"Cinismo sarcástico, altas doses de dissociação! Não sabe dizer o que aconteceu, só não consegue mais prosseguir." Perfeito! Ótima definição. Não se cura com as férias.👏👏👏
Tanto que nas minhas férias, tinha pesadelos com o trabalho e, ao voltar ao trabalho simplesmente não estou conseguindo mais dormir, é uma exaustão incomensurável.
Trabalho no serviço público e fiz uma página no Instagram para retratar a vida do servidor público com humor. Embora seja uma página de memes, é impressionante a quantidade de relatos que recebo diariamente de pessoas com burnout, depressão, ansiedade, nas mais diversas áreas e profissões. Existe uma apagamento do sofrimento psíquico do servidor público, porque o estereótipo de "encostado" é muito forte, a maioria das pessoas acha que todos os servidores são assim, mas está longe de ser verdade. Quem trabalha com responsabilidade, acaba sofrendo na estrutura precária na qual estamos submetidos. Quando falamos dos problemas, nos dizem "mas vocês são privilegiados, são concursados, não podem reclamar". Sim, temos um emprego mais estável num país com milhões de desempregados, mas estamos adoecidos e não conseguimos ajudar nem a nós mesmos.
No lugar que eu trabalho tem muita gente com ansiedade, depressão, síndrome do pânico mas muitos não reclamam do excesso de trabalho mas sim, o maior mal é o Assédio Moral, as provocações, as perseguições por colegas , pelas próprias chefias prepotentes e sem respeito, por descasos de RHs e companhia! Na verdade, uma rede! Tudo isso já levou a casos de suicídio. O excesso de trabalho, quando sério, te deixa cansado fisicamente, o Assédio e a rede de perseguições te levam a adoecer!
Cara, trabalho com TI e na nossa área burnout é regra por varios fatores, não tenho evidência, porém acredito que um dos principais é o método de trabalho adotado por praticamente todo o mercado chamado "Scrum", pra terem uma ideia o livro mais vendido sobre o tema no Brasil se chama "Scrum: A arte de fazer o dobro do trabalho na metade do tempo". Um dos rituais do scrum é prestar conta todos os dias do trabalho que vc realizou no dia anterior, se ficou dentro do tempo estimado e se não ficou o motivo disso. Essa prestação de conta diária de tarefas não leva um ano até deixar todos exaustos, mesmo que traga os ganhos prometidos de desempenho. Tenho fé que iremos evoluir ao ponto desses paradigmas de trabalho serem discutidos levando em conta não só métricas de produção, mas também métricas de saúde. Excelente vídeo.
Sou psicóloga num grande hospital federal. Somos poucas psicólogas para atender a demanda e existe pressão/tensão o tempo todo. Estamos todas adoecidas e vivemos uma verdadeira aversão ao nosso local de trabalho. É muito triste.
Também estou nessa vida de repartição pública, e o sentimento de aversão é igual aqui. Não dá mais, 3 meses afastado e não consigo reagir. Essa lógica da punição por competência acabou com quaisquer esperanças q eu tinha no trabalho. Sinto muito por vc e suas colegas...
A grande ironia de ser psi. Sacrificar a própria saúde mental pra cuidar da alheia.
2 года назад+21
@@leonardomustafe9834 eu vejo como grande ironia também, e o que eu vejo como uma outra grande ironia é a Psicologia Organizacional e do Trabalhado que supostamente organiza sua equipe de forma a extrair máximo deles, mas "sem adoece-los", o que não acho possível
Professor, que vídeo importante. Fui diagnosticada com burnout em 2020, quando trabalhava num local extremamente desgastante e me sentia no limite do limite do limite. Trabalhava por 10 e a sensação era de que nunca fazia nada, embora trabalhasse quase sem parar. Deus me livre. Até hoje faço tratamento psicoterápico e a decisão de entregar o cargo de Direção na época foi fundamental para eu começar a viver de novo.
Nossa ele explicou totalmente o que eu estou passando nesse momento. É horrível trabalhar em um lugar que não suporta. Chego a ficar no limite do intolerável.
Eu estava assim também mas ganhava dinheiro. Pois é, dinheiro é bom né. Então, eu peguei o dinheiro e comprei um carro com o pneu careca, comprei um terreno no interior (eu odeio interior) não sei nem como vender isso agora, vivia reclamando da vida e chatiando as pessoas e por fim tomei um porre uma vez que eu achei que ia morrer. É isso. Dinheiro é bom mas paz é melhor ainda.
Tem lugares “melhores” e “piores”, mas todos dentro da lógica do capitalismo: exploração da sua força de trabalho ao máximo e fingir que não faz isso - quando você chegar no bagaço, a culpa é sua porque não se cuidou, não aproveitou a vida, não se qualificou, e envelheceu…
Esse foi um dos melhores vídeos que o Dunker já fez. Acabei de assistir round 6 e só vejo como estamos todos vivendo aquele jogo nesse mundo neoliberal. Também reconheci a ansiedade difusa que muito já senti buscando ser "proativo" e me tornar "imprescindível" em empresas que trabalhei.
Sofrimento no trabalho. Assédio, local impróprio para trabalhar, falta de material básico para trabalhar, culpa por tudo e por último salários indignos ! Qual os profissionais que não vão ficar doente ! Fantástica a sua palestra! Temos que saber mais sobre esse tipo de estrutura que nos faz sempre ficar mais doente !
Interessante também é observar a falsa saída desses circuitos de exploração do trabalhador, através da idealização de ser e se tornar "trabalhador autônomo" - aqui tomado no perfil comum, dos que não são detentores de capital suficiente para se tornar "empresário", "proprietário", enquanto indicativo do suporte necessário para bancar, de fato, uma autonomia que permitisse uma relação saudável com o trabalho. Sem garantias, sem direitos, sem assistência, mas, talvez, consolado sob a ideia de "não ter patrão".
@Bandeira , dificilmente a gente conseguiria discutir aqui, neste espaço, a contento, as questões postas. Sinalizo, apenas, uma vertente para pensarmos alguns fatores - que não são os únicos e nem pretendo, com isso, esgotar o assunto.
O famoso CEO de MEI rsrs. Eu ja trabalhava presencial e com horario fixo mas sem registro (arquitetura é um desastre) então resolvi terceirizar, a consolação é trabalhar onde e quando eu quero. Não é nem que eu troquei registro por MEI, mas é isso que tem pra hoje.
Vendo o professor falando e pensei aqui, a maioria das pessoas reclama disso, que na folga, não consegue descansar e que sempre está cansado. É mais comum do q imaginamos.
É o capitalismo neo-liberal gerando uma pandemia de doenças mentais na população... usam as pessoas que nem limão. Espreme até a última gota e depois joga fora o bagaço...
Professor, creio que esta seja a melhor explanação a respeito do assunto em um canal brasileiro. Durante o vídeo fiquei pensando "a que ponto chegamos"... O ser humano conseguiu fazer da vida um martírio. Não sei se houve alguma época em que viver era um paraíso, mas me parece que, a despeito de todo o progresso que fizemos como civilização, o ser humano está muito doente em sua alma. Vidas sem propósito e carregadas de estresse... é uma situação lastimável. Obrigado por disponibilizar este conteúdo.
Passei por muitos dos cenários descritos pelo professor ano passado quando comecei a trabalhar com tecnologia, nessa área, onde muitos das novas formas de trabalho precarizado nascem como a pjtização e uberização, e é normalizado o abuso trabalhista, até num ponto que eu acordava, trabalhava, estudava e dormia. Passei a ficar muito depressivo e tendo muitos descontroles emocionais até eu desistir do emprego
Creio ter sido o melhor Falando nisso dos últimos tempos, sem demérito dos anteriores, pois a memória nos trai. Uma doença frequente, insidiosa, silenciosa, a maior parte das vezes inaceitável não só pelos empregadores, mas socialmente. Cobranças por desempenho, resultados que se multiplicam com os deveres domésticos e dos papéis de mãe/pai! Poderíamos colocar no DST como Doenças do Assédio. Sempre lha serei grata por este espaço de aprendizado, de apuro no olhar e por sua generosidade.
"Tio Chris" (rsrs), que vídeo mais necessário! Como isso tudo cabe bem dentro de mim: cidadão e profissional psi, dentro de nós... É nessa psicanálise, psicologia crítica, reflexiva e politizada que eu acredito. Não foi, apenas, um vídeo foi uma aula, uma palestra, um curso fantástico e formador. Obrigado, professor, pela relevância social do seu trabalho!
Eu me demiti recentemente de um emprego "dos sonhos" (salário, benefícios, etc) e ainda estou reunindo forças pra me realinhar profissionalmente, e o quadro que ele pintou, até o último pormenor, se aplica EXATAMENTE, 100%, à minha vivência! Este foi o melhor vídeo do canal até agora em minha opinião: rico, abrangente, e muito, muito bem articulado! Parabéns!!!
O que é inconcebível é as vítimas que trabalham sério são as que tem que sair prá se salvar, enquanto os maus "se dão bem!" Sinto revolta por isso mas, o importante é ser fiel ao nosso caráter. Estou nesse barco também. Vamos a luta!
Professor Dunker boa demais a sua explanação!!! Terei que assistir novamente esse vídeo! Muitas associações importantes, explicações importantes sobre os truques e efeitos do neoliberalismo sobre a vida e a saúde das pessoas.
Incrível a colocação:”Passamos a ficar ansiosos pq estamos em um ambiente que se espera que você esteja a fim de demonstrar produtividade”. Estruturas e departamentos podem nos adoecer terrivelmente nessa sociedade neoliberal.
Melhor vídeo que eu já vi. Descreve exatamente um burnoutado. Estou exatamente vivendo isso, meu diagnóstico foi a 3 meses. Ainda estou no pior estágio.
Muito interessante, impressionante como essa lógica de funcionamento está imbricada nos serviços públicos, parece que tatuam na nossa pele, vc não faz nada! vc é um peso! vc é louco produtivo e descartável! Mais do que uma aula, esse momento foi um grande alerta, uma denúncia. Perfeito Prof. Christian, como sempre, na verdade.
Fodaaaaaa. Eu trabalho há quase 25 anos e sempre fui muito trabalhadora e esforçada, minhas conquistas não foram muito sólidas financeiramente, e o que sustenta minha caminhada é meramente minha força de trabalho e experiências na área. Tive muitos problemas de instabilidade nos trabalhos, fui muito julgada, inclusive por falsos amigos em algumas das minhas saídas, tive muitos problemas psiquicos e há dois anos quando eu voltei de uma fase insalubre para o mercado de trabalho e para minha área de formação me deparei com essa realidade neoliberal, e embora soubesse que meu propósito não era me encaixar em empresas, diante a necessidade do trabalho e do salário percebi o quão doente é essa realidade de mercado. Agora sei os meus limites e tento ficar bem pois como sei, minha força de trabalho sou eu e se eu quebro eu não tenho outro suporte. Vendo com frequencia os vídeos do Christian ultimamente pois achei inclusive que estava com burnout, e pela primeira vez não me senti culpada com absolutamente nada nas minhas ações, me percebi com clareza uma profissional super dedicada e que aí está o problema de tanta sobrecarga sofrida por esse sistema cruel. é muito gritante perceber o quanto esse sistema está doente e que nós trabalhamos para ele entramos numa lógica de cada um por si.
Sou professora de escola pública e além da minha disciplina de formação, tenho que dar conta de mais cinco da parte diversificada. O novo ensino médio tem nos massacrado. Me sinto muito esgotada e vi o meu sofrimento sendo narrado nesse vídeo.
Muito boa a sua análise! Acho q tem muita gente nesse circuito, infelizmente. Eu mesma já me senti assim muitas vezes. Sair desse rolo compressor da lógica da produtividade é urgente. Obrigada!
Na minha vivência como servidor público, com baixo salário e péssimas condições de trabalho aliado a uma baixa perspectiva de carreira, percebo que caminho para um quadro de síndrome Burnout. E é essa a condição da maioria das trabalhadoras/es do setor público e do privado ainda mais.
Me vi numa situação dessas no final de 2019, inicio de 2020. Lembro de ter passado a virada pra 20 triste, desejando somente que 2020 fosse um ano melhor pq eu nao aguentava mais. Trabalhei 9 meses numa empresa que atender as expectativas era impossível e era esperado que eu as superasse mesmo assim! Trabalhei com uma gestora sociopata que alimentava a discórdia entre a equipe. Me sentia isolada, improdutiva, indigna de ocupar meu cargo. Em janeiro procurei conversar com a gestora que aparentemente me ouviu. Um mes depois recebi o pior feedback da minha vida, ja num estado que eu me sentia "morta por dentro" e finalmente em março eu fui desligada por não ter o perfil que a área demanda. Fiquei 8 meses desempregada e aceitei um cargo abaixo numa empresa menor, me culpo por isso todos os dias apesar de o ambiente ser incomparavelmente mais saudável. Até hoje nao recuperei minha confiança de aceitar um cargo condizente com minha experiencia por medo de falhar de novo e acabar doente e desempregada.
Não desista! O problema não está em você. Há muitos anos passei por isso, também fiquei meses desempregada, duvidando muito de minhas capacidades. Mas a gente segue em frente, como você tive empregos que pagavam mal e onde sentia que tinha capacidade de fazer tarefas mais exigentes pra qual poderia ser paga melhor, mas ninguém reconhecia isso. Agora tenho 55 anos e finalmente um emprego que paga bem mas também exige muito de mim, mas pelo menos nele eu vejo minhas capacidades reconhecidas. Meu problema atual não é a quantidade: não tenho que trabalhar mais que 40 horas por semana e recebo muito mais do que quando trabalhava de 50 a 60 horas por semana. O problema é a qualidade de trabalho que tenho que entregar diariamente, meu cérebro no fim do dia não serve nem mais pra bater um papo no telefone. Todo dia tenho que aprender e gerenciar novos temas técnicos. Mas pelo menos me sinto recompensada financeiramente. Estou te escrevendo tudo isso pra te dar esperança de que as coisas sempre podem melhorar, que você tem um grande valor e que mesmo que ainda ninguém reconheça, se você insistir vai chegar num patamar melhor. Talvez você consiga até chegar numa posição mais confortável que a minha atual. De um jeito ou de outro temos que sobreviver nesse sistema neoliberal. Força pra você!
@@uncleiroh7910 Que nome é esse! O Iroh é o melhor personagem do Avatar e foi muito interessante ler sua resposta junto com a foto dele rsrs Obrigada pela atenção em ler e responder meu comentário 🙏🏻 Os processos de cura levam tempo e sinto que as coisas estão caminhando, logo recuperarei minha confiança 💐
Então, Amanda, por que não ver a situação pelo lado positivo que ela teve. Você se descreveu como "uma gestora sociopata" e um ser humano "morto por dentro". Estudo o assédio moral nos ambientes laborativos e posso dizer que você foi, ao mesmo tempo, algoz dos seus subordinados e vítima dos seus superiores. O assédio moral no trabalho é algo que está tão impregnado nas relações produtivas que, até mesmo, dispensa a figura de um assediador. Você internaliza o controle e você se fiscaliza o tempo todo. E, acredito, por mais que você hoje pense o contrário naquele ambiente doente você não estava exercendo toda a sua potencialidade, como pensava. E não pense que apenas sendo grande que se pode contribuir para um mundo melhor: muitas vezes são nas atividades mais simples que geramos grandes resultados em prol da sociedade e em pro da nossa realização como pessoa. Podemos ser mais felizes se desvincularmos a realização profissional do "sucesso" profissional. E, por fim, não seja tão dura com você mesma. Se acolha, se cuide e se valorize. Procure um trabalho voluntário, que pode ser apoiar e orientar pessoas vulneráveis na sua área de atuação. Um exemplo: uma amiga que trabalha na área de informática, com mestrado etc, atua num grupo de mentoria para inclusão de mulheres que querem nas áreas de TI. Imagino que ela tenha um feedback muito positivo com esse trabalho.
@@estersouza1978 obrigada pelo comentário! Só um adendo, eu não era a gestora sociopata, eu sofri na mão de uma rsrs Hoje eu consigo ver que foi um livramento mas as marcas continuam
Que aula! Obrigada Dunker, explica muito do nosso tempo atual. Gostaria muito de saber mais sobre as consequências desses sintomas dissociativos que vc comentou. Obrigada novamente!
Esse vídeos se encaixa em vários padrões de minha convivência. Mas nunca pude destrinchar de maneira tão esclarecedora e didática. Agradeço pela oportunidade de buscar melhor aprofundamento.
Caro Dunker, você descreveu totalmente a vida dos funcionários que trabalham em shoppingns ! É totalmente desse jeito. É só pressão, pressão, pressão! Descompressão. Estou para conhecer alguém que consiga conciliar uma vida produtiva com esse tipo de trabalho.
Nossa, exatamente isso. E ainda trabalhava aos finais de semana e meu marido era desempregado. Tudo ruiu e hoje estou desempregada, endividada e sozinha com dois filhos. No fundo já sabia que era algo assim que me aconteceu, apesar de não saber descrever. Ótimo conteúdo!
Sou professora e estava com uma carga horária muito pesada, não aguentei e qd avisei que ia desistir pq não aguentava mais, entrei em parafuso e acabei sendo demitida. Faz três anos e nunca me recuperei.
Sou professora também Essa carga pesada que assumimos é o reflexo de um salário vergonhoso que ganhamos As pessoas não acreditam quando digo que tenho 20 anos de educação e ganho três salários mínimos por mês com carga de 40 aulas
Essa fala sobre o "bônus" e o salário abaixo do que se merece me lembrou sobre o que os professores, especialmente os paulistas, estão passando atualmente. Recebemos um abono dividido em duas partes, uma miséria de dinheiro se comparado com o que receberíamos com um aumento de verdade, mas receber o dinheiro em conta é bom...
Um vídeo extremamente necessário. A clínica está cada vez mais com queixas como essa, a subjetividade sendo deixada de lado para focar nos resultados. Pessoas se culpando, se julgando e se diminuindo, perdendo o prazer de viver por não se sentir capaz de atender a demanda do Outro.
Mudei de carreira pq cansei do ambiente corporativo, que Dunker descreveu cirúrgicamente! Eu mesma nunca soube descrever, só conseguia sentir e sobreviver. Incrível, que muitas pessoas possam assistir à este vídeo e se fortalecer para sair deste looping. (hoje sou autônoma e eu mesma sou minha carrasca, como diz Byung-Chul Han, ainda não me livrei totalmente do sofrimento...só que agora ele é auto-imposto)
Foi a melhor fala sobre o tema que já ouvi até hoje. Muito obrigada por mais essa "aula"!!! Que desgraça essa situação, precisamos de doses de subversão, compaixão, e criatividade pra sair das garras dessa narrativa neoliberal grudenta. Valeu, querido prof e equipe do canal!
Boa tarde Professor, parabéns pelo vídeo, acho que de tudo que já vi no RUclips sobre Burnout foi o mais completo e assertivo. Agora uma pergunta: o que nós pobres, social e economicamente vulneráveis, escravos modernos da lógica neoliberal, tendo de competir com mais de milhões de outras pessoas iguais a nós, da base da pirâmide, por esses "empregos de merda" (desculpem o vocabulário), caso contrário não conseguimos nem mesmo pôr feijão e arroz na mesa, podemos fazer para mudar isso? Pq por mais que não tenhamos um conhecimento tão amplo e rico sobre as estruturas da síndrome como esta vc nos deu magníficamente hoje, sabemos oq é sofrer os sintomas dela, e sofremos duplamente qdo compreendemos como e pq ela se desenvolve mas nos vemos impotentes diante das engrenagens neoliberais...
A saida, no meu ver, se torna politica. Ir para a rua e lutar por direitos, manifestar indignação, por a boca no trombone, jogar a merda no ventilador... boa sorte para todos nós, Eli.
@@JoaoHLemos concordo em gênero, número e grau. Mas como mobilizar a massa para tal luta? Nessa era de excesso de informação (de todo tipo, boa e péssima) as pessoas estão se sentindo cada vez mais perdidas e confusas, se referencial. E o que falar do nosso cenário político? Um festival de horrores, ao meu ver.
@@eliclaro4813 eu acho que a única arma de nós, como classe trabalhadora em posição de vulnerabilidade é união em organizações de construção política, lutar por uma alternativa (que na minha visão é a própria superação do capitalismo) que seja menos adoecedora, sofrível e massacrante. Só o fato de fazer algo nesse sentido foi um alívio e me deu um novo horizonte do meu papel social que agora não fica mais sob o velho papel de "Se sustentar, produzir, ser """bem-sucedido""" financeiramente e consumir" e tem sido bem motivador, além de te colocar em contato com pessoas que partilham da sua forma de encarar o mundo e uma causa. Só os afetos nos salvam dessa máquina de moer gente e quando esses afetos tem a mobilização política dessa luta, a vida ganha outra perspectiva
@@Mr9dudu9 bom dia, tudo bem? Concordo com cada uma das palavras que você escreveu acima (união política, social, afetiva, em prol da luta por um sistema menos voraz, selvagem, excludente, injusto, etc, tal como é o capitalismo neoliberal que conhecemos. Eu também tenho feito, principalmente ao longo dos últimos 5 anos, movimentos de libertação (em alguma medida) dessa lógica perversa, dessa grande "roda dos ratos", e embora não tenha sido fácil, tem sido gratificante. Infelizmente eu não consigo acreditar mais num mundo livre do capitalismo, pois existem forças e interesses de gente muito poderosa por trás dele, mas eu acredito sim num capitalismo social, que *infelizmente* vai continuar dando fatias maiores do bolo pra poucos, mas que será capaz de dar fatias dignas de saciar a fome (física e mental) de todos. Enfim, lutemos....
PARABÉNS PROFESSOR DUNKER...eu ja passei isso...e hoje com tratamento. Muito bom entender o que acontece, me sinto mais leve, me conhecendo melhor....👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏
Excelente análise. Sempre me solidarizo com os desempregados de nosso país. Mas pouco se fala dos sofrimentos de quem está empregado, mas sofrendo por excesso de trabalho, falta de dinheiro, carga excessiva de sentimentos de angústia e frustração.
O sociólogo Domenico DeMasi diz que existem os desempregados e os empregados. O desemprego é terrível, porém, os empregados estão muito sobrecarregados. Ele diz que deveríamos dividir a "energia trabalho" da sociedade.
Para que os empregados aceitem e se submetam a condições cada vez mais degradantes de trabalho e sem reclamar, além da precarizacao dos vínculos e do amparo legal ao trabalhador interessa também um alto índice de desemprego : um exército de reserva. A lógica de que: tá insatisfeito, pula fora que tem quem queira, tem quem tá passando fome e desesperado pela sua vaga, etc.
Tenho TDAH. Tive ansiedade/depressão. Mais tarde, burnout. Mas, ninguém acredita em nada disso! Hahaahahahhahahahahahahahaha Graças, o pouco de energia que restou, usei para me tratar…não sei como fiz isso! Sorte ou não (para decidir me tratar), deu certo! Trabalho sob as mesmas condições, mas estando consciente disso, muda tudo!
Acho que essa é uma boa forma de caminhar para uma solução : conhecer o que é e reconhecer as condições que geram a síndrome do burnout. É buscar o burnin.
Eu nunca consegui tirar férias, sempre sou mandada embora antes ou me demito, pq nunca consegui me manter em trabalhos "dissociadores". Tenho esse distanciamento do discurso de produtividade, mas sinto inveja de quem consegue de submeter, pois querendo ou não, as pessoas se admiram pela sua capacidade em ser massacradas por um trabalho. Eu, que vivo desempregada, com pequenos intervalos tendo emprego, sou desmoralizada até pela minha família. Triste é que eu sei que não é por falta de competência minha, nem falta de vontade de trabalhar, mas do jeito que são as coisas, não consigo. E se a gente, que é mulher, não entra nesse ritmo neurótico pra se sustentar, nem se casa, acaba numa vida bem medíocre, até pior que isso, acaba num limbo social.
totalmente de acordo, Carol. Vai por mim, busca uma forma que flua pra vc. Eu me mudei pra um lugar de turismo e lido com a vida assim. Mas sei que nem todo mundo consegue tb sair do conforto de estar cercada pela familia e amigos…
Concordo plenamente com o seu relato, e me identifico em tudo. Tem sido difícil pra mim essa situação, não consigo ficar 6 meses em um trabalho e me demito, sinto que vou pirar, é extremamente dificultoso pra mim.
@@anavelame3660 eu também sinto que vou pirar. Definitivamente trabalhar fora não é pra mim. Se vc tiver a oportunidade, eu aconselho a ter um filho, e se puder, se casar, pq pelo menos assim a sociedade vai te respeitar e também vc vai ter uma chance de ter com quem contar no futuro. Existe todo um discurso de mulheres fortes e independentes e tal, mas na realidade a coisa é bem diferente disso. Eu estou com quase 40 e me arrependo de cada decisão que tomei que me afastou de ter uma família e correr atrás de profissão. Nem respeito a gente tem. Pode acreditar em mim.
Gostaria de saber o que você sugere para alguém que é professora universitária e que vive em um ambiente onde são os próprios colegas que fazem a vigilância, e logo, as cobranças uns dos outros no que se refere ao cumprimento das metas de produtividade acadêmica?
Talvez seja a vaidade intelectual de alguns que torna o ambiente hostil e propício ao clima de cobrança entre os colegas. Uma competição intelectual, talvez...talvez.
Descreveu a minha vida! E o mais triste é que trabalho na área de educação, algo que eu amo, mas que tem adotado a lógica corporativa, desgastando, precarizado, exigindo a mais do que paga e dando todo poder para o aluno/cliente, que pode ser péssimo e te maltratar, mas sempre tem razão para a empresa.
Querido professor, fale sobre a psicanálise e os preconceitos e julgamentos por parte dos profissionais, colegas psicanalistas homens que desqualificam mulheres profissionalmente
Trabalho com T.I. e sinto isso na pele. Parece que tudo é pra ontem, nunca há descanso para nada e às vezes chego a trabalhar das 8 até meia-noite. E tô já fazendo o que o próprio Dunker falou: 1 - evitando contato social; 2 - bebendo muito para tentar "relaxar"; 3 - e nem em fins de semana consigo relaxar.
Maravilhosa explanação da relação de trabalho em tempos neoliberais! O que falta é poesia, ou seja, o lugar do mistério, daquilo que não se conhece e nem se controla! Poesia é ação , mas uma ação reflexiva, de possibilidades outras de estar no mundo! Fora neoliberalismo, chega!
Professor, gostaria muito de receber uma análise mais específica deste transtorno nas universidades. Começa na graduação e termina no doutorado. Temos um índice ascendente de suicídios na Pós graduação.
Universidades são locais extremamente tóxicos e opressores. Nas relações entre os professores, deles para os alunos, nas altas demandas que privam os alunos da vida, prazos, grupos de trabalho que sempre existem aqueles que não fazem nada e levam nota. Sobrecarga, injustiça, abuso de poder, perda da admiração da figura do educador (que no caso quem vai para um mestrado normalmente possui admiração pela profissão e pelas figuras que a respresentam). É uma época de desconstrucao forçada, questionamento de propósitos e frustrações, e isso desestabiliza qualquer ser que se de ao trabalho de analisar as coisas. Vejo que os que se dão bem neste meio são as pessoas de perfil "deixa a vida me levar" e que não liga muito pra coerência das coisas e o perfil dos tóxicos abusivos. Ninho de peçonhas e que adoece e mata sem dúvida. Uma pena termos acesso a educação por meio deste ambiente doentio.
Muito importante ter a consciência de todos esses aspectos mencionados. Tal consciência pode servir em parte como ferramenta de defesa, ainda que a pressão continue. Num mundo de precarização e desemprego, cujo modo de funcionamento pode ser atroz, é raro conseguir escapar de formas diversas de pressão que podem levar ao stress mais ou menos agudo. Excelente vídeo, esclarecedor, necessário. Obrigada.
Com certeza, um dos melhores vídeos do Dunker! E é incrível como ele parece uma grande análise da série Severance. Sem palavras para esse vídeo, excelente!
Me vi o tempo todo retratada, são coisas que vivi com pior intensidade em toda minha vida profissional e ainda vivo, faz um mês que tive vários sintomas como aperto e batedeira no coração, choradeira sem motivo, crises de ansiedade..... estou mudando hábitos e posturas e as coisas estão melhorando. Mas continuo presa nesse sistema neoliberal e cronicamente exausta.
"Altas doses de dissociação e cinismo sarcástico". Perfeito! A melhor explicação que já ouvi sobre o burnout. É exatamente assim que acontece, pois alguém entendeu que quanto maior o cinismo, maior a entrega. Onde vamos chegar???
ADORO vc kkkkkk!!!! E tive o imenso prazer em assistir a uma aula sua no Einstein no curso de pós graduação em Psicologia Hospitalar. Muito OBRIGADA! Sempre! 🙏👏👏👏
Professor, o Instituto Conhecimento Liberta (ICL), seria um excelente meio para o senhor participar com esse tema num debate mais amplo e mais discutido.
Descrição incrível, um verdadeiro sumário desse esgotamento e do sofrimento humano, que é o que trazem ao consultório, muita vez disfarçado com discursos de crises de ansiedade e histórias relacionadas a satisfação de segurança na manutenção financeira. Professor, será que estamos com pacientes ansiosos, tratando somente o sintoma? Pois tenho ouvido esses sintomas o tempo todo. Será que nossa sociedade está toda com burnout?
Demais!! Sempre coeso! Dunker, sou sua fã! E ainda tenho pensamento positivo de que um dia terei o privilégio de ser sua aluna. Sou médica, com especialização em psiquiatria e cursando sexologia clínica… quem sabe um dia estarei de perto tentando absorver todo o seu conhecimento para aliviar as minhas angústias e as dos meus pacientes… ;) obrigada por compartilhar seu conhecimento! E, basta de neoliberalismo adoecedor!
Mais um Falando nIsso incrível! Algo que me chama atenção nas dinâmicas de feedback é as pessoas envolvidas não se perguntarem: "será que sou capaz de dar um feedback para alguém?" Fica-se eternamente em dívida e em dúvida se o problema é eu ou o sistema. Precisamos de um respiro, um bom e longo respiro. Professor Chris e equipe, só tenho a agradecer que vocês existem e se propõe a fazer esse canal tão lindo! ❤
Muito inteligente. Realmente não dá para ficarmos entregues a esses mecanismos de manipulação que ocorrem no ambiente de trabalho. Temos que nos proteger e nos distanciarmos para mantermos minimamente a nossa saúde mental em dia.
Burnout não é prêmio, não é medalha, não é linha de chegada. É o fundo do poço.
Essa medalha da religião
"Cinismo sarcástico, altas doses de dissociação! Não sabe dizer o que aconteceu, só não consegue mais prosseguir." Perfeito! Ótima definição.
Não se cura com as férias.👏👏👏
Afinal. Deus nunca abandona ninguém. Fico P
Tanto que nas minhas férias, tinha pesadelos com o trabalho e, ao voltar ao trabalho simplesmente não estou conseguindo mais dormir, é uma exaustão incomensurável.
Trabalho no serviço público e fiz uma página no Instagram para retratar a vida do servidor público com humor. Embora seja uma página de memes, é impressionante a quantidade de relatos que recebo diariamente de pessoas com burnout, depressão, ansiedade, nas mais diversas áreas e profissões. Existe uma apagamento do sofrimento psíquico do servidor público, porque o estereótipo de "encostado" é muito forte, a maioria das pessoas acha que todos os servidores são assim, mas está longe de ser verdade. Quem trabalha com responsabilidade, acaba sofrendo na estrutura precária na qual estamos submetidos. Quando falamos dos problemas, nos dizem "mas vocês são privilegiados, são concursados, não podem reclamar". Sim, temos um emprego mais estável num país com milhões de desempregados, mas estamos adoecidos e não conseguimos ajudar nem a nós mesmos.
No lugar que eu trabalho tem muita gente com ansiedade, depressão, síndrome do pânico mas muitos não reclamam do excesso de trabalho mas sim, o maior mal é o Assédio Moral, as provocações, as perseguições por colegas , pelas próprias chefias prepotentes e sem respeito, por descasos de RHs e companhia! Na verdade, uma rede! Tudo isso já levou a casos de suicídio. O excesso de trabalho, quando sério, te deixa cansado fisicamente, o Assédio e a rede de perseguições te levam a adoecer!
Cara, trabalho com TI e na nossa área burnout é regra por varios fatores, não tenho evidência, porém acredito que um dos principais é o método de trabalho adotado por praticamente todo o mercado chamado "Scrum", pra terem uma ideia o livro mais vendido sobre o tema no Brasil se chama "Scrum: A arte de fazer o dobro do trabalho na metade do tempo". Um dos rituais do scrum é prestar conta todos os dias do trabalho que vc realizou no dia anterior, se ficou dentro do tempo estimado e se não ficou o motivo disso. Essa prestação de conta diária de tarefas não leva um ano até deixar todos exaustos, mesmo que traga os ganhos prometidos de desempenho. Tenho fé que iremos evoluir ao ponto desses paradigmas de trabalho serem discutidos levando em conta não só métricas de produção, mas também métricas de saúde. Excelente vídeo.
Sou psicóloga num grande hospital federal. Somos poucas psicólogas para atender a demanda e existe pressão/tensão o tempo todo. Estamos todas adoecidas e vivemos uma verdadeira aversão ao nosso local de trabalho. É muito triste.
Poxa se até as psicólogas estão assim, elas que seriam as pessoas a tratar do burnout.
@@uncleiroh7910 seres humanos em geral, esgotam, ainda mais nas condições que a Cyntia deixa a entender.
Também estou nessa vida de repartição pública, e o sentimento de aversão é igual aqui. Não dá mais, 3 meses afastado e não consigo reagir. Essa lógica da punição por competência acabou com quaisquer esperanças q eu tinha no trabalho. Sinto muito por vc e suas colegas...
A grande ironia de ser psi. Sacrificar a própria saúde mental pra cuidar da alheia.
@@leonardomustafe9834 eu vejo como grande ironia também, e o que eu vejo como uma outra grande ironia é a Psicologia Organizacional e do Trabalhado que supostamente organiza sua equipe de forma a extrair máximo deles, mas "sem adoece-los", o que não acho possível
Professor, que vídeo importante. Fui diagnosticada com burnout em 2020, quando trabalhava num local extremamente desgastante e me sentia no limite do limite do limite. Trabalhava por 10 e a sensação era de que nunca fazia nada, embora trabalhasse quase sem parar. Deus me livre. Até hoje faço tratamento psicoterápico e a decisão de entregar o cargo de Direção na época foi fundamental para eu começar a viver de novo.
Nossa ele explicou totalmente o que eu estou passando nesse momento. É horrível trabalhar em um lugar que não suporta. Chego a ficar no limite do intolerável.
Vc é professora?
Saia já antes que seja tarde. Eu não sai. Paguei um preço altíssimo
o puro suco do capitalismo....
Eu estava assim também mas ganhava dinheiro. Pois é, dinheiro é bom né. Então, eu peguei o dinheiro e comprei um carro com o pneu careca, comprei um terreno no interior (eu odeio interior) não sei nem como vender isso agora, vivia reclamando da vida e chatiando as pessoas e por fim tomei um porre uma vez que eu achei que ia morrer. É isso. Dinheiro é bom mas paz é melhor ainda.
Tem lugares “melhores” e “piores”, mas todos dentro da lógica do capitalismo: exploração da sua força de trabalho ao máximo e fingir que não faz isso - quando você chegar no bagaço, a culpa é sua porque não se cuidou, não aproveitou a vida, não se qualificou, e envelheceu…
Atender público é enlouquecedor.
De toda forma, neoliberalismo é caso de saúde pública, neoliberalismo mata.
Esse foi um dos melhores vídeos que o Dunker já fez. Acabei de assistir round 6 e só vejo como estamos todos vivendo aquele jogo nesse mundo neoliberal. Também reconheci a ansiedade difusa que muito já senti buscando ser "proativo" e me tornar "imprescindível" em empresas que trabalhei.
Esse vídeo pra mim é puro autoconhecimento.
Excelente trabalho obrigado
Sofrimento no trabalho. Assédio, local impróprio para trabalhar, falta de material básico para trabalhar, culpa por tudo e por último salários indignos ! Qual os profissionais que não vão ficar doente ! Fantástica a sua palestra! Temos que saber mais sobre esse tipo de estrutura que nos faz sempre ficar mais doente !
Minha nossa, fui contemplado em 98% do vídeo [risos nervosos]
Interessante também é observar a falsa saída desses circuitos de exploração do trabalhador, através da idealização de ser e se tornar "trabalhador autônomo" - aqui tomado no perfil comum, dos que não são detentores de capital suficiente para se tornar "empresário", "proprietário", enquanto indicativo do suporte necessário para bancar, de fato, uma autonomia que permitisse uma relação saudável com o trabalho. Sem garantias, sem direitos, sem assistência, mas, talvez, consolado sob a ideia de "não ter patrão".
@Bandeira , dificilmente a gente conseguiria discutir aqui, neste espaço, a contento, as questões postas. Sinalizo, apenas, uma vertente para pensarmos alguns fatores - que não são os únicos e nem pretendo, com isso, esgotar o assunto.
Exatamente, eu me encontro nessa posição. Um pouco de alívio saber que não sou só eu que pensa isso. Obrigado pelo comentário.
O famoso CEO de MEI rsrs. Eu ja trabalhava presencial e com horario fixo mas sem registro (arquitetura é um desastre) então resolvi terceirizar, a consolação é trabalhar onde e quando eu quero. Não é nem que eu troquei registro por MEI, mas é isso que tem pra hoje.
Vendo o professor falando e pensei aqui, a maioria das pessoas reclama disso, que na folga, não consegue descansar e que sempre está cansado. É mais comum do q imaginamos.
É o capitalismo neo-liberal gerando uma pandemia de doenças mentais na população... usam as pessoas que nem limão. Espreme até a última gota e depois joga fora o bagaço...
A inteligência e clareza do Dunker são bonitas de se ver. Precisamos tanto disso, de pessoas sensíveis e inteligentes. Um abraço, Dunker.
Entrei animada pra saber sobre, saí deprimida e diagnosticada
E ai foram 35 anos nesse clima corporativo… brilhante análise e, por identificação, o melhor Falando Nisso!!! 👏👏👏
Professor, creio que esta seja a melhor explanação a respeito do assunto em um canal brasileiro. Durante o vídeo fiquei pensando "a que ponto chegamos"... O ser humano conseguiu fazer da vida um martírio. Não sei se houve alguma época em que viver era um paraíso, mas me parece que, a despeito de todo o progresso que fizemos como civilização, o ser humano está muito doente em sua alma. Vidas sem propósito e carregadas de estresse... é uma situação lastimável. Obrigado por disponibilizar este conteúdo.
Passei por tudo isso. E o pior, meu gestor era quem alimentava todo esse sofrimento, como se ele se alimentasse disso.
Passei por muitos dos cenários descritos pelo professor ano passado quando comecei a trabalhar com tecnologia, nessa área, onde muitos das novas formas de trabalho precarizado nascem como a pjtização e uberização, e é normalizado o abuso trabalhista, até num ponto que eu acordava, trabalhava, estudava e dormia. Passei a ficar muito depressivo e tendo muitos descontroles emocionais até eu desistir do emprego
Christian um GIGANTE do RUclips!! Que prazer poder te ouvir
Por tanta reflexão desalienante, só posso agradecer....
Creio ter sido o melhor Falando nisso dos últimos tempos, sem demérito dos anteriores, pois a memória nos trai. Uma doença frequente, insidiosa, silenciosa, a maior parte das vezes inaceitável não só pelos empregadores, mas socialmente. Cobranças por desempenho, resultados que se multiplicam com os deveres domésticos e dos papéis de mãe/pai! Poderíamos colocar no DST como Doenças do Assédio. Sempre lha serei grata por este espaço de aprendizado, de apuro no olhar e por sua generosidade.
"Tio Chris" (rsrs), que vídeo mais necessário! Como isso tudo cabe bem dentro de mim: cidadão e profissional psi, dentro de nós... É nessa psicanálise, psicologia crítica, reflexiva e politizada que eu acredito. Não foi, apenas, um vídeo foi uma aula, uma palestra, um curso fantástico e formador.
Obrigado, professor, pela relevância social do seu trabalho!
Eu me demiti recentemente de um emprego "dos sonhos" (salário, benefícios, etc) e ainda estou reunindo forças pra me realinhar profissionalmente, e o quadro que ele pintou, até o último pormenor, se aplica EXATAMENTE, 100%, à minha vivência! Este foi o melhor vídeo do canal até agora em minha opinião: rico, abrangente, e muito, muito bem articulado! Parabéns!!!
“Dos sonhos” e do nosso “pesadelo” particular. Encontrar um caminho do meio é o pote no fim do arco íris (desafiador). Sigamos!
O que é inconcebível é as vítimas que trabalham sério são as que tem que sair prá se salvar, enquanto os maus "se dão bem!" Sinto revolta por isso mas, o importante é ser fiel ao nosso caráter. Estou nesse barco também. Vamos a luta!
Professor Dunker boa demais a sua explanação!!! Terei que assistir novamente esse vídeo! Muitas associações importantes, explicações importantes sobre os truques e efeitos do neoliberalismo sobre a vida e a saúde das pessoas.
Incrível a colocação:”Passamos a ficar ansiosos pq estamos em um ambiente que se espera que você esteja a fim de demonstrar produtividade”. Estruturas e departamentos podem nos adoecer terrivelmente nessa sociedade neoliberal.
Melhor vídeo que eu já vi. Descreve exatamente um burnoutado. Estou exatamente vivendo isso, meu diagnóstico foi a 3 meses. Ainda estou no pior estágio.
Muito interessante, impressionante como essa lógica de funcionamento está imbricada nos serviços públicos, parece que tatuam na nossa pele, vc não faz nada! vc é um peso! vc é louco produtivo e descartável!
Mais do que uma aula, esse momento foi um grande alerta, uma denúncia.
Perfeito Prof. Christian, como sempre, na verdade.
Realmente, é uma realidade do serviço público
Fodaaaaaa. Eu trabalho há quase 25 anos e sempre fui muito trabalhadora e esforçada, minhas conquistas não foram muito sólidas financeiramente, e o que sustenta minha caminhada é meramente minha força de trabalho e experiências na área. Tive muitos problemas de instabilidade nos trabalhos, fui muito julgada, inclusive por falsos amigos em algumas das minhas saídas, tive muitos problemas psiquicos e há dois anos quando eu voltei de uma fase insalubre para o mercado de trabalho e para minha área de formação me deparei com essa realidade neoliberal, e embora soubesse que meu propósito não era me encaixar em empresas, diante a necessidade do trabalho e do salário percebi o quão doente é essa realidade de mercado. Agora sei os meus limites e tento ficar bem pois como sei, minha força de trabalho sou eu e se eu quebro eu não tenho outro suporte. Vendo com frequencia os vídeos do Christian ultimamente pois achei inclusive que estava com burnout, e pela primeira vez não me senti culpada com absolutamente nada nas minhas ações, me percebi com clareza uma profissional super dedicada e que aí está o problema de tanta sobrecarga sofrida por esse sistema cruel. é muito gritante perceber o quanto esse sistema está doente e que nós trabalhamos para ele entramos numa lógica de cada um por si.
Sou professora de escola pública e além da minha disciplina de formação, tenho que dar conta de mais cinco da parte diversificada. O novo ensino médio tem nos massacrado. Me sinto muito esgotada e vi o meu sofrimento sendo narrado nesse vídeo.
Esse vídeo eu quero salvar e assistir SEMPRE! Obrigada, Dunker!
Faz um vídeo sobre isso no pós graduação.
Muito boa a sua análise! Acho q tem muita gente nesse circuito, infelizmente. Eu mesma já me senti assim muitas vezes. Sair desse rolo compressor da lógica da produtividade é urgente. Obrigada!
Como pode em um único vídeo nossa mente abrir com tanta clareza pra um assunto tão oportuno!
Que professor incrível, Deus o abençoe
Na minha vivência como servidor público, com baixo salário e péssimas condições de trabalho aliado a uma baixa perspectiva de carreira, percebo que caminho para um quadro de síndrome Burnout. E é essa a condição da maioria das trabalhadoras/es do setor público e do privado ainda mais.
Me vi numa situação dessas no final de 2019, inicio de 2020. Lembro de ter passado a virada pra 20 triste, desejando somente que 2020 fosse um ano melhor pq eu nao aguentava mais. Trabalhei 9 meses numa empresa que atender as expectativas era impossível e era esperado que eu as superasse mesmo assim! Trabalhei com uma gestora sociopata que alimentava a discórdia entre a equipe. Me sentia isolada, improdutiva, indigna de ocupar meu cargo. Em janeiro procurei conversar com a gestora que aparentemente me ouviu. Um mes depois recebi o pior feedback da minha vida, ja num estado que eu me sentia "morta por dentro" e finalmente em março eu fui desligada por não ter o perfil que a área demanda. Fiquei 8 meses desempregada e aceitei um cargo abaixo numa empresa menor, me culpo por isso todos os dias apesar de o ambiente ser incomparavelmente mais saudável. Até hoje nao recuperei minha confiança de aceitar um cargo condizente com minha experiencia por medo de falhar de novo e acabar doente e desempregada.
Não desista! O problema não está em você. Há muitos anos passei por isso, também fiquei meses desempregada, duvidando muito de minhas capacidades. Mas a gente segue em frente, como você tive empregos que pagavam mal e onde sentia que tinha capacidade de fazer tarefas mais exigentes pra qual poderia ser paga melhor, mas ninguém reconhecia isso. Agora tenho 55 anos e finalmente um emprego que paga bem mas também exige muito de mim, mas pelo menos nele eu vejo minhas capacidades reconhecidas. Meu problema atual não é a quantidade: não tenho que trabalhar mais que 40 horas por semana e recebo muito mais do que quando trabalhava de 50 a 60 horas por semana. O problema é a qualidade de trabalho que tenho que entregar diariamente, meu cérebro no fim do dia não serve nem mais pra bater um papo no telefone. Todo dia tenho que aprender e gerenciar novos temas técnicos. Mas pelo menos me sinto recompensada financeiramente. Estou te escrevendo tudo isso pra te dar esperança de que as coisas sempre podem melhorar, que você tem um grande valor e que mesmo que ainda ninguém reconheça, se você insistir vai chegar num patamar melhor. Talvez você consiga até chegar numa posição mais confortável que a minha atual. De um jeito ou de outro temos que sobreviver nesse sistema neoliberal. Força pra você!
@@uncleiroh7910 Que nome é esse! O Iroh é o melhor personagem do Avatar e foi muito interessante ler sua resposta junto com a foto dele rsrs
Obrigada pela atenção em ler e responder meu comentário 🙏🏻
Os processos de cura levam tempo e sinto que as coisas estão caminhando, logo recuperarei minha confiança 💐
Então, Amanda, por que não ver a situação pelo lado positivo que ela teve. Você se descreveu como "uma gestora sociopata" e um ser humano "morto por dentro". Estudo o assédio moral nos ambientes laborativos e posso dizer que você foi, ao mesmo tempo, algoz dos seus subordinados e vítima dos seus superiores. O assédio moral no trabalho é algo que está tão impregnado nas relações produtivas que, até mesmo, dispensa a figura de um assediador. Você internaliza o controle e você se fiscaliza o tempo todo. E, acredito, por mais que você hoje pense o contrário naquele ambiente doente você não estava exercendo toda a sua potencialidade, como pensava. E não pense que apenas sendo grande que se pode contribuir para um mundo melhor: muitas vezes são nas atividades mais simples que geramos grandes resultados em prol da sociedade e em pro da nossa realização como pessoa. Podemos ser mais felizes se desvincularmos a realização profissional do "sucesso" profissional. E, por fim, não seja tão dura com você mesma. Se acolha, se cuide e se valorize. Procure um trabalho voluntário, que pode ser apoiar e orientar pessoas vulneráveis na sua área de atuação. Um exemplo: uma amiga que trabalha na área de informática, com mestrado etc, atua num grupo de mentoria para inclusão de mulheres que querem nas áreas de TI. Imagino que ela tenha um feedback muito positivo com esse trabalho.
@@estersouza1978 obrigada pelo comentário!
Só um adendo, eu não era a gestora sociopata, eu sofri na mão de uma rsrs
Hoje eu consigo ver que foi um livramento mas as marcas continuam
Parece que vc já teve um Burnout de tão exato que foi. Vídeo perfeito, me descreveu 100% me senti acolhido
Que aula! Obrigada Dunker, explica muito do nosso tempo atual. Gostaria muito de saber mais sobre as consequências desses sintomas dissociativos que vc comentou. Obrigada novamente!
Um divã do cenário trabalhista contemporâneo
Que nome bom.
Esse vídeos se encaixa em vários padrões de minha convivência. Mas nunca pude destrinchar de maneira tão esclarecedora e didática.
Agradeço pela oportunidade de buscar melhor aprofundamento.
Minha vida foi descrita de modo impecável neste vídeo. Estou iniciando um processo de saída de tudo isso.
Caro Dunker, você descreveu totalmente a vida dos funcionários que trabalham em shoppingns ! É totalmente desse jeito. É só pressão, pressão, pressão! Descompressão. Estou para conhecer alguém que consiga conciliar uma vida produtiva com esse tipo de trabalho.
Excelente! Muito obrigada! Necessário um novo Direito afinado às necessidades de saúde.
Nossa, exatamente isso. E ainda trabalhava aos finais de semana e meu marido era desempregado. Tudo ruiu e hoje estou desempregada, endividada e sozinha com dois filhos. No fundo já sabia que era algo assim que me aconteceu, apesar de não saber descrever. Ótimo conteúdo!
Perfeito! Nossa, como o Christian é importante na minha vida e clínica.
Professor Dunker, como sempre, falando sobre coisas que realmente importam. Só não ouve quem não quer. Obrigada.
Discussão muito feraaaa!
Parabens grande mestre, despertou varias perguntas sobre o dia dia de diversas pessoas com certeza!
Sou professora e estava com uma carga horária muito pesada, não aguentei e qd avisei que ia desistir pq não aguentava mais, entrei em parafuso e acabei sendo demitida. Faz três anos e nunca me recuperei.
Melhoras, Angela 💛
Quantas aulas vc dava por dia?
@@julianemedeiros5352 obrigada!
@@julianasoares554 45 semanais
Sou professora também
Essa carga pesada que assumimos é o reflexo de um salário vergonhoso que ganhamos
As pessoas não acreditam quando digo que tenho 20 anos de educação e ganho três salários mínimos por mês com carga de 40 aulas
Eu era prestadora de serviço e hj não tenho mais condições de entrar em sala de aula. Estou desempregada até hj.
Essa fala sobre o "bônus" e o salário abaixo do que se merece me lembrou sobre o que os professores, especialmente os paulistas, estão passando atualmente. Recebemos um abono dividido em duas partes, uma miséria de dinheiro se comparado com o que receberíamos com um aumento de verdade, mas receber o dinheiro em conta é bom...
Um vídeo extremamente necessário. A clínica está cada vez mais com queixas como essa, a subjetividade sendo deixada de lado para focar nos resultados. Pessoas se culpando, se julgando e se diminuindo, perdendo o prazer de viver por não se sentir capaz de atender a demanda do Outro.
Mudei de carreira pq cansei do ambiente corporativo, que Dunker descreveu cirúrgicamente! Eu mesma nunca soube descrever, só conseguia sentir e sobreviver. Incrível, que muitas pessoas possam assistir à este vídeo e se fortalecer para sair deste looping. (hoje sou autônoma e eu mesma sou minha carrasca, como diz Byung-Chul Han, ainda não me livrei totalmente do sofrimento...só que agora ele é auto-imposto)
Excelente, imprescindível e extremamente reflexivo!
Esse fechamento foi sensacional!
Uma explicação simples e eficaz sobre a prevenção contra o sistema, que está prestes a te sufocar.
Minha vida resumida num vídeo. Nos últimos 3 anos estou buscando meus limites com muita terapia e nãos. Obrigada, professor.
Passei por isso em 2020, não desejo isso nem pra mim (de novo) e nem pra ninguém. Ainda juntando os caquinhos mas seguindo contra o sistema!
Adorei o vídeo e infelizmente me identifiquei bastante, li o livro q vc escreveu e também adorei.
Foi a melhor fala sobre o tema que já ouvi até hoje. Muito obrigada por mais essa "aula"!!! Que desgraça essa situação, precisamos de doses de subversão, compaixão, e criatividade pra sair das garras dessa narrativa neoliberal grudenta. Valeu, querido prof e equipe do canal!
Boa tarde Professor, parabéns pelo vídeo, acho que de tudo que já vi no RUclips sobre Burnout foi o mais completo e assertivo.
Agora uma pergunta: o que nós pobres, social e economicamente vulneráveis, escravos modernos da lógica neoliberal, tendo de competir com mais de milhões de outras pessoas iguais a nós, da base da pirâmide, por esses "empregos de merda" (desculpem o vocabulário), caso contrário não conseguimos nem mesmo pôr feijão e arroz na mesa, podemos fazer para mudar isso? Pq por mais que não tenhamos um conhecimento tão amplo e rico sobre as estruturas da síndrome como esta vc nos deu magníficamente hoje, sabemos oq é sofrer os sintomas dela, e sofremos duplamente qdo compreendemos como e pq ela se desenvolve mas nos vemos impotentes diante das engrenagens neoliberais...
A saida, no meu ver, se torna politica. Ir para a rua e lutar por direitos, manifestar indignação, por a boca no trombone, jogar a merda no ventilador... boa sorte para todos nós, Eli.
@@JoaoHLemos concordo em gênero, número e grau. Mas como mobilizar a massa para tal luta? Nessa era de excesso de informação (de todo tipo, boa e péssima) as pessoas estão se sentindo cada vez mais perdidas e confusas, se referencial.
E o que falar do nosso cenário político? Um festival de horrores, ao meu ver.
Revolução
@@eliclaro4813 eu acho que a única arma de nós, como classe trabalhadora em posição de vulnerabilidade é união em organizações de construção política, lutar por uma alternativa (que na minha visão é a própria superação do capitalismo) que seja menos adoecedora, sofrível e massacrante. Só o fato de fazer algo nesse sentido foi um alívio e me deu um novo horizonte do meu papel social que agora não fica mais sob o velho papel de "Se sustentar, produzir, ser """bem-sucedido""" financeiramente e consumir" e tem sido bem motivador, além de te colocar em contato com pessoas que partilham da sua forma de encarar o mundo e uma causa. Só os afetos nos salvam dessa máquina de moer gente e quando esses afetos tem a mobilização política dessa luta, a vida ganha outra perspectiva
@@Mr9dudu9 bom dia, tudo bem?
Concordo com cada uma das palavras que você escreveu acima (união política, social, afetiva, em prol da luta por um sistema menos voraz, selvagem, excludente, injusto, etc, tal como é o capitalismo neoliberal que conhecemos. Eu também tenho feito, principalmente ao longo dos últimos 5 anos, movimentos de libertação (em alguma medida) dessa lógica perversa, dessa grande "roda dos ratos", e embora não tenha sido fácil, tem sido gratificante. Infelizmente eu não consigo acreditar mais num mundo livre do capitalismo, pois existem forças e interesses de gente muito poderosa por trás dele, mas eu acredito sim num capitalismo social, que *infelizmente* vai continuar dando fatias maiores do bolo pra poucos, mas que será capaz de dar fatias dignas de saciar a fome (física e mental) de todos. Enfim, lutemos....
PARABÉNS PROFESSOR DUNKER...eu ja passei isso...e hoje com tratamento.
Muito bom entender o que acontece, me sinto mais leve, me conhecendo melhor....👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏
Excelente análise. Sempre me solidarizo com os desempregados de nosso país. Mas pouco se fala dos sofrimentos de quem está empregado, mas sofrendo por excesso de trabalho, falta de dinheiro, carga excessiva de sentimentos de angústia e frustração.
O sociólogo Domenico DeMasi diz que existem os desempregados e os empregados. O desemprego é terrível, porém, os empregados estão muito sobrecarregados. Ele diz que deveríamos dividir a "energia trabalho" da sociedade.
Para que os empregados aceitem e se submetam a condições cada vez mais degradantes de trabalho e sem reclamar, além da precarizacao dos vínculos e do amparo legal ao trabalhador interessa também um alto índice de desemprego : um exército de reserva. A lógica de que: tá insatisfeito, pula fora que tem quem queira, tem quem tá passando fome e desesperado pela sua vaga, etc.
Grande gratisão. Você é muito importante especialmente para os nossos dias, por conta da capacidade de eprceber o não óbvio
Tenho TDAH. Tive ansiedade/depressão. Mais tarde, burnout. Mas, ninguém acredita em nada disso! Hahaahahahhahahahahahahahaha
Graças, o pouco de energia que restou, usei para me tratar…não sei como fiz isso! Sorte ou não (para decidir me tratar), deu certo! Trabalho sob as mesmas condições, mas estando consciente disso, muda tudo!
Acho que essa é uma boa forma de caminhar para uma solução : conhecer o que é e reconhecer as condições que geram a síndrome do burnout. É buscar o burnin.
Estou tentando juntar forças pra procurar um profissional, porque quem está passando por isso até pra ir até um profissional é difícil.
Episódio maravilhoso... Infelizmente as empresas não gostam de pessoas que se distanciam deste sistema.
Tava há tempos me perguntando oq eu tinha... finalmente, acho q descobri oq eu tenho... obrigado, professor!!!
Vou procurar ajuda profissional. :)
Que coisa linda e maravilhosa, professor Dunker! Aula fundamental e indutora de mudança comportamental, clínica e organizacional! 👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽
Eu nunca consegui tirar férias, sempre sou mandada embora antes ou me demito, pq nunca consegui me manter em trabalhos "dissociadores". Tenho esse distanciamento do discurso de produtividade, mas sinto inveja de quem consegue de submeter, pois querendo ou não, as pessoas se admiram pela sua capacidade em ser massacradas por um trabalho. Eu, que vivo desempregada, com pequenos intervalos tendo emprego, sou desmoralizada até pela minha família.
Triste é que eu sei que não é por falta de competência minha, nem falta de vontade de trabalhar, mas do jeito que são as coisas, não consigo. E se a gente, que é mulher, não entra nesse ritmo neurótico pra se sustentar, nem se casa, acaba numa vida bem medíocre, até pior que isso, acaba num limbo social.
totalmente de acordo, Carol. Vai por mim, busca uma forma que flua pra vc. Eu me mudei pra um lugar de turismo e lido com a vida assim. Mas sei que nem todo mundo consegue tb sair do conforto de estar cercada pela familia e amigos…
Concordo plenamente com o seu relato, e me identifico em tudo. Tem sido difícil pra mim essa situação, não consigo ficar 6 meses em um trabalho e me demito, sinto que vou pirar, é extremamente dificultoso pra mim.
@@anavelame3660 eu também sinto que vou pirar. Definitivamente trabalhar fora não é pra mim. Se vc tiver a oportunidade, eu aconselho a ter um filho, e se puder, se casar, pq pelo menos assim a sociedade vai te respeitar e também vc vai ter uma chance de ter com quem contar no futuro. Existe todo um discurso de mulheres fortes e independentes e tal, mas na realidade a coisa é bem diferente disso. Eu estou com quase 40 e me arrependo de cada decisão que tomei que me afastou de ter uma família e correr atrás de profissão. Nem respeito a gente tem. Pode acreditar em mim.
Tô exatamente nessa situação de limbo social , parece q não existo
@@sibora461 😢 é horrível.
Gostaria de saber o que você sugere para alguém que é professora universitária e que vive em um ambiente onde são os próprios colegas que fazem a vigilância, e logo, as cobranças uns dos outros no que se refere ao cumprimento das metas de produtividade acadêmica?
Talvez seja a vaidade intelectual de alguns que torna o ambiente hostil e propício ao clima de cobrança entre os colegas. Uma competição intelectual, talvez...talvez.
Adriana, deixa eu compreender melhor: atividade acadêmica no sentido de realização de pesquisas, publicação de artigo e número de orientações feitas?
Descreveu a minha vida! E o mais triste é que trabalho na área de educação, algo que eu amo, mas que tem adotado a lógica corporativa, desgastando, precarizado, exigindo a mais do que paga e dando todo poder para o aluno/cliente, que pode ser péssimo e te maltratar, mas sempre tem razão para a empresa.
Querido professor, fale sobre a psicanálise e os preconceitos e julgamentos por parte dos profissionais, colegas psicanalistas homens que desqualificam mulheres profissionalmente
Professor Dunker, você poderia fazer um vídeo sobre o Transtorno Afetivo Bipolar? Já procurei no canal e não encontrei, gostaria muito! Obrigada!
Trabalho com T.I. e sinto isso na pele. Parece que tudo é pra ontem, nunca há descanso para nada e às vezes chego a trabalhar das 8 até meia-noite. E tô já fazendo o que o próprio Dunker falou: 1 - evitando contato social; 2 - bebendo muito para tentar "relaxar"; 3 - e nem em fins de semana consigo relaxar.
Maravilhosa explanação da relação de trabalho em tempos neoliberais! O que falta é poesia, ou seja, o lugar do mistério, daquilo que não se conhece e nem se controla! Poesia é ação , mas uma ação reflexiva, de possibilidades outras de estar no mundo! Fora neoliberalismo, chega!
A dissociação mencionada foi usada pro enredo da série Severance (Ruptura) na Apple TV. Sensacional.
Eu acho que todo mundo está com Burnout.
A gente se vê ... obrigada! Vc poderia falar sobre como lidar com o medo? Estou com mais de 70 anos. Grata!
Do burn out pro burn innnn!!!
OBrigada Cristian
Christian poderia falar um pouco sobre a psicologia organizacional, suas características e pontos de interlocução com a psicanálise
Afiadíssimo, professor! Este vídeo e o precedente (sobre os psicodélicos) estão imperdíveis! Que maravilha, parabéns pelo trabalho!
@Janderson Lacerda Obrigada pela dica! Vou assistir
Professor, gostaria muito de receber uma análise mais específica deste transtorno nas universidades. Começa na graduação e termina no doutorado. Temos um índice ascendente de suicídios na Pós graduação.
Universidades são locais extremamente tóxicos e opressores. Nas relações entre os professores, deles para os alunos, nas altas demandas que privam os alunos da vida, prazos, grupos de trabalho que sempre existem aqueles que não fazem nada e levam nota. Sobrecarga, injustiça, abuso de poder, perda da admiração da figura do educador (que no caso quem vai para um mestrado normalmente possui admiração pela profissão e pelas figuras que a respresentam). É uma época de desconstrucao forçada, questionamento de propósitos e frustrações, e isso desestabiliza qualquer ser que se de ao trabalho de analisar as coisas.
Vejo que os que se dão bem neste meio são as pessoas de perfil "deixa a vida me levar" e que não liga muito pra coerência das coisas e o perfil dos tóxicos abusivos. Ninho de peçonhas e que adoece e mata sem dúvida. Uma pena termos acesso a educação por meio deste ambiente doentio.
Muito importante ter a consciência de todos esses aspectos mencionados. Tal consciência pode servir em parte como ferramenta de defesa, ainda que a pressão continue. Num mundo de precarização e desemprego, cujo modo de funcionamento pode ser atroz, é raro conseguir escapar de formas diversas de pressão que podem levar ao stress mais ou menos agudo.
Excelente vídeo, esclarecedor, necessário. Obrigada.
Com certeza, um dos melhores vídeos do Dunker! E é incrível como ele parece uma grande análise da série Severance. Sem palavras para esse vídeo, excelente!
Me vi o tempo todo retratada, são coisas que vivi com pior intensidade em toda minha vida profissional e ainda vivo, faz um mês que tive vários sintomas como aperto e batedeira no coração, choradeira sem motivo, crises de ansiedade..... estou mudando hábitos e posturas e as coisas estão melhorando. Mas continuo presa nesse sistema neoliberal e cronicamente exausta.
Nossa, estão fazendo isso com a educação... tudo, absolutamente tudo temos de colocar em tabelas.
Exatamente o que ocorreu comigo em 2019, todos os passos. Até agora estou tentando me recuperar. É muito difícil viver dessa forma.
"Altas doses de dissociação e cinismo sarcástico". Perfeito! A melhor explicação que já ouvi sobre o burnout. É exatamente assim que acontece, pois alguém entendeu que quanto maior o cinismo, maior a entrega. Onde vamos chegar???
Que vídeo necessário!
ADORO vc kkkkkk!!!! E tive o imenso prazer em assistir a uma aula sua no Einstein no curso de pós graduação em Psicologia Hospitalar. Muito OBRIGADA! Sempre! 🙏👏👏👏
Professor onde fica a angustia em tudo isso? Ela é inescapável nesse circuito infinito na sociedade em que vivemos.
Incrível como a gente vive nesse estado constante e nem nota!
Professor, o Instituto Conhecimento Liberta (ICL), seria um excelente meio para o senhor participar com esse tema num debate mais amplo e mais discutido.
Descrição incrível, um verdadeiro sumário desse esgotamento e do sofrimento humano, que é o que trazem ao consultório, muita vez disfarçado com discursos de crises de ansiedade e histórias relacionadas a satisfação de segurança na manutenção financeira. Professor, será que estamos com pacientes ansiosos, tratando somente o sintoma? Pois tenho ouvido esses sintomas o tempo todo. Será que nossa sociedade está toda com burnout?
Dunker fantástico! Essa foi uma "aula"sobre Burnout e a melhor explicação que já vi. Muito obrigada!
Demais!! Sempre coeso! Dunker, sou sua fã! E ainda tenho pensamento positivo de que um dia terei o privilégio de ser sua aluna. Sou médica, com especialização em psiquiatria e cursando sexologia clínica… quem sabe um dia estarei de perto tentando absorver todo o seu conhecimento para aliviar as minhas angústias e as dos meus pacientes… ;) obrigada por compartilhar seu conhecimento! E, basta de neoliberalismo adoecedor!
Mais um Falando nIsso incrível! Algo que me chama atenção nas dinâmicas de feedback é as pessoas envolvidas não se perguntarem: "será que sou capaz de dar um feedback para alguém?" Fica-se eternamente em dívida e em dúvida se o problema é eu ou o sistema. Precisamos de um respiro, um bom e longo respiro. Professor Chris e equipe, só tenho a agradecer que vocês existem e se propõe a fazer esse canal tão lindo! ❤
Muito inteligente. Realmente não dá para ficarmos entregues a esses mecanismos de manipulação que ocorrem no ambiente de trabalho. Temos que nos proteger e nos distanciarmos para mantermos minimamente a nossa saúde mental em dia.
De uma clareza ímpar!! excelente demais!!!! Obrigada 🌷
Nossa parece minha area de TI...
Minha nossa, ta falando de tantos nesse mundo de hj