Gostei demais do conceito de "barroco científico". Nunca tinha ouvido falar. Eu tenho a edição d'Os Sertões da editora Ubu, mas ainda não tive fôlego para iniciar a leitura no meio de tantas tarefas. Está na estante esperando um momento mais tranquilo da vida para ler com o vagar que a obra merece. Obrigada por mais essa aula.
Esse termo já tem sido usado faz um tempinho pelos especialistas em Euclides. Se você me permitir um conselho, numa primeira leitura, não seja linear. Leia "A luta", primeiro e comece pela quarta expedição. Você vai se habituar com o estilo na parte mais palatável do livro. Depois você investe nas outras partes de "A luta" e pega as primeiras. Ler Euclides é um ótimo exercício, mas seguir a ordem do livro pode travar a leitura.
@@Literarizando Muito obrigada pela dica. Vou seguir sim. Na verdade, tenho um pouco de "medo" de entrar na obra e venho me preparando aos poucos. Li a HQ, comprei uma boa edição do livro, agora já tenho o percurso a seguir rsrs uma hora Euclides não me escapa!
Rapaz... vc prometeu e entregou. De fato a melhor análise sobre a obra de vários vídeos que eu vi. Estava sentindo falta de uma análise crítica, principalmente sobre as ideias científicas do livro. Entendo que Euclides era um positivista, "religioso da ciência" kkk, no auge do racismo científico, o que o levou adotar essas teses... sei que a obra é muito maior do que isso, e penso que, indiretamente, o livro me levou a conhecer mais a fundo a sociedade da época, a ciência racista e determinista... sem qualquer visão sociológica das coisas. Acho que, pros tempos atuais, esse ponto enriquece a obra. É uma aula de história da ciência... por isso sua análise foi tão necessária. Obrigado.
Obrigada pelo retorno! Acho que o próprio Euclides aceitaria de bom grado várias dessas críticas necessárias com o nosso distanciamento histórico. Ele mostra no próprio livro que é um home disposto a rever suas próprias concepções.
Uma minúscula correção, onde a guerra aconteceu hoje existe o município de Canudos, na época fazia parte do município de Monte Santo, hoje são duas cidades distintas, eu resido em Euclides da Cunha, que antes se chamava Cumbe, ganhou esse nome em homenagem ao autor.
Obrigada pelo comentário. Os recortes que a gente precisa fazer para a duração vídeo obrigam a simplificar algumas informações. Ótimo ficar esse detalhamento registrado.
Parabéns, Prof! As produções de seus vídeos estão sempre melhores! E a qualidade do conteúdo, associada a sua personalidade, enriquecem o canal e o tornam único!
Euclides era um homem do seu tempo e se desnuda como tal. A sua vida e o seu final, trágico, são reflexos do tempo vivido... Se as ausências forçadas pela necessidade de sustentar a família resultou no caso extraconjugal de sua frívola esposa, este acontecimento acabou por resultar num final imortalizador. Sejamos francos, ninguém vitupera "Vim para matar, ou morrer" sem ter a eternidade por esperança.
Ele era um homem como muitos de seu tempo, isso é um fato. Mas também é fato que muitos outros não compactuaram com os discursos da eugenia e do racismo científico. É sempre importante lembrar que não era uma unanimidade na comunidade científica essa ideologia. Quanto à tragédia da Piedade, depois de muito pesquisar sobre o assunto, a única opiniãoque consigo formular é de que todos foram vítimas de uma estrutura social perversa - Ana, Euclides e Dilermando. O fato de Euclides resolver que a situação precisava de um banho de sangue é lamentável e sintoma de uma situação que ainda se vê muito hoje. E sobre o caráter de Ana, não opino. Há muitos depoimentos contraditórios sobre quem ela era e não acho possível formular uma opinião seguro. Há depoimentos que apontam, por exemplo, que Ana de Assis quis a separação com pouquíssimo tempo de casada, coisa de dias ou semanas, devido à instabilidade do Euclides, mas foi forçada pela família a continuar com o marido, para "preservar a honra da familía". Há também um relato da família dela que acusa Euclides ter cometido o infanticídio do primeiro filho de Ana e de Dilermando, que teria sido trancado em quarto, logo após o nascimento, para morrer de fome. Este relato chocante, numa análise fria parece pouco crível, mas a família o sustenta até hoje. E, principalmente, as razões para a separação não acontecer de fato eram muito críveis. Na Primeira República, regida pelo código penal de 1890, adultério era crime com pena de 1 a 3 anos de prisão.
@@Literarizando - Anna era frívola, não há problema nisto. Não gostava de Euclides, um fato. Constatações. O infanticídio é uma invenção, nada corrobora. Era uma era anterior ao antibiótico. A eugenia era uma ideia corrente na sociedade brasileira, notadamente entre a classe média, ou como se dizia, entre os "letrados". Não procure pelas certezas acadêmicas, elas ficam presas na própria academia. As ideias saem do círculo acadêmico e ganham asas, tornam-se justificativas para as iniquidades. Assim foi com o darwinismo social que tanto mal gerou no último quartel do século XIX e no início do século XX... Euclides era um homem do seu tempo e nisto repousa a beleza da sua perspectiva. Quanto a "Tragédia da Piedade", ela certamente é um evento marcado pela forma de pensar da época e só produziu vítimas. No entanto, não há como negar a tensão e a certeza marcada pelo sentimento na marcha de Euclides, que buscou uma arma que não tinha na mão de parentes, para cobrar em sangue o preço da sua honra. Ele sabia que Dilermando era um atirador excepcional, marchava para a morte. É incrível como um evento tão marcante nunca tenha gerado obra que fosse, literária ou cênica, onde a mediocridade estivesse ausente. Bom... Não se pode querer tudo.
Nos anos 1990 teve a minissérie Desejo, com Tarcísio Meira no papel do Euclides, Guilherme Fontes como Alexandre e Vera Fischer como Anna. Está na Globoplay! Eu detesto desacreditar o testemunho da Anna e de suas netas, mas a história do infanticídio encontra um problema sério, que é Euclides não ter feito o mesmo com Luís. E Euclides era um homem de muitos defeitos, mas eu não consigo acreditar que entre eles estivesse a capacidade de friamente matar um bebê inocente recém-nascido. Para os padrões da época, considerando o relato da Mary del Priore no "Matar para não morrer", ele protelou o quanto pôde uma decisão violenta e foi bastante pressionado pelos familiares. Essa sede de sangue só destruiu vidas, principalmente do coitado do Dinorah que não tinha nada a ver com a história.
O filme "Django Livre" relata de forma complexa essas questões raciais e ideias científicas erroneas como a frenologia. Euclydes ainda pega resquícios desses equívocos acadêmicos...
Mas em termos temáticos e estruturais, quem conversa mais com Os sertões no cinema é essa obra-prima do cinema pernambucano, brasileiro e mundial que se chama Bacurau.
Darwin não curtiu! Eu assisti vários vídeos sobre o livro, mas esse sentimento de raiva que eu estou sentindo lendo ninguém descreveu. É meio assustador pensar que no século XXI os intectuais não acham importante esses pontos.
Parei de ver aos 19 minutos. A explicação é muito enviesada, cheia de caras e bocas de reprovação. O jovem que vê o vídeo, sente nojo do livro. Ou seja, em vez de servir como estímulo à leitura, faz o contrário e causa ojeriza. Este livro deve ser analisado à luz de suas ideias atrasadas, equivocadas, mas, antes de tudo, na evidência de que são ideias de um contexto histórico e social, de um tempo, e é isso que deveria ser salientado. O que acontece é que a interpretação não tem nada de original e diferente (como é dito), é, na verdade, uma interpretação cheia de mágoas anacrônicas e maléficas à valorização e expansão da literatura, principalmente entre os jovens de hoje, tão pouco afeitos à leitura quanto presas fáceis das moralizações contemporâneas. Uma pena! Ainda assim, gosto de vários vídeos daqui, contudo ainda não havia percebido este lado tão enviesadol do canal. É ótimo para o canal e péssimo para o livro de Euclides da Cunha.
Em relação àcrítica ao conteúdo que é feita sem assistir ao vídeo completo: não merece resposta. Está falando sem conhecimento de causa. Em relação a "enviesamento": se for enviesado condenar eugenia e racismo, vai ter enviesamento sempre que eles aparecerem em uma obra comentada aqui. Em relação à crítica sobre "caras e bocas": se eu apareço no vídeo elas estarão lá, são as minhas. Se incomodam, acho que tem um jeito fácil de resolver, não é?
Então, para que os jovens de hoje sintam prazer pela leitura devemos fechar os olhos ou romantizar os problemas apresentados pela Professora? Entendi seu ponto de vista, mas se assistisse a todo o conteúdo veria que a visão dela contribuiu para que jovens ou adultos leitores ampliassem ainda mais o jeito de ler e compreender esta obra incrível de Euclides da Cunha. Fico imaginando como seria Os Sertões se Euclides tivesse se utilizado de eufemismos ou de uma literatura menos rebuscada para denunciar aquele "crime" com o intuito de atrair mais leitores. Parabéns Professora, o vídeo está maravilhoso, deve ter dado um trabalho danado para ser feito, e, sim, faz a gente refletir sobre um lado sombrio da sociedade brasileira daquela época. Como escreveu o próprio Euclides: "denunciemo-lo".
@@CristianMonteiro1982 É claro que depois assisti ao resto do vídeo. Só reforçou meu ponto. Mas é isso: pontos divergentes. Ainda bem. Contudo, a excelente autora do canal não gosta de críticas. (Ninguém, né?).
Não gosto de críticas injustas. E sua crítica é injusta em três pontos. Primeiro: foi feita sem ter visto todo o trabalho. Segundo: em um vídeo no qual eu falo mais de uma vez sobre honestidade intelectual você questionou essa honestidade ao declarar que a análise não é original. Para alguém que está acostumado à discussão acadêmica e aprofundada de Os sertões, pode não ser novidade quais são as ideias e co o são desenvolvidas. Mas não há material no RUclips disponibilizando para o público alvo deste vídeo a análise que foi apresentada - portanto, ela é original. Você pode até não ter tido a intenção de fazer uma acusação desse tipo, mas é uma leitura possível no contexto. Terceiro: você criticou a minha aparência e o meu jeito de expressar. Se seu comentário fosse apenas esse, eu simplesmente teria ignorado, porque não estou aqui para ser bonita e uma crítica direcionada apenas a isso não mereceria resposta na internet. Mas já que veio no combo, entrou no combo também. E, claro, você pode não gostar da minha aparência ou forma de me expressar. Mas não é socialmente aceito no mundo fora do virtual alguém se aproximar de uma pessoa com quem não tem intimidade alguma e dizer: "tava vendo você falar, nossa, como você faz caras e bocas irritantes." Imagine-se numa apresentação oral pública sobre um tema e um homem vir falar isso para você. Se você estivesse de ótimo humor, responderia algo parecido que é :"que bom que você não é obrigado a me ver". Num dia de humor ruim, certeza que sua resposta seria bem menos cordial. Por fim, parece que toda a questão é que você está incomodado com a descoberta de que a análise tem um ponto de vista sobre a obra. Ela tem, é óbvio e isso está posto na abertura, em que eu estabeleci que iria falar de uma experiência minha. E o livro é enviesado. Seu projeto é discutir "raça", eugenia e darwinismo social - felizmente se posicionando contra massacres. Se não tem informação falsa ou incorreta sobre o livro e se eu considero essas ideias inaceitáveis, independente da época em que são propagadas, não vejo motivos para não expressar isso.
@@Literarizando Você acha mesmo que estou preocupado com sua aparência?? Você está jogando pra torcida, isso sim, assumindo a posição daquele(a) que é oprimido, humilhado etc., para dar mais credibilidade ao próprio argumento. Reforço minha impressão de que a análise é enviesada, prejudica o livro e nada original. Com relação às caras e bocas, não me referi a sua aparência (poupe-me); referi-me às expressões de nojinho que você faz durante todo o vídeo; caras e bocas que confirmam o anacronismo paladino dos tempos atuais, e que afastam os jovens de um clássico absoluto e maravilhoso. Vi o vídeo inteiro. Não se faça de vítima. A crítica não é injusta, você só não gosta dela.
Fantástico!👏👏👏poucos professores tocam nesses temas e nesse livro!!👏👏👏👏👏
Pessoal evita mesmo. Mas é obrigatório em 2024 não deixar a complexidade do livro passar em branco.
Gostei demais do conceito de "barroco científico". Nunca tinha ouvido falar. Eu tenho a edição d'Os Sertões da editora Ubu, mas ainda não tive fôlego para iniciar a leitura no meio de tantas tarefas. Está na estante esperando um momento mais tranquilo da vida para ler com o vagar que a obra merece. Obrigada por mais essa aula.
Esse termo já tem sido usado faz um tempinho pelos especialistas em Euclides.
Se você me permitir um conselho, numa primeira leitura, não seja linear. Leia "A luta", primeiro e comece pela quarta expedição. Você vai se habituar com o estilo na parte mais palatável do livro. Depois você investe nas outras partes de "A luta" e pega as primeiras. Ler Euclides é um ótimo exercício, mas seguir a ordem do livro pode travar a leitura.
@@Literarizando Muito obrigada pela dica. Vou seguir sim. Na verdade, tenho um pouco de "medo" de entrar na obra e venho me preparando aos poucos. Li a HQ, comprei uma boa edição do livro, agora já tenho o percurso a seguir rsrs uma hora Euclides não me escapa!
Vá com medo mesmo, sem se co rar do que não entender e não gostar, sabendo que era difícil e rebuscado pra época. Mas não é impossível, nem um pouco.
Rapaz... vc prometeu e entregou. De fato a melhor análise sobre a obra de vários vídeos que eu vi. Estava sentindo falta de uma análise crítica, principalmente sobre as ideias científicas do livro. Entendo que Euclides era um positivista, "religioso da ciência" kkk, no auge do racismo científico, o que o levou adotar essas teses... sei que a obra é muito maior do que isso, e penso que, indiretamente, o livro me levou a conhecer mais a fundo a sociedade da época, a ciência racista e determinista... sem qualquer visão sociológica das coisas. Acho que, pros tempos atuais, esse ponto enriquece a obra. É uma aula de história da ciência... por isso sua análise foi tão necessária. Obrigado.
Obrigada pelo retorno! Acho que o próprio Euclides aceitaria de bom grado várias dessas críticas necessárias com o nosso distanciamento histórico. Ele mostra no próprio livro que é um home disposto a rever suas próprias concepções.
Verdade. E como um homem de ciência, ele atualizaria bastante coisa kkkk
Maravilhosa!!!
Se um dia vc oferecer um curso de literatura online, serei sua aluna!
❤
Está nos planos para um dia! Tem alguma temática ou tópico que te desperta mais interesse?
Já tem dois alunos rsrsrs
@simonohm2 Oba!
Maravilhosa apresentação do livro, agradeço mais uma vez professora!
Uma minúscula correção, onde a guerra aconteceu hoje existe o município de Canudos, na época fazia parte do município de Monte Santo, hoje são duas cidades distintas, eu resido em Euclides da Cunha, que antes se chamava Cumbe, ganhou esse nome em homenagem ao autor.
Obrigada pelo comentário. Os recortes que a gente precisa fazer para a duração vídeo obrigam a simplificar algumas informações. Ótimo ficar esse detalhamento registrado.
@@Literarizando não se desculpe, seu vídeo é excelente, foi uma contribuição simples.
Essa sua análise é equilibrada e necessária. Parabéns❗❗ Obrigado❗❗😍😍👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏
Conteúdo maravilhoso ❤👏👏👏👏
Muito obrigada! Seja bem-vindo ao canal!
Valeu!
Muito obrigada! ❤️
Parabéns, Prof! As produções de seus vídeos estão sempre melhores! E a qualidade do conteúdo, associada a sua personalidade, enriquecem o canal e o tornam único!
Muito obrigada! 😃
Parabéns pelas considerações! Excelente!
Vídeo fantástico!
Muito obrigada!
Euclides era um homem do seu tempo e se desnuda como tal.
A sua vida e o seu final, trágico, são reflexos do tempo vivido...
Se as ausências forçadas pela necessidade de sustentar a família resultou no caso extraconjugal de sua frívola esposa, este acontecimento acabou por resultar num final imortalizador. Sejamos francos, ninguém vitupera "Vim para matar, ou morrer" sem ter a eternidade por esperança.
Ele era um homem como muitos de seu tempo, isso é um fato. Mas também é fato que muitos outros não compactuaram com os discursos da eugenia e do racismo científico. É sempre importante lembrar que não era uma unanimidade na comunidade científica essa ideologia.
Quanto à tragédia da Piedade, depois de muito pesquisar sobre o assunto, a única opiniãoque consigo formular é de que todos foram vítimas de uma estrutura social perversa - Ana, Euclides e Dilermando. O fato de Euclides resolver que a situação precisava de um banho de sangue é lamentável e sintoma de uma situação que ainda se vê muito hoje. E sobre o caráter de Ana, não opino. Há muitos depoimentos contraditórios sobre quem ela era e não acho possível formular uma opinião seguro. Há depoimentos que apontam, por exemplo, que Ana de Assis quis a separação com pouquíssimo tempo de casada, coisa de dias ou semanas, devido à instabilidade do Euclides, mas foi forçada pela família a continuar com o marido, para "preservar a honra da familía". Há também um relato da família dela que acusa Euclides ter cometido o infanticídio do primeiro filho de Ana e de Dilermando, que teria sido trancado em quarto, logo após o nascimento, para morrer de fome. Este relato chocante, numa análise fria parece pouco crível, mas a família o sustenta até hoje. E, principalmente, as razões para a separação não acontecer de fato eram muito críveis. Na Primeira República, regida pelo código penal de 1890, adultério era crime com pena de 1 a 3 anos de prisão.
@@Literarizando - Anna era frívola, não há problema nisto. Não gostava de Euclides, um fato. Constatações.
O infanticídio é uma invenção, nada corrobora. Era uma era anterior ao antibiótico.
A eugenia era uma ideia corrente na sociedade brasileira, notadamente entre a classe média, ou como se dizia, entre os "letrados". Não procure pelas certezas acadêmicas, elas ficam presas na própria academia. As ideias saem do círculo acadêmico e ganham asas, tornam-se justificativas para as iniquidades. Assim foi com o darwinismo social que tanto mal gerou no último quartel do século XIX e no início do século XX...
Euclides era um homem do seu tempo e nisto repousa a beleza da sua perspectiva.
Quanto a "Tragédia da Piedade", ela certamente é um evento marcado pela forma de pensar da época e só produziu vítimas. No entanto, não há como negar a tensão e a certeza marcada pelo sentimento na marcha de Euclides, que buscou uma arma que não tinha na mão de parentes, para cobrar em sangue o preço da sua honra. Ele sabia que Dilermando era um atirador excepcional, marchava para a morte.
É incrível como um evento tão marcante nunca tenha gerado obra que fosse, literária ou cênica, onde a mediocridade estivesse ausente.
Bom... Não se pode querer tudo.
Nos anos 1990 teve a minissérie Desejo, com Tarcísio Meira no papel do Euclides, Guilherme Fontes como Alexandre e Vera Fischer como Anna. Está na Globoplay!
Eu detesto desacreditar o testemunho da Anna e de suas netas, mas a história do infanticídio encontra um problema sério, que é Euclides não ter feito o mesmo com Luís. E Euclides era um homem de muitos defeitos, mas eu não consigo acreditar que entre eles estivesse a capacidade de friamente matar um bebê inocente recém-nascido. Para os padrões da época, considerando o relato da Mary del Priore no "Matar para não morrer", ele protelou o quanto pôde uma decisão violenta e foi bastante pressionado pelos familiares. Essa sede de sangue só destruiu vidas, principalmente do coitado do Dinorah que não tinha nada a ver com a história.
Excelente! Obrigada
Seja bem-vinda ao canal!
que trabalho primoroso!!!!!!!!!!!!!!
Obrigada! Seja bem-vindo ao canal!
Parabéns! seus comentários são ótimos!
Obrigada, seja bem-vinda ao canal!
#darwinnaocurtiu
O filme "Django Livre" relata de forma complexa essas questões raciais e ideias científicas erroneas como a frenologia. Euclydes ainda pega resquícios desses equívocos acadêmicos...
Eu gosto muito desse filme do Tarantino. Uma das melhores películas dele. Ótima referência!
Mas em termos temáticos e estruturais, quem conversa mais com Os sertões no cinema é essa obra-prima do cinema pernambucano, brasileiro e mundial que se chama Bacurau.
👏👏
Darwin não curtiu!
Eu assisti vários vídeos sobre o livro, mas esse sentimento de raiva que eu estou sentindo lendo ninguém descreveu.
É meio assustador pensar que no século XXI os intectuais não acham importante esses pontos.
Seja bem-vindo ao canal!
Wallace não curtiu, rsrsrs
darwin não curtiu te amo
#darwinnaocurtiu.Adorei o retorno.É errado ser apaixonado por vc? hahah
Darwin não curtiu
Darwin não curtiu!
Darwin não curtiu
Darwin tá vendo a pessoa chamar de seleção natural esse Lamarckismo.
Parei de ver aos 19 minutos. A explicação é muito enviesada, cheia de caras e bocas de reprovação. O jovem que vê o vídeo, sente nojo do livro. Ou seja, em vez de servir como estímulo à leitura, faz o contrário e causa ojeriza. Este livro deve ser analisado à luz de suas ideias atrasadas, equivocadas, mas, antes de tudo, na evidência de que são ideias de um contexto histórico e social, de um tempo, e é isso que deveria ser salientado. O que acontece é que a interpretação não tem nada de original e diferente (como é dito), é, na verdade, uma interpretação cheia de mágoas anacrônicas e maléficas à valorização e expansão da literatura, principalmente entre os jovens de hoje, tão pouco afeitos à leitura quanto presas fáceis das moralizações contemporâneas. Uma pena! Ainda assim, gosto de vários vídeos daqui, contudo ainda não havia percebido este lado tão enviesadol do canal. É ótimo para o canal e péssimo para o livro de Euclides da Cunha.
Em relação àcrítica ao conteúdo que é feita sem assistir ao vídeo completo: não merece resposta. Está falando sem conhecimento de causa.
Em relação a "enviesamento": se for enviesado condenar eugenia e racismo, vai ter enviesamento sempre que eles aparecerem em uma obra comentada aqui.
Em relação à crítica sobre "caras e bocas": se eu apareço no vídeo elas estarão lá, são as minhas. Se incomodam, acho que tem um jeito fácil de resolver, não é?
Então, para que os jovens de hoje sintam prazer pela leitura devemos fechar os olhos ou romantizar os problemas apresentados pela Professora? Entendi seu ponto de vista, mas se assistisse a todo o conteúdo veria que a visão dela contribuiu para que jovens ou adultos leitores ampliassem ainda mais o jeito de ler e compreender esta obra incrível de Euclides da Cunha. Fico imaginando como seria Os Sertões se Euclides tivesse se utilizado de eufemismos ou de uma literatura menos rebuscada para denunciar aquele "crime" com o intuito de atrair mais leitores. Parabéns Professora, o vídeo está maravilhoso, deve ter dado um trabalho danado para ser feito, e, sim, faz a gente refletir sobre um lado sombrio da sociedade brasileira daquela época. Como escreveu o próprio Euclides: "denunciemo-lo".
@@CristianMonteiro1982 É claro que depois assisti ao resto do vídeo. Só reforçou meu ponto. Mas é isso: pontos divergentes. Ainda bem. Contudo, a excelente autora do canal não gosta de críticas. (Ninguém, né?).
Não gosto de críticas injustas. E sua crítica é injusta em três pontos. Primeiro: foi feita sem ter visto todo o trabalho.
Segundo: em um vídeo no qual eu falo mais de uma vez sobre honestidade intelectual você questionou essa honestidade ao declarar que a análise não é original. Para alguém que está acostumado à discussão acadêmica e aprofundada de Os sertões, pode não ser novidade quais são as ideias e co o são desenvolvidas. Mas não há material no RUclips disponibilizando para o público alvo deste vídeo a análise que foi apresentada - portanto, ela é original. Você pode até não ter tido a intenção de fazer uma acusação desse tipo, mas é uma leitura possível no contexto.
Terceiro: você criticou a minha aparência e o meu jeito de expressar. Se seu comentário fosse apenas esse, eu simplesmente teria ignorado, porque não estou aqui para ser bonita e uma crítica direcionada apenas a isso não mereceria resposta na internet. Mas já que veio no combo, entrou no combo também. E, claro, você pode não gostar da minha aparência ou forma de me expressar. Mas não é socialmente aceito no mundo fora do virtual alguém se aproximar de uma pessoa com quem não tem intimidade alguma e dizer: "tava vendo você falar, nossa, como você faz caras e bocas irritantes." Imagine-se numa apresentação oral pública sobre um tema e um homem vir falar isso para você. Se você estivesse de ótimo humor, responderia algo parecido que é :"que bom que você não é obrigado a me ver". Num dia de humor ruim, certeza que sua resposta seria bem menos cordial.
Por fim, parece que toda a questão é que você está incomodado com a descoberta de que a análise tem um ponto de vista sobre a obra. Ela tem, é óbvio e isso está posto na abertura, em que eu estabeleci que iria falar de uma experiência minha. E o livro é enviesado. Seu projeto é discutir "raça", eugenia e darwinismo social - felizmente se posicionando contra massacres. Se não tem informação falsa ou incorreta sobre o livro e se eu considero essas ideias inaceitáveis, independente da época em que são propagadas, não vejo motivos para não expressar isso.
@@Literarizando Você acha mesmo que estou preocupado com sua aparência?? Você está jogando pra torcida, isso sim, assumindo a posição daquele(a) que é oprimido, humilhado etc., para dar mais credibilidade ao próprio argumento. Reforço minha impressão de que a análise é enviesada, prejudica o livro e nada original. Com relação às caras e bocas, não me referi a sua aparência (poupe-me); referi-me às expressões de nojinho que você faz durante todo o vídeo; caras e bocas que confirmam o anacronismo paladino dos tempos atuais, e que afastam os jovens de um clássico absoluto e maravilhoso. Vi o vídeo inteiro. Não se faça de vítima. A crítica não é injusta, você só não gosta dela.
Darwin não curtiu
Darwin não curtiu
Darwin não curtiu
Darwin não curtiu