e do afeto. Depois de passar os sete afetos fundamentais, as mediações passam a fluir de outra maneira. É como se cavássemos juntxs novas afluentes e até nascentes, já que atuo muitas vezes com pessoas adultas em situação de vulnerabilidade social. Saudades da Flor, mas está cada vez mais solto, mesmo sem ela! Parabéns por pensar tanto sobre seus filhos e agradeço por trabalhar pelas filhxs de outras pessoas!
Já o meu problema é facilidade para ficar só. O meu receio é cada vez me fechar mais e terminar isolado. Ou.. para que isso ñ ocorra, acabar buscando companhias quaisquer, mesmo que sejam ruins para mim. "Antes mal acompanhado do que isolado"
Não conheço lugar mais seguro e confortável que a solidão. É tão bom que vicia.
Desde muito cedo eu entendi a solidão como um status quo, sou filha de mãe solteira assalariada e pai ausente/presente conforme conveniência, ainda que sendo a filha única o afeto dos meus pais nunca foi garantido, então pra não viver condicionada a um afeto instável e disputado eu tive que me fortalecer em mim. Como no início dos anos 2000 era "legalizado" criança se cuidar sozinha, foi assim desde os meus 6 anos, acordando e tomando café da manhã sozinha, indo pra escola e almoçando sozinha (...). Sendo assim, eu aprendi desde cedo a encontrar conforto na solitude, é um lugar de paz e plenitude, eu não só gosto como preciso disso. Como nem tudo é 8 ou 80, existe uma porcentagem de evitativo de apego aí também baseado em histórico amoroso, pois quando o apego/amparo chega eu quebro os muros e agarro com força, só que quando ele sai eu fico muito devastada e a minha reconstrução é custosa e demorada demais, geralmente mais longa que a própria duração da relação, o que só volta a reforçar que a solidão é um lugar seguro pra mim.
Estar só, pra mim, geralmente é um momento bom. Repensando minha caminhada nessa vida, acho que sempre que estava acompanhado (geralmente de meus irmãos mais novos, e atualmente com minha companheira) sentia um certo peso de ser responsável por essas pessoas, além de sentir uma necessidade de performar uma pessoa que seja exemplo, sem dar espaço para minhas limitações. Acho libertador ficar sozinho, curtir as coisas que gosto sem que outras pessoas julguem ou se incomodem. Mesmo assim, em aspecto geral, nunca vivenciei um tempo grande sozinho, e em momentos da minha vida que estava solteiro, ficava aflito para estar me relacionando com alguém.
Hoje penso muito numa cobrança que havia na minha infância de cuidar/ser exemplo para meus irmãos, e como isso me afeta até hoje em várias relações distintas.
Fiquei feliz que um comentário meu do vídeo passado tenha servido de base para um conteúdo tão legal! Satisfez minha necessidade de atenção 🤣🤣🤣. Brincadeiras à parte, sobre a solidão, o fato é que, pra mim, ficar sozinha é bem confortável, mais por um mecanismo de autodefesa (medo do abandono) do que por realmente ficar bem assim. Até mesmo porque, hoje, eu não considero que fico realmente sozinha rs. Quase sempre sou levada a vários lugares enquanto só, viajando nos meus pensamentos e nunca estando no "aqui e agora". O mais curioso é que, quando criança, eu amava fazer novas amizades e era bem comunicativa. Hoje, só preguiça, mas também acho que seja o mesmo mecanismo de defesa: medo do abandono. Procuro imperfeições nas pessoas (como se euzinha não as tivesse) e corto o vínculo rapidamente, não me permito aprofundar as relações. Felizmente, hoje tenho um parceiro maravilhoso que está me ajudando nessa batalha rs. Eu adoro seu canal porque, apesar de vc seguir uma linha bem diferente da terapêutica que hj me ajuda, existe uma abertura sua pra conhecer outros pontos de vista. No fim, as várias linhas de raciocínio acabam interagindo, mesmo com suas divergências.
Sou filha unica de pais superprotetores - especialmetne pai - e durante toda infancia e adolescencia fui carente e desesperada por companhia. Hoje moro sozinha e amo ter meu espaço sem ter que dividi-lo com ninguem. Existem coisas na vida contra as quais vc não deve lutar porque são mais fortes que você, no meu caso, estar sozinha. Eu sempre fui colocada em circunstancias onde eu fiquei só. A vida ficou mais facil quando parei de lutar contra isso e aceitei. Não sei o que me espera daqui pra frente, afinal como o proprio emmanuel disse, estar só é perigoso, mas se formos pensar de forma pratica, morrer todos vamos um dia, e se isso acontecer porque por azar eu estava sozinha, uai, na contabilidade dos fatos, o restante fa vida foi do jeito que eu queria, então terá valido. Sei lá.
Na minha infância eu comecei a criar um mundo irreal. Eu montava "casinhas" e nessas casinhas tudo era harmônico. Não havia violência psicológica. Eu era amada, cuidada e validada. Com o tempo eu comecei a achar injusto não ser amada e não ser cuidada..comecei a achar injusto ser ofendida e humilhada. Daí fui me afastando emocionalmente da minha mãe, avó , tias, parentes com os quais eu convivia. Isso foi a partir dos 11 anos. Daí em diante eu fugia dos conflitos. Eu não era rebelde a ponto de brigar. Eu só queria ficar no meu canto. No meu mundo imaginário. Eu tenho dificuldades em me aproximar das pessoas. Não consigo ter amizades totalmente claras. Não consigo me mostrar.
Manu, poderia falar mais sobre o medo de enlouquecer? Pq é mto mto aflitivo...da onde vem isso? É necessariamente pânico?
Vem da ansiedade descontrolada. E relaxa que vc não está ficando louca, os "loucos" não percebem que estão ficando assim.
Pensamentos intrusivos
Eu gosto muito de ficar sozinha, tenho muita paz comigo mesma! Mas um certo convívio social tb é importante!
Há dois anos me separei num momento bem bagunçados dos meus afetos que se somou ao evento. A solidão se transformou num monstro em muitos momentos. A solidão do núcleo familiar, a solidão do compartilhar o dia, a solidão no dormir, a solidão no compartilhar projetos. Parece sim que estou sendo constantemente em desamparo, abandonado.
A solidão incomoda muita gente!😢
Eu não queria a solidão, mas ela existia e coube a mim aceitá-la e me divertir com ela. Minha dificuldade de fazer vínculos na infância e adolescência criaram a solidão como única saída, como estratégia de liberdade, porque me permitia criar um mundo no qual era aceita. Meu desamparo, portanto encontrou na solidão uma solução, uma estratégia de fuga da realidade que me fazia mal. Só que com o passar do tempo, os mundos possíveis criados na solidão não se sustentaram, não foram suficientes e ela como única saída não foi suficiente. Na pandemia da COVID-19 ao me deparar com a solidão em 04 paredes, sobrevivi por 03 meses bem e depois adoeci. Adoeci por profunda solidão. Desde então, a solidão e eu nos respeitamos mais, encontrei algumas outras saídas em diálogos com pessoas que confio. Entendi que a solidão é limitada e que dialogar o mundo do eu sozinho com o mundo do junto é necessário. A solidão, ainda que seja algo só, ela apenas se sustenta de forma saudável se existe algum espaço que teve a experiência do junto. Sair da solidão foi tão difícil quanto aceitar ela como uma saída de sobrevivência em outro momento.
Mesmo depois de alguns meses, espero que ainda esteja lendo comentários...
Cara, ótima questão sobre a solidão na infância e o impacto na vida adulta! Essa é uma das minhas questões fundamentais.
Eu sofri muito bullying na infância, violência verbal e física também. Sem nenhum amparo em casa também, sem conversa, nada. Sempre isolado e sem amigos, provavelmente pra evitar aquela situação.
Depois na adolescência fiquei, reprimido, cheio de ilusões de filmes e vulnerável a discursos religiosos.
Me tornei músico. Daí rolava uma conexão não verbal que passou a ser minha régua pra medir as amizades. Com o tempo e a vida profissional o cara supera algumas coisas e enfim, passou.
Mas recentemente tenho sofrido com problemas de auto estima de novo, em parte por causa da situação dos artistas durante a pandemia, mas consigo perceber um resquício daquele sentimento de humilhação e isolamento de criança.
Lidar com esses "fantasmas" que perseguem o nosso inconsciente... Será que tem "cura"? Porque achei que isso tava superado, mas tenho visto outras pessoas com situações bem parecidas.
E outra: como é esse processo de passar a gostar da solidão como artifício pra fugir de relações doentias? Ou será que isso é um processo da maturidade e características de cada um e independe do ambiente??
Bateu pesado a questão de ter aprendido que o mundo é um lugar ameaçador. Interessante pensar que isso é baseado na visão e no emocional de outras pessoas (pais e pais dos pais), que muitas vezes também se sentiam desamparados no mundo e com pouco ou nenhum equilíbrio emocional. Claro que vai rolar um medo de ficar exposto e vulnerável. E tudo que acontece parece vir reafirmar isso. Hora de questionar tudo isso. Ótima reflexão!
Aos 49 anos, prefiro a minha paz. Não descarto um encontro, mas o fato é que a gente se acostuma com a solitude.
- Essa frase: "Talvez você possa ser outra pessoa."
Isso é algo que está muito presente na minha vida hoje em dia. Aquela velha história: "ah mas eu sou assim." ou "nossa, muito sua cara isso", etc...
Eu estou percebendo que colocam a gente em caixinhas, (às vezes nós mesmos nos colocamos) e você leva aquilo pra tua vida como se fosse uma verdade universal. Isso não está fazendo mais sentido pra mim. Inclusive tem uma frase que eu gosto e que eu tenho levado comigo que diz: "Pra eu me tornar algo que eu desejo ser, preciso desapegar daquilo que sou".
- O terror do sábado a noite.
Tem aquele trecho do Bukowski: "Domingo, o pior, o mais desgraçado entre todos os dias da semana." Mas pra mim, sem sombra de dúvida é o sábado a noite. É quase como uma entidade da solidão que baixa em mim. Uma sensação antiga e familiar. Uma tristeza/vazio bem específico, que só vem no sábado a noite.
Eu acho que esse negócio da solidão virou clichezão. Solidão x Solitude, instagram com frase de efeito e geral quer se encaixar naquilo que o instagram traz, mas acho que todo mundo sente mal em estar só em algum ponto, porque todo mundo que eu já vi, quando fala sobre esse assunto diz gostar de estar só, MAS tem horas..., MAS depende...
Acho que cada um tem seu calcanhar de Aquiles quanto à solidão.
Não é nada fácil aprender a gostar de estar só, mas é totalmente necessário. Concordo que, de fato, precisamos aprender a estar só.
A gente gosta de estar sozinho quando sabe que tem alguém com quem pode estar junto - se quiser.
Sensacional sua última frase, é bem isto mesmo que se passa por aqui!
Moro só há poucos meses para 10 anos, ñ tenho família próxima e a relação maternal mesmo distante é tensa a ponto de não julgar benéfica.
Tive que aprender à duras penas a encontrar prazer em ser/estar só principalmente nos fds...
Gosto dos meus momentos comigo mesma, gosto e mto! Mas seria infinitamente melhor ter a possibilidade de recorrer a alguém sempre que sentisse esta necessidade.
@@luisavono3389 Não é fácil, Luísa! Precisamos do outro em alguns momentos né? Mas eu tenho certez que aqui no canal você pode encontrar companhias verdadeiras 💙
@@camiribeiro708 oh querida, mto obrigada pelo acolhimento! O canal é incrível mesmo, participar dos comentários é engrandecedor e complementa o vasto aprendizado! Bjo carinhoso e vamos em frente!
Eu tenho a teoria que quem fala isso não sabe o que é ser sozinho de verdade. Acha que é se trancar no quarto no fds e ter alguns contatinhos pra não se apegar pq querer relacionamento hoje em dia virou crime. Se fosse tão bom assim, não teria um castigo na cadeia chamado SOLITÁRIA.
E a internet me prometeu que eu ia gostar dessa p*rra, vão tomar no cy.
Bom dia!
Como esse vídeo me bateu profundo, vim de uma família com poucas condições financeiras e morávamos em uma kitnet, mãe, pai e 6 irmãos, então ninguém tinha seu próprio espaço. Estou descobrindo que tenho uma dificuldade enorme em ficar só, minha mãe que foi filha única sempre disse que tinha medo de ficar só é que por isso quis ter uma família grande, agora que fiz minha casa e moro só, estou ficando triste, angustiada, choro e me sinto só, não estou lidando bem com isso e um dos meus sonhos era ter a minha casinha, quando isso acontece me sinto um infeliz. Obs: estou solteira a 2 anos e decidi ficar um tempo só pois toda relação que eu tinha eu me anulava e me perdia, daí entrei nesse processo de querer me entender, saber quem sou primeiro para depois dar espaço para um relacionamento saudável na minha vida.
Gratidão por esse vídeo, acho que vou ter que assistir muitas vezes para poder entender melhor!
Ps: Parabéns a você e a Flor pela linda família! 👏👏🙏
sempre me senti abandonada ,rejeitada pelos meus pais e irmãos e isto se agravou na adolescência qdo vê senti incapaz de enfrentar o mundo ..tive transtorno de Pânico...durou anos e foi amenizando a medida que baixava a guarda e me sentia amada por meu namorado...que se tornou marido, nós nossos 28 anos de casados.
Hoje sou muito feliz e tudo parece passado,mas tenho plena consciência do qdo sofro só de pensar de meus filhos saírem do ninho e me sentir só novamente.
embora curta muito minha solitude...qdo opto por ela.
Bom dia, Manu! Seu comentário sobre o Vicente me fez lembrar do que eu ouvia das mulheres da minha família sobre recém-nascidos. O bebê passa os últimos meses da gestação sendo apertado pelas paredes do útero, o que dá uma sensação de acolhimento e segurança. Quando sai, seu corpo precisa ser contido ou embalado para se sentir seguro. O uso de mantas que o embale firmemente, incluindo os braços, o ajuda a ter mais segurança ao dormir no berço. Pode ser que essas sabedorias populares ainda façam sentido para os bebês modernos...🥰
Com certeza!!!
Fato, fato, fato!
Desde que comecei a me questionar a partir da visão da neurociência afetiva descobri ou admiti que sou uma pessoa que gosta de fazer coisas escondidas. Analisando minha infância percebi que isso foi uma forma de sobrevivência. Precisei confiar só em mim e esconder certos comportamentos para sobreviver das surras do meu pai e dos ataques da minha mãe. Este comportamento ainda hj me persegue. Sobrevivi me recolhendo e fazendo o que gosto escondido. Então pra mim a solidão sempre foi benéfica. Hj não teria mais motivos pra me esconder 😔 pq sou bem resolvida e dona da minha vida. Então por que continuo neste padrão ? E não escondo coisas muito erradas não. São bobagens do tipo fumar escondido quando estou nervosa ou comer algo gostoso. E agora que não preciso me esconder continuo pq sinto que adoro isso. Isso é normal ? 😊
Acho que vc já falou em diversos vídeos sobre os atravessamentos das redes sociais nessa questão da solidão. E é interessante perceber que elas acabam sendo esse "contorno", do qual vc fala, para algumas pessoas - sejam as que não lidam bem com o estar só ou as que lidam até bem.
Falo por mim, sempre estive um tanto só na vida - devido a um forte sentimento de inadequação, que hj percebo e trabalho em terapia. Minha narrativa é que acabei buscando transformar a solidão numa experiência agradável pra mim (em solitude), e consegui. Entretanto, existem os momentos, como vc falou sobre si, que eu não queria estar/me sentir só, mas fiquei (exemplo: há um ano e sete meses minha mãe faleceu e minha namorada me deixou um mês depois) e foi extremamente dolorosa a experiência da solidão. Mesmo que eu já soubesse lidar com ela, a fragilidade daquele momento de perda/luto, me deixou mto confusa, e foi como se eu tivesse perdido a "habilidade de estar só".
Voltando a questão das redes: foi expondo a minha dor da perda da minha mãe através de textos nas redes sociais e recebendo todo tipo de retorno de interação (likes, comentários, directs, etc) que consegui esse "contorno que me diz que eu existo" e que me ajudou a passar por esse momento de solidão extremamente delicado.
Para o bem ou para o mal, as redes sociais acabam tendo um protagonismo na nossa solidão. Sabendo das tuas opiniões sobre as redes, o que você poderia comentar sobre essa minha experiência?
Obrigada pelo(s) vídeo(s). Vejo todos! :)
Solidão e privacidade é fundamental para a vida na civilização.
Me reenergizo qdo estou só. Mas a sociabilização é fundamental ❤
Seu canal me foi indicado recentemente por uma amiga, e estou assistindo um vídeo atras do outro! Gosto mto do jeito que vc fala casualmente sobre questões importantes. Os ultimos 3 anos foram transformadores pra mim fazendo psicanálise. Me encanto por freud, lacan, winnicott…esse vídeo dialogou diretamente comigo agora. Nao posso dizer que sempre me sento sozinha, mas a questão do ambiente caotico sempre foi uma realidade pra mim. A impressão que sempre tive em relação ao comportamento dos meus pais foi essa: tudo estava a ponto de desmoronar e dar errado o tempo todo. Cresci tendo que cuidar mto de mim mesma sozinha, porque tinha a sensação de que meus pais ja tinham tantos problemas, que eu só poderia levar soluções à eles. Entao sempre tentei resolver tudo sozinha. Hoje em dia tenho mta dificuldade em pedir ajuda, e acho sempre q estou incomodando. Isso me traz muita solidão. Saí recentemente de um relacionamento de 10 anos por nao me sentir vista e cuidada. Sempre achando que eu cuidava de tudo. E ha 8 anos desenvolvi um TAG. Estou sempre alerta, nao consigo relaxar, pq acho q tudo que conquistei na vida pode desmoronar a qualquer momento. Situações nas quais tudo corre bem, sao muuuito estranhas pra mim. Seu video trouxe mais esclarecimentos pra minha busca.
Obrigada por ser tao generoso.
Eu adoro ! Não é egoísmo, é Pazz mesmo
Cresci num ambiente onde hoje consigo reconhecer que era totalmente baseado no medo e abusos, meus pais lidavam com as questoes deles e as minhas e do meu irmao, sempre com muita violencia(fisica/psicológica) depois de crescer nessse ambiente sofro com a dificuldade de me relacionar em geral, esse video me fez pensar muito na origem da minha solidao e no quanto ela ainda me impacta negativamente nos dias de hoje, meu pai de um pai pouco presente quando atingi maior idade foi de ausente para inexistente e depois de muita terapia vi que lidei bem com esse abandono por que eu ja cresci sem aquela figura entao perde la nao necessariamente impactava no meu desenvolvimento mas como fui criado por uma mãe que apesar dos abusos/narcisismo/vicio(alcoolismo) sempre deu de tudo "material", percebi que meu grande problema foi me submeter a tudo imposto por ela pensando que minha recompensa por isso seria amor, entao eu queria ser melhor em tudo, agradar em tudo e mesmo assim era uma busca infinita que nunca teve fim, cresci e fui criado com uma inversao de papeis entao desde pequeno venho criando uma mãe que usava sua existencia como artificio para me controlar, pois as frases que cresci ouvindo eram "se me abandonar e eu morrer nao quero ninguem chorando no meu caixao", "agora que fiz tudo por voce vai me abandonar", "só tem esse bom emprego por que eu trabalhei e paguei seus cursos", "eu fiz tudo por voce e agora voce me nega ajuda" e nada que fiz até hoje foi bom o suficiente, nao que nao fosse mas a forma que ela lidava com minhas atitudes/conquistas eram sempre de desabono ou tirando meu merito daquela conquista, e isso tudo me consumia com um sentimento de ingratidao e insatisfação que nunca me pertenceram e foram entregues a mim e eu aceitei, até hoje sofro com as consequencias dessa criação e meu medo/certeza de nunca ser bom o suficiente pra ninguem dando tudo de si sempre as pessoas das quais acho que se fazem merecedoras desse esforço mas com a conssciencia de que ninguem demanda tanto quanto o que eu ofereço, apesar da repetição dessas praticas eu aprendi a identificar e dosar ainda que acima do que as pessoas precisem percebo que o que ofereço por mais que seja muito, ja é bem menos do que eu ja ofereci, fico feliz e puto por que eu aprendi a identificar meus padroes de comportamento e lidar com alguns deles, mas perceber que essa maneira ponderada de lidar ta longe da ideal, mas entender que abusos que duraram cerca de 80% da minha vida nao serão 100% melhorados em 20% delas, aiinda busco meios para fazer mudanças nos comportamentos que ainda fazem parte de mim, queria agradecer pois seus videos me ajudam muito a refletir e colaboram muito pra essa evolução.
mas a resposta em si é que estar sozinho não é o problema em si mas o ssentimento de abandono e de inssuficiencia que vem com a solidão é o que faz desse momento que deveria ser de reflexao e auto conhecimento um momento de julgamento duro e sem argumentação poiss apesar das coisas boas na nosssa vida esses sentimentos nos cegam e nos mostram apenas o pior de nós ate naquilo que nao existe o pior.
Oi Manu, vim a este canal justamente pela minha angústia em estar sozinha. Moro sozinha desde 2017, mas após a pandemia estar sozinha me incomoda de uma forma cada vez mais grave. É um silêncio e uma inquietação ao mesmo tempo, de fato, como você citou, a relação da TAG com o abandono é pelo menos para mim um fato. Meu relacionamento familiar foi caótico, meu pai ausente, minha mãe nunca demonstrou afeto e sempre que pode me tratou mal, até que decidi morar sozinha. O fato Manu é que eu pra amenizar a minha solidão eu instalei o Tinder, e agora me sinto ainda mais sozinha como se eu não conseguisse mais ter relações verdadeiras e completas sabe. Me sinto inadequada, como se a única forma de ter a companhia de alguém é suprindo as expectativas que esse alguém tem de mim. É uma situação muito complicada, existe alguma forma de amenizar essa dor de estar sozinho? Existe um caminho pelo qual eu possa me orientar para não ficar tão angustiada?
Que tal fazer yoga? Me ajuda bastante a me sentir melhor. Usei o tinder durante anos e só me fez perder o tato pra me relacionar no "mundo real". Indico o canal do Carlo Guaragna caso queira iniciar as praticas de yoga. Ajuda bastante a diminuir a bagunça mental. (ruclips.net/user/CarloGuaragna)
Manu, fiquei muito curiosa para a questão do medo da solidão à noite.
Você poderia abordar esse tema em algum próximo vídeo?
Interessante! Durante o dia não ligo de estar só, mas a noite quero companhia.
Tenho 50 anos e ainda hoje não gosto de ficar muito tempo sozinha , vivi a guerra de Angola e talvez isso explique toda a minha vida . Em relação a solidão/ desamparo como não perdoar uma mãe a viver uma guerra com uma criança ao colo e horrar a sua alma com a pesquisa constante até encontrar este video para o meu crescimento ......
Obrigado
Sempre quando me sinto sozinho eu assisto seus videos ❤
Emanuel, interessante este tema. Qdo eu era criança eu ficava bem sozinha, mas sabia q minha mãe está bem ali. E agora eu continuo amando ficar sozinha, mas sei q meu marido está por perto. Daí fiquei pensando se ele não existir um dia na minha vida.
Achei este vídeo muito interessante. Eu sempre me senti só, a maioria das coisas eu fiz só, sempre me senti alheio a minha família, pois entendo que eles me amavam, mas eles não gostam de mim. Então, por sobrevivência, eu tive que aprender a fazer as coisas só, omitir coisas da vida e etc. Por eles não me aceitarem como eu sou, eu acabei por entender que ser eu era um problema, então estar só comigo mesmo era complicado, pois me via no espelho do que não podia ser, mesmo sendo. Havia o reflexo da própria vida de minha mãe de não poder confiar no mundo, então o contato com o mundo foi restrito, não poder sair de casa, não poder ter amigos, não poder ir para casa de ninguém. Então vivia sempre em um paradoxo de não poder estar com os outros, mas ao mesmo tempo não poder estar comigo, pois estava errado. São longos anos de ajustando meu bem estar em mim mesmo.
Me identifico
Exatamente, quando mudei p a Italia, ja com 58 anos, Eu pensava sempre. Quem Eu Sou Aqui ?
Nasci prematura e fique 3 meses internada numa época que nao se valorizava o contato pele a pele com os pais,eles só podiam me olhar por um vidro.Quando sai do hospital minha mae já tinha voltado a trabalhar e eu fiquei com uma baba. Nunca fui amamentada.
Não teve afeto na minha relação com meus pais. Não havia acolhimento,não havia espaço para expressar as emoções.
Cresci me sentindo muito sozinha, uma carência enorme.Sempre busquei as pessoas, o meu maior pesadelo era a solidão. Lembro que desde criança sentia pena de pessoas sozinhas, muitas vezes tentava ajuda las de tanto incomodo que sentia por elas.Doia em mim.talvez uma dor maior do que delas próprias.
Com isso me tornei aquela pessoa que fazia de tudo para agradar, a boazinha, a que nao sabia dizer não. Sofri muito primeiro com amizades e depois com relacionamentos afetivos.O importante nunca foi eu gostar da pessoa e sim a pessoa gostar de mim.E essa carência me levou a um abismo dentro de mim mesma.
E hj, com 40 anos, de tanto "bater a cabeça" em relacionamentos sem reciprocidade me vejo totalmente sozinha e sem perspectiva de me relacionar novamente.
Hoje vivo o que um dia foi meu pior pesadelo.Tem dias que são piores mas tem dias que eu penso: "não esta tão ruim assim".
O meu medo é me acostumar com a solidão e sentir pena de mim mesma assim quando eu sentia das pessoas solitárias quando era criança.Estou me esforçando a viver um dia de cada e aprende com a solidão....mas em dias que é tao difícil...como hj...
Esse vídeo é espetacular, mas traz uma angústia nebulosa! Pq agora eu preciso enfrentar cada lugar que não me sinto pertencente. E são praticamente todos. Essa loucura que vc cita é exatamente o que sinto. Se eu ficar só eu enlouqueço. Tamanho é o medo! Socorro!!!! Rs
É interessante pensar nesse interstício entre subjetividades e o ambiente porque nos leva a entender o impacto das relações sociais e econômicas na vida emocional. O mundo que nossas mães e pais viam como ameaçador, no meu caso, foi a ditadura militar, o processo vacilante de redemocratização e depois a elevação inflacionária. Será que esses movimentos da sociedade ajudam a explicar o porquê hoje temos tantos jovens adultos ansiosos e angustiados?
A minha solidão, por muitos anos, do zero aos 32 foi sempre uma opção e na madrugada quando a casa ficava silenciosa, pra estudar e pra criar (poesia e música). Após a separação do casamento a solidão foi um aprendizado porque até os amigos que estavam em minha casa todo final de semana para jogar baralho, beber vinho e rir muito se afastaram. Faço tudo sozinha na boa, desde que sejam as coisas que já fazia antes. Já, as novas experiências sozinha são mais complicadas, desafiadoras e, algumas eu realmente não consigo fazer, recuo, prefiro não ir, por exemplo viajar, ir a um barzinho. Também porque moro há anos numa cidade em que as pessoas não são muito próximas e pouco se agregam. Fora a dificuldade de viajar e ir a lugares novos sozinha vivo bem só comigo. Hoje talvez eu sofra pra reaprender a morar junto com alguém.
Seu canal foi sugerido agora para mim e confesso que sua abordagem é muito didática. Primeiro eu estou grata e segundo precisava elogiar a sua dedicação em buscar o sentido de tudo o que temos dentro de nós.
Mas..... retirando momento de reflexão, introspecção e traçar objetivos, somos agregadores é qdo a pessoa é certa é bonito bom estar acompanhado e ser bem cuidado.
o começo do vídeo me impactou bastante, meu ambiente familiar foi sempre imprevisível, com muita inconstância no humor dos meus pais e na presença deles em casa. sempre ouvi comentários negativos deles sobre mim mesma intercalando com momentos de carinho, um comportamento super protetor intercalado com negligência. imagino que por influência disso, hoje em dia sou muito ansiosa e não tenho nenhuma ideia de mim mesma, não tenho identificação com quase nada. quando me envolvo com alguém a pessoa se torna parte da minha identidade e eu me moldo para me tornar alguém que agrade a pessoa, me apegando muito e sentindo um medo constante de abandono e rejeição por parte dessa pessoa.
Mariana, tb passo por isso de alguma forma... Um senso de não ter identidade... Vc não está só na construção dessa desconstrução rs, tamo junto🙏🙏
@@isabelasouza8000 obrigada!! vamos conseguir superar tudo isso
@@mountsinai_ com. certeza! Sigamos tentando...
Videos longos, sensacional!
Oi Manu tudo bem?
Seus vídeos sempre são muito interessantes e me fazem pensar além do que já geralmente penso rsrs. Eu venho de uma família grande e muito unida....e ficar ao redor de todas as pessoas juntas me imcomodava muito ,principalmente na adolescência.
Bom...cresci rrsrs.......ainda amando meu silêncio, ao mesmo tempo amando as pessoas e estar ao redor de muita gente.
Tenho um filho.....hj com quase 19,tive ele com 19.....e sempre teve um silêncio muito grande entre nós dois.
Engraçado que percebo que ao mesmo tempo temos um elo grande e importante.
Vc diz no vídeo que somos um pouco dos ambientes e situações que vivemos.
E isso me faz refletir.......
Amo o silêncio, amo pessoas,amo meu filho,ao mesmo tempo não sei se consigo saber se ele me vê como eu sou, amo a agitação...sou enfermeira e passo 12 horas do meu dia em um ambiente extremamente agitado e rodeada de muitas pessoas....e amo isso....mas amo qdo chego no meu quarto e não escuto absolutamente nada......somente o meu silêncio.....que eu acho que é o que sempre mais fala......o silêncio sempre fala.
E então penso....como pode......como conseguimos ser vários de nós?
Somos vários em um só? Somos só em vários?......vários como extinto de sobrevivência e de adaptações.......afinal.....temos que conviver com várias pessoas.....que tbm se fazem de várias versões de si mesmas para sobreviver e adaptar.
Muito obrigada por sempre me fazer pensar.
E agradeço tbm.....pois foi através dos seus vídeos que decidi começar a estudar psicanálise tbm......e tentar entender o que sempre quis entender......o pensamento e o silêncio.
Bjo gde
Eu sempre gostei de ficar sozinha, achava o máximo ❤️
Gostaria de agradecer pela sua intenção de nos levar a tantas reflexões! Quando você disse no vídeo "você pode dormir. É seguro dormir" me tocou muito (e olha que eu durmo bem kkkkk), mas é como se dissesse que podemos descansar, que podemos confiar no que não "controlamos", no meio, nos outros, enfim, no mundo! E isso é tão reconfortante! E seus vídeos, essas palavras acabam não nos deixando sós, acabam sendo essa companhia que necessitamos quando éramos bebês! E por isso te agradeço!
Eu assisto seus vídeos e minha mente começa a pipocar pensamentos que nunca pensei antes, duvido que seja assim só comigo kk, meu diário que as vezes fica uns dias sem ser escrito vira páginas e páginas em algumas horas, muito obrigada por isso 😊
Esse vídeo chegou em um momento muito oportuno para mim, pois estou passando por um momento de angústia em que perco pela quarta vez uma relação amorosa (com a mesma pessoa) justamente pela minha dificuldade de construir um eu diferente do que construí com a minha família. Tenho uma relação muito próxima com a minha família e uma mãe super protetora (que me mantém sempre por perto) e que talvez dificulte a minha percepção dos meus próprios desejos e a necessidade de construir outros vínculos (separados desse da família). Para mim, é muito difícil "abandonar" esse eu filha, esse eu que quer estar sempre em harmonia com a família e por isso acabo deixando de viver outras coisas, estreitando outras relações, o que é muito frustrante. Não sei se estou desviando do assunto do vídeo, mas pensei nessa questão de como é difícil se desgarrar de uma identidade construída em um determinado lugar, com determinadas pessoas, para construir novas formas de ser e se relacionar. Obrigada por mais uma reflexão necessária!
Não se sinta só, tenho a mesma dificuldade!
Suzeli, tb estou passando pelo processo... Estou morando em outro Estado, pela primeira vez longe da família. Minha mãe veio me ajudar na minha instalação, mas hoje está indo embora... Estou me sentindo perdida, como que sem identidade, até porque nunca me senti exaramente eu quando estava em família... Vc não tá só, nem a outra moça que comentou aqui tb, nem outras pessoas que lerão e tb se identificarão....
@@isabelasouza8000 por vezes, a partir do julgamento de pessoas que têm uma outra dinâmica com a família, acabo achando que eu sou a pessoa mais estranha do mundo. É algo que eu gostaria de mudar, mas é um processo difícil e lento, e nem todas as pessoas do nosso convívio compreende isso.
Obrigada por compartilhar Manu. Assim que possivel, espero que a Flor tambem venha para trazer as impressoes dela. Saude a familia!!
Você traz uma nomenclatura preciosa para a compreensão do nosso labirinto consciencial. Poderia buscar uma reflexão entre a autoescrita e a análise que Ken Wilber faz do espectro da consciência e o lugar dela na visão integral? (livros: O espectro da consciência, Visão Integral, Psicologia Integral etc.). Ele diz sobre psicologias do Ego e além do Ego. Acho que as diretrizes que aponta mostram os limites e avanços de cada abordagem do campo psíquico. Grande abraço.
Obrigada por esse vídeo, acho que essa é a questão da minha vida, sobre estar só. Eu cresci com duas irmãs e minha mãe sempre trabalhava e sempre me senti só, tive que aprender a me virar cedo e sinto o que você falou no vídeo. Se eu relaxar um pouco pode acontecer algo ou deixar passar algo. E para mim sempre foi fácil ficar sozinha eu acho que realmente gosto de ficar só, consigo fazer muitas coisas sozinhas mas a ironia é que tudo que eu faço ou a maioria das coisas é eu pedindo amor ou um pouco de atenção, não tinha noção que eu fazia isso mas foi com a autoescrita que estou conseguindo entender melhor muitas coisas na minha vida ! Muito obrigada. E as vezes eu sinto que é muito difícil para mim lidar com as pessoas, que está só é mais fácil e dar menos dor de cabeça mas no fundo eu sei que quero amor, e eu sinto também que se eu ficar com alguém eu vou me perder ... não sei explicar bem essa sensação mas é como se eu fosse perder alguma parte de mim e estar sozinha é lugar seguro !!
Acredito que quando as repetições começam a ser percebidas de forma consciente, há um salto enorme no caminho da mudança. Não quer dizer que o comportamento será diferente naquele momento, mas já diz de um aprendizado árduo para transformar padrões enraizados...
Muito obrigada pelas luzes que você lança por aqui, Manu! Tem clareado muitos processos meus.
Oi Manu! Achei muito interessante a questão do ambiente e da mãe 'sufocante/controladora' de um dos comentários. Hoje, já entendo que foi uma escolha da minha mãe devotar a vida dela pra mim. Porém, isso ainda, de alguma forma, me dá muito medo da solidão. Porém, eu gosto de fazer coisas sozinhas e de aproveitar alguns momentos de observação do mundo. E justamente esse título, A origem da solidão, é o que eu mais tenho pensado e repensado. Eu desejo encontrar um companheiro, formar uma família, mas o medo de ficar sozinha como a minha mãe me faz ficar muito ansiosa e sair ficando com qualquer pessoa ou não me achar elegível. Além disso, fico me perguntando sobre como traçar novos caminhos, a partir do desenvolvimento da minha identidade (que está em curso com análise lacaniana), mesmo com o medo de 'ser a minha mãe'.
Vendo o vídeo mais de uma vez, para chegar em novas perguntas! Obrigada por cada assunto deste canal tão maravilhoso!
Eu cresci ouvindo que as crianças espertas e inteligentes eram aqueles que se comunicavam e socializam muito. Como eu fui uma criança tímida sempre me via na obrigação de procurar estar com o outro, e isso não soava nada espontâneo (principalmente quando a iniciativa tinha que partir de mim), era uma obrigação. Mas de modo geral na infância tanto a solidão quanto a brincadeira com os outros acabavam sendo naturais e acontecendo, não havia julgamento da minha parte se era certo ou errado, ambos os momentos poderia ser bom ou ruim.
Hoje, percebo mais esses julgamentos e quando me vejo só, sinto uma certa pena de mim, e sinto até que atrapalha relaxar e fazer coisas legais de se fazer estando sozinha. E tem essa questão do medo Tb, de que o mundo é um lugar ostil como Emanuel falou no vídeo, um medo que não permite relaxar com a solidão.
Eu sempre gostei de ficar só (exceto a noite kk). A interação com outras pessoas drena minha energia e muitas vezes é angustiante. Eu preciso ficar só para recarregar as energias.
Eu tenho ansiedade social, cheguei ao ponto de tomar remédios por um tempo no início da pandemia por causa do aumento da ansiedade. Mas, de certa forma, o isolamento social pra mim é uma zona de conforto, não quero voltar ao "normal" porque eu fiquei super adaptado ao "novo normal".
Nao me recordo muito, mas acho que eu tinha medo de interagir com outras crianças e minha mãe era bem protetora.
Hoje eu tenho poucos amigos que fiz na época da escola e só eles são capazes de me forçar a "quebrar" essa tendência de me isolar do mundo.
Você é uma companhia hermosa!!!
Legal te assistir e aprender um pouco mais sobre mim, relembrando alguns fatos da infância. Eu desenvolvi uma fobia social e faz todo o sentido pensar que isso - além da própria herança genética em si - tá relacionado com o meio em que eu vivi e com as primeiras relações. Te ouvindo eu vejo que tem muito a ver com a minha mãe...
Tô passando por um momento muito delicado da minha vida e tenho que tomar decisões, uma delas envolve voltar ou não a morar com a minha mãe rs. Engraçado que é sempre o que parece mais cômodo, apesar de que quando eu estou de fato lá eu não me sinta exatamente assim.
Me sinto uma menininha presa no corpo de uma pessoa "adulta".
Um dia eu encontro as respostas...??!
Hoje em dia eu me preocupo por gostar demais de ficar comigo mesma. Para mim, o ideal é ter alguém que more bem próximo, se possível na porta ao lado. Assim, poderia alternar momentos de intimidade, de proximidade, com momentos de solidão, que são imprescindíveis em minha vida.
A meu ver tenho uma relação muito ambivalente com a solidão, gosto e desde criança adorei ficar sozinha, sempre gostei de brincar sozinha, fazer trabalhos de escola sozinha, nunca fui muito comunicativa e as vezes até um pouco "isolada", hoje quando fico sozinha me sinto muito tranquila e até me esqueço do celular (deixo de responder mensagem, perco ligação importante, etc), mas ao mesmo tempo sinto sempre uma ansiedade muito grande relacionada a necessidade de validação externa, como me sentir nervosa quando vou ver os meus pais ou familares e, quando estou em um relacionamento sou do tipo super carente e também gasto grande parte do dia pensando em como agradar a pessoa. Fico pensando se gostar de me isolar não pode ser uma forma de me proteger dessa ansiedade de precisar de validação, mas se é isso, porque então é justamente nesses momentos em que, sem ninguém me validar (pois estou só) é que me sinto mais calma?
Por muito tempo eu tive a percepção de gostar da solidão, e acho que em alguma medida ainda tenho, mas tendo também pra esse lugar de evitar os vínculos por medo ou trauma dos rompimentos. Eu fui uma criança entre adultos e minha mãe trabalhava o dia inteiro, me lembro de ter crises de choro por essas separações, e na adolescência já assimilei a solidão como uma coisa minha. Ficar no quarto, passar a noite acordada porque era o momento de silêncio, de ficar só comigo na casa. Hoje o lugar da família e das amizades ainda é de solidão pra mim, mas nos momentos mais críticos também busco as pessoas, principalmente com quem eu tiver num relacionamento, por esse medo de enlouquecer sozinha... E aí depois me assusto com a dependência e penso em romper. Não sei, são muitas coisas juntas
Bom dia Manu! Adorei esse vídeo. Sobre ter mães ansiosas, queria compartilhar que a minha é dessas que sempre teve um medo absurdo da gente morrer, pois tenho um irmão gêmeo, ela nos teve com uma idade avançada e já havia perdido uma gravidez anteriormente. No entanto, diferentemente de alguns dos depoimentos, pra mim isso sempre bateu num lugar de não fazer sentido. Nunca entendi o medo dela do mundo "externo" à nossa casa e sempre fui bem "destemida", sempre fiz minhas coisas e fui onde achava que tinha que ir e pronto. Tenho, apesar disso, uma necessidade grande de controle, o que canalizei pra minha vida em ser muito planejadora com tudo. Quando não tenho o que planejar, aí sim sinto angústia. Tenho o que chamo de uma certa melancolia ao anoitecer. Acaba o dia, não tenho mais "obrigações" e fico perdida. Certos momentos sinto um medo estranho de desaparecer. Não da morte em si, mas como um desaparecer em vida, como se todos meus amigos e colegas fossem de repente esquecer que eu existo. Voltando à experiência da infância, sinto que, por ter meu gêmeo, mais do que solidão, a experiência da comparação se sobressaiu. As pessoas traçam muitas comparações entre os irmãos gêmeos e isso nos afeta. Além disso, passei por muitas experiências de rejeição, individualmente, que me marcaram muito. Acho que essas coisas foram mais impactantes na minha necessidade de controle e "previsão do futuro" do que talvez as que vivi como bebê, mas né, como não lembro não sei muito o que dizer. Você já leu alguma coisa sobre gêmeos? Beijos!
Luísa, entendo que sua leitura talvez tenha sido de que a vida é muito curta, então, vc quer aproveitar o que estiver disponível pra vc...não sei se realmente é isso, mas, pra mim, acabou batendo desse jeito que vc viu aí na leitura do Emanuel. É difícil, pra mim, assimilar que está tudo bem ser assim. Quem sabe quando eu tomar consciência real disso eu consiga aproveitar mais a vida e eliminar gradualmente esses medos...rs
Luísa, aqui é a mesma coisa: mãe ansiosa, hoje sou planejadora ao extremo e as constantes rejeições tb me deixaram "control freak". Só não tenho um gêmeo... :)
Tb fui superprotegida por meus pais, o que me deixou medrosa, achando o mundo perigoso e me achando incompetente, como se eu precisasse sempre de supervisão...
tímida, gosto de atividades sozinha, mas não fico bem se percebo que não é uma opção. aí sinto um desamparo, angústia
Essa questão da solidão é algo que sempre aparece na minha análise e que tem tudo a ver com a minha experiência na infância/adolescência. Sou filho único numa família na qual meus primos eram no mínimo uma década mais velhos, então sempre passei muito tempo só em casa, principalmente porque meus pais passavam o dia fora. De forma geral, tinha que inventar maneiras de me manter distraído no dia a dia, o que, em um apartamento, se limita a certas coisas. No geral me sentia bem comigo mesmo em casa, mesmo que, eventualmente, a saudade ecoasse. Já na escola tinha pouquíssimos amigos próximos e, em algumas épocas, nenhum. A angústia de não ter amigos para lanchar era enorme e, para piorar, sofria bullying justamente por não ter amigos e era abandonado pela fama de “forever alone”. Hoje, a solidão, se vier de uma vontade própria, é muito reconfortante. Mas, ser deixado de lado pelo outro é extremamente frustrante.
Minha relação com a solidão é agridoce, pq pra mim ficar sozinha nunca foi ruim, mas tenho ruminado essa ideia negativamente depois do falecimento da minha avó. Não abro mão de um momento sozinha. É parte vital de mim. Mas, depois que minha avó morreu, eu me percebi com medo de ficar sozinha, pois eu conversava com ela sobre tudo, tb cuidava dela e abri mão de muitas coisas por causa disso (eu que escolhi). Como minha motivação não existe mais e a minha família é tóxica, me sinto descartável no seio familiar, tenho problemas relacionais com meu irmão e tudo mais, eu acabei desenvolvendo duas afirmações: sim, eu tô sozinha no mundo e sou dispensável, pois nunca fui tão sociável na minha família por ser obesa, por escutar que eu nunca seria amada se não emagrecesse e pelo meu irmão ser o querido da galera (sempre foi magro). Quando criança, eu não ficava sozinha. Vivia brincando na rua e tinha muitos amigos. A medida que fui crescendo, fui ficando sozinha a partir das críticas com meu peso, pois sempre fui gordinha e também devido aos assédios que sofri na infância de vizinhos mais velhos. Eu não tenho medo, temor da solidão. Tenho medo de ter que precisar deles (familiares) por estar sozinha. E isso eu não quero. Não é questão de orgulho, mas de saber que minha mãe, meu irmão e minha cunhada falam de mim pelas minhas costas (tenho provas disso). Não quero ser um fardo pra eles, pois sei que eles não gostam de mim verdadeiramente. Tive discussões homéricas com a minha mãe por não digerir isso recentemente. Enfim. É isso.
22:30 Fiquei aguardando Manu citar "Solitude" e já tinha até esquecido, mas eis, novamente citado.
É uma definição muito específica e as pessoas usam errado (até onde compreendo). Solitude, até onde entendo é: estar bem sozinho/a. Se sentindo bem/completo/em paz. Estar na sua melhor companhia e bem.
Até porque tem gente que não está bem NEM na companhia de pessoas (mesmo as aparentemente desejadas).
Emanuel, assisto com atenção e anotando os vários pontos que expõe em seus vídeos e tem me enriquecido em minha prática como psicanalista no setting analítico. Parabéns pelo trabalho e prossiga em sua missão!
Aprendi tanto com o vídeo dos 7 afetos, tanto que dividiu tudo na minha vida. Tô aprendendo mais ainda é melhor, encontrar sentido traz certa segurança. A realidade a nossa volta, o q realmente está, ajuda a entender melhor a rralid add e criada pelos sentimentos por conta dos afetos. Antes estava sem esperança é achava tudo feio e só via a ameaça, agora descobri um certo encanto, me reapaixonei pelo animal humano. Ainda tô no caminho, a auto escrita foi o tesouro do arco íris de agora. Adoóóro estar aqui, no seu canal no FM, nos comentários... minha vida mudou de vdd, sentido tem me feito diminuir a sensação de solidão. Tem.palavras q ficam por um tempo em períodos da minha vida, amo linguagem, nesse momento tá tudo no sentido. Obrigada por isso.
Sou afoita, ñ releio o texto, mando cheio de erros, desculpe - me pfv
Eu lembro de quando pequena durante um tempo dormir segurando a mão da minha tia.
Por favor no próx vídeo fale mais sobre não merecimento e inadequação
Manu, que vídeo maravilhoso! Já assisti várias vezes, me ajuda muito. Agradecida meu bem, não me sinto tão só... rsrs
antes de tudo, queria dizer como está lindo essa paleta de cores, essa janela incrível ali atrás, a suavidade do plano de fundo, a qualidade do áudio... parabéns!!
Muiitobom auto conhecimento ❤ você Emanuel e 10❤
Nesse exato momento eu estou me preparando pra voltar pra cidade em que eu trabalhava antes da pandemia. É muito angustiante, e isso que vc discute sobre a construção da identidade na relação com o lugar eu sinto demais, parte tb pq eu fico sozinha, isolada. Lá eu sou só o meu eu profissional. Como eu ouço sempre aqui, não resolve. Abç, Manu
Oi Vivian...
Este "sozinha, isolada" junto ao "meu eu profissional" pode ser elaborado!
Dá uma olhada sobre "Lembrar, repetir, elaborar" ;)
A angústia vem de uma força onde você mesma não quer estar neste lugar, porém, ao mesmo tempo não sabe para onde ir...
Vídeos do Manuel + estudo sobre o que te falei vai abrir tua mente!
@@psicanalistasergio7641 obg, vou ver, com certeza! abçs
Faz 3 que trabalho na creche com 15 crianças de 1 ano que vivenciam esta fase de desamparo e abandono dos pais até criar laços e referências com outros adultos cada criança reage de um jeito mas todos anos tem alguns extremamente resistentes a este momento de criar vínculos e se sentir seguro com outros que não sejam da família, no meu primeiro ano tinha uma menina muito resistente que continua chorando o tempo todo , alguns percebem o ambiente rápido entendem que não terão colo o tempo todo outros não se adaptam mesmo após 3 anos e ficamos neste impasse de ajudar os pais que precisam trabalhar ou aceitar a necessidade daquela criança que ainda não se sente pronta pra vida em grupo.
Meu sonho kkkk mas cada um é d um jeito né. Melhor sozinha do que gente fazendo mal
Para mim a experiência de estar só não é aterrorizante, porque crirei uma certeza que sou/estou só e não posso me apegar. Na infância tinha alguns medos e nunca tive conforto quanto a isso, como aprendi a lidar só hoje não tenho medo da solidão.
A solidão apavora mais quando está relacionado à rejeição, esse é um ponto que acredito que me afeta.
Tomara que um dia você veja este comentário, mas meu único medo de ficar só é porquê tenho medo de fantasma, já tentei superar mas não consigo me livrar disso.
Entendo que esse medo do estar só está ligado à forma como o “filhote” do ser humano é vulnerável. Como a pulsão de vida é uma das mais rudimentares que temos, estar em companhia e ser protegido pelos pais é significado de sobrevivência. Uma vez que isso está gravado de forma tão intrínseca ao ser humano, tudo o que de alguma forma na nossa história, remeta à solidão e ao abandono, vai entrando “no mesmo bolo” de “ameaça à sobrevivência”, até que consigamos entender e ressignificar essa experiência. Faz sentido, Manu?
Emanuel, primeiro, gratidão por seu canal e gostaria de pedir, se possível, se poderia elaborar algum material sobre a traição, as implicacoes psicológicas tanto em quem traí, quanto em quem é traído e como lidar com essas implicações.
Agradeço novamente 🙏
A minha solidão aconteceu de repente. Não foi motivada por medo de outros relacionamentos. Simplesmente, não senti mais vontade de me relacionar. Eu me relaciono ainda. Mas, me sinto melhor sozinha.
Manu, a lógica do Leslie Greenberg me lembrou também a pedra fundamental da teoria da CNV do Marshall Rosenberg. Ela conta que todo sentimento vem de uma necessidade (atendida ou não) e após a identificação desse sentimento através da necessidade, se pode comunicar e pedir. Ao mesmo tempo, fiquei pensando aqui coisas mais profundas ligadas as gerações e comportamentos sociais e aqui vou forçar uma aproximação muito forte mas que pra mim faz sentido. Essa necessidade de sobreviver aliada a ultraexposição e a quantidade de informações que temos hoje devido a internet é um dos grandes ansiogênicos contemporâneos e isso, pra mim, é o motor da cultura do cancelamento, que surge da necessidade de se unir a um grupo, no caso o grupo cancelador, para manter a identidade atrelada a esse grupo que trazer um reconforto social e rejeitar a solidão...
Tu és um presente da vida e na vida! Faz sentido demais E me identifico num sentido complexo da minha trajetória, sendo alguém que quis muito sai E do próprio seio para me encontrar,ter me encontrado e depois ter voltado. E o fato de haver me identificado com outra cultura como fuga do meu desamparo, as escolhas etc. Gratidão Manu, por toda percepção e aprendizado. São tantas coisas.... gratidão!
Quão gigante é o medo de estar só. Que percebemos também a quantidade de ansiolítico e opióide estão sendo usados pra também barrar essa solidão. As percas diárias, pequenas mortes, trazem medos absurdos. As partes de Resiliência verdadeira e total transparência, confesso que traz partes de pensar e analisar de muito desânimo e escassez de emocional. Dentro desta parte da solidão. Pra mim a tal solitude é doida pois, não é de meu querer ser só e sim do desapego que tive que criar para uma proteção, escudo, DENTRO de mim mesma.
Muito difícil, não estou conseguindo socializar. Uma luta!
Maravilha de vídeo! Ainda ñ consigo me expressar aqui, mas tô trabalhando isso na auto escrita. Meu filho tbm resiste a dormir, eu ñ resisto mas ñ consigo dormir pq já " instalei" um medo de dormir, me sinto totalmente vulnerável. Mesmo cercada me sinto só e exposta, isso faz com que eu tenha muito dificuldade pra dormir, raramente durmo profundamente. A mente, o q está oculto por biologia e sentimentos construídos, respostas confusas q encontramos... tanta coisa, converso o tempo todo comigo sobre esse mistério, as ambivalência dos sentimentos, parece que no final estaremos só, mas tbm parece que sempre estamos mesmo na multidão, mas cada pessoa se vê de forma distinta, claro! Amei conhecer esse canal, me sentia muito mais só, apesar de ainda sentir, me sinto em companhia de outros que se sentem só acompanhados. Na infância estava só pq cuidadas dos meus irmãos bem.menores q dependiam.de mim, logo me sentia só pq eles ñ tinham como me proteger, eu os protegia, é muito louco pq eu tinha q equilibrar meus pensamentos e sentimentos pra ter homeostase. Hoje gosto de estar só num espaço, mas amaria ñ ter esse sentimento de solidão, desamparado fisicamente, minha mente encontra refúgio nessa solidão, ñ sei bem.como explicar, do aprendendo a encontrar uma forma.de escrever... Ñ sei
Manu, tira print dos comentários que vc deseja comentar no vídeo pra facilitar
Manu, seu vídeo me fez pensar na origem da solidão… ser só, numa sociedade que foi feita para viver no coletivo é bem andar na contramão. Nascemos para sermos sociais, mas escutamos desde sempre: nascemos e morreremos sozinhos. O ego, o EU, acima de tudo, muitas vezes nos coloca nesse lugar da solidão, as vezes forçado. É legal estar só, é cool fazer coisas sozinho.
Eu não gosto, não cultivo e já tentei me moldar nesse modelo que sozinho é mais legal. Eu não nasci sozinha, vim de um pai e uma mãe que me quiseram aqui, para ser par de uma irmã, que eles planejaram para sermos amigas, de fato somos, nao
Morremos sozinhas. Meu pai faleceu, e faleceu rodeado de nós 3 ( minha mãe, eu e minha irmã) então, sim, eu me incomodo em estar so, pois no meu pensamento, nascemos e vivemos para conviver em sociedade.
Na parte que você fala que ele têm dificuldade do sono e correlaciona que você também teve esse sentimento, ele traz os sentimentos que existem em você, em um trabalho chamado CIV ciência do início da vida a psiquiatra Eleanor luzes em sua tese d Doutorado ele costurou com muitas áreas inclusive da neurociência entre todas possíveis que possam abordar o ser humano com um todo sobre toda revivência que a criança traz da vida dos pais para assim coisas inconsciente para o pai ou mãe possam ser trabalhadas na vida…
Sobre ficar só vem a relação de abandono sobre o medo de ficar sozinho.. esse vazio que antes não se conhecia.
A minha solidão infantil e atualmente adolescente (tenho 17 anos), quase sempre foram positivas. Na infância eu tinha uma enorme angústia de dormir sozinho e no escuro, então gritava minha mãe pra tirar o meu pai da cama e me colocar do lado dela, sempre com a desculpa de que tinha tido um pesadelo pra poder ter um conforto maior. E era nela que tinha e tenho o maior laço emocional familiar.
Com a família sempre me enxerguei um pouco distante. Não me sinto dependente ou com medo de desconexões, por exemplo, mas nunca tivemos grandes problemas em nossas relações. Eles sempre foram tranquilos em me deixar viver, sem nenhuma barreira pra que eu experimentasse coisas e lugares. Talvez o meu pai seja o mais problemático na minha cabeça, pois em um período em que tinha uns onze anos ele se mudou de cidade por conta do emprego, então passei uns três ou quatro anos sem um contato próximo. Quando reencontrei ele tive um choque ao perceber que a nossa relação já não era a mesma. Então talvez tenha me adequado a viver sem ele, o que contribuiu pra uma vida mais sozinha nesse aspecto familiar.
No geral a solidão me acompanhava em quase tudo, seja nas criações malucas inspiradas pelo Manual do Mundo, nos rolês de skate que dava pela cidade ou até em jogos online, que raramente joguei com amigos próximos. Tudo isso fazia sem nenhum problema, então ela sempre fez parte do meu ser.
Hoje eu valorizo bastante a solidão junto da solitude, mas se não há períodos em que "deixo de ser só", fico desconfortável e cheio de noias, necessitando de algum contato afetivo. Como nunca tive problemas em me relacionar com pessoas e criar vínculos, acho que isso contribuiu pra que eu pudesse aproveitar os ciclos de solidão e não solidão. Então hoje eu venho tentando achar um equilíbrio melhor.
Muito obrigado por esse e outros vídeos, Manu. Ajuda muito no meu processo de reconhecimento e descobrimentos.
Beijão!! (manda beijo pro Vicente e pra Flor tbm ok)
Enquanto se combinava se eu nascia ou não, absorvi o assunto. Já muito novinha, lá pelos sete anos decidi que viver não era o meu dom. Verbalizei, criei o caos mas passei a vida sem saber viver e precisando estar só. Sem talento pra ser mãe, a minha muito violenta, me forçou a estar em vigília ao lado dela, acordada ou enquanto ela dormia. Eu vigiava seus rompantes violentos e com isso foi roubado de mim o direito de repousar. Tanto que viver e dormir é algo que estou aprendendo depois dos 50, agora. Acometida por uma doença resultado de abusos sucessivos meu corpo se tornou incapacitado pra n coisas, dependendo de terceiros. O que pra mim era um conforto, ausência de dor, a solidão hoje é uma ameaça, privação de necessidades.