10A CPC 10/3: Será possível que as partículas imprevisíveis suportadas pelo indetermismo poderem ser afetadas pelo determinismo? Serem afetadas por eventos e experiencias anteriores, sendo de facto previsíveis, apesar de não termos capacidade para realizar tal previsão? José Soares Afonso Guerreiro Bernardo Cardiga Duarte Lemos
Boa tarde! Essa é uma das habituais respostas do determinismo ao indeterminismo: o facto de, ao nível subatómico, não podermos alcançar leis que prevejam com exatidão o comportamento das partículas, não é evidência da inexistência dessas leis, mas sim da insuficiência do nosso atual conhecimento científico.
Eu comecei a minha reflexão por pensar se nas pequenas decisões nós temos livre-arbítrio, exemplificando, entre escolher usar camisa ou camisola de alsas. Penso que dependendo do meio social e do que nos é mais familiar, ou seja o que nos rodeia, isso influencia a nossa capacidade de decidir mais ou menos livremente havendo causas para escolher, por exemplo a camisa ao invés da camisola de alsas. Para grandes decisões, como escolher o curso a seguir, penso que nós temos uma liberdade expressa por condicionantes como a capacidade intelectual da pessoa, os cursos de familiares e a informação que temos deles, e até mesmo uma causa própria. Por exemplo um indivíduo que opta por engenharia, ele teria uma causa, podendo ter algum livre arbítrio na escolha, no entanto, qual será o sentido disso se não tiver por exemplo o objetivo implícito de melhorar a qualidade de vida das pessoas, construindo casas melhores? A reforma deste engenheiro nas casas pode ter sido o que o fez optar pelo curso, tendo uma causa implícita, claramente dentro do seu livre arbítrio de escolher o curso que desejava com todas as condicionantes. Pedro Paiva 10°A
Boa tarde eu concordo com o que o Pedro disse e também penso que o livre-arbítrio , é influenciado pelas vivências que a pessoa teve e quem sabe pelas dificuldades que passaram. Para concluir o livre-arbítrio é importante, mas as pessoas têm de saber que existe um limite.
Simples e interessante! O problema do livre-arbítrio é: a minha mente tem uma capacidade para escolher livremente, ou é determinada, nas suas decisões, pelos acontecimentos anteriores? O problema da liberdade política é: independentemente da nossa resposta ao problema anterior, qual o limite entre esfera individual e esfera pública? Até onde pode ir a autoridade pública na regulação do comportamente individual?
andré lopes, duarte lemos, josé soares - então uma ação intencional pode ser voluntária ou não dependendo do ponto de vista que defendemos em relação ao livre-arbitrio?
José Soares - Tese de equipa - Na nossa opinião o livre arbitrio é subjetivo de pessoa para pessoa. Apesar não conhecermos a fundo este tema, podemos reconhecer que não existem respostas certas, apenas opinioes pessoais e teorias que as suportam. Como neste e em todos os temas filosóficos, não existe certamente nenhuma resposta certa, apenas repostas abertas, teses, teorias e opinioes.
Duarte Lemos- Breve tese do que é o livre-arbítrio- O livre-arbítrio afirma que o ser humano é livre de escolher ou decidir em função da sua própria vontade, por exemplo o que é certo ou errado.
José, interessante... embora possa haver respostas de maior ou menor fundamento. As evidências científicas atuais parecem, de facto, ser algo contrárias à noção clássica de livre-arbítrio...
Daniela Esteves, 10ºA Na minha opinião sim, somos influenciados por fatores anteriores mas isto não nos tira o livre-arbítrio. Por exemplo, se me tivessem de dar a escolher entre ir a uma festa de um amigo ou ir fazer voluntariado. Sempre fui educada para ajudar o próximo contudo poderia perfeitamente contrariar este fator e ir à festa do amigo. Por isso não me forçariam a escolher pois a verdadeira decisão seria tomada por mim.
Boa tarde, o problema do livre-arbítrio é um assunto muito interessante que pode ser determinado de diferentes maneiras, por diferentes pessoas. A meu ver o livre-arbítrio e o determinismo estão presentes no nosso dia-a-dia, mas de maneiras diferentes, consoante as nossas ações, pensamentos e escolhas. No que diz respeito ao determinismo, eu considero que este está relacionado com o que ocorre a nossa volta, seja na nossa comunidade, na nossa família, basicamente, com o que nós estamos habituados a conviver, ou até com uma experiência pela qual passámos. Justificando o meu ponto de vista, se o meu pai após o meu nascimento levar-me sempre a ver um certo clube de futebol e até colar nas paredes do meu quarto fotos da mesma equipa e dos seus respetivos jogadores, é espectável que, um dia mais tarde quando eu tiver uma chance de poder comprar um equipamento, eu vá escolher o da equipa que o meu pai fez com que eu apoaisse. Logo, as ações que o meu pai realizou após o meu nascimento, vão influenciar escolhas que eu tenha de fazer no futuro relacionadas com o mesmo assunto. Já no que diz respeito ao livre-arbítrio, eu penso que este está presente nas nossas vidas quando temos a nossa própria linha de pensamento, independentemente da opinião de qualquer outro, chegando às nossas próprias conclusões. Exemplificando , por exemplo, toda a minha família seguiu o curso de humanidades e eu, após escutar todas as vantagens desse curso, decidi escolher e seguir o curso de ciências. Isto mostra que, independentemente das opiniões dos outros eu segui o que considerava melhor, e não o que os outros consideravam melhor. Francisco Brás 10ºA
Muito interessante e bem escrito! Pareces apontar para uma solução de compromisso.. talvez o determinismo moderado, que estudaremos na próxima semana, seja um ponto de vista similar àquele que aqui expões.
Parabéns David: Conteúdos relevantes e modo apelativo de explicar os problemas filosóficos. Tb ando a fazer o mesmo "desporto" (ensino da filosofia no secundário), há uns anitos (só 30 e talllll). E adoro. Já fazia falta um canal destes. Se possível, investe na melhoria do som. Bom trabalho. Estou atenta
Boa tarde colega! Muito obrigado pelas suas palavras. Concordo com a sugestão e, se reparar, os últimos vídeos já estão muito melhores ao nível do som, após ter investido num novo telemóvel e num microfone de lapela :) . Um abraço !
Então o determinismo moderado é uma espécie de indecisão por parte dos deterministas radicais e por parte dos libertistas ou apoiantes do livre arbítrio? 10°A Gonçalo Martins Francisco Brás Daniel Cadete João Tomás
Boa tarde! Em termos simplistas, o determinista moderado é um determinista que não está disponível para deitar fora a noção de livre-arbítrio. Ou seja, aceita que tudo no mundo é determinado, mas tenta ainda assim manter o uso do conceito de livre-arbítrio. Este é deslocado do campo da liberdade face à causalidade para o campo da liberdade face à coerção.
Bom dia, daqui fala a Madalena Geraldes e a Rita Geraldes do 10ºB do CIMM, e a nossa questão é se num mundo regido por uma lógica causalista será que há espaço pra exercer a nossa vontade de forma livre?
Bom dia! A resposta é simples e é... não: para os determinismos, a "lógica causalista" que rege o mundo inviabiliza a noção de "vontade livre". O determinismo radical, então, "deita fora" a noção de livre-arbítrio, enquanto que, como veremos, o determinismo moderado, ainda assim, procura salvaguardar a noção de livre-arbítrio, embora modificada. Veremos isso nesta próxima semana.
Daniela Esteves, Inês Machado, Marta Ramos, 10ªA Além da escolha entre o que é certo e o que é errado, o livre-arbítrio tem mais algum poder sobre as nossas vidas ?
Boa tarde! Depende do que entendas por livre-arbítrio. Se fores uma determinista radical, o livre-arbítrio é uma ilusão. Por isso, a ter algum poder, é um poder negativo, já que, como muitas ilusões, nos impede de ver a verdade. Se fores uma determinista moderada, o livre-arbítrio é algo a proteger porque tem a ver com estar livre da coerção de outros. E, assim, o seu poder, ou melhor, o poder que o seu exercício te dá, é poderes agir sem que outros te imponham escolhas. Se fores uma libertista, o livre-arbítrio é uma faculdade que te concede o poder especial, unicamente humano, de, com reflexão e ponderação, poderes ser a autora de novas cadeias causais no mundo.
Depende da perspetiva que adotemos. É que para o determinismo radical, o livre-arbítrio não existe. Logo, se não existe, não é influenciado por nada - precisamente por ser inexistente.
Porque é que na Filosofia se fala tanto sobre a liberdade e o "pensar fora da caixa", mas por contraste existe o determinismo que defende que as nossas ações são consequências de de acontecimentos passados, não havendo assim margem para a liberdade... Inês Tavares, n.º13 Joana Simão, n.º16 Joana Mestre, n.º17 Madalena, n.º21 Sara Ribeiro, n.º26 CIMM | 10.ºA
Boa tarde! É uma excelente questão. O determinista radical poderia responder: "sim, tens razão, por isso a Filosofia não é assim tão importante". Aliás, muitos deterministas são cientificistas, ou seja, defensores acérrimos da ciência contra outros domínios da sabedoria. Outros deterministas poderiam, diversamente, responder que algo não é menos belo ou menos importante só por estar determinado. Diria um determinista deste último tipo que pensamentos originais são como o voo de uma ave: ambos estão determinados, mas podem ser raros e belos.
Bom dia! Não, essa seria uma ação involuntária e não intencional. Seria apenas, quanto muito, um ato consciente. Ou seja, eu não quero ter um espasmo nem formo uma intenção prévia de ter um espasmo: apenas posso estar consciente de que estou a ter um espasmo. Quase que diria que é um mero ato, não uma ação.
Inês Machado, n°14, 10°A Todas as ações são acontecimentos e, por isso, todas têm uma causa. Assim, também acho provável que as nossas ações/escolhas não sejam livres e que derivem de causas, tais como a educação, a cultura e muitas outras. No entanto, considero que estou a viver como se houvesse livre-arbítrio, pois até agora, sempre pensei que fosse eu própria a decidir as minhas próprias ações. Por estes motivos, sinto que preciso de pesquisar mais sobre estes temas, para perceber qual das teorias (livre-arbítrio ou determinismo) é a que me faz mais sentido.
Boa tarde! O termo "junção" remete para uma simples colocar lado a lado. Preferiria "compromisso", por exemplo. Mas trata-se de uma subtileza, é certo :) .
Como o stor disse no determinismo moderado "todas as ações são determinadas e algumas dessas ações são livres", a nossa dúvida é se é possivel que nenhuma dessas ações seja livre? Clara Batista mº3, Andreia Santos nº4, Madalena Geraldes nº14, Rafael Silve nº20, Rita Geraldes nº23. 10ºB
Boa tarde! Para o determinismo moderado, apenas numa espécie de distopia de máxima ditadura, em que tudo fosse coagido e controlado, poderíamos dizer que "nenhuma ação é livre apesar de algumas poderem ser livres" (espero ter compreendido a questão).
Na minha opinião, o livre arbítrio coincide com a personalidade da pessoa. Se a pessoa não necessitar ou não se importar com outras opiniões, essa pessoa tem o livre-arbítrio mais presente do que as pessoas que se deixam influenciar com o meio onde estas se encontram. Assim, considero que temos todos a possibilidade de decidir, no entanto, o meio onde estamos inseridos por vezes não nos deixa tomar a melhor decisão.
Interessante - uma ideia de que o livre-arbítrio é uma capacidade que varia conforme a personalidade. Estamos perante uma noção psicologista do livre-arbítrio, diria.
Madalena Afonso e Joana Simão - 10ºA Ao ver o vídeo, nós conseguimos perceber que o problema do livre-arbítrio consiste em saber se temos a possibilidade de fazer escolhas livres ou se tudo o que fazemos resulta de causas anteriores. Na nossa opinião, o determinismo é mais prevalente pois as nossas escolhas são muitas vezes influenciadas por ações passadas.
Posso, claro. Sobre o determinismo radical, falaremos sobre ele na segunda-feira. Sobre o libertismo, o mesmo defende que SIM, temos LIVRE-ARBÍTRIO. As zebras, as pedras, as mesas, são determinadas pelas leis da natureza (uma zebra foge instintivamente de um leão, a mesa aguenta X kg de peso, uma pedra vai pelo ar até onde for lançada). O ser humano, na sua componente animal, também: se eu não dormir durante dois dias a fio, posso adormecer ao volante, determinado pelas leis físicas e psicológicas do sono. MAS o ser humano (por exemplo, de acodo com Kant), não é só corpo - é também alma. Para a maioria dos libertistas, o ser humano não está só na Natureza. Também é parte de um mundo Espiritual Ora, aí, nesse mundo espiritual, a nossa alma tem livre-arbítrio: tem capacidade para escolher livremente sem ser influenciada por nada físico.
Somos em simultânea livres subjetivamente, no sentido em que a liberdade é uma prática exigente e o livre arbítrio uma conquista difícil e não livres, objetivamente, na medida em que somos uma parte da natureza, regidos pelas leis que nos são impostas, a nossa dúvida é, tendo em conta tudo o que já foi mencionado é se então o livre-arbítrio é ou não parte integrante da natureza humana? Inês Carvalho e Beatriz Pires 10ºB
Diria que a influência da educação não é negada por nenhuma das perspetivas. É, contudo, valorizada diferentemente: o libertista pensa que há, ainda assim, margem para um decisão livre, margem essa conquistada com reflexão e introspeção; enquanto que o determinista dirá que a educação, juntamente com fatores como a genética, nos determina por completo nas nossas ações.
O livre-arbítrio é um conceito que designa uma suposta capacidade humana para decidir livremente; em termos de Kant, falaríamos de uma vontade (querer fazer algo) livre (não determinada exteriormente) e autónoma (que se define a si mesma).
No determinismo moderado as nossas ações já são determinadas e ao mesmo tempo também podem livres. A nossa dúvida é: Como é que as nossas ações podem já estar determinadas e ao mesmo tempo ainda podem ser livres? Afonso Pereira nrº2 João Almeida nrº18
Boa tarde! Pois, essa questão aponta para uma certa incongruência da própria posição compatibilista. Um determinista moderado/compatibilista responderia assim: se compras um jornal num quiosque porque te apetece, é uma ação determinada e livre. Determinada, porque tudo no mundo é determinado, incluindo as ações. Livre, porque ninguém te obrigou. Pelo contrário, se um estranho sociopata te obrigar a comprar um jornal no quiosque sob ameaça, teremos uma ação também determinada mas não-livre, pois foi feita sob coerção. A grande questão, para o determinismo moderado, não é se a ação é determinada - todas são, pois tudo no mundo depende da causalidade, isto é, do modo como as leis da natureza afetam os estados de coisas. A grande questão é esta: a causalidade foi interna ao agente ou imposta exteriormente? Dito de outro modo: o que o agente fez correspondeu ao seu desejo?
Olá stor!! Segundo o determinismo moderado algumas ações humanas não são determinadas? Ou todas são determinadas se bem que algumas determinadas também são livres?
Essa é, efetivamente, a grande questão! Embora o "já" não seja necessário. O determinismo não acha necessariamente que já estão todas "escritas no destino" - elas vão se determinando. A palavra "já" pode remeter para um "ultra-determinismo", que é o fatalismo, que aqui não estudaremos (e que se relaciona com a noção de Destino, tão cara aos gregos pré-platónicos)...
Boa tarde O problema livre arbitro e determinismo surge em contradição destas duas ideias. A primeira diz-nos que os seres humanos tomam as suas decisões por vontade própria, já a segunda diz-nos que tudo é influenciado ou causado por acontecimentos anteriores. Na minha opinião somos influenciados por vários fatores, mas sem excluir o livre arbítrio , os nossos hábitos, a maneira que fomos educados.... , a nossa capacidade de decidir menos ou mais livremente depende das causas apresentadas anteriores, por exemplo vestir calções ou calças. Mesmo assim penso que tenho livre árbitro ao tomar as minhas próprias decisões, sendo que foi eu até agora a decidi-las, tal como o curso, mas não esquecendo que pode ter sido influenciado por inúmeras causas. Angeli Qaisar N4 10A
Posso, claro. Sobre o determinismo radical, falaremos sobre ele na segunda-feira. Sobre o libertismo, o mesmo defende que SIM, temos LIVRE-ARBÍTRIO. As zebras, as pedras, as mesas, são determinadas pelas leis da natureza (uma zebra foge instintivamente de um leão, a mesa aguenta X kg de peso, uma pedra vai pelo ar até onde for lançada). O ser humano, na sua componente animal, também: se eu não dormir durante dois dias a fio, posso adormecer ao volante, determinado pelas leis físicas e psicológicas do sono. MAS o ser humano (por exemplo, de acodo com Kant), não é só corpo - é também alma. Para a maioria dos libertistas, o ser humano não está só na Natureza. Também é parte de um mundo Espiritual Ora, aí, nesse mundo espiritual, a nossa alma tem livre-arbítrio: tem capacidade para escolher livremente sem ser influenciada por nada físico.
Inês Simões e Mariana Correia 10ºA nº15 e nº22 Na nossa opinião, sim, somos influenciados por vários fatores que não dependem apenas de nós e das nossas escolhas, depende essencialmente da nossa cultura, dos nossos hábitos e da maneira como fomos educados. Mas mesmo assim achamos que temos livre-arbítrio para tomarmos decisões mais importantes, por exemplo escolher um curso, ajudar alguém que precise, entre outros.
Parecem apontar para uma solução de compromisso.. talvez o determinismo moderado, que estudaremos na próxima semana, seja um ponto de vista similar àquele que aqui esboçam.
Afonso Guerreiro Nº1 10ºA Na minha opinião as nossas decisões podem se influenciadas pelas nossas nossas situações passadas ou pelos nossos ensinamentos, mas cabe a cada um fazer a sua escolha.
João Marques 10ºB nº12 Como é que se pode qualificar uma ação como voluntária ou involuntária? Por exemplo, eu respiro involuntariamente mas posso aguentar a minha respiração, não respirando, voluntariamente.
Concordo com essa distinção, que é simples mas bem pensada! Embora um determinista radical falasse apenas de diferentes graus de intencionaldiade, abdicando da noção de "voluntária", precisamente para não remeter para a ideia de livre-arbítrio, da qual o determinista discorda.
Enquanto o professor afirma que o libertismo aceita que hajam algumas ações que são determinadas , existem outras fontes(nomeadamente o meu livro de filosofia e até mesmo os vídeos do estudo virtual, programa da rtp) que afirmam que o libertismo rejeita a ideia de que hajam ações determinadas , afirmando portanto que todas as ações são livres ( o que para mim não faz muito sentido uma vez que há visivelmente leis naturais e leis físicas que nos determinam às quais não podemos escapar) . Gostava que me pudesse esclarecer quanto a este assunto. Obrigado.
Bom dia! Interessante dúvida. O libertismo é habitualmente retratado através de um destes dois modos: 1) todas as ações são livres (o modo que referes); 2) algumas ações são livres (o modo que adoto). Concordo com a tua objeção ao modo descrito em 1) e precisamente por isso opto por 2), na senda dos autores dos manuais de apoio ao exame da Leya e da Porto Editora. Uma maneira de ler esta divergência é torná-la meramente semântica. Quem defenda 1) poderá fazer a distinção entre atos humanos livres e atos humanos não livres, chamando ações apenas aos primeiros. Assim, tratar-se-á aqui de uma diferença meramente linguística, não de substância. Bom estudo!
@@ATuaFilosofia Neste sentido de se poder retratar o libertismo de dois modos ligeiramente distintos, a minha pergunta passa por no exame optamos por qual? Obrigado
@@IsaacG4mingPT Bom dia! Diria que podemos seguramente optar pela hipótese que proponho. O atual manual de apoio a exame da Porto Editora, afirma que "a tese de que somos dotados de livre-arbítrio dirá, portanto, que algumas das nossas ações são livres" (p. 61). O manual da Leya vai no mesmo sentido: "afirmar que existem ações livres é o mesmo que dizer que existe livre-arbírio" (p. 72).
Claro. Uma ação é consciente: sei que o estou a fazer e, mais tarde, consigo relatar que o fiz. Exemplo: estar a escrever isto. Não-exemplo: caminhar pela casa durante um episódio de sonambulismo. Uma ação é, ainda, intencional: há uma réplica da ação na mente, prévia à ação ou simultânea à mesma. Podemos chamar-lhe o "projeto mental" da ação: a ação em pensamento. Exemplo: telefonar a alguém. Não-exemplo: ter um tique nervoso.
Boa tarde, penso que não percebi muito bem a diferença entre o libertismo e o determinismo moderado. O libertismo defende que existem 2 mundos, o físico (em que existe causa-efeito) e o espiritual (em que não existe causa-efeito). Já o determinismo moderado defende que todas as nossas ações são determinadas se bem que algumas determinadas também são livres. Muito resumidamente o libertismo defende que as nossas ações livres não são causadas, mas o moderado defende que tudo é causado porém pode também ser livre. É isto? 😅
É isso. Em síntese: o libertismo é uma tese incompatibilista, para a qual uma mesma ação não pode ser, em simultâneo, livre e determinada; há, para o libertismo, ações livres e não determinadas; o determinismo moderado é uma tese compatibilista, para a qual todas as ações são determinadas mas algumas ações são, também, livres. Em suma, estão em jogo duas noções diferentes de livre-arbítrio: livre-arbítrio enquanto independência face à determinação causal (noção libertista) vs livre-arbítrio enquanto isenção de coerção externa (noção do determinismo moderado). Bom estudo!
O Problema do Livre Arbítrio: Será que nós (humanos) temos a opção de escolher e determinar por nós próprios as nossas decisões? O livre arbítrio defende que a possibilidade de opção é real e que há algo na mente humana que nos permite tomar as nossas escolhas/decisões (esta liberdade de arbítrio não abrange a liberdade política) e de que embora existam condicionantes (como a nossa educação; o meio em que vivemos; etc.) que nos influenciam, existe sempre um espaço para o Livre arbítrio. Por outro lado, o determinismo defende que as nossas ações são consequências das condicionantes da nossas vida que as vão definir e determinar (logo a possibilidade de opção não existe). Grupo: Joana Mestre; Inês Tavares; Sara Ribeiro | 10.ºA
A nossa dúvida é? Se a ação é determinada por causas exteriores que determinam as intenções da ação, então como é que alguém se pode considerar autor de tal? Grupo: Joana Mestre; Inês Tavares; Sara Ribeiro
Na minha opinião muitas das vezes o livre-arbítrio não se encontra presente nas nossas vidas pois grande parte as decisões e escolhas tomadas por nos são planeadas influenciadas , tanto pelas pessoas com que nos damos, com pelo o meio onde vivemos, tornado assim as muito restritas e pouco verdadeiras a nos mesmos. Inês Tavares, Joana Mestre, Sara Ribeiro | 10ºA
Interessantes comentários! Inês, há duas passagens em que a linguagem poderia ser mais clara: "planeadas influenciadas" - penso que falta um "e" entre as palavras; e "verdadeiras a nós mesmos". No que toca à dúvida, diria que o determinismo, precisamente, diz que não somos autores das nossas vidas. Apenas intérpretes. Epicteto, escravo romano adepto do estoicismo, corrente filosófica que tem fortes pontos de contacto com o determinismo, dizia-nos até que devemos compreender que a vida é como uma peça de teatro em que não somos os dramaturgos nem os encenadores - apenas atores que podem desempenhar melhor ou pior um papel já atribuído...
Boa tarde! Em certo sentido, poderíamos considerar essas características como, na verdade, a designação da mesma característica. Contudo, no sentido que dou a essas palavras no vídeo, há uma diferença. "Intencional" aponta para uma réplica mental do agir que o localiza como passo para uma finalidade. Ao escrever esta resposta, penso no que estou a fazer como parte de um encadeamento cuja finalidade é esclarecer-vos. Pelo contrário, isso não ocorre quando espirro ou me assusto com um cão. Afirmar que uma ação é intencional é algo, diria, bastante consensual. O caráter voluntário ou não da ação remete, diversamente, para aferir se a ação tem raíz em algo a que possamos chamar livre-arbítrio. E, aí, temos polémica. Em síntese, na minha leitura desta rede conceptual, diria que um determinista radical afirma que a ação é intencional mas não voluntária; enquanto que o determinismo moderado e o libertismo apontam para a possibilidade de haver ações intencionais e, também, voluntárias (embora diferindo, estes dois, quanto ao que significa o próprio conceito de "voluntário" - liberto da causalidade para o libertismo, livre de coerção no determinismo moderado).
CPC: O determinismo radical defende que todas as nossas ações baseiam-se em acontecimentos passados. E se não tivermos causas anteriores para nos basearmos? Carolina Pereira N°7 e Maria Cardoso N°15 10°B
Boa tarde! O determinista diria que há sempre causas anteriores. Mas, se a vossa pergunta pergunta pela primeira causa, então essa é uma questão, por ora, irresolúvel. Qual a primeira causa do Universo?
O determinismo radical e o libertismo são teses incompatibilistas, mas não compreendemos o "algumas ações não são determinadas"? Martim Marques nº16 Miguel Silva nº17 Rafael Sousa nº21 10ºB
Boa tarde! Tanto para o determinismo radical como para o libertismo, uma ação não pode ser determinada e, ao mesmo tempo, livre. Ou seja, as noções de determinação causal e vontade livre excluem-se mutuamente. O libertismo defende que algumas ações não são determinadas, isto é, que algumas ações são livres. Como defende o libertismo isto? Frequentemente, com recurso ao dualismo, afirmando que a causalidade domina a natureza mas que a mente humana é, em certo sentido, algo mais do que uma mera entidade natural.
Olá é o Gonçalo 10B nº10 o determinismo é o princípio segundo o qual qualquer fenómeno é rigorosamente determinado por aqueles que o precederam ou acompanham, sendo a sua ocorrência necessária e não aleatória.
Rafael Fernandes 10ºB CIMM Creio que o conceito de determinismo é incompatível com as observações físicas iniciadas no século XX, reunidas no campo da mecânica quântica. Segundo o que compreendo deste campo, não nos seria possível prever exatamente o futuro e, consequentemente, decisões humanas, se soubéssemos o estado de toda a matéria do universo (entenda-se estado por propriedades, posição e velocidade). Ao invés, apenas seria possível retirar as probabilidades de um conjunto de partículas se moverem de um certo modo (ou seja, de algo acontecer). Por essa razão, existe um número limitado de possíveis ações que um ser humano pode tomar para cada cenário, mesmo quando este sujeito consegue imaginar outras ações possíveis. No entanto, existe uma propriedade presente nas nossa teorias de mecânica quântica que sugere que, apesar de ser impossível prever qual o movimento de uma partícula num tempo futuro baseado apenas no seu estado atual e nas leis da física, as ações não podem ser corrigidas. Ou seja, após uma ação, essa mesma ação é definitiva. Para esta ação, num hipotético cenário em que seja possível viajar para o passado, perdendo todas as memórias entre o ponto no passado para que viajamos e o presente, não seria possível que a ação não ocorresse. Esta propriedade verifica-se na anulação de sobreposições de estados quânticos quando uma partícula é observada. Isto sugere também que o facto de o universo não ser aparentemente determinista (a partir de uma perspetiva quântica) deve-se apenas à nossa incapacidade de observar completamente todas as propriedades e o nosso desconhecimento de certas outras. Qualquer que seja a hipótese correta, é aparente que as nossa teorias modernas da física se opõem claramente ao livre-arbítrio, mesmo sem uma componente inerentemente determinista.
Bruno: a tua dúvida é corretamente esclarecida pelo comentário do Gonçalo, bom trabalho. Rafael: muito interessante. Antecipas o indeterminismo, de que falaremos na próxima semana. O teu texto, que grandemente subscrevo, ilustra o chamado Dilema de Hume: o mundo é determinista ou funciona ao acaso. Se é determinista, não temos-livre arbítrio. Se funciona ao acaso, não temos livre arbítrio. Logo, não temos livre arbítrio (no sentido clássico). Não estou certo de ter percebido este trecho: "Esta propriedade verifica-se na anulação de sobreposições de estados quânticos quando uma partícula é observada". Em aula conversamos :)
10A CPC 10/3:
Será possível que as partículas imprevisíveis suportadas pelo indetermismo poderem ser afetadas pelo determinismo? Serem afetadas por eventos e experiencias anteriores, sendo de facto previsíveis, apesar de não termos capacidade para realizar tal previsão?
José Soares
Afonso Guerreiro
Bernardo Cardiga
Duarte Lemos
Boa tarde! Essa é uma das habituais respostas do determinismo ao indeterminismo: o facto de, ao nível subatómico, não podermos alcançar leis que prevejam com exatidão o comportamento das partículas, não é evidência da inexistência dessas leis, mas sim da insuficiência do nosso atual conhecimento científico.
Eu comecei a minha reflexão por pensar se nas pequenas decisões nós temos livre-arbítrio, exemplificando, entre escolher usar camisa ou camisola de alsas. Penso que dependendo do meio social e do que nos é mais familiar, ou seja o que nos rodeia, isso influencia a nossa capacidade de decidir mais ou menos livremente havendo causas para escolher, por exemplo a camisa ao invés da camisola de alsas.
Para grandes decisões, como escolher o curso a seguir, penso que nós temos uma liberdade expressa por condicionantes como a capacidade intelectual da pessoa, os cursos de familiares e a informação que temos deles, e até mesmo uma causa própria. Por exemplo um indivíduo que opta por engenharia, ele teria uma causa, podendo ter algum livre arbítrio na escolha, no entanto, qual será o sentido disso se não tiver por exemplo o objetivo implícito de melhorar a qualidade de vida das pessoas, construindo casas melhores? A reforma deste engenheiro nas casas pode ter sido o que o fez optar pelo curso, tendo uma causa implícita, claramente dentro do seu livre arbítrio de escolher o curso que desejava com todas as condicionantes.
Pedro Paiva 10°A
Boa tarde eu concordo com o que o Pedro disse e também penso que o livre-arbítrio , é influenciado pelas vivências que a pessoa teve e quem sabe pelas dificuldades que passaram. Para concluir o livre-arbítrio é importante, mas as pessoas têm de saber que existe um limite.
Naeem 10ªA
Bom dia! Interessante diálogo!
Afonso Diamantino, Pedro Simões e Dar'ya 10°B CIMM: Qual é a diferença entre o livre arbítrio e a liberdade política?
Simples e interessante! O problema do livre-arbítrio é: a minha mente tem uma capacidade para escolher livremente, ou é determinada, nas suas decisões, pelos acontecimentos anteriores? O problema da liberdade política é: independentemente da nossa resposta ao problema anterior, qual o limite entre esfera individual e esfera pública? Até onde pode ir a autoridade pública na regulação do comportamente individual?
andré lopes, duarte lemos, josé soares - então uma ação intencional pode ser voluntária ou não dependendo do ponto de vista que defendemos em relação ao livre-arbitrio?
José Soares - Tese de equipa - Na nossa opinião o livre arbitrio é subjetivo de pessoa para pessoa. Apesar não conhecermos a fundo este tema, podemos reconhecer que não existem respostas certas, apenas opinioes pessoais e teorias que as suportam. Como neste e em todos os temas filosóficos, não existe certamente nenhuma resposta certa, apenas repostas abertas, teses, teorias e opinioes.
Duarte Lemos- Breve tese do que é o livre-arbítrio- O livre-arbítrio afirma que o ser humano é livre de escolher ou decidir em função da sua própria vontade, por exemplo o que é certo ou errado.
Sim, é isso mesmo André - o caráter voluntário da ação é assunto de polémica filosófica!
José, interessante... embora possa haver respostas de maior ou menor fundamento. As evidências científicas atuais parecem, de facto, ser algo contrárias à noção clássica de livre-arbítrio...
Correto, Duarte! Isso mesmo.
Daniela Esteves, 10ºA
Na minha opinião sim, somos influenciados por fatores anteriores mas isto não nos tira o livre-arbítrio. Por exemplo, se me tivessem de dar a escolher entre ir a uma festa de um amigo ou ir fazer voluntariado. Sempre fui educada para ajudar o próximo contudo poderia perfeitamente contrariar este fator e ir à festa do amigo. Por isso não me forçariam a escolher pois a verdadeira decisão seria tomada por mim.
Eis um ponto de vista libertista :)
Boa tarde, o problema do livre-arbítrio é um assunto muito interessante que pode ser determinado de diferentes maneiras, por diferentes pessoas. A meu ver o livre-arbítrio e o determinismo estão presentes no nosso dia-a-dia, mas de maneiras diferentes, consoante as nossas ações, pensamentos e escolhas.
No que diz respeito ao determinismo, eu considero que este está relacionado com o que ocorre a nossa volta, seja na nossa comunidade, na nossa família, basicamente, com o que nós estamos habituados a conviver, ou até com uma experiência pela qual passámos. Justificando o meu ponto de vista, se o meu pai após o meu nascimento levar-me sempre a ver um certo clube de futebol e até colar nas paredes do meu quarto fotos da mesma equipa e dos seus respetivos jogadores, é espectável que, um dia mais tarde quando eu tiver uma chance de poder comprar um equipamento, eu vá escolher o da equipa que o meu pai fez com que eu apoaisse. Logo, as ações que o meu pai realizou após o meu nascimento, vão influenciar escolhas que eu tenha de fazer no futuro relacionadas com o mesmo assunto.
Já no que diz respeito ao livre-arbítrio, eu penso que este está presente nas nossas vidas quando temos a nossa própria linha de pensamento, independentemente da opinião de qualquer outro, chegando às nossas próprias conclusões. Exemplificando , por exemplo, toda a minha família seguiu o curso de humanidades e eu, após escutar todas as vantagens desse curso, decidi escolher e seguir o curso de ciências. Isto mostra que, independentemente das opiniões dos outros eu segui o que considerava melhor, e não o que os outros consideravam melhor.
Francisco Brás 10ºA
Muito interessante e bem escrito! Pareces apontar para uma solução de compromisso.. talvez o determinismo moderado, que estudaremos na próxima semana, seja um ponto de vista similar àquele que aqui expões.
Muito bem explicado, obrigado 😄
Feliz por poder ajudar :)
Rodrigo Teixeira 10B ,Afonso Diamantino 10B
Qual e a diferença entre uma açao voluntaria e uma açao consciente
Boa tarde! Consultem por favor a resposta dada à equipa composta pela Inês, a Mariana e a Angeli ;)
Parabéns David: Conteúdos relevantes e modo apelativo de explicar os problemas filosóficos. Tb ando a fazer o mesmo "desporto" (ensino da filosofia no secundário), há uns anitos (só 30 e talllll). E adoro. Já fazia falta um canal destes. Se possível, investe na melhoria do som. Bom trabalho. Estou atenta
Boa tarde colega! Muito obrigado pelas suas palavras. Concordo com a sugestão e, se reparar, os últimos vídeos já estão muito melhores ao nível do som, após ter investido num novo telemóvel e num microfone de lapela :) . Um abraço !
@@ATuaFilosofia Sim, sem dúvida! Valeu a pena o investimento. Já divulguei o canal no AE Fundão
Então o determinismo moderado é uma espécie de indecisão por parte dos deterministas radicais e por parte dos libertistas ou apoiantes do livre arbítrio? 10°A
Gonçalo Martins
Francisco Brás
Daniel Cadete
João Tomás
Boa tarde! Em termos simplistas, o determinista moderado é um determinista que não está disponível para deitar fora a noção de livre-arbítrio. Ou seja, aceita que tudo no mundo é determinado, mas tenta ainda assim manter o uso do conceito de livre-arbítrio. Este é deslocado do campo da liberdade face à causalidade para o campo da liberdade face à coerção.
Bom dia, daqui fala a Madalena Geraldes e a Rita Geraldes do 10ºB do CIMM, e a nossa questão é se num mundo regido por uma lógica causalista será que há espaço pra exercer a nossa vontade de forma livre?
Bom dia! A resposta é simples e é... não: para os determinismos, a "lógica causalista" que rege o mundo inviabiliza a noção de "vontade livre". O determinismo radical, então, "deita fora" a noção de livre-arbítrio, enquanto que, como veremos, o determinismo moderado, ainda assim, procura salvaguardar a noção de livre-arbítrio, embora modificada. Veremos isso nesta próxima semana.
Daniela Esteves, Inês Machado, Marta Ramos, 10ªA
Além da escolha entre o que é certo e o que é errado, o livre-arbítrio tem mais algum poder sobre as nossas vidas ?
Boa tarde! Depende do que entendas por livre-arbítrio.
Se fores uma determinista radical, o livre-arbítrio é uma ilusão. Por isso, a ter algum poder, é um poder negativo, já que, como muitas ilusões, nos impede de ver a verdade.
Se fores uma determinista moderada, o livre-arbítrio é algo a proteger porque tem a ver com estar livre da coerção de outros. E, assim, o seu poder, ou melhor, o poder que o seu exercício te dá, é poderes agir sem que outros te imponham escolhas.
Se fores uma libertista, o livre-arbítrio é uma faculdade que te concede o poder especial, unicamente humano, de, com reflexão e ponderação, poderes ser a autora de novas cadeias causais no mundo.
Raquel Lopes, Inês Ferreira e Rafael Silva 10ºB CIMM, a nossa dúvida é se aquilo em que acreditamos influencia o livre-arbítrio
Depende da perspetiva que adotemos. É que para o determinismo radical, o livre-arbítrio não existe. Logo, se não existe, não é influenciado por nada - precisamente por ser inexistente.
Porque é que na Filosofia se fala tanto sobre a liberdade e o "pensar fora da caixa", mas por contraste existe o determinismo que defende que as nossas ações são consequências de de acontecimentos passados, não havendo assim margem para a liberdade...
Inês Tavares, n.º13
Joana Simão, n.º16
Joana Mestre, n.º17
Madalena, n.º21
Sara Ribeiro, n.º26
CIMM | 10.ºA
Boa tarde! É uma excelente questão.
O determinista radical poderia responder: "sim, tens razão, por isso a Filosofia não é assim tão importante". Aliás, muitos deterministas são cientificistas, ou seja, defensores acérrimos da ciência contra outros domínios da sabedoria.
Outros deterministas poderiam, diversamente, responder que algo não é menos belo ou menos importante só por estar determinado. Diria um determinista deste último tipo que pensamentos originais são como o voo de uma ave: ambos estão determinados, mas podem ser raros e belos.
A ação voluntaria pode ser por exemplo um espasmos? Miguel Silva 10ºB CIMM
Bom dia! Não, essa seria uma ação involuntária e não intencional. Seria apenas, quanto muito, um ato consciente. Ou seja, eu não quero ter um espasmo nem formo uma intenção prévia de ter um espasmo: apenas posso estar consciente de que estou a ter um espasmo. Quase que diria que é um mero ato, não uma ação.
Inês Machado, n°14, 10°A
Todas as ações são acontecimentos e, por isso, todas têm uma causa.
Assim, também acho provável que as nossas ações/escolhas não sejam livres e que derivem de causas, tais como a educação, a cultura e muitas outras.
No entanto, considero que estou a viver como se houvesse livre-arbítrio, pois até agora, sempre pensei que fosse eu própria a decidir as minhas próprias ações.
Por estes motivos, sinto que preciso de pesquisar mais sobre estes temas, para perceber qual das teorias (livre-arbítrio ou determinismo) é a que me faz mais sentido.
Eis um ponto de vista que adere ao determinismo :)
Podemos considerar que o determinismo moderado é uma junção do determinismo radical com o libertismo?
Inês Ferreira 10ºB
Raquel Lopes 10ºB
Boa tarde! O termo "junção" remete para uma simples colocar lado a lado. Preferiria "compromisso", por exemplo. Mas trata-se de uma subtileza, é certo :) .
Como o stor disse no determinismo moderado "todas as ações são determinadas e algumas dessas ações são livres", a nossa dúvida é se é possivel que nenhuma dessas ações seja livre?
Clara Batista mº3, Andreia Santos nº4, Madalena Geraldes nº14, Rafael Silve nº20, Rita Geraldes nº23. 10ºB
Boa tarde! Para o determinismo moderado, apenas numa espécie de distopia de máxima ditadura, em que tudo fosse coagido e controlado, poderíamos dizer que "nenhuma ação é livre apesar de algumas poderem ser livres" (espero ter compreendido a questão).
A piadas estão cada vez mais engraçadas 😂
:D
Na minha opinião, o livre arbítrio coincide com a personalidade da pessoa. Se a pessoa não necessitar ou não se importar com outras opiniões, essa pessoa tem o livre-arbítrio mais presente do que as pessoas que se deixam influenciar com o meio onde estas se encontram. Assim, considero que temos todos a possibilidade de decidir, no entanto, o meio onde estamos inseridos por vezes não nos deixa tomar a melhor decisão.
Interessante - uma ideia de que o livre-arbítrio é uma capacidade que varia conforme a personalidade. Estamos perante uma noção psicologista do livre-arbítrio, diria.
Maria Cardoso 10B, a causalidade que afeta as nossas ações é o que exatamente?
Segunda-feira vamos aprofundar esse conceito ;)
Madalena Afonso e Joana Simão - 10ºA
Ao ver o vídeo, nós conseguimos perceber que o problema do livre-arbítrio consiste em saber se temos a possibilidade de fazer escolhas livres ou se tudo o que fazemos resulta de causas anteriores. Na nossa opinião, o determinismo é mais prevalente pois as nossas escolhas são muitas vezes influenciadas por ações passadas.
Ponto de vista claro e direto, favorável ao determinismo!
Boa tarde .Stor eu nao entendi muito bem o determinismo radical e o libertismo sera que me podia ajudar ?
Posso, claro. Sobre o determinismo radical, falaremos sobre ele na segunda-feira. Sobre o libertismo, o mesmo defende que SIM, temos LIVRE-ARBÍTRIO.
As zebras, as pedras, as mesas, são determinadas pelas leis da natureza (uma zebra foge instintivamente de um leão, a mesa aguenta X kg de peso, uma pedra vai pelo ar até onde for lançada). O ser humano, na sua componente animal, também: se eu não dormir durante dois dias a fio, posso adormecer ao volante, determinado pelas leis físicas e psicológicas do sono.
MAS o ser humano (por exemplo, de acodo com Kant), não é só corpo - é também alma. Para a maioria dos libertistas, o ser humano não está só na Natureza. Também é parte de um mundo Espiritual Ora, aí, nesse mundo espiritual, a nossa alma tem livre-arbítrio: tem capacidade para escolher livremente sem ser influenciada por nada físico.
Somos em simultânea livres subjetivamente, no sentido em que a liberdade é uma prática exigente e o livre arbítrio uma conquista difícil e não livres, objetivamente, na medida em que somos uma parte da natureza, regidos pelas leis que nos são impostas, a nossa dúvida é, tendo em conta tudo o que já foi mencionado é se então o livre-arbítrio é ou não parte integrante da natureza humana? Inês Carvalho e Beatriz Pires 10ºB
Essa é a grande pergunta! Trata-se de uma questão que não pede esclarecimento docente, mas sim partilha e diálogo. Bom trabalho!
Rodrigo Teixeira 10B ,Afonso Diamantino 10B
Qual e a diferença entre uma açao voluntaria e uma açao consciente?
Boa tarde! Consulta por favor a resposta dada à equipa Mariana-Angeli-Inês.
Será que o livre arbítrio é o nosso poder de decisão, ou se a forma como somos educados influência as nossas decisões? Carolina 10°B
Diria que a influência da educação não é negada por nenhuma das perspetivas. É, contudo, valorizada diferentemente: o libertista pensa que há, ainda assim, margem para um decisão livre, margem essa conquistada com reflexão e introspeção; enquanto que o determinista dirá que a educação, juntamente com fatores como a genética, nos determina por completo nas nossas ações.
Clara Batista Nº3 10º B A minha dúvida é: Quais são as principais características do livre arbitrío?
O livre-arbítrio é um conceito que designa uma suposta capacidade humana para decidir livremente; em termos de Kant, falaríamos de uma vontade (querer fazer algo) livre (não determinada exteriormente) e autónoma (que se define a si mesma).
No determinismo moderado as nossas ações já são determinadas e ao mesmo tempo também podem livres. A nossa dúvida é: Como é que as nossas ações podem já estar determinadas e ao mesmo tempo ainda podem ser livres?
Afonso Pereira nrº2
João Almeida nrº18
Boa tarde! Pois, essa questão aponta para uma certa incongruência da própria posição compatibilista.
Um determinista moderado/compatibilista responderia assim: se compras um jornal num quiosque porque te apetece, é uma ação determinada e livre. Determinada, porque tudo no mundo é determinado, incluindo as ações. Livre, porque ninguém te obrigou. Pelo contrário, se um estranho sociopata te obrigar a comprar um jornal no quiosque sob ameaça, teremos uma ação também determinada mas não-livre, pois foi feita sob coerção.
A grande questão, para o determinismo moderado, não é se a ação é determinada - todas são, pois tudo no mundo depende da causalidade, isto é, do modo como as leis da natureza afetam os estados de coisas. A grande questão é esta: a causalidade foi interna ao agente ou imposta exteriormente? Dito de outro modo: o que o agente fez correspondeu ao seu desejo?
Olá stor!! Segundo o determinismo moderado algumas ações humanas não são determinadas? Ou todas são determinadas se bem que algumas determinadas também são livres?
Boa tarde! A segunda hipótese, isso mesmo :) .
João Almeida, 10⁰A
A minha dúvida é: Será que somos nós que fazemos as nossas ações ou elas já estão determinadas?
Essa é, efetivamente, a grande questão! Embora o "já" não seja necessário. O determinismo não acha necessariamente que já estão todas "escritas no destino" - elas vão se determinando. A palavra "já" pode remeter para um "ultra-determinismo", que é o fatalismo, que aqui não estudaremos (e que se relaciona com a noção de Destino, tão cara aos gregos pré-platónicos)...
Boa tarde professor, não percebi muito bem a parte da ação intencional e consciente
Consulta, por favor, a resposta dada ao Guilherme ;)
Boa tarde
O problema livre arbitro e determinismo surge em contradição destas duas ideias. A primeira diz-nos que os seres humanos tomam as suas decisões por vontade própria, já a segunda diz-nos que tudo é influenciado ou causado por acontecimentos anteriores.
Na minha opinião somos influenciados por vários fatores, mas sem excluir o livre arbítrio , os nossos hábitos, a maneira que fomos educados.... , a nossa capacidade de decidir menos ou mais livremente depende das causas apresentadas anteriores, por exemplo vestir calções ou calças.
Mesmo assim penso que tenho livre árbitro ao tomar as minhas próprias decisões, sendo que foi eu até agora a decidi-las, tal como o curso, mas não esquecendo que pode ter sido influenciado por inúmeras causas.
Angeli Qaisar N4 10A
Correta descrição e ponderado ponto de vista!
Boa tarde
Não consegui compreender o quê que é o determinismo radical e o libertismo. Pode-me ajudar ?
10A
Posso, claro. Sobre o determinismo radical, falaremos sobre ele na segunda-feira. Sobre o libertismo, o mesmo defende que SIM, temos LIVRE-ARBÍTRIO.
As zebras, as pedras, as mesas, são determinadas pelas leis da natureza (uma zebra foge instintivamente de um leão, a mesa aguenta X kg de peso, uma pedra vai pelo ar até onde for lançada). O ser humano, na sua componente animal, também: se eu não dormir durante dois dias a fio, posso adormecer ao volante, determinado pelas leis físicas e psicológicas do sono.
MAS o ser humano (por exemplo, de acodo com Kant), não é só corpo - é também alma. Para a maioria dos libertistas, o ser humano não está só na Natureza. Também é parte de um mundo Espiritual Ora, aí, nesse mundo espiritual, a nossa alma tem livre-arbítrio: tem capacidade para escolher livremente sem ser influenciada por nada físico.
Inês Simões e Mariana Correia 10ºA nº15 e nº22
Na nossa opinião, sim, somos influenciados por vários fatores que não dependem apenas de nós e das nossas escolhas, depende essencialmente da nossa cultura, dos nossos hábitos e da maneira como fomos educados. Mas mesmo assim achamos que temos livre-arbítrio para tomarmos decisões mais importantes, por exemplo escolher um curso, ajudar alguém que precise, entre outros.
Parecem apontar para uma solução de compromisso.. talvez o determinismo moderado, que estudaremos na próxima semana, seja um ponto de vista similar àquele que aqui esboçam.
Afonso Guerreiro Nº1 10ºA
Na minha opinião as nossas decisões podem se influenciadas pelas nossas nossas situações passadas ou pelos nossos ensinamentos, mas cabe a cada um fazer a sua escolha.
Eis um libertista! A expressão "cabe a cada um" remete para uma noção de responsabilidade.
João Marques 10ºB nº12
Como é que se pode qualificar uma ação como voluntária ou involuntária?
Por exemplo, eu respiro involuntariamente mas posso aguentar a minha respiração, não respirando, voluntariamente.
Concordo com essa distinção, que é simples mas bem pensada! Embora um determinista radical falasse apenas de diferentes graus de intencionaldiade, abdicando da noção de "voluntária", precisamente para não remeter para a ideia de livre-arbítrio, da qual o determinista discorda.
Enquanto o professor afirma que o libertismo aceita que hajam algumas ações que são determinadas , existem outras fontes(nomeadamente o meu livro de filosofia e até mesmo os vídeos do estudo virtual, programa da rtp) que afirmam que o libertismo rejeita a ideia de que hajam ações determinadas , afirmando portanto que todas as ações são livres ( o que para mim não faz muito sentido uma vez que há visivelmente leis naturais e leis físicas que nos determinam às quais não podemos escapar) . Gostava que me pudesse esclarecer quanto a este assunto. Obrigado.
Bom dia! Interessante dúvida.
O libertismo é habitualmente retratado através de um destes dois modos: 1) todas as ações são livres (o modo que referes); 2) algumas ações são livres (o modo que adoto).
Concordo com a tua objeção ao modo descrito em 1) e precisamente por isso opto por 2), na senda dos autores dos manuais de apoio ao exame da Leya e da Porto Editora.
Uma maneira de ler esta divergência é torná-la meramente semântica. Quem defenda 1) poderá fazer a distinção entre atos humanos livres e atos humanos não livres, chamando ações apenas aos primeiros. Assim, tratar-se-á aqui de uma diferença meramente linguística, não de substância.
Bom estudo!
@@ATuaFilosofia Neste sentido de se poder retratar o libertismo de dois modos ligeiramente distintos, a minha pergunta passa por no exame optamos por qual? Obrigado
@@IsaacG4mingPT Bom dia! Diria que podemos seguramente optar pela hipótese que proponho. O atual manual de apoio a exame da Porto Editora, afirma que "a tese de que somos dotados de livre-arbítrio dirá, portanto, que algumas das nossas ações são livres" (p. 61). O manual da Leya vai no mesmo sentido: "afirmar que existem ações livres é o mesmo que dizer que existe livre-arbírio" (p. 72).
👏
Boa tarde, não entendi muito bem a parte da ação intencional e consciente, poderia explicar-me melhor professor?
Claro.
Uma ação é consciente: sei que o estou a fazer e, mais tarde, consigo relatar que o fiz. Exemplo: estar a escrever isto. Não-exemplo: caminhar pela casa durante um episódio de sonambulismo.
Uma ação é, ainda, intencional: há uma réplica da ação na mente, prévia à ação ou simultânea à mesma. Podemos chamar-lhe o "projeto mental" da ação: a ação em pensamento. Exemplo: telefonar a alguém. Não-exemplo: ter um tique nervoso.
Boa tarde, penso que não percebi muito bem a diferença entre o libertismo e o determinismo moderado. O libertismo defende que existem 2 mundos, o físico (em que existe causa-efeito) e o espiritual (em que não existe causa-efeito). Já o determinismo moderado defende que todas as nossas ações são determinadas se bem que algumas determinadas também são livres. Muito resumidamente o libertismo defende que as nossas ações livres não são causadas, mas o moderado defende que tudo é causado porém pode também ser livre. É isto? 😅
É isso. Em síntese: o libertismo é uma tese incompatibilista, para a qual uma mesma ação não pode ser, em simultâneo, livre e determinada; há, para o libertismo, ações livres e não determinadas; o determinismo moderado é uma tese compatibilista, para a qual todas as ações são determinadas mas algumas ações são, também, livres. Em suma, estão em jogo duas noções diferentes de livre-arbítrio: livre-arbítrio enquanto independência face à determinação causal (noção libertista) vs livre-arbítrio enquanto isenção de coerção externa (noção do determinismo moderado). Bom estudo!
@@ATuaFilosofia muito obrigada
O Problema do Livre Arbítrio: Será que nós (humanos) temos a opção de escolher e determinar por nós próprios as nossas decisões?
O livre arbítrio defende que a possibilidade de opção é real e que há algo na mente humana que nos permite tomar as nossas escolhas/decisões (esta liberdade de arbítrio não abrange a liberdade política) e de que embora existam condicionantes (como a nossa educação; o meio em que vivemos; etc.) que nos influenciam, existe sempre um espaço para o Livre arbítrio. Por outro lado, o determinismo defende que as nossas ações são consequências das condicionantes da nossas vida que as vão definir e determinar (logo a possibilidade de opção não existe).
Grupo: Joana Mestre; Inês Tavares; Sara Ribeiro | 10.ºA
A nossa dúvida é? Se a ação é determinada por causas exteriores que determinam as intenções da ação, então como é que alguém se pode considerar autor de tal?
Grupo: Joana Mestre; Inês Tavares; Sara Ribeiro
Na minha opinião muitas das vezes o livre-arbítrio não se encontra presente nas nossas vidas pois grande parte as decisões e escolhas tomadas por nos são planeadas influenciadas , tanto pelas pessoas com que nos damos, com pelo o meio onde vivemos, tornado assim as muito restritas e pouco verdadeiras a nos mesmos.
Inês Tavares, Joana Mestre, Sara Ribeiro | 10ºA
Interessantes comentários! Inês, há duas passagens em que a linguagem poderia ser mais clara: "planeadas influenciadas" - penso que falta um "e" entre as palavras; e "verdadeiras a nós mesmos".
No que toca à dúvida, diria que o determinismo, precisamente, diz que não somos autores das nossas vidas. Apenas intérpretes. Epicteto, escravo romano adepto do estoicismo, corrente filosófica que tem fortes pontos de contacto com o determinismo, dizia-nos até que devemos compreender que a vida é como uma peça de teatro em que não somos os dramaturgos nem os encenadores - apenas atores que podem desempenhar melhor ou pior um papel já atribuído...
Não percebemos muito bem a diferença entre uma ação voluntária e uma ação intencional.
Angeli nº4
Inês Simões nº15
Mariana nº22
Boa tarde! Em certo sentido, poderíamos considerar essas características como, na verdade, a designação da mesma característica.
Contudo, no sentido que dou a essas palavras no vídeo, há uma diferença.
"Intencional" aponta para uma réplica mental do agir que o localiza como passo para uma finalidade. Ao escrever esta resposta, penso no que estou a fazer como parte de um encadeamento cuja finalidade é esclarecer-vos. Pelo contrário, isso não ocorre quando espirro ou me assusto com um cão. Afirmar que uma ação é intencional é algo, diria, bastante consensual.
O caráter voluntário ou não da ação remete, diversamente, para aferir se a ação tem raíz em algo a que possamos chamar livre-arbítrio. E, aí, temos polémica.
Em síntese, na minha leitura desta rede conceptual, diria que um determinista radical afirma que a ação é intencional mas não voluntária; enquanto que o determinismo moderado e o libertismo apontam para a possibilidade de haver ações intencionais e, também, voluntárias (embora diferindo, estes dois, quanto ao que significa o próprio conceito de "voluntário" - liberto da causalidade para o libertismo, livre de coerção no determinismo moderado).
CPC: O determinismo radical defende que todas as nossas ações baseiam-se em acontecimentos passados. E se não tivermos causas anteriores para nos basearmos?
Carolina Pereira N°7 e Maria Cardoso N°15 10°B
Boa tarde! O determinista diria que há sempre causas anteriores. Mas, se a vossa pergunta pergunta pela primeira causa, então essa é uma questão, por ora, irresolúvel. Qual a primeira causa do Universo?
O determinismo radical e o libertismo são teses incompatibilistas, mas não compreendemos o "algumas ações não são determinadas"?
Martim Marques nº16
Miguel Silva nº17
Rafael Sousa nº21
10ºB
Boa tarde! Tanto para o determinismo radical como para o libertismo, uma ação não pode ser determinada e, ao mesmo tempo, livre. Ou seja, as noções de determinação causal e vontade livre excluem-se mutuamente. O libertismo defende que algumas ações não são determinadas, isto é, que algumas ações são livres. Como defende o libertismo isto? Frequentemente, com recurso ao dualismo, afirmando que a causalidade domina a natureza mas que a mente humana é, em certo sentido, algo mais do que uma mera entidade natural.
Bruno Machadinha 10B nº6, não entendi o conceito do determinismo
Olá é o Gonçalo 10B nº10 o determinismo é o princípio segundo o qual qualquer fenómeno é rigorosamente determinado por aqueles que o precederam ou acompanham, sendo a sua ocorrência necessária e não aleatória.
Rafael Fernandes 10ºB CIMM Creio que o conceito de determinismo é incompatível com as observações físicas iniciadas no século XX, reunidas no campo da mecânica quântica. Segundo o que compreendo deste campo, não nos seria possível prever exatamente o futuro e, consequentemente, decisões humanas, se soubéssemos o estado de toda a matéria do universo (entenda-se estado por propriedades, posição e velocidade). Ao invés, apenas seria possível retirar as probabilidades de um conjunto de partículas se moverem de um certo modo (ou seja, de algo acontecer). Por essa razão, existe um número limitado de possíveis ações que um ser humano pode tomar para cada cenário, mesmo quando este sujeito consegue imaginar outras ações possíveis.
No entanto, existe uma propriedade presente nas nossa teorias de mecânica quântica que sugere que, apesar de ser impossível prever qual o movimento de uma partícula num tempo futuro baseado apenas no seu estado atual e nas leis da física, as ações não podem ser corrigidas. Ou seja, após uma ação, essa mesma ação é definitiva. Para esta ação, num hipotético cenário em que seja possível viajar para o passado, perdendo todas as memórias entre o ponto no passado para que viajamos e o presente, não seria possível que a ação não ocorresse. Esta propriedade verifica-se na anulação de sobreposições de estados quânticos quando uma partícula é observada.
Isto sugere também que o facto de o universo não ser aparentemente determinista (a partir de uma perspetiva quântica) deve-se apenas à nossa incapacidade de observar completamente todas as propriedades e o nosso desconhecimento de certas outras.
Qualquer que seja a hipótese correta, é aparente que as nossa teorias modernas da física se opõem claramente ao livre-arbítrio, mesmo sem uma componente inerentemente determinista.
Bruno: a tua dúvida é corretamente esclarecida pelo comentário do Gonçalo, bom trabalho.
Rafael: muito interessante. Antecipas o indeterminismo, de que falaremos na próxima semana. O teu texto, que grandemente subscrevo, ilustra o chamado Dilema de Hume: o mundo é determinista ou funciona ao acaso. Se é determinista, não temos-livre arbítrio. Se funciona ao acaso, não temos livre arbítrio. Logo, não temos livre arbítrio (no sentido clássico). Não estou certo de ter percebido este trecho: "Esta propriedade verifica-se na anulação de sobreposições de estados quânticos quando uma partícula é observada". Em aula conversamos :)