Miúcha é Lilly Braun - cênico musical de 1984 - (Edu Lobo - Chico Buarque)
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- Опубликовано: 4 фев 2025
- Projeto "Miúcha - 40 anos de Música"
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Idealização e Curadoria: Heron Coelho
Acervo: Miúcha / TV Cultura
SOBRE O VÍDEO:
Trecho extraído do espetáculo cênico musical dirigido por Túlio Feliciano, em 1984, no qual Miúcha se desdobra, mais uma vez, em cantora e atriz, interpretando aqui "A História de Lilly Braun", de Edu Lobo e Chico Buarque, da peça "O Grande Circo Místico", de Naum Alves de Souza, inspirado no poema homônimo de Jorge de Lima, do livro A Túnica Inconsútil, de 1938.
Piano e direção musical de Helvius Vilela.
POEMA "O GRANDE CIRCO MÍSTICO"
Jorge de Lima
O médico de câmara da imperatriz Tereza - Frederico Knieps resolveu que seu filho também fosse médico, mas o rapaz fazendo relações com a equilibrista Agnes, com ela se casou, fundando a dinastia de circo Knieps de que tanto se tem ocupado a imprensa.
Charlote, filha de Frederico se casou com o clown, de que nasceram Marie e Oto. E Oto se casou com Lily Braun a grande deslocadora que tinha no ventre um santo tatuado.
A filha de Lily Braun - a tatuada no ventre quis entrar para um convento, mas Oto Frederico Knieps não atendeu, e Margarete continuou a dinastia do circo de que tanto se tem ocupado a imprensa.
Então, Margarete tatuou o corpo sofrendo muito por amor de Deus, pois gravou em sua pele rósea a Via-Sacra do Senhor dos Passos. E nenhum tigre a ofendeu jamais; e o leão Nero que já havia comido dois ventríloquos, quando ela entrava nua pela jaula adentro, chorava como um recém-nascido. Seu esposo - o trapezista Ludwig - nunca mais a pôde amar, pois as gravuras sagradas afastavam a pele dela e o desejo dele.
Então, o boxeur Rudolf que era ateu e era homem fera derrubou Margarete e a violou. Quando acabou, o ateu se converteu, morreu.
Margarete pariu duas meninas que são o prodígio do Grande Circo Knieps. Mas o maior milagre são as suas virgindades em que os banqueiros e os homens de monóculo têm esbarrado; são as suas levitações que a platéia pensa ser truque; é a sua pureza em que ninguém acredita; são as suas mágicas em que o simples dizem que há o diabo; mas as crianças crêem nelas, são seus fiéis, seus amigos, seus devotos.
Maria e Helene se apresentam nuas, dançam no arame e deslocam de tal forma os membros que parece que os membros não são delas. A platéia bisa coxas, bisa seios, bisa sovacos. Marie e Helene se repartem todas, se distribuem pelos homens cínicos, mas ninguém vê as almas que elas conservam puras. E quando atiram os membros para a visão dos homens, atiram as almas para a visão de Deus.
Com a verdadeira história do grande circo Knieps muito pouco se tem ocupado a imprensa.
"A História de Lilly Braun"
( Edu Lobo e Chico Buarque)
Como num romance O homem dos meus sonhos
Me apareceu no dancing Era mais um
Só que num relance Os seus olhos me chuparam
Feito um zoom
Ele me comia Com aqueles olhos
De comer fotografia Eu disse cheese
E de close em close Fui perdendo a pose
E até sorri, feliz
E voltou Me ofereceu um drinque Me chamou de anjo azul
Minha visão Foi desde então ficando flou
Como no cinema Me mandava às vezes
Uma rosa e um poema Foco de luz
Eu, feito uma gema Me desmilingüindo toda
Ao som do blues
Abusou do scoth Disse que meu corpo
Era só dele aquela noite Eu disse please
Xale no decote Disparei com as faces
Rubras e febris
E voltou No derradeiro show Com dez poemas e um buquê
Eu disse adeus Já vou com os meus Numa turnê
Como amar esposa Disse ele que agora
Só me amava como esposa Não como star
Me amassou as rosas Me queimou as fotos
Me beijou no altar
Nunca mais romance Nunca mais cinema
Nunca mais drinque no dancing Nunca mais cheese
Nunca uma espelunca Uma rosa nunca
Nunca mais feliz
Nunca mais romance Nunca mais cinema
Nunca mais drinque no dancing Nunca mais cheese
Nunca uma espelunca Uma rosa nunca
Nunca mais feliz
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