Acabei de me matricular no Seminário e posso afirmar que o Seminário é maravilhoso. Senti até um pouquinho de vergonha de estar pagando algo em torno de 10 reais, para ouvir por 2 horas tão maravilhosas aulas e ainda poder interagir. Parabéns professor e obrigada por sua imensa generosidade e pelo seu sonho quixotesco de nos transformar, nós, pás de moinhos, em guerreiros.
Este livro é fantástico. Pelo que compreendi, o Raskolnikov estava tentando se "libertar" das leis naturais (portanto divinas) e fazer-se um perfeito homem materialista, "racional" (no sentido revolucionário do termo) e prático. Ou seja, ele tentou adequar a natureza da realidade a sua psiquê dominada pela ideologia, ao invés de adequar-se a natureza da realidade. Isso o leva ao assassinato, a buscar o "caído", o feio e a cavar cada vez mais fundo na tentativa de lograr a vitória da ideologia sobre a Verdade. O resultado é que a Verdade é invencível, por isso Raskolnikov vai se violando, se corrompendo e se degradando até chegar a seu limite. Ele reconhecia isso sem perceber, ao ponto de não sentir-se digno da presença da mãe e irmã, sentindo que estava a altura de se relacionar apenas com a prostituta. Ocorre que a prostituta era uma "santa", que preservava sua dignididade e elevação espiritual mesmo na terrível situação que, por caridade, se encontrava. O final é das coisas mais belas que já li, de maneira que este tesouro merece ser desenterrado por quem ainda não leu a obra, não tenho eu coragem de estragar este momento sublime que você terá com a literatura...
Terminei hoje de ler, tenho noção de certas coisas que vc captou e transmitiu na sua mensagem, mas gostaria muito de saber sua interpretação do final...
Este livro tem diversas facetas, mas o que eu acho mais fascinante e algumas vezes pouco notado, é que Raskolnikov era uma pessoa doente antes mesmo de cometer o crime, que só agrava a sua condição psicológica. Cercado pela fome e outras privações, com um enorme sentimento de impotência diante das dificuldades e um tempo ocioso, maturou em sua cabeça uma espécie de fascínio, uma ideia que centralizaria as suas ações e dariam aparentemente uma justificativa para seus atos. O crime só mostrou ao jovem Raskolnikov, cercado de sua ideologia utilitarista, que ele não era quem pensava ser, que existia em seu âmago, um remorso (tormento) que o separava dos homens que ele julgara extraordinários, que assim ele, ao cometer o crime, não conseguiu passar a barreira que o distinguia dos homens ordinários, piolhos, destinados a uma vida comum, sem grandes feitos. Raskolnikov era um personagem depressivo, atormentado, cercado de ideias doentis por conta do ócio. Ideias que se enraizaram e de lá não saíram - até a sua “ressurreição” que foi brevemente exposta no final do livro.
Para quem já leu Crime e Castigo eu indico que leia a biografia de Dostoievisk escrita por Joseph Frank ( 5 Volumes). No 4 volume ele faz uma análise detalhada dos romance, mostrando vários detalhes e a profundidade do pensamento de Dostoievisk!
Questões que merecem atenção durante a leitura de um romance: a) Arquiteturas dos ambientes: intencionalmente baseadas nos níveis de consciência e realidade psicológica dos personagens neles inseridos; b) Caracterização dos ambientes: contextualiza a maneira de pensar e agir dos personagens neles inseridos.
@@isabelteixeira6798 Creio que a arquitetura do ambiente se refere ao formato do ambiente em si, já a caracterização seria a disposição dos objetos no ambiente, a organização e os tipos de móveis que compõem esse ambiente, as cores, o cheiro, etc. Espero ter ajudado!
Caro Rodrigo, sou um antigo admirador seu. Ouço-te, leio-te, aprendo muito. Temos em comum o fato de termos lido a obra de Olavo de Carvalho e termos ficado impressionados, impactados. Você é maravilhoso, culto, agradável e eu queria viver 120 anos (com saúde) para ler e conversar sobre essa multidão de temas que você trata. Parabéns. Prof. Pio
Eu acho singular a forma que os personagens de Dostoiéviski estão envoltos de um niilismo e de uma crise existencial. Ele descreve as cenas e São Petersburgo de forma tão precisa que eu consigo visualizar as cenas e seus atores. A cena dele deitado sofrendo de febre e o pessoal sentado envolto, conversando naturalmente sobre sua doença- incrível, incrível. Sou apaixonada nesse livro.
Que saudades professor Gurgel de seus comentários e sua opinião. Quando os ouço eles me trazem um novo gás para eu seguir nas minhas leituras. Que a paz do Senhor o proteja sempre.
O escritor Ítalo Calvino já dizia, em Como Ler Os Clássicos, que " um clássico é aquele livro que nunca terminamos de ler", pois sempre há algo de novo a descobrir neles. Bom... Foi essa a minha impressão com essa análise do Prof. Gurgel
Por favor Rodrigo, não morra nos proximos 10 anos kkkkkk, eu quero MUITO que pessoas de gênio assim tenham a oportunidade de ler o livro que estou escrevendo...
Muitíssimo obrigado, Prof. Gurgel, por essas dicas, Eu sempre fui um apaixonado pelos livros e, confesso que estou fora de forma, mas agora que estou com um óculos novo, voltei á carga total...
Eu sou economista, professor, executivo empresarial no setor privado, tive alguns cargos públicos, sou colunista da Gazeta do Povo e comentarista da Rádio CBN Curitiba e Londrina. Conheci Olavo aqui em Curitiba quando fui diretor do Instituto Liberal local. Grande abraço. Pio
O senhor é excepcionalmente o melhor professor que eu tive a oportunidade de conhecer. Suas explicações são claras, objetivas e profundas, sem qualquer afetação ou vaidade. Adoro suas dicas de livros.
Extremamente encantada com essa explicação! Vou iniciar releitura desse livro, certamente ela terá outro significado após essa aula! Que conteúdo valioso!!!! Grata, professor!
Mesmo já tendo lido uma vez,o senhor disse coisas que nem tinha prestado a devida atenção.Muito obrigado grande mestre,por dissecar de uma forma lúcida esse romance.
Amo os seus vídeos, professor! Digo que foi por causa do Sr. que a minha paixão pela literatura foi reacendida. As suas explicações, nuances que nunca prestei a devida atenção, é impressionante a quantidade de detalhes que eu simplesmente não percebia, transformou muito a minha forma de ler. Obrigado por tudo!
Um detalhe que pra mim foi extremamente importante (e que muitos não se atentaram),foi o fato do Rodion "ter se preocupado" em virar do gume pra parte posterior do machado antes de golpear a Aliena(velha ranzinza é de má indole),e ter ficado "perplexo" quando se deu por conta que;logo em seguida,acertou Lisavieta a irmã mais nova de Aliona(esta inocente e até bondosa)com o fio de corte da machadinha "de maneira inesperada" ...
No meio da narrativa, ele se lembra de Lisavieta e lamenta que a pobre tenha entrado no quarto. A sutileza é entender que, até esse ponto, é como se ele não a tivesse matado.
@@daniellira5549 sim, mas ele também nos parece meio indiferente. "Pobre garota, se não estivesse aqui... tenho que dar continuidade aos meus deveres!" Eu li assim, mas não sei qual foi a real intenção. O Raskolnikov parece ser um sociopata 2.0, um juiz ou advogado (não atoa ele estava fazendo direito) apto a condenar moralmente os homens. Por experimentar o cru, por enxergar e conviver com o mais baixo dos homens... não sei. O Raskolnikov teve uma vivência miserável, "brincalhona" e realmente irritadiça.
Uma pequena contribuição. Não é grande coisa, mas, acho que vale alguma coisa: A História do Cristianismo, Mitologia e Divina Comédia de Dante em Sete Páginas Para um estudante que há duas décadas se dedica a entender literatura, filosofia, história, psicologia, metafísica e religiões, como eu, não é difícil perceber que as situações mais degradantes vividas por um ser humano, expressas nas páginas de um autor como Dostoiévski, são as que melhor indicam a possibilidade de aproximação do mesmo com Deus. Para o escritor, nosso mundo é pequeno e defeituoso demais para abarcar todas as potências do eu, sendo o grande desafio existencial não acreditarmos que tudo acaba por aqui. Traduzir esse entendimento em um pretenso texto é a minha dificuldade. Aquele assombro saudável (de que tanto falava Chesterton) assalta qualquer leitor sério que decide seguir as sete páginas do conto: Árvore de Natal na Casa do Cristo, do escritor russo. A história nada mais é que a breve sequência de ações de um menino de seis ou sete anos, que reside com sua mãe, semimorta, no porão de uma pensão. É Natal e ele se sente entediado, abandonado, perdido. Percebendo que sua mãe já não respira sob o leito, no escuro, no frio, com fome, acuado por todos os lados, ele decide enfrentar o medo do cão de guarda no topo da escada que dá para o corredor da casa e sai para a rua, lá sofrendo indiferença ou sendo maltratado pela agitação urbana. Por fim, se esconde entre as pilhas de caules, em uma madeireira, onde é encontrado morto na manhã do dia seguinte. Enquanto esteve nesse esconderijo as portas do Céu se abriram para ele, Cristo lhe estendeu a mão, o menino pode ver todas as outras crianças que sofreram o mesmo que ele, e também poder ver sua mãe. Uma árvore repleta de luzes iluminava e aquecia a todos, naquele ambiente celestial. Meu resumo é tosco, mas, serve apenas para o propósito de descrever, pelo menos, duas camadas de significado nesse texto, além de sua superfície, que pode agradar apenas a marxistas: a religiosa e a simbólica. Acredito que vale iniciar pela camada simbólica e, para isso, vou me valer da fórmula de Eugen Rosenstock em seu livro, Origem da Linguagem. O filósofo explica que útero e túmulo são ambientes equivalentes. Entretanto, existem outros possíveis paralelos que achei interessantes. A história, como consegui descrever, começa com o menino residindo em um porão, escuro e frio, sem ter o que comer; sua mãe está falecida no leito, e toda a situação parece simbolizar um útero recentemente rompido, um universo para o qual ele já morreu, por isso ele sai daquele ambiente e, como em um parto, recebe o impacto do mundo sobre si. Este impacto parece ter algo de dantesco, já que o menino topa com o cão de guarda da casa, que ele encara como uma verdadeira fera, quiça uma das três feras com que se depara Dante no início de sua trajetória. Simbolismo das casas: na cidade e no interior. O interior das casas é também o interior das pessoas. Nas residências mais abastadas daquela cidade viviam crianças que ele inocentemente espiava pelo vidro, as quais não tinham a menor noção do sofrimento dele; não apenas as crianças, mas, gerações de pessoas ali já não sabiam o que era sofrer, afastadas da realidade maior, presas em situações anestesiantes, incapazes de compreender a verdadeira tradição cristã. Aquela indiferença coletiva era a mesma, entre outros sofrimentos, vivida por Cristo em sua paixão. O menino intuiu toda a realidade em sua breve vida. Apesar de sua infelicidade nesse mundo, o garoto foi um privilegiado. No interior, as casas eram simples, todos se recolhiam cedo, todos se acolhiam entre a vizinhança; os lobos uivavam nas madrugadas frias, seguindo seus instintos, enquanto as famílias se aconchegavam no centro de seus lares, diante das lareiras. A vida lá era mais rica, o interior (afastado das grandes cidades) simbolizando o interior de cada um de nós. As pessoas agitadas nas ruas da cidade eram como os lobos que povoavam as madrugadas nas vilas do interior (recordadas pelo menino); movidos pelos instintos, predadores buscando satisfação de apetites, disputando entre si as vantagens da vida moderna, enquanto a chama da luz interior se apagava dentro de cada lar. A breve história parece estar tentando nos salvar da modernidade, aquela mesma inaugurada por Descartes, o qual estabeleceu o dualismo que distanciou o homem das tradições e, séculos mais tarde, despertou a própria meditação de Dostoiévski (rebelde com mundo, fiel à verdade); é como se o próprio Deus, ou Cristo, contasse para nós o sofrimento do menino pela narrativa do autor para, um pouco adiante, nos proporcionar, uma vez mais, a intuição irradiante de nossa imortalidade.
Professor Rodrigo Gurgel, venha sempre com seus vídeos, suas lições, sua agudíssima inteligência! Para nossa Alegria. (Mas por favor, sem qualquer ato de tabagismo). Um carinhoso abraço e desde já, BOAS FESTAS!
Sou novo no canal, muito interessante os vídeos. Para mim, a experiência de ler um livro é viver em dois mundos simultaneamente, a vida real e o universo do livro no qual posso me refugiar quando quiser eté o final desta aventura. Aí é só procurar a próxima. Grande abraço.
Senhor Rodrigo Gurgel extraordinário. 0:11 - 0:46: Em algumas dezenas de segundos, a introdução do vídeo vai às alturas. O restante do vídeo é um desenrolar analítico professoral muito prazeroso. Ah, se houvesse segurança suficiente nas ruas e aulas em praças fossem dadas assim, durante horas e lotadas de gente, assim como o senhor apresentou neste vídeo. Ao cachimbo e às pausas pensativas, faltou penumbra, e que os olhos do senhor mal aparecessem, e que seus lábios parecessem falar durante as tragadas, o que não consiste num defeito, apenas na falta de um acréscimo. Quanto a Raskolnikov, "De médico, de louco e de Raskolnikov, todo mundo tem um pouco, e se não tem, deveria ter". Parabéns pelo vídeo.
Senti falta dessas resenhas breves no canal! Sobre o tema da interpretação literária para leigos gosto muito do "Como educar sua mente" da Susan Wise Bauer (seria muito interessante uma resenha dele aqui). Ela traça um breve resumo histórico dos gêneros literários, demonstra o que prestar atenção em cada um e nos dá uma lista de indicações. Alias, prefiro esse do que o "Como ler livros" do Adler!
Professor, assisti sua análise sobre o conto Os aleijados entrarão primeiro, da Flannery, conto brevíssimo em relação à este romance do Dostoiévski. Agora o senhor vem comentar sobre Crime e castigo, usando menos tempo do que usou naquele conto, mas dando uma explicação que me deixou igualmente maravilhado. Só posso dizer muito obrigado!
Muito bom! Li há algum tempo, e ainda nesta semana comentava com um colega a dificuldade com os nomes dos personagens rs... Um livro muito interessante quanto à trajetória de um homem ante as dúvidas de seu tempo e de si mesmo.
Querido Professor, escrevo e sou dona-de-casa também e algumas vezes preciso levar o celular junto, pra fazer pequenas coisas na cozinha. Por isso, que tal aumentar o som dos vídeos, só um pouquinho? Abraço de Alagoinhas na Bahia!
Caro professor. Acabei de me inscrever no seu seminário. Vou acompanhar as leituras a partir de agora. Retomarei as aulas de Crime e Castigo, posteriormente. Muito Obrigada e um abraço português!
Ilustre professor. Gostaria de saber, em tua modesta opinião, qual a tradução desse clássico mais lhe agrada. Poderias nos indicar ? Obrigado pelo excelentíssimo trabalho que tens desempenhado!
Querido professor, estou aprendendo com mestres como José Monir Nasser, Padre Paulo Ricardo e Olavo de Carvalho. A síntese das lições apontam, no meu caso, para o senhor, porque almejo ser um ficcionista. Ocorreu-me, dia desses, ouvindo uma incomparável aula do COF, que se há alguém no Brasil que possa ensinar-me a escrever ficção, esse alguém é o senhor. Por onde começo, querido professor?
Provavelmente. Agora no que trata de dar absoluta humanidade aos personagens, Shakespeare é o mestre de todos. Como diria Carpeaux: "É a enciclopédia do comportamento humano".
Bem... Raskolnikov é páreo duro, mas essa competição é bem acirrada. Ele tem que enfrentar um Ulisses, um Enéias, um Orestes, um Hamlet, um Quixote... Mas a briga é boa, ele está entre os mais interessantes mesmo.
Terminei o livro agora em 2022, é maravilhoso a riqueza de detalhes e principalmente, como livro me ajudou a controlar a ansiedade. Tudo não sai da cabeça e quanto mais busco sobre, mas legal fica lembrar de cada acontecimento, de cada personagem e suas complexidades. Realmente, valeu a pena ler.
Estou lendo crime e castigo, mas está sendo muito difícil terminá-lo. Ele é bem lento e com diálogos enormes. Estou quase desistindo... alguém tem dica para continuar a ler esse livro?
Me permita: Esse romance citado, como também, GSV do Rosa, foram os divisores de águas na minha caminhada literária... Claro, tem Érico, Machado, Steinbeck , Hugo e etc... abraços! professor.
... estamos portanto, no fim de uma era, a era da palavra escrita, impressa; que será suplantada pela volta da palavra falada. O processo se completará ao longo de mais algumas gerações. Quanto menos a palavra escrita for sendo usada na vida prática, mais valorizada e preservada ela será, agora no sentido de monumento, pela importância que teve na história das civilizações humanas.
O retrato daquela Rússia e das personagens, dos cômodos, das ruas sujas, daquela pobreza, é magistral. Fico imaginando como um grande autor brasileiro poderia descrever as periferias do Brasil. Toda a sujeira, as casas mal acabadas, o funk pervertido tocando madrugadas a dentro, a libertinagem que nem cabe aqui comentar, a pouca roupa, tanto pela falta de dinheiro como falta da mínima dignidade… que bolo de informações e dramas não temos a mão e nada fazemos com essa realidade. Os filmes só retratam essa feiúra mas não possuem uma narrativa como a do grande autor citado. Uma narrativa de redenção. Como nos falta uma grande história e grandes autores. O livro aqui no Brasil nem é tão conhecido. Estamos muito atrasados mesmo.
@@RodrigoGurgel No final ele deu a entender que teria uma continuação, talvez não teve tempo. Agora eu tô lendo O Eterno Marido, tenho gostado, ainda tô na parte em que ele apresenta os personagens da história e o contexto em que ela se passa.
Correção: Dostoiévski não deu a entender que haveria uma continuação. Veja, logo abaixo, o último parágrafo do epílogo em duas versões diferentes. Versão de Oleg Almeida: "Mas aí começa outra história, a história da gradual renovação de um homem, a de sua gradual conversão, de sua lenta passagem de um mundo para o outro, a história de como ele conhecerá uma nova realidade, antes completamente ignota. Isso PODERIA constituir o tema de outra narração, mas o nosso relato presente está terminado." Versão de Rubens Figueiredo: "Mas aqui já começa uma nova história, a história da renovação gradual de uma pessoa, a história do seu gradual renascimento, da passagem gradual de um mundo para outro, do conhecimento de uma realidade nova, até então completamente desconhecida. Isso PODERIA constituir o tema de um novo relato - mas este nosso relato está encerrado."
@@JuniorPereira-tb4vh"No final ele deu a entender que teria uma continuação (...)". Você afirmou que ele deu a entender... O que Dostoiévski fez foi dizer que a ideia de uma continuação passou por sua cabeça, mas ele não dá a entender que tinha de fato a intenção de realizar esta ideia.
Professor Rodrigo Gurgel certa vez nos áudios de seu grupo do telegram o sr falou que Machado de Assis era melhor em determinado tipo de narrativa, não me recordo se eram contos ou crônicas, pode me tirar essa dúvida? Por favor
Em "Muita retórica - Pouca literatura", o prof. Gurgel dedica uma capítulo a analise de Dom Casmurro. Em um certo trecho, ele faz o seguinte comentário: "Machado às vezes cansa - e por esse motivo prefiro seus contos, nos quais, graças à necessidade de síntese, está impedido de fazer tantos gracejos, tantas paródias ao estilo de Laurence Sterne, outra de suas influências."
Eu ainda quero comprar esse livro,mas com muito esforço consegui baixar na internet em PDF e simplesmente estou maravilhado é impressionante como esse livro me trouxe várias reflexões, em certos momentos até me identifiquei com Raskonikov....um abraço querido professor
A cena do espancamento do cavalo, de modo alternado, até o assassinato do animal, lembrou-me iconicamente o martírio de Cristo. Pode não ter nada a ver, mas são associações que a mente faz de outras leituras.
Acabei de me matricular no Seminário e posso afirmar que o Seminário é maravilhoso. Senti até um pouquinho de vergonha de estar pagando algo em torno de 10 reais, para ouvir por 2 horas tão maravilhosas aulas e ainda poder interagir. Parabéns professor e obrigada por sua imensa generosidade e pelo seu sonho quixotesco de nos transformar, nós, pás de moinhos, em guerreiros.
Seu nome parece uma personagem de Crime e Castigo😂
Tem que comprar os livros??
@@tatiani_lidi deve ler. Ele.está disponível em PDF na plataforma
Nossa ! Quero participar também.. Esse ano quero ler ao menos 4 livros ao mês.
Estou louca pra fazer esse curso!
Interessante é que o ambiente da prisão é menos opressivo que o próprio quarto do Raskolnikov
Este livro é fantástico. Pelo que compreendi, o Raskolnikov estava tentando se "libertar" das leis naturais (portanto divinas) e fazer-se um perfeito homem materialista, "racional" (no sentido revolucionário do termo) e prático. Ou seja, ele tentou adequar a natureza da realidade a sua psiquê dominada pela ideologia, ao invés de adequar-se a natureza da realidade. Isso o leva ao assassinato, a buscar o "caído", o feio e a cavar cada vez mais fundo na tentativa de lograr a vitória da ideologia sobre a Verdade. O resultado é que a Verdade é invencível, por isso Raskolnikov vai se violando, se corrompendo e se degradando até chegar a seu limite. Ele reconhecia isso sem perceber, ao ponto de não sentir-se digno da presença da mãe e irmã, sentindo que estava a altura de se relacionar apenas com a prostituta. Ocorre que a prostituta era uma "santa", que preservava sua dignididade e elevação espiritual mesmo na terrível situação que, por caridade, se encontrava. O final é das coisas mais belas que já li, de maneira que este tesouro merece ser desenterrado por quem ainda não leu a obra, não tenho eu coragem de estragar este momento sublime que você terá com a literatura...
Adorei o comentário
Terminei hoje de ler, tenho noção de certas coisas que vc captou e transmitiu na sua mensagem, mas gostaria muito de saber sua interpretação do final...
Este livro tem diversas facetas, mas o que eu acho mais fascinante e algumas vezes pouco notado, é que Raskolnikov era uma pessoa doente antes mesmo de cometer o crime, que só agrava a sua condição psicológica. Cercado pela fome e outras privações, com um enorme sentimento de impotência diante das dificuldades e um tempo ocioso, maturou em sua cabeça uma espécie de fascínio, uma ideia que centralizaria as suas ações e dariam aparentemente uma justificativa para seus atos. O crime só mostrou ao jovem Raskolnikov, cercado de sua ideologia utilitarista, que ele não era quem pensava ser, que existia em seu âmago, um remorso (tormento) que o separava dos homens que ele julgara extraordinários, que assim ele, ao cometer o crime, não conseguiu passar a barreira que o distinguia dos homens ordinários, piolhos, destinados a uma vida comum, sem grandes feitos. Raskolnikov era um personagem depressivo, atormentado, cercado de ideias doentis por conta do ócio. Ideias que se enraizaram e de lá não saíram - até a sua “ressurreição” que foi brevemente exposta no final do livro.
Para quem já leu Crime e Castigo eu indico que leia a biografia de Dostoievisk escrita por Joseph Frank ( 5 Volumes). No 4 volume ele faz uma análise detalhada dos romance, mostrando vários detalhes e a profundidade do pensamento de Dostoievisk!
é maravilhoso- to no vol 5
Vc tem o link para comprar essa biografia ?
Confesso que tive uma crise de choro após ler a cena no cavalo, e não consegui prosseguir a leitura.. 😪
Essa descrição do quarto como cubículo e sempre entrando mais gente ... me lembrou a cena inicial de o Hobbit ( Tolkien )
Questões que merecem atenção durante a leitura de um romance:
a) Arquiteturas dos ambientes: intencionalmente baseadas nos níveis de consciência e realidade psicológica dos personagens neles inseridos;
b) Caracterização dos ambientes: contextualiza a maneira de pensar e agir dos personagens neles inseridos.
Qual a diferença entre a Arquitetura e a Caracterização?
@@isabelteixeira6798 Creio que a arquitetura do ambiente se refere ao formato do ambiente em si, já a caracterização seria a disposição dos objetos no ambiente, a organização e os tipos de móveis que compõem esse ambiente, as cores, o cheiro, etc. Espero ter ajudado!
Caro Rodrigo, sou um antigo admirador seu. Ouço-te, leio-te, aprendo muito. Temos em comum o fato de termos lido a obra de Olavo de Carvalho e termos ficado impressionados, impactados. Você é maravilhoso, culto, agradável e eu queria viver 120 anos (com saúde) para ler e conversar sobre essa multidão de temas que você trata. Parabéns. Prof. Pio
Imenso abraço! Muito obrigado!
É português? Tbm adoro Dostoiesvki
Eu acho singular a forma que os personagens de Dostoiéviski estão envoltos de um niilismo e de uma crise existencial. Ele descreve as cenas e São Petersburgo de forma tão precisa que eu consigo visualizar as cenas e seus atores. A cena dele deitado sofrendo de febre e o pessoal sentado envolto, conversando naturalmente sobre sua doença- incrível, incrível. Sou apaixonada nesse livro.
Amo ler, escutar comentários , trocar idéias sobre esse livro. Um dos meus preferidos.
Casa-se comigo?
Que saudades professor Gurgel de seus comentários e sua opinião. Quando os ouço eles me trazem um novo gás para eu seguir nas minhas leituras. Que a paz do Senhor o proteja sempre.
Tão intrigante esse livro que até os nomes não saem da memória!
Crime e Castigo é ótima leitura, dos melhores de Dostoyevski
O escritor Ítalo Calvino já dizia, em Como Ler Os Clássicos, que " um clássico é aquele livro que nunca terminamos de ler", pois sempre há algo de novo a descobrir neles. Bom... Foi essa a minha impressão com essa análise do Prof. Gurgel
Adoro opiniões sobre esse livro, o conteúdo é especial pra mim e ainda mais ganhei de presente de uma pessoa muito querida
Por favor Rodrigo, não morra nos proximos 10 anos kkkkkk, eu quero MUITO que pessoas de gênio assim tenham a oportunidade de ler o livro que estou escrevendo...
Muitíssimo obrigado, Prof. Gurgel, por essas dicas, Eu sempre fui um apaixonado pelos livros e, confesso que estou fora de forma, mas agora que estou com um óculos novo, voltei á carga total...
Incrível...
Caríssimo, excelente a forma como lança luz sobre a obra do escritor russo!
Eu sou economista, professor, executivo empresarial no setor privado, tive alguns cargos públicos, sou colunista da Gazeta do Povo e comentarista da Rádio CBN Curitiba e Londrina. Conheci Olavo aqui em Curitiba quando fui diretor do Instituto Liberal local. Grande abraço. Pio
Que maravilha ver vídeo novo no seu canal professor. Muito obrigada !
Ler esse livro foi uma experiência demasiadamente incrível e interessante.
Nao tenho palavras pra descrever o quão incrível esse livro é.
terminei tem uns meses esse livro e faz todo sentido o que vc disse
tenho a impressão que todo o livro é uma luta interior
Excelente explicação professor, saudades mil do senhor, vida longa e cheia de saúde e que Deus te abençoe.
O senhor é excepcionalmente o melhor professor que eu tive a oportunidade de conhecer. Suas explicações são claras, objetivas e profundas, sem qualquer afetação ou vaidade.
Adoro suas dicas de livros.
Extremamente encantada com essa explicação! Vou iniciar releitura desse livro, certamente ela terá outro significado após essa aula! Que conteúdo valioso!!!! Grata, professor!
Dostoiévski é um gênio absoluto, um dos maiores escritores e psicólogos de todos os tempos.
Que homem maravilhoso, amo ouvi-lo, fico como uma criança nem pisco!! Gratidão eterna!!
Mesmo já tendo lido uma vez,o senhor disse coisas que nem tinha prestado a devida atenção.Muito obrigado grande mestre,por dissecar de uma forma lúcida esse romance.
Gostei da dica das filipetas. Simples e eficiente! E sobre o livro… bem, é sensacional.
Grande livro. Um dos que mais me influenciou
Em tempos que a produção artística alcança um nível baixíssimo ouvir suas considerações e propositura é um alento, obrigado Rodrigo Gurgel.
Amo os seus vídeos, professor! Digo que foi por causa do Sr. que a minha paixão pela literatura foi reacendida. As suas explicações, nuances que nunca prestei a devida atenção, é impressionante a quantidade de detalhes que eu simplesmente não percebia, transformou muito a minha forma de ler. Obrigado por tudo!
Um detalhe que pra mim foi extremamente importante (e que muitos não se atentaram),foi o fato do Rodion "ter se preocupado" em virar do gume pra parte posterior do machado antes de golpear a Aliena(velha ranzinza é de má indole),e ter ficado "perplexo" quando se deu por conta que;logo em seguida,acertou Lisavieta a irmã mais nova de Aliona(esta inocente e até bondosa)com o fio de corte da machadinha "de maneira inesperada" ...
No meio da narrativa, ele se lembra de Lisavieta e lamenta que a pobre tenha entrado no quarto. A sutileza é entender que, até esse ponto, é como se ele não a tivesse matado.
@@daniellira5549 sim, mas ele também nos parece meio indiferente. "Pobre garota, se não estivesse aqui... tenho que dar continuidade aos meus deveres!"
Eu li assim, mas não sei qual foi a real intenção. O Raskolnikov parece ser um sociopata 2.0, um juiz ou advogado (não atoa ele estava fazendo direito) apto a condenar moralmente os homens. Por experimentar o cru, por enxergar e conviver com o mais baixo dos homens... não sei. O Raskolnikov teve uma vivência miserável, "brincalhona" e realmente irritadiça.
Uma pequena contribuição. Não é grande coisa, mas, acho que vale alguma coisa:
A História do Cristianismo, Mitologia e Divina Comédia de Dante em Sete Páginas
Para um estudante que há duas décadas se dedica a entender literatura, filosofia, história, psicologia, metafísica e religiões, como eu, não é difícil perceber que as situações mais degradantes vividas por um ser humano, expressas nas páginas de um autor como Dostoiévski, são as que melhor indicam a possibilidade de aproximação do mesmo com Deus. Para o escritor, nosso mundo é pequeno e defeituoso demais para abarcar todas as potências do eu, sendo o grande desafio existencial não acreditarmos que tudo acaba por aqui. Traduzir esse entendimento em um pretenso texto é a minha dificuldade.
Aquele assombro saudável (de que tanto falava Chesterton) assalta qualquer leitor sério que decide seguir as sete páginas do conto: Árvore de Natal na Casa do Cristo, do escritor russo. A história nada mais é que a breve sequência de ações de um menino de seis ou sete anos, que reside com sua mãe, semimorta, no porão de uma pensão. É Natal e ele se sente entediado, abandonado, perdido.
Percebendo que sua mãe já não respira sob o leito, no escuro, no frio, com fome, acuado por todos os lados, ele decide enfrentar o medo do cão de guarda no topo da escada que dá para o corredor da casa e sai para a rua, lá sofrendo indiferença ou sendo maltratado pela agitação urbana. Por fim, se esconde entre as pilhas de caules, em uma madeireira, onde é encontrado morto na manhã do dia seguinte. Enquanto esteve nesse esconderijo as portas do Céu se abriram para ele, Cristo lhe estendeu a mão, o menino pode ver todas as outras crianças que sofreram o mesmo que ele, e também poder ver sua mãe. Uma árvore repleta de luzes iluminava e aquecia a todos, naquele ambiente celestial.
Meu resumo é tosco, mas, serve apenas para o propósito de descrever, pelo menos, duas camadas de significado nesse texto, além de sua superfície, que pode agradar apenas a marxistas: a religiosa e a simbólica.
Acredito que vale iniciar pela camada simbólica e, para isso, vou me valer da fórmula de Eugen Rosenstock em seu livro, Origem da Linguagem. O filósofo explica que útero e túmulo são ambientes equivalentes. Entretanto, existem outros possíveis paralelos que achei interessantes.
A história, como consegui descrever, começa com o menino residindo em um porão, escuro e frio, sem ter o que comer; sua mãe está falecida no leito, e toda a situação parece simbolizar um útero recentemente rompido, um universo para o qual ele já morreu, por isso ele sai daquele ambiente e, como em um parto, recebe o impacto do mundo sobre si.
Este impacto parece ter algo de dantesco, já que o menino topa com o cão de guarda da casa, que ele encara como uma verdadeira fera, quiça uma das três feras com que se depara Dante no início de sua trajetória.
Simbolismo das casas: na cidade e no interior.
O interior das casas é também o interior das pessoas. Nas residências mais abastadas daquela cidade viviam crianças que ele inocentemente espiava pelo vidro, as quais não tinham a menor noção do sofrimento dele; não apenas as crianças, mas, gerações de pessoas ali já não sabiam o que era sofrer, afastadas da realidade maior, presas em situações anestesiantes, incapazes de compreender a verdadeira tradição cristã. Aquela indiferença coletiva era a mesma, entre outros sofrimentos, vivida por Cristo em sua paixão. O menino intuiu toda a realidade em sua breve vida. Apesar de sua infelicidade nesse mundo, o garoto foi um privilegiado.
No interior, as casas eram simples, todos se recolhiam cedo, todos se acolhiam entre a vizinhança; os lobos uivavam nas madrugadas frias, seguindo seus instintos, enquanto as famílias se aconchegavam no centro de seus lares, diante das lareiras. A vida lá era mais rica, o interior (afastado das grandes cidades) simbolizando o interior de cada um de nós.
As pessoas agitadas nas ruas da cidade eram como os lobos que povoavam as madrugadas nas vilas do interior (recordadas pelo menino); movidos pelos instintos, predadores buscando satisfação de apetites, disputando entre si as vantagens da vida moderna, enquanto a chama da luz interior se apagava dentro de cada lar.
A breve história parece estar tentando nos salvar da modernidade, aquela mesma inaugurada por Descartes, o qual estabeleceu o dualismo que distanciou o homem das tradições e, séculos mais tarde, despertou a própria meditação de Dostoiévski (rebelde com mundo, fiel à verdade); é como se o próprio Deus, ou Cristo, contasse para nós o sofrimento do menino pela narrativa do autor para, um pouco adiante, nos proporcionar, uma vez mais, a intuição irradiante de nossa imortalidade.
Eu terminei de ler e gostei muito, gostaria de saber se o volume 2 seria uma continuação ou, apenas uma atualização?
Adoro esse Professor, ainda mais apreciando um cachimbo fiquei ainda mais fã.
Professor Rodrigo Gurgel, venha sempre com seus vídeos, suas lições, sua agudíssima inteligência! Para nossa Alegria. (Mas por favor, sem qualquer ato de tabagismo). Um carinhoso abraço e desde já, BOAS FESTAS!
Oloco, mano. Vai lacrar o professor?
Sou novo no canal, muito interessante os vídeos. Para mim, a experiência de ler um livro é viver em dois mundos simultaneamente, a vida real e o universo do livro no qual posso me refugiar quando quiser eté o final desta aventura. Aí é só procurar a próxima. Grande abraço.
Senhor Rodrigo Gurgel extraordinário. 0:11 - 0:46: Em algumas dezenas de segundos, a introdução do vídeo vai às alturas. O restante do vídeo é um desenrolar analítico professoral muito prazeroso. Ah, se houvesse segurança suficiente nas ruas e aulas em praças fossem dadas assim, durante horas e lotadas de gente, assim como o senhor apresentou neste vídeo. Ao cachimbo e às pausas pensativas, faltou penumbra, e que os olhos do senhor mal aparecessem, e que seus lábios parecessem falar durante as tragadas, o que não consiste num defeito, apenas na falta de um acréscimo. Quanto a Raskolnikov, "De médico, de louco e de Raskolnikov, todo mundo tem um pouco, e se não tem, deveria ter". Parabéns pelo vídeo.
Muito Grato Pelas Dicas!🙏🙏
Importante útil excelência ótimo trabalho agradecidamente
Adoro este canal sempre re vendo
Irei assinar agora o Seminário de Literatura!
Professor, poderia fazer uma resenha de "Frankenstein", da Mary Shelley, por favor? Abraços 👊🤝💪✌👍🙌
Senti falta dessas resenhas breves no canal! Sobre o tema da interpretação literária para leigos gosto muito do "Como educar sua mente" da Susan Wise Bauer (seria muito interessante uma resenha dele aqui). Ela traça um breve resumo histórico dos gêneros literários, demonstra o que prestar atenção em cada um e nos dá uma lista de indicações. Alias, prefiro esse do que o "Como ler livros" do Adler!
Excelente vídeo 👍
Obrigado professor!
Obrigado, muito obrigado. Seguirei suas orientacoes.
Obrigado pela ajuda
És um grande mestre, e devemos parar para ouvi-lo!
Obrigado por tudo Mestre!
Professor, assisti sua análise sobre o conto Os aleijados entrarão primeiro, da Flannery, conto brevíssimo em relação à este romance do Dostoiévski. Agora o senhor vem comentar sobre Crime e castigo, usando menos tempo do que usou naquele conto, mas dando uma explicação que me deixou igualmente maravilhado. Só posso dizer muito obrigado!
Muito bom! Li há algum tempo, e ainda nesta semana comentava com um colega a dificuldade com os nomes dos personagens rs... Um livro muito interessante quanto à trajetória de um homem ante as dúvidas de seu tempo e de si mesmo.
Muito bom .
Excelente vídeo prof gurgel
Livros, café e um bom cachimbo......isso é sucesso
Querido Professor, escrevo e sou dona-de-casa também e algumas vezes preciso levar o celular junto, pra fazer pequenas coisas na cozinha. Por isso, que tal aumentar o som dos vídeos, só um pouquinho? Abraço de Alagoinhas na Bahia!
Ótima dica Professor, sobre como não se confundir com os nomes!
Caro professor. Acabei de me inscrever no seu seminário. Vou acompanhar as leituras a partir de agora. Retomarei as aulas de Crime e Castigo, posteriormente. Muito Obrigada e um abraço português!
Bem-vinda! ❤️
Como vai professor? Espero que esteja bem!! Obrigado pelas dicas, forte abraço! Itapira-SP
Maravilhosa aula
Bom dia Professor RodrigoGurgel !
Que deslumbrante exposição professor.
Ilustre professor. Gostaria de saber, em tua modesta opinião, qual a tradução desse clássico mais lhe agrada. Poderias nos indicar ?
Obrigado pelo excelentíssimo trabalho que tens desempenhado!
Professor Rodrigo, ilustração sensacional... os cenários são construídos não aleatoriamente. Isso é muito interessante.
Isso me ajudará a ler melhor vários livros.
Sou fã da literatura russa.
Professor, você é máximo!
Muito bom lembrar da do quarto de Rodion Raskolnikov
Querido professor, estou aprendendo com mestres como José Monir Nasser, Padre Paulo Ricardo e Olavo de Carvalho. A síntese das lições apontam, no meu caso, para o senhor, porque almejo ser um ficcionista.
Ocorreu-me, dia desses, ouvindo uma incomparável aula do COF, que se há alguém no Brasil que possa ensinar-me a escrever ficção, esse alguém é o senhor.
Por onde começo, querido professor?
Ouso dizer que Raskolnikov é o personagem mais interessante e complexo da história da literatura. Ao menos o mais simbólico com certeza.
Provavelmente. Agora no que trata de dar absoluta humanidade aos personagens, Shakespeare é o mestre de todos. Como diria Carpeaux: "É a enciclopédia do comportamento humano".
Bem... Raskolnikov é páreo duro, mas essa competição é bem acirrada. Ele tem que enfrentar um Ulisses, um Enéias, um Orestes, um Hamlet, um Quixote... Mas a briga é boa, ele está entre os mais interessantes mesmo.
Sem contar o príncipe Michkin, de O idiota.
@@viniciussantos7314 O príncipe Míchikin tb
Acho que o Ivan Karamazov é bem mais complexo.
Olha, tô lendo "crime e castigo" mas não consigo terminar. É um bom livro, sem dúvida, porém extenso.
tem o audiobook no spotify! eu costumava alternar entre o livro e o audiobook
Gostei muito desse livro!
Professor: onde consigo assistir o filme de 2002 ?
Professor rodrigo, o senhor fez uma análise do livro O homem do subsolo'?
Terminei o livro agora em 2022, é maravilhoso a riqueza de detalhes e principalmente, como livro me ajudou a controlar a ansiedade. Tudo não sai da cabeça e quanto mais busco sobre, mas legal fica lembrar de cada acontecimento, de cada personagem e suas complexidades. Realmente, valeu a pena ler.
Rodion carrega no sobrenome a “consciência fragmentada” e nisso a explosão de seu drama, acredito quase uma claustrofobia.
Estou lendo crime e castigo, mas está sendo muito difícil terminá-lo. Ele é bem lento e com diálogos enormes. Estou quase desistindo... alguém tem dica para continuar a ler esse livro?
Me permita: Esse romance citado, como também, GSV do Rosa, foram os divisores de águas na minha caminhada literária... Claro, tem Érico, Machado, Steinbeck , Hugo e etc... abraços! professor.
... estamos portanto, no fim de uma era, a era da palavra escrita, impressa; que será suplantada pela volta da palavra falada. O processo se completará ao longo de mais algumas gerações. Quanto menos a palavra escrita for sendo usada na vida prática, mais valorizada e preservada ela será, agora no sentido de monumento, pela importância que teve na história das civilizações humanas.
O retrato daquela Rússia e das personagens, dos cômodos, das ruas sujas, daquela pobreza, é magistral. Fico imaginando como um grande autor brasileiro poderia descrever as periferias do Brasil. Toda a sujeira, as casas mal acabadas, o funk pervertido tocando madrugadas a dentro, a libertinagem que nem cabe aqui comentar, a pouca roupa, tanto pela falta de dinheiro como falta da mínima dignidade… que bolo de informações e dramas não temos a mão e nada fazemos com essa realidade. Os filmes só retratam essa feiúra mas não possuem uma narrativa como a do grande autor citado. Uma narrativa de redenção. Como nos falta uma grande história e grandes autores. O livro aqui no Brasil nem é tão conhecido. Estamos muito atrasados mesmo.
Meu esse cara fumando esse cachimbo 😂 kkkkk é otimo
Excelente!
Cachimbo maneiro!!
Eu li esse livro há uma semana atrás, eu gostei muito dos diálogos e da construção dos personagens. Uma dúvida? Existe a continuação dessa história?
Não tem.
@@RodrigoGurgel No final ele deu a entender que teria uma continuação, talvez não teve tempo. Agora eu tô lendo O Eterno Marido, tenho gostado, ainda tô na parte em que ele apresenta os personagens da história e o contexto em que ela se passa.
Correção: Dostoiévski não deu a entender que haveria uma continuação. Veja, logo abaixo, o último parágrafo do epílogo em duas versões diferentes.
Versão de Oleg Almeida:
"Mas aí começa outra história, a história da gradual renovação de um homem, a de sua gradual conversão, de sua lenta passagem de um mundo para o outro, a história de como ele conhecerá uma nova realidade, antes completamente ignota. Isso PODERIA constituir o tema de outra narração, mas o nosso relato presente está terminado."
Versão de Rubens Figueiredo:
"Mas aqui já começa uma nova história, a história da renovação gradual de uma pessoa, a história do seu gradual renascimento, da passagem gradual de um mundo para outro, do conhecimento de uma realidade nova, até então completamente desconhecida. Isso PODERIA constituir o tema de um novo relato - mas este nosso relato está encerrado."
@@vitordesousa1985 Minha versão é a Oleg Almeida, eu percebi vontade nele. Por isso perguntei, não afirmei em momento algum.
@@JuniorPereira-tb4vh"No final ele deu a entender que teria uma continuação (...)". Você afirmou que ele deu a entender...
O que Dostoiévski fez foi dizer que a ideia de uma continuação passou por sua cabeça, mas ele não dá a entender que tinha de fato a intenção de realizar esta ideia.
Fala, prof! To pensando em começar o ano com Dostoievski, n sei qual obra ainda... Vejamos!
Um dos livros que mais me elevaram como leitora.
Muito obrigado!
Rodrigo diga-me como posso acessar seu curso de leitura
Li A República com 18 anos... Aprendi muito, mas muitas outras coisas, obviamente, não consegui entender por falta de base teórica.
Professor Rodrigo Gurgel certa vez nos áudios de seu grupo do telegram o sr falou que Machado de Assis era melhor em determinado tipo de narrativa, não me recordo se eram contos ou crônicas, pode me tirar essa dúvida? Por favor
Em "Muita retórica - Pouca literatura", o prof. Gurgel dedica uma capítulo a analise de Dom Casmurro. Em um certo trecho, ele faz o seguinte comentário:
"Machado às vezes cansa - e por esse motivo prefiro seus contos, nos quais, graças à necessidade de síntese, está impedido de fazer tantos gracejos, tantas paródias ao estilo de Laurence Sterne, outra de suas influências."
Boa!
Eu ainda quero comprar esse livro,mas com muito esforço consegui baixar na internet em PDF e simplesmente estou maravilhado é impressionante como esse livro me trouxe várias reflexões, em certos momentos até me identifiquei com Raskonikov....um abraço querido professor
professor,oque vc acha da atitude do tse de proibir,substituir,palavras que eles dizem serem racistas? muita saude a você.
👏🏼👏🏼📚👏🏼
Dostoiévski Foi Um Dos Maiores Pensadores!
Brabo
o assunto sempre muito bem tratado, mas esse cachimbo é mortal kkkk
Show
A cena do espancamento do cavalo, de modo alternado, até o assassinato do animal, lembrou-me iconicamente o martírio de Cristo. Pode não ter nada a ver, mas são associações que a mente faz de outras leituras.