Estou fazendo o curso de introdução à filosofia ministrado pelo Glauber. Recomendo a todo mundo. Também estou lendo a bibliografia preparada por ele e a dica é ler os livros ANTES das aulas. Tem sido uma experiência bem interessante.
por causa de alguns vídeos seus sobre Hegel, resolvi enfrentá-lo. Estou relendo ele com a ajuda de comentadores. Posso dizer uma coisa, como historiador, deveria ser leitura obrigatória eternamente para nós historiadores
@@jeffazevedo1 bem, não sou o cara, mas se fosse chutar creio que seja Fenomenologia do Espírito, essa é uma das obras mais famosa do Hegel.. Só que nenhum ser humano normal consegue pegar para ler essa obra sem ter uma boa base antes, se quiser recomendações de livros tem duas: Introdução à Leitura de Hegel do Alexandre Kojeve (esse livro é fundamental para se introduzir no pensamento no Hegel, não tem um ser vivo que ler Hegel sem passar por essa obra antes) e também tem "Os Pensadores: Hegel".
@@jeffazevedo1 FUJA DE KOJEVE. Não existe isso de ser uma leitura fundamental, leia Hegel a partir dele mesmo. Comece pela Ciência da Lógica e tenha uma mente aberta. Basta isso, não existe "base" pra entender Hegel, busque verdadeiros comentadores e passe longe dos franceses.
Que surpresa agradável conhecer o trabalho do Glauber e sua maneira peculiar de transmitir conhecimento. Uma fala tranquila e empática capaz de nos deixar horas ouvindo com atenção que os temas merecem.
Ah, deixa eu falar aqui; que jeito delicado o Professor tem! Leve como um bolo alemão; pão de ló é alemão? Então; _Crítica da razão pura_ Explora os limites da razão, amplia-a; vai comendo a fé que é a vontade sozinha sem razão. Vou ver os outros pareceres estimulados. Obrigado!
Há 300 anos o pensador se esforçou muito, estudou, elaborou uma grande obra e concluiu: nao ha como saber. Aí os da fé disseram: quero nem saber, deus existe e está conosco em todos os momentos.
Parabéns Professor por tazer esta ótima síntese. Entre o entendimento numênico de Kant, em que Deus pertence a este domínio... aqui conforme suas palavras, "a razão vê apenas aquilo que ela coloca na natureza, o mundo é uma produção do sujeto", eu particularmente acolho o argumento ontológico de Leibntz, em que a simples definição de Deus depende da sua existência, ou mesmo o de Anselmo da Cantuária. Pelo menos Kant considerava a existência de Deus útil no campo prático, como um ideal moral para orientar a ação humana. Conforme Santo Agostinho, a fé e a razão caminham juntas, mas a fé vai mais longe.
O melhor vídeo introdutório dessa obra. Eu já aguardava algum tempo, mas imaginava que não seria um conteúdo aberto. Pretendo fazer seu curso em breve!
Seria um autoconhecimento da razão : a própria razão se vigia , se julga , se reflete , se questiona e reconhece seu limite. É um autoconhecimento daquilo que transcende seus limites.
Glauber, completei meu doutorado em filosofia em 2014, estudando sempre Derrida, embora muitas vezes ele analisasse textos de Kant e Hegel, dentre outros, só para ficar no que você comentou. Eu estudei Heidegger no doutorado, é importante para compreender Derrida, sobretudo Ser e Tempo, e as ligações com a desconstrução. Mas, honestamente, tenho dúvidas sobre o texto de filosofia mais difícil que li, porque Husserl também é osso duro. No caso de Hegel, achei Fenomenologia do Espírito e Lógica igualmente difíceis.
Deus no conceito Cristão é uma força primordial, um principio criador com sua regramento lógico que determina tudo o que existe. Me parece que esse Deus é o sujeito de Kant. O conhecimento do homem é limitado pela sua esfera natural.
Pegamos um mundo construído, pronto, com casas, carros, os poderes da administração social e a cultura. Um sistema completo justo ou injusto. A partir dessa prerrogativa, vamos refletir esse estado de coisas, assim vemos sem crença e o que vemos chamamos de realidade. Uma bola que, alguém um dia deu esse nome, está bem definida para nós. Nesse sentido, podemos afirmar a existência do que já construímos e construir pensamentos, baseados nesse conhecimento herdado.
Ótimo vídeo. Raro encontrar vídeos sobre Kant em português que aprofundem um pouco mais. Li apenas as 139 primeiras páginas e a sensação é a de montar o raciocínio como se fosse um castelo de cartas. É tudo muito encadeado. Mas muito gratificante. Para quem não quiser encarar a CRP ou quiser um "aquecimento" antes, vale a pena ler os "Prolegômenos a qualquer metafísica futura que possa apresentar-se como Ciência". Trata-se de uma introdução para a CRP escrita depois dela. Salvo engano, o Kant escreveu os Prolegômenos para quem fosse tentar refutá-lo pelo menos entendesse a obra alvo de críticas e ao que ela se propunha.
Na minha graduação de Filosofia, fizemos uma prova escrita sobre este livro. A maioria ficou com nota abaixo da média. Kant é difícil de ser entendido e interpretado. 😢😢
Sempre será complexo e dificil falar sobre o que está além da palavra. Toda ideia é parcial. O todo está no silêncio e compartilhar o silêncio é o maior de todos os desafios. Apenas sentar, fechar os olhos e a luz vez. Se demora, devemos limpar a casa (a mente). Leva tempo. Depois, ao descobrir o que deve ser reformulado, a reengenharia. Leva tempo. As Artes ajudam. É preciso paciência. Mas vale a pena. Abandone tudo o que você sabe. Espere. Quando a grama começar a crescer, por favor compartilhe conosco. Você certamente estará nadando em algo novo, tão novo que no início vão vai compreender. Torne-se um veículo e seja um arauto da nova humanidade. Ainda tem tempo. Abandone passado. Precisamos de você aqui, construindo um portal de algo que ainda não existe. Venha. Estou de braços abertos te esperando.
incrivel video, Glauber! sonho ter essa biblioteca e saber falar o alemão como voce (estudando pra isso rsrs). esse video n podia deixar me lembrar a materia de Epistemologia que tive na gradução de filosofia nesse semestre! apesar de ser muito interessante, confesso que achei uma escolha pouco acertada do professor a de dar essa matéria com um livro "nao tao classico" - A Significação do Ceticismo Filosófico, do filosofo canadense B. Stroud. Achei que o livro avançava demais no debate da epistemologia, no sentido de que dialogava com outros classicos da epistemologia (Kant obviamente e outros); entao continha conteudo que eu nao tinha uma ideia basica e por isso me foi muito custoso, mas muito instigante. área incrivel que rende muitos debates, me apraz muito hahahah. de novo, grande video!! obrigado e forte abraço!!
Você podia verificar a possibilidade de lançar um bacharelado em filosofia EAD. Penso que seja burocrático e talvez nem seja possível. Mas imagino que teriam interessados 😅
Olá! Você poderia aproveitar a oportunidade e apresentar a fenomenologia transcendental de Husserl, e concluir comparando sua obra com a de Kant. O que acha?
Gosto muito do canal, mas a título de curiosidade. Vejo que curte muito Black e Death. Gosta também de música brasileira? Vejo que é bem eclético e debate temas amplos na filosofia. Um abraço e parabéns pelo canal.
Olá amigo do saber, eu sou um ouvinte de Angola e costumava ouvir pelo Spotify mas recentemente o canal foi restringido e apenas está disponível para o Brasil
Olá, boa noite. Sou da física e gostaria muito de estudar filosofia a sério, aprender a 'linguagem' desta para ler e me aprofundar nas obras. Seu curso é focado para quem gostaria de estudar a nível acadêmico ou para alunos do ensino médio? Agradeço desde já, e obrigado pela indicação da banda! Esse mes tem napalm death aqui. Hahah
Na obra Crítica da Razão Pura, Kant separa o conhecimento lógico (a priori) do conhecimento empírico (a posteriori). Ele explica que o conhecimento a priori fornece as condições necessárias para a possibilidade do conhecimento empírico, ou seja, as categorias lógicas e conceituais que estruturam nossa experiência do mundo. O conhecimento empírico, portanto, depende das estruturas a priori para ser validado e compreendido, mas não pode refutar essas estruturas. Assim, para interpretar dados materiais, você sempre precisará das estruturas a priori, como tempo e espaço, que fundamentam os métodos e interpretam os dados. O conhecimento material, histórico e científico tem seu valor, mas depende do conhecimento a priori e não pode, por si só, refutá-lo. O método do materialismo histórico utilizado por Marx adota uma abordagem diferente, focando nas condições materiais e econômicas para explicar o desenvolvimento histórico e social. Marx não emprega a distinção kantiana entre o a priori e o a posteriori, concentrando-se na observação da realidade material para tirar conclusões. Nesse sentido, a obra de Kant e a de Marx seguem direções opostas. Por exemplo, a Escola Austríaca de Economia, que refuta o marxismo, afirma que a autopropriedade, como o primeiro direito e base de todos os outros, é um conhecimento axiomático, apriorístico e, portanto, irrefutável. Não há possibilidade de um conhecimento adquirido via materialidade histórica ter capacidade epistemológica para refutar um conhecimento axiomático e apriorístico, já que a lógica e os axiomas são independentes da experiência empírica.
Kk achei anedótico, respeitosamente. Veja, se sua escola austríaca seguir um silogismo fundamentado na criação do saber a partir desse pressuposto, não é óbvio que uma outra perspectiva que antagonize com seu ponto de partida seja ilógica com base em seu esquema? E dentro da questão Kantiana, isso seria um juízo sintético apriori, certo? E como Marx e a filosofia kantina, conforme você expressões não se "conversam", como faz pra refutar nesse caso? Confesso que não sou um grande entusiasta da filosofia. Sou historiador de formação, mas acho um pouco cômico como vocês enxergam um esquema lógico e sua lógica resolução como a grande panaceia desse problema do "saber". Aguardo sua resposta boa tarde.
@@EF-ny9ci Sinceramente a defesa foi um pouco fraca, algo axiomático quando é envolvido relações sócias se referente a algo que precede isso, a escola austríaca nao utiliza conhecimentos transcendentes para explicar relações sócias, ela se fecha em si mesma e seu próprio mundo de trocas sócias e propriedade ja considerada existente, para mim isso nao mostra nenhum tipo de axioma e sim somente um pre suposto extremamente eurocêntrico, ate bem ignorante, levando em consideração que mises é um dos ideólogos dessa “escola filosofica”
@@lucasafonso3763 Entendo o que você colocou, mas veja só: a primeira parte, onde você sugere que o texto é anedótico, simplesmente não faz sentido dentro de um debate lógico. Você afirma que meu argumento é anedótico, mas sequer apresenta uma razão para fundamentar isso. Num debate sério, se alguém acusa um ponto de ser anedótico, a pessoa precisa demonstrar onde isso ocorre e como o argumento falha em provar o que se propõe. Se você simplesmente diz que é anedótico, mas não toca no assunto, sua crítica não tem validade. Agora, sobre esse antagonismo de perspectivas, isso só seria relevante em questões etimológicas ou de definição de termos. No mais, a lógica é superior a qualquer perspectiva. Ela é a regra universal para qualquer ideologia, pensamento ou proposição. Não importa a perspectiva: a lógica está acima de tudo e é o juiz final. Se uma teoria ou argumento não está alinhado com a lógica, está errado. E ponto final. Alegar uma diferença de perspectiva não muda esse fato. Quanto à incomunicabilidade entre Kant e Marx, o mesmo se aplica: a lógica ainda é o critério final de julgamento. Não importa se as metodologias são diferentes, o que importa é se o raciocínio respeita ou não as leis da lógica. Agora, sobre a questão da lógica como "solução universal", você distorceu o que foi dito. Em nenhum momento eu excluí a importância do conhecimento empírico ou material a posteriori. O que eu expliquei é que cada método tem seu lugar e uso. Não estou dizendo que um é superior ao outro. Quando digo que o conhecimento a priori fundamenta o empírico, isso não significa que é "melhor", mas que ele é necessário para estruturar e validar os métodos usados no conhecimento empírico. O conhecimento a priori é a base, o fundamento. É axiomático, lógico, matemático, adequado para encontrar verdades universais. Já o conhecimento empírico tem um papel descritivo. E, como todo conhecimento descritivo, ele é subjetivo. Por isso, ele não pode ser normativo, e é aqui que muitos erram. E essa é outra falha grave de Marx. Embora ele afirme que seu método materialista é descritivo no O Capital, a obra contém inúmeros juízos normativos. E, mesmo que O Capital fosse puramente descritivo (o que não é), teríamos ainda o Manifesto Comunista, que é completamente normativo e se baseia num método materialista. Ou seja, Marx cai na guilhotina de Hume ao tentar derivar um dever do ser, o que é um salto lógico. Você não pode observar o mundo material e, a partir disso, dizer como o mundo deve ser. Esse é um problema que pertence ao campo a priori do conhecimento, e Marx o ignora. Enfim, os pontos estão claros: sua crítica não refuta meu argumento porque carece de fundamentação lógica. Não há como escapar da lógica. Se a sua teoria ou perspectiva viola a lógica, está errada, independentemente da ideologia.
@@lucasafonso3763 Agora vamos focar especificamente na metodologia materialista de Marx. Muitos marxianos defendem que a obra de Marx é puramente descritiva e não possui elementos normativos, mas isso simplesmente não é verdade. Para você afirmar qual classe é opressora e qual é oprimida, é necessário fazer um julgamento. Um método descritivo pode até classificar grupos em categorias ou classes, mas afirmar que um grupo oprime o outro já entra no campo de juízo de valor. Então, mesmo dentro do O Capital, que supostamente seria descritivo, há elementos normativos que não podem ser ignorados. Agora, se formos para o Manifesto Comunista, a situação se agrava ainda mais. A obra é claramente normativa, uma convocação aberta à revolução. Não há como argumentar contra isso. A normatividade ali é evidente, e pior, derivada de um método materialista. Aqui, vemos um salto lógico, derivando um dever do "ser", ou seja, caindo diretamente na guilhotina de Hume. Esse erro é fundamental, e não há como justificá-lo. Está errado, e ponto final. Mesmo que alguém tente argumentar que o Manifesto Comunista não faz parte do cânone principal da obra de Marx, isso não muda o fato de que o partido comunista, as revoluções comunistas ao longo da história, e os marxianos contemporâneos operam num campo normativo. Eles defendem abertamente a revolução, pautados num método materialista, o que é epistemologicamente incorreto. Há muitos pontos falhos na teoria marxista, mas este, de derivar normatividade a partir de um método materialista, é o mais claro e o mais simples de explicar. E é um ponto que não cabe discussão. A única forma de tentar refutá-lo seria apresentar uma teoria ética a priori de Marx, mas como isso não existe, o erro persiste. E se está epistemologicamente errado, toda pessoa que defende essa ideologia de forma normativa deve ser contestada. Mais ainda, quando essa ideologia tenta ser implementada no mundo real, as demais pessoas têm todo o direito de resistir, inclusive com legítima defesa.
@@Zoriek Entendo a sua crítica, mas acredito que haja algumas confusões nos pontos que você levantou. Em primeiro lugar, quando você fala sobre o envolvimento de relações sociais em algo axiomático, parece haver uma incompreensão do que constitui um axioma. Axiomas são princípios fundamentais que não dependem de condições externas, como as trocas sociais ou eventos que os "precedem". Eles são autossuficientes e servem de base para toda a construção teórica, independentemente da ordem cronológica de sua aplicação às relações sociais. A Escola Austríaca, ao se basear em princípios como a autopropriedade, parte de um fundamento apriorístico, e não empírico. Isso significa que ela não precisa de "conhecimentos transcendentes" para explicar as relações sociais, pois seus princípios são logicamente deduzidos e autoevidentes. A lógica é o critério final de validação, e ela não exige validação empírica ou dependência cultural. Quanto à crítica de que a Escola Austríaca "se fecha em si mesma", esse argumento não refuta o valor de seus axiomas. Ao contrário, o fato de operar dentro de um sistema fechado de trocas sociais e propriedade já considerada existente é uma característica de qualquer sistema axiomático. Um axioma é um pressuposto inicial, e a partir dele as construções lógicas se desenvolvem. A crítica ao eurocentrismo aqui não se aplica, pois a validade de um axioma não depende de sua origem cultural. O eurocentrismo pode ser uma crítica válida em outros contextos, mas não em um debate sobre princípios lógicos universais. Por fim, sua referência a Mises como um dos ideólogos da Escola Austríaca parece desviar o foco do argumento central. O fato de Mises estar associado à escola não invalida os princípios dela, e criticar a figura de Mises não aborda a lógica dos argumentos expostos. Se há uma falha na teoria que ele desenvolve, essa falha precisa ser demonstrada através de inconsistências lógicas, o que ainda não foi feito. Em suma, sua crítica se concentra em questões culturais e pessoais, mas não aborda os fundamentos lógicos que sustentam a teoria. A lógica e os axiomas não são dependentes de perspectiva cultural, e, portanto, o seu argumento não consegue refutar a base apresentada pela Escola Austríaca.
Kant é o mais complexo, e sua importância histórica é fato. Dê uma olhada neste vídeo que fizemos sobre Hegel pra criança, será que dá pra fazer com Kant? ruclips.net/video/Qo7WMj43wnM/видео.html
Eu penso que a sua explicação do por quê, segundo Kant, não conhecemos a coisa em si em termos da "cortina dos sentidos" não está correta. O problema não é se os sentidos nos transmitem as coisas como elas realmente são nelas mesmas. O problema é: os sentidos nos transmitem um diverso que seria ininteligível, se não lhe acrescentássemos certas noções que possuímos independentemente da experiência. Somente assim, isto é, após esse acréscimo, as coisas aparecem para nós, em outras palavras, tornam-se fenômenos e podemos conhecê-las. Entretanto, isso que colocamos para chegar aos objetos da experiência não está presente na coisa em si. Por isso, não conseguimos conhecer a coisa em si, independentemente da acurácia dos nossos sentidos. Por exemplo, para Kant, o espaço, ou melhor, a representação de espaço, é algo que existe em nós, antes de qualquer observação empírica, e não algo ao qual chegamos pela experiência. Quer dizer, não aprendemos a noção de "ao lado de" porque nossa visão nos mostra objetos um ao lado do outro: nós acrescentamos o "ao lado de" às sensações que obtemos pela visão, para chegar a uma representação de objetos um ao lado do outro. É por isso que, como você disse, participamos ativamente da construção dos objetos do conhecimento. Então, a questão não é que seja impossível saber se a visão capturou corretamente o mundo, mas sim que as nossas representações contém material da visão (sensações) junto com algo que nós inserimos, no caso, o espaço ou a espacialidade. Enfim, você deve saber de tudo isso melhor do que eu, mas no vídeo a explicação não ficou tão boa. No mais, o vídeo está muito bom. Você conseguiu passar por questões difíceis com clareza.
Então se alguém provar que o espaço e o tempo estão na natureza e não em nós, o idealismo transcedental desaba? Além disso, as formas da sensibilidade podem concordar com as formas reais da natureza, não? Assim a mente posicionaria o objeto no próprio espaço real.
Não, se o espaço e tempo existirem na natureza e não em nós, o idealismo do espaço e tempo desabaria, mas o idealismo transcendental ainda fica de pé. Além do espaço e tempo, que são intuições, introduzimos as categorias, que são conceitos inatos a nós possuídos independentemente da experiência empírica, ao diverso das sensações para chegarmos, a partir delas, aos objetos da experiência, alvo do nosso conhecimento. Kant mostra isso em uma passagem da Crítica da Razão Pura, a dedução transcendental, em que ele explica como conceitos que não são obtidos empiricamente podem ser aplicados aos objetos da experiência. Por exemplo, a causalidade é uma categoria, portanto, segundo Kant, um conceito a priori, isto é, independente da experiência empírica. O problema de Kant, e do idealismo transcendental, é mostrar como a causalidade, mesmo sendo um conceito a priori, pode ser aplicada aos objetos da experiência. Ele responde a esse desafio com o argumento que a causalidade é constitutiva do objeto da experiência. Para ficar mais claro, pense no exemplo do Hume das bolas de bilhar: uma bola em movimento se choca com outra que estava parada e esta entra em movimento. Para que essa cena se torne um objeto da experiência para nós, é preciso acrescentar a causalidade, isto é, que o choque com a bola em movimento foi a causa do movimento da bola que estava parada, àquilo que os sentidos nos trazem dela. Sem isso não haveria objeto da experiência, apenas algo desconexo referente ao diverso das sensações. Quando vamos estudar esse objeto, concluímos que o choque é a causa e o movimento da bola que estava parada é o efeito dele. Isso explica algo que foi mencionado no vídeo e que Kant afirma no prefácio: a razão tira dos objetos aquilo que ela mesmo colocou. Então, se o espaço e tempo existirem na natureza e não em nós, cairia por terra o idealismo do espaço e tempo, mas não o idealismo transcendental.
Em relação à sua segunda pergunta, essa é uma das críticas mais antigas ao Kant: ele teria ignorado a possibilidade do espaço e tempo estarem em nós e na natureza. Alguns comentadores do Kant tentaram mostrar que ele discute e descarta essa possibilidade. Infelizmente, eu não sei mais sobre o tema, além de que existe um debate sobre ele entre os comentadores do Kant. Mas, eu penso que, se assumirmos isso, precisaríamos explicar como se dá essa coincidência entre o que há em nós e na natureza.
@@Johzaonão. O espaço não está em nós. O que está em nós é a concepção de espaço. A mente não pode posicionar nada no espaço real (a menos que vc seja o Magneto), a mente posiciona uma representação do objeto em uma representação do espaço.
Impressionante como no Brasil há aqueles que consideram esse livro como de alta complexidade, quando na verdade é um livro mais simples do que se imagina. Xavier Zubiri comeu Kant com farinha e o resumiu de forma simples: _"Quando se tenta dar sentido lógico para conceitos que partem de premissas equivocadas, o resultado não pode ser outro senão o da própria insanidade"_ . Em suma, Kant não entendeu a tríade grega (Sócrates, Platão e Aristóteles), tampouco os escolásticos; logo, o raciocínio dele em relação à ética, moral e busca pela verdade é totalmente equivocado e débil. A consequência disso, duas grandes guerras causadas por lunáticos que seguiam a base dessa pseudofilosofia maluca do Kant: _"imperativo categórico" (Rs)_ . Só uma cultura degradante, pitoresca, alegorica com um verniz de pseudointelecto para poder seguir esse _"maluco blasé kantiano"_ , sendo o resultado disso não outro senão o próprio genocídio em larga escala. Recomendo que esqueçam essas besteiras, e foquem em obras com filosofia séria e de verdade: Platão, Aristóteles, Averróis, Avicena, St. Tomás de Aquino, Libinez, Friedrich Schelling, Michael Oakeshott, Russell Kirk, edmund husserl, Xavier Zubiri, Eric Voeglin, Roger Scrutin e é claro, o ilustre Professor Louis Lavelle. Até Mário Ferreira dos Santos, Vicente Ferreira da Silva e Miguel Reale (o pai, não o filho embusteiro) são maiores e escreveram conceitos mais úteis do que essas insanidades kantianas que não passam ilesos pela _Occam's Razor_ . Isso que se chama de _"estudo formal em filosofia"_ é interessante, mas o *importante mesmo é o conhecimento verdadeiro pautado por uma realidade concreta, indecomponivel e indissociável* sem relativismos kantianos falaciosos e fantasiosos. Por outro lado, devo reconhecer que esse vídeo não ficou, digamos, "ruim". Ou seja, tem lá sua peculiaridade.
Estou fazendo o curso de introdução à filosofia ministrado pelo Glauber. Recomendo a todo mundo. Também estou lendo a bibliografia preparada por ele e a dica é ler os livros ANTES das aulas. Tem sido uma experiência bem interessante.
Kant admirava Emanuel Swendenborg.
Só posso agradecer pela disseminação de conhecimento de forma didática e gratuita!
Muito honrado em ver o mestre com a camiseta da minha banda!!!!
você toca demais,miasthenia é uma bandaça!
Grande Marcos! Abração
Muito bom. As questões clássicas da filosofia, são muito boas. Verdadeiras questões.
Quanto mais estudo Kant, mais vejo Hume em sua obra
por causa de alguns vídeos seus sobre Hegel, resolvi enfrentá-lo. Estou relendo ele com a ajuda de comentadores. Posso dizer uma coisa, como historiador, deveria ser leitura obrigatória eternamente para nós historiadores
Qual obra de Hegel voce esta lendo?
@@jeffazevedo1 bem, não sou o cara, mas se fosse chutar creio que seja Fenomenologia do Espírito, essa é uma das obras mais famosa do Hegel.. Só que nenhum ser humano normal consegue pegar para ler essa obra sem ter uma boa base antes, se quiser recomendações de livros tem duas: Introdução à Leitura de Hegel do Alexandre Kojeve (esse livro é fundamental para se introduzir no pensamento no Hegel, não tem um ser vivo que ler Hegel sem passar por essa obra antes) e também tem "Os Pensadores: Hegel".
@@pazelove4784 Ja ouvi falar sobre esta obra e, assim que puder, a comprarei. Muito obrigado pela dica e pela excelente resposta!
@@jeffazevedo1 FUJA DE KOJEVE. Não existe isso de ser uma leitura fundamental, leia Hegel a partir dele mesmo. Comece pela Ciência da Lógica e tenha uma mente aberta. Basta isso, não existe "base" pra entender Hegel, busque verdadeiros comentadores e passe longe dos franceses.
@@pazelove4784 desafio aceito!!
Camisa do Miasthenia: ganhou um seguidor só por causa disso. Excelente conteúdo e muito bom gosto musical.
Que surpresa agradável conhecer o trabalho do Glauber e sua maneira peculiar de transmitir conhecimento. Uma fala tranquila e empática capaz de nos deixar horas ouvindo com atenção que os temas merecem.
Quando o Glauber disse, num vídeo antigo, que "em alemão é mais fácil", eu pensei: esse conhece!!!
Meu! Que bom te ver! Só conhecia sua voz 😊
Ah, deixa eu falar aqui; que jeito delicado o Professor tem! Leve como um bolo alemão; pão de ló é alemão?
Então; _Crítica da razão pura_
Explora os limites da razão, amplia-a; vai comendo a fé que é a vontade sozinha sem razão.
Vou ver os outros pareceres estimulados.
Obrigado!
Fascinante Glauber. A mais clara introdução a esta obra do Kant que vi até hoje na Internet. Parabéns pelo empenho e dedicação. Excelente aula.
Há 300 anos o pensador se esforçou muito, estudou, elaborou uma grande obra e concluiu: nao ha como saber. Aí os da fé disseram: quero nem saber, deus existe e está conosco em todos os momentos.
❤amo suas explicações, aprendo muito, gratidão por compartilhar
Muito bom. Nunca antes eu havia visto uma aula sobre essa obra e Kant de forma tão concisa e objetiva.
Pela primeira vez ouvi o podcast e vi o vídeo. São parecidos mas com diferenças. Ou seja, um baita trabalhão fazer nos dois formatos. Parabéns!!
Muito obrigado por semear conhecimento Glauber!🤝❤️
Parabéns Professor por tazer esta ótima síntese.
Entre o entendimento numênico de Kant, em que Deus pertence a este domínio... aqui conforme suas palavras, "a razão vê apenas aquilo que ela coloca na natureza, o mundo é uma produção do sujeto", eu particularmente acolho o argumento ontológico de Leibntz, em que a simples definição de Deus depende da sua existência, ou mesmo o de Anselmo da Cantuária.
Pelo menos Kant considerava a existência de Deus útil no campo prático, como um ideal moral para orientar a ação humana.
Conforme Santo Agostinho, a fé e a razão caminham juntas, mas a fé vai mais longe.
Até agora só seu comentário dialoga com a matéria do vídeo.
Que honra, primeira vez que assisto, aquela recomendação sábia do youtube, pois já ouço no spotfy faz tempo! primeira vez vendo!
O melhor vídeo introdutório dessa obra. Eu já aguardava algum tempo, mas imaginava que não seria um conteúdo aberto. Pretendo fazer seu curso em breve!
Parabéns professor.
Também sou amante do metal, e curto muito Miasthenia... Sou fã da banda a mais de 14 anos
Seria um autoconhecimento da razão : a própria razão se vigia , se julga , se reflete , se questiona e reconhece seu limite. É um autoconhecimento daquilo que transcende seus limites.
Glauber, completei meu doutorado em filosofia em 2014, estudando sempre Derrida, embora muitas vezes ele analisasse textos de Kant e Hegel, dentre outros, só para ficar no que você comentou. Eu estudei Heidegger no doutorado, é importante para compreender Derrida, sobretudo Ser e Tempo, e as ligações com a desconstrução. Mas, honestamente, tenho dúvidas sobre o texto de filosofia mais difícil que li, porque Husserl também é osso duro. No caso de Hegel, achei Fenomenologia do Espírito e Lógica igualmente difíceis.
Gosto do vídeo mesmo sendo de direta 🤌🏽
Incrível esse vídeo! Seus vídeos sempre me inspiram a ler filosofia.
Saudações desde Uruguai, prof Glauber!!
Vídeo muito didático.
Obra muito rica mesmo, embora difícil.
Valeu Glauber!!! 😊
Deus no conceito Cristão é uma força primordial, um principio criador com sua regramento lógico que determina tudo o que existe. Me parece que esse Deus é o sujeito de Kant.
O conhecimento do homem é limitado pela sua esfera natural.
Obrigado pelo vídeo, me interessei muito por Kant.
Parabéns pela iniciativa e dedicação!
Tua didática e eloquência na transmissão dos conteúdos é contagiante. Grato pela ocasião desta vídeo aula.
Valeu
Miasteria! Adorei a dica!!!! Também recomendo!
Além de tudo esta edição ficou muito bonita!
Gratidão, professor!!!
Sou fã do podcast
Excelente aula. Obrigado professor.
Mesmo antes de assistir já vou dando um like 👍.
Minha próxima leitura! Espero que eu não tenha tanta dificuldade em compreender. O seu vídeo vai me ajudar muito! Obrigada :)
Pegamos um mundo construído, pronto, com casas, carros, os poderes da administração social e a cultura. Um sistema completo justo ou injusto. A partir dessa prerrogativa, vamos refletir esse estado de coisas, assim vemos sem crença e o que vemos chamamos de realidade. Uma bola que, alguém um dia deu esse nome, está bem definida para nós.
Nesse sentido, podemos afirmar a existência do que já construímos e construir pensamentos, baseados nesse conhecimento herdado.
Interessante, parece dialogar com o conteúdo do vídeo. Estão raros aqui nos comentários, pensamentos ou perguntas suscitadas.
Como sempre, uma aula excelente.
Cheguei de paraquedas nesse canal e amei o vídeo
Vídeo muito bom!!
Obrigada pelo conteúdo professor!
Muito bom camarada 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻
Ótimo vídeo. Raro encontrar vídeos sobre Kant em português que aprofundem um pouco mais. Li apenas as 139 primeiras páginas e a sensação é a de montar o raciocínio como se fosse um castelo de cartas. É tudo muito encadeado. Mas muito gratificante.
Para quem não quiser encarar a CRP ou quiser um "aquecimento" antes, vale a pena ler os "Prolegômenos a qualquer metafísica futura que possa apresentar-se como Ciência".
Trata-se de uma introdução para a CRP escrita depois dela. Salvo engano, o Kant escreveu os Prolegômenos para quem fosse tentar refutá-lo pelo menos entendesse a obra alvo de críticas e ao que ela se propunha.
Amo Filosofia. Deus o abençoe.
Brabo demaaaaais! E tbm curti muito a camiseta! Vou procurar a Miasthenia, gostei de proposta ;)
Na minha graduação de Filosofia, fizemos uma prova escrita sobre este livro. A maioria ficou com nota abaixo da média. Kant é difícil de ser entendido e interpretado. 😢😢
Ótima introdução. 👍👍👍
Meu mano vc é mto foda! Obrigado pelo seu trabalho!
Muito didático parabéns
Professor como é limitar o caminho para a fé? Seria tipo: a minha fé só vai até aqui? Ou seria criar idéias sobre a natureza? Sobre o céu?
Até aqui, o 2° comentário que dialoga com o tema; o seu.
Miastenia é metal morte muito foda mesmo. 🤩
Boa aula introdutória.
Obrigado pela aula, cumpriu de forma brilhante o que o que se propôs..
Muito bom!
Parabéns pelos ótimos vídeos!!
Muito bom parabéns...
Mais um excelente video!!!
Excelente apresentação
Sensacional!
Sempre será complexo e dificil falar sobre o que está além da palavra. Toda ideia é parcial. O todo está no silêncio e compartilhar o silêncio é o maior de todos os desafios. Apenas sentar, fechar os olhos e a luz vez. Se demora, devemos limpar a casa (a mente). Leva tempo. Depois, ao descobrir o que deve ser reformulado, a reengenharia. Leva tempo. As Artes ajudam. É preciso paciência. Mas vale a pena. Abandone tudo o que você sabe. Espere. Quando a grama começar a crescer, por favor compartilhe conosco. Você certamente estará nadando em algo novo, tão novo que no início vão vai compreender. Torne-se um veículo e seja um arauto da nova humanidade. Ainda tem tempo. Abandone passado. Precisamos de você aqui, construindo um portal de algo que ainda não existe. Venha. Estou de braços abertos te esperando.
Concordo contigo, Kant é menos complexo.
Terei que reler então, não consegui enxergar tudo isso na primeira leitura.
Pegou pesado. 👏🏾
Faz uma introdução dessas para o "Organon", Glauber
Ótimo vídeo!
Que bela edição essa!
Robusta!
Muito bom vídeo, meu jovem!
Está chovendo em Ubachuva. Pode acreditar 😹
incrivel video, Glauber! sonho ter essa biblioteca e saber falar o alemão como voce (estudando pra isso rsrs). esse video n podia deixar me lembrar a materia de Epistemologia que tive na gradução de filosofia nesse semestre! apesar de ser muito interessante, confesso que achei uma escolha pouco acertada do professor a de dar essa matéria com um livro "nao tao classico" - A Significação do Ceticismo Filosófico, do filosofo canadense B. Stroud. Achei que o livro avançava demais no debate da epistemologia, no sentido de que dialogava com outros classicos da epistemologia (Kant obviamente e outros); entao continha conteudo que eu nao tinha uma ideia basica e por isso me foi muito custoso, mas muito instigante. área incrivel que rende muitos debates, me apraz muito hahahah. de novo, grande video!! obrigado e forte abraço!!
Você podia verificar a possibilidade de lançar um bacharelado em filosofia EAD. Penso que seja burocrático e talvez nem seja possível. Mas imagino que teriam interessados 😅
Olá!
Você poderia aproveitar a oportunidade e apresentar a fenomenologia transcendental de Husserl, e concluir comparando sua obra com a de Kant. O que acha?
Tá chovendo em Chicago
Ê fessô, bela aula!
Para melhorar sugiro remover os né e os tá, cacoetes q atrapalham mais ainda na transcrição.
😃😁😇
Obrigado pela aula.
Qual tradução/edição você recomenda?
Por que o curso vai só até Sartre? E tantos outros que vieram depois, como Rawls, Habermas?
26:32 dava para usar o filme Matrix aqui como exemplo.
Tú é muito inteligente e nem tem cara de doido ...kkk
Gosto muito do canal, mas a título de curiosidade. Vejo que curte muito Black e Death. Gosta também de música brasileira?
Vejo que é bem eclético e debate temas amplos na filosofia. Um abraço e parabéns pelo canal.
Olá, bom dia. Não estou conseguindo me tornar membro. Existe outro meio de entrar em contato com vocês que seja mais simples e pratico?
Olá amigo do saber, eu sou um ouvinte de Angola e costumava ouvir pelo Spotify mas recentemente o canal foi restringido e apenas está disponível para o Brasil
Olá, boa noite. Sou da física e gostaria muito de estudar filosofia a sério, aprender a 'linguagem' desta para ler e me aprofundar nas obras. Seu curso é focado para quem gostaria de estudar a nível acadêmico ou para alunos do ensino médio? Agradeço desde já, e obrigado pela indicação da banda! Esse mes tem napalm death aqui. Hahah
Glauber, você poderia fazer um vídeo sobre a situação politica na Alemanha com a "ascensão" da AfD? sei que é fora do escopo do canal.
Miasthenia, banda BR foda!
18:36 começa aqui
Duvido criar uma rede social pública em que o dinheiro da publicidade fosse destinado aos usuários
Qual a editora deste livro?
Professor, aqui no Brasil o Twitter foi banido e espero que continue assim! O senhor tem BlueSky social media?
Camisa do Miasthenia, aí sim
Mais vídeos sobreeeeeeeeeee
Seu curso da udemy esta no plano mensal ou a parte?
✊🏽
Miastenia grande banda de Brasília.
Black metal rules
Bela camisa
Eu ouvi muito Miasthenia na minha fase black metal.
Na obra Crítica da Razão Pura, Kant separa o conhecimento lógico (a priori) do conhecimento empírico (a posteriori). Ele explica que o conhecimento a priori fornece as condições necessárias para a possibilidade do conhecimento empírico, ou seja, as categorias lógicas e conceituais que estruturam nossa experiência do mundo. O conhecimento empírico, portanto, depende das estruturas a priori para ser validado e compreendido, mas não pode refutar essas estruturas.
Assim, para interpretar dados materiais, você sempre precisará das estruturas a priori, como tempo e espaço, que fundamentam os métodos e interpretam os dados. O conhecimento material, histórico e científico tem seu valor, mas depende do conhecimento a priori e não pode, por si só, refutá-lo.
O método do materialismo histórico utilizado por Marx adota uma abordagem diferente, focando nas condições materiais e econômicas para explicar o desenvolvimento histórico e social. Marx não emprega a distinção kantiana entre o a priori e o a posteriori, concentrando-se na observação da realidade material para tirar conclusões. Nesse sentido, a obra de Kant e a de Marx seguem direções opostas.
Por exemplo, a Escola Austríaca de Economia, que refuta o marxismo, afirma que a autopropriedade, como o primeiro direito e base de todos os outros, é um conhecimento axiomático, apriorístico e, portanto, irrefutável. Não há possibilidade de um conhecimento adquirido via materialidade histórica ter capacidade epistemológica para refutar um conhecimento axiomático e apriorístico, já que a lógica e os axiomas são independentes da experiência empírica.
Kk achei anedótico, respeitosamente.
Veja, se sua escola austríaca seguir um silogismo fundamentado na criação do saber a partir desse pressuposto, não é óbvio que uma outra perspectiva que antagonize com seu ponto de partida seja ilógica com base em seu esquema? E dentro da questão Kantiana, isso seria um juízo sintético apriori, certo? E como Marx e a filosofia kantina, conforme você expressões não se "conversam", como faz pra refutar nesse caso?
Confesso que não sou um grande entusiasta da filosofia. Sou historiador de formação, mas acho um pouco cômico como vocês enxergam um esquema lógico e sua lógica resolução como a grande panaceia desse problema do "saber". Aguardo sua resposta boa tarde.
@@EF-ny9ci Sinceramente a defesa foi um pouco fraca, algo axiomático quando é envolvido relações sócias se referente a algo que precede isso, a escola austríaca nao utiliza conhecimentos transcendentes para explicar relações sócias, ela se fecha em si mesma e seu próprio mundo de trocas sócias e propriedade ja considerada existente, para mim isso nao mostra nenhum tipo de axioma e sim somente um pre suposto extremamente eurocêntrico, ate bem ignorante, levando em consideração que mises é um dos ideólogos dessa “escola filosofica”
@@lucasafonso3763 Entendo o que você colocou, mas veja só: a primeira parte, onde você sugere que o texto é anedótico, simplesmente não faz sentido dentro de um debate lógico. Você afirma que meu argumento é anedótico, mas sequer apresenta uma razão para fundamentar isso. Num debate sério, se alguém acusa um ponto de ser anedótico, a pessoa precisa demonstrar onde isso ocorre e como o argumento falha em provar o que se propõe. Se você simplesmente diz que é anedótico, mas não toca no assunto, sua crítica não tem validade.
Agora, sobre esse antagonismo de perspectivas, isso só seria relevante em questões etimológicas ou de definição de termos. No mais, a lógica é superior a qualquer perspectiva. Ela é a regra universal para qualquer ideologia, pensamento ou proposição. Não importa a perspectiva: a lógica está acima de tudo e é o juiz final. Se uma teoria ou argumento não está alinhado com a lógica, está errado. E ponto final. Alegar uma diferença de perspectiva não muda esse fato.
Quanto à incomunicabilidade entre Kant e Marx, o mesmo se aplica: a lógica ainda é o critério final de julgamento. Não importa se as metodologias são diferentes, o que importa é se o raciocínio respeita ou não as leis da lógica.
Agora, sobre a questão da lógica como "solução universal", você distorceu o que foi dito. Em nenhum momento eu excluí a importância do conhecimento empírico ou material a posteriori. O que eu expliquei é que cada método tem seu lugar e uso. Não estou dizendo que um é superior ao outro. Quando digo que o conhecimento a priori fundamenta o empírico, isso não significa que é "melhor", mas que ele é necessário para estruturar e validar os métodos usados no conhecimento empírico. O conhecimento a priori é a base, o fundamento. É axiomático, lógico, matemático, adequado para encontrar verdades universais. Já o conhecimento empírico tem um papel descritivo. E, como todo conhecimento descritivo, ele é subjetivo. Por isso, ele não pode ser normativo, e é aqui que muitos erram.
E essa é outra falha grave de Marx. Embora ele afirme que seu método materialista é descritivo no O Capital, a obra contém inúmeros juízos normativos. E, mesmo que O Capital fosse puramente descritivo (o que não é), teríamos ainda o Manifesto Comunista, que é completamente normativo e se baseia num método materialista. Ou seja, Marx cai na guilhotina de Hume ao tentar derivar um dever do ser, o que é um salto lógico. Você não pode observar o mundo material e, a partir disso, dizer como o mundo deve ser. Esse é um problema que pertence ao campo a priori do conhecimento, e Marx o ignora.
Enfim, os pontos estão claros: sua crítica não refuta meu argumento porque carece de fundamentação lógica. Não há como escapar da lógica. Se a sua teoria ou perspectiva viola a lógica, está errada, independentemente da ideologia.
@@lucasafonso3763 Agora vamos focar especificamente na metodologia materialista de Marx.
Muitos marxianos defendem que a obra de Marx é puramente descritiva e não possui elementos normativos, mas isso simplesmente não é verdade. Para você afirmar qual classe é opressora e qual é oprimida, é necessário fazer um julgamento. Um método descritivo pode até classificar grupos em categorias ou classes, mas afirmar que um grupo oprime o outro já entra no campo de juízo de valor. Então, mesmo dentro do O Capital, que supostamente seria descritivo, há elementos normativos que não podem ser ignorados.
Agora, se formos para o Manifesto Comunista, a situação se agrava ainda mais. A obra é claramente normativa, uma convocação aberta à revolução. Não há como argumentar contra isso. A normatividade ali é evidente, e pior, derivada de um método materialista. Aqui, vemos um salto lógico, derivando um dever do "ser", ou seja, caindo diretamente na guilhotina de Hume. Esse erro é fundamental, e não há como justificá-lo. Está errado, e ponto final.
Mesmo que alguém tente argumentar que o Manifesto Comunista não faz parte do cânone principal da obra de Marx, isso não muda o fato de que o partido comunista, as revoluções comunistas ao longo da história, e os marxianos contemporâneos operam num campo normativo. Eles defendem abertamente a revolução, pautados num método materialista, o que é epistemologicamente incorreto.
Há muitos pontos falhos na teoria marxista, mas este, de derivar normatividade a partir de um método materialista, é o mais claro e o mais simples de explicar. E é um ponto que não cabe discussão. A única forma de tentar refutá-lo seria apresentar uma teoria ética a priori de Marx, mas como isso não existe, o erro persiste. E se está epistemologicamente errado, toda pessoa que defende essa ideologia de forma normativa deve ser contestada. Mais ainda, quando essa ideologia tenta ser implementada no mundo real, as demais pessoas têm todo o direito de resistir, inclusive com legítima defesa.
@@Zoriek Entendo a sua crítica, mas acredito que haja algumas confusões nos pontos que você levantou. Em primeiro lugar, quando você fala sobre o envolvimento de relações sociais em algo axiomático, parece haver uma incompreensão do que constitui um axioma. Axiomas são princípios fundamentais que não dependem de condições externas, como as trocas sociais ou eventos que os "precedem". Eles são autossuficientes e servem de base para toda a construção teórica, independentemente da ordem cronológica de sua aplicação às relações sociais.
A Escola Austríaca, ao se basear em princípios como a autopropriedade, parte de um fundamento apriorístico, e não empírico. Isso significa que ela não precisa de "conhecimentos transcendentes" para explicar as relações sociais, pois seus princípios são logicamente deduzidos e autoevidentes. A lógica é o critério final de validação, e ela não exige validação empírica ou dependência cultural.
Quanto à crítica de que a Escola Austríaca "se fecha em si mesma", esse argumento não refuta o valor de seus axiomas. Ao contrário, o fato de operar dentro de um sistema fechado de trocas sociais e propriedade já considerada existente é uma característica de qualquer sistema axiomático. Um axioma é um pressuposto inicial, e a partir dele as construções lógicas se desenvolvem. A crítica ao eurocentrismo aqui não se aplica, pois a validade de um axioma não depende de sua origem cultural. O eurocentrismo pode ser uma crítica válida em outros contextos, mas não em um debate sobre princípios lógicos universais.
Por fim, sua referência a Mises como um dos ideólogos da Escola Austríaca parece desviar o foco do argumento central. O fato de Mises estar associado à escola não invalida os princípios dela, e criticar a figura de Mises não aborda a lógica dos argumentos expostos. Se há uma falha na teoria que ele desenvolve, essa falha precisa ser demonstrada através de inconsistências lógicas, o que ainda não foi feito.
Em suma, sua crítica se concentra em questões culturais e pessoais, mas não aborda os fundamentos lógicos que sustentam a teoria. A lógica e os axiomas não são dependentes de perspectiva cultural, e, portanto, o seu argumento não consegue refutar a base apresentada pela Escola Austríaca.
Kant é o mais complexo, e sua importância histórica é fato. Dê uma olhada neste vídeo que fizemos sobre Hegel pra criança, será que dá pra fazer com Kant? ruclips.net/video/Qo7WMj43wnM/видео.html
Tornar a metafísica ciência? Pensei que era passar a metafísica pelo crivo para saber se ela era ciência como a ciência.
Eu penso que a sua explicação do por quê, segundo Kant, não conhecemos a coisa em si em termos da "cortina dos sentidos" não está correta. O problema não é se os sentidos nos transmitem as coisas como elas realmente são nelas mesmas. O problema é: os sentidos nos transmitem um diverso que seria ininteligível, se não lhe acrescentássemos certas noções que possuímos independentemente da experiência. Somente assim, isto é, após esse acréscimo, as coisas aparecem para nós, em outras palavras, tornam-se fenômenos e podemos conhecê-las. Entretanto, isso que colocamos para chegar aos objetos da experiência não está presente na coisa em si. Por isso, não conseguimos conhecer a coisa em si, independentemente da acurácia dos nossos sentidos. Por exemplo, para Kant, o espaço, ou melhor, a representação de espaço, é algo que existe em nós, antes de qualquer observação empírica, e não algo ao qual chegamos pela experiência. Quer dizer, não aprendemos a noção de "ao lado de" porque nossa visão nos mostra objetos um ao lado do outro: nós acrescentamos o "ao lado de" às sensações que obtemos pela visão, para chegar a uma representação de objetos um ao lado do outro. É por isso que, como você disse, participamos ativamente da construção dos objetos do conhecimento. Então, a questão não é que seja impossível saber se a visão capturou corretamente o mundo, mas sim que as nossas representações contém material da visão (sensações) junto com algo que nós inserimos, no caso, o espaço ou a espacialidade. Enfim, você deve saber de tudo isso melhor do que eu, mas no vídeo a explicação não ficou tão boa. No mais, o vídeo está muito bom. Você conseguiu passar por questões difíceis com clareza.
Então se alguém provar que o espaço e o tempo estão na natureza e não em nós, o idealismo transcedental desaba?
Além disso, as formas da sensibilidade podem concordar com as formas reais da natureza, não? Assim a mente posicionaria o objeto no próprio espaço real.
Não, se o espaço e tempo existirem na natureza e não em nós, o idealismo do espaço e tempo desabaria, mas o idealismo transcendental ainda fica de pé. Além do espaço e tempo, que são intuições, introduzimos as categorias, que são conceitos inatos a nós possuídos independentemente da experiência empírica, ao diverso das sensações para chegarmos, a partir delas, aos objetos da experiência, alvo do nosso conhecimento. Kant mostra isso em uma passagem da Crítica da Razão Pura, a dedução transcendental, em que ele explica como conceitos que não são obtidos empiricamente podem ser aplicados aos objetos da experiência. Por exemplo, a causalidade é uma categoria, portanto, segundo Kant, um conceito a priori, isto é, independente da experiência empírica. O problema de Kant, e do idealismo transcendental, é mostrar como a causalidade, mesmo sendo um conceito a priori, pode ser aplicada aos objetos da experiência. Ele responde a esse desafio com o argumento que a causalidade é constitutiva do objeto da experiência. Para ficar mais claro, pense no exemplo do Hume das bolas de bilhar: uma bola em movimento se choca com outra que estava parada e esta entra em movimento. Para que essa cena se torne um objeto da experiência para nós, é preciso acrescentar a causalidade, isto é, que o choque com a bola em movimento foi a causa do movimento da bola que estava parada, àquilo que os sentidos nos trazem dela. Sem isso não haveria objeto da experiência, apenas algo desconexo referente ao diverso das sensações. Quando vamos estudar esse objeto, concluímos que o choque é a causa e o movimento da bola que estava parada é o efeito dele. Isso explica algo que foi mencionado no vídeo e que Kant afirma no prefácio: a razão tira dos objetos aquilo que ela mesmo colocou. Então, se o espaço e tempo existirem na natureza e não em nós, cairia por terra o idealismo do espaço e tempo, mas não o idealismo transcendental.
Em relação à sua segunda pergunta, essa é uma das críticas mais antigas ao Kant: ele teria ignorado a possibilidade do espaço e tempo estarem em nós e na natureza. Alguns comentadores do Kant tentaram mostrar que ele discute e descarta essa possibilidade. Infelizmente, eu não sei mais sobre o tema, além de que existe um debate sobre ele entre os comentadores do Kant. Mas, eu penso que, se assumirmos isso, precisaríamos explicar como se dá essa coincidência entre o que há em nós e na natureza.
@@Johzaonão. O espaço não está em nós. O que está em nós é a concepção de espaço. A mente não pode posicionar nada no espaço real (a menos que vc seja o Magneto), a mente posiciona uma representação do objeto em uma representação do espaço.
@@Eng_Simoes O espaço em si não é uma coisa em si incognoscivel? O kant afirma o espaço fora da representação espacial q a mente realiza?
Caramba, Miastenia Gravis é uma doença rara que dá na glândula Timo. Hehhehehe Matou o homem mais rico do mundo na década de 70 o Onassis.
?????
São os colonizadores. !
@@jorgeguerra1057, está escrito na camiseta do Glauber, Miasthenia, uma banda de black metal de Brasília.
Impressionante como no Brasil há aqueles que consideram esse livro como de alta complexidade, quando na verdade é um livro mais simples do que se imagina. Xavier Zubiri comeu Kant com farinha e o resumiu de forma simples: _"Quando se tenta dar sentido lógico para conceitos que partem de premissas equivocadas, o resultado não pode ser outro senão o da própria insanidade"_ .
Em suma, Kant não entendeu a tríade grega (Sócrates, Platão e Aristóteles), tampouco os escolásticos; logo, o raciocínio dele em relação à ética, moral e busca pela verdade é totalmente equivocado e débil. A consequência disso, duas grandes guerras causadas por lunáticos que seguiam a base dessa pseudofilosofia maluca do Kant: _"imperativo categórico" (Rs)_ . Só uma cultura degradante, pitoresca, alegorica com um verniz de pseudointelecto para poder seguir esse _"maluco blasé kantiano"_ , sendo o resultado disso não outro senão o próprio genocídio em larga escala. Recomendo que esqueçam essas besteiras, e foquem em obras com filosofia séria e de verdade: Platão, Aristóteles, Averróis, Avicena, St. Tomás de Aquino, Libinez, Friedrich Schelling, Michael Oakeshott, Russell Kirk, edmund husserl, Xavier Zubiri, Eric Voeglin, Roger Scrutin e é claro, o ilustre Professor Louis Lavelle.
Até Mário Ferreira dos Santos, Vicente Ferreira da Silva e Miguel Reale (o pai, não o filho embusteiro) são maiores e escreveram conceitos mais úteis do que essas insanidades kantianas que não passam ilesos pela _Occam's Razor_ . Isso que se chama de _"estudo formal em filosofia"_ é interessante, mas o *importante mesmo é o conhecimento verdadeiro pautado por uma realidade concreta, indecomponivel e indissociável* sem relativismos kantianos falaciosos e fantasiosos. Por outro lado, devo reconhecer que esse vídeo não ficou, digamos, "ruim". Ou seja, tem lá sua peculiaridade.
Olavista detectado com sucesso.
Meu Deus, ainda não falou nada, só pegou e levantou o livro mil vezes. COMEÇA AOS 10:33
Aprenda a não ser tão enrolão assim! Quase desisti do vídeo de tanto beijo pra mãe e o pai show da Xuxa