4:50 Sarney decretou a moratória não porque fosse um governo nacionalista, desenvolvimentista ou o que fosse. Ele decretou a moratória porque ficou com reservas internacionais em nível negativo. Algo parecido como ter entrado no cheque especial. Não havia alternativa para ele nesse caso. O mais correto seria dizer que a moratória foi auto-decretada e, no meio da história, o cara tentou sair dando uma de herói por conta de um fato consumado.
Bernardo, não se disse no vídeo que o governo Sarney era nacionalista. E sim que os economistas principais daquele momento -- eu citei Funaro mas poderia falar de outros -- eram desenvolvimentistas e peitaram o FMI. Havia alternativa sim ao Sarney, que era fazer o que os demais países da América Latina estavam fazendo, e aquilo que o país faria dois anos depois, que é seguir a cartilha de intenções do FMI.
@@constantor Um ou outro economista, talvez, como João Saad por exemplo. Muitos viriam a fazer parte da equipe do real 8 anos depois. Desenvolvimentismo no Brasil de fato acabou no governo Geisel. Depois da recessão de 81, não teve mais. Acho um erro dizer que o Brasil "peitou" o FMI naquele momento, em 87. O fato é que o plano cruzado já em junho (tinha começado em fevereiro) dava sinais de exaustão mas foi empurrado goela abaixo por conta da necessidade de fazer governadores e uma boa bancada na eleição de outubro. O resultado é que as reservas internacionais minguariam até lá, deixando o país numa situação extremamente frágil. A moratória não foi um ato soberano que visava fazer uma queda de braço com os banqueiros. Foi mais uma impossibilidade mesmo de pagar a conta. Mais correto seria falar em atraso dos pagamentos. Isso, inclusive, assim que as reservas voltam a se recompor por volta de 91, voltou a acontecer e ainda ganhou um discurso na imprensa de que o Brasil tinha que assim proceder para ganhar o discurso de bom-moço pagador.
4:50 Sarney decretou a moratória não porque fosse um governo nacionalista, desenvolvimentista ou o que fosse. Ele decretou a moratória porque ficou com reservas internacionais em nível negativo. Algo parecido como ter entrado no cheque especial. Não havia alternativa para ele nesse caso. O mais correto seria dizer que a moratória foi auto-decretada e, no meio da história, o cara tentou sair dando uma de herói por conta de um fato consumado.
Bernardo, não se disse no vídeo que o governo Sarney era nacionalista. E sim que os economistas principais daquele momento -- eu citei Funaro mas poderia falar de outros -- eram desenvolvimentistas e peitaram o FMI.
Havia alternativa sim ao Sarney, que era fazer o que os demais países da América Latina estavam fazendo, e aquilo que o país faria dois anos depois, que é seguir a cartilha de intenções do FMI.
@@constantor Um ou outro economista, talvez, como João Saad por exemplo. Muitos viriam a fazer parte da equipe do real 8 anos depois. Desenvolvimentismo no Brasil de fato acabou no governo Geisel. Depois da recessão de 81, não teve mais. Acho um erro dizer que o Brasil "peitou" o FMI naquele momento, em 87. O fato é que o plano cruzado já em junho (tinha começado em fevereiro) dava sinais de exaustão mas foi empurrado goela abaixo por conta da necessidade de fazer governadores e uma boa bancada na eleição de outubro. O resultado é que as reservas internacionais minguariam até lá, deixando o país numa situação extremamente frágil. A moratória não foi um ato soberano que visava fazer uma queda de braço com os banqueiros. Foi mais uma impossibilidade mesmo de pagar a conta. Mais correto seria falar em atraso dos pagamentos. Isso, inclusive, assim que as reservas voltam a se recompor por volta de 91, voltou a acontecer e ainda ganhou um discurso na imprensa de que o Brasil tinha que assim proceder para ganhar o discurso de bom-moço pagador.