Há alguma distinção substancial entre o tratamento do livre árbitro de Tomas de Aquino e Agostinho, professor? Para este último, o livro árbitro existe, mas está maculado pelo pecado original, de modo que apenas podemos escolher pelo pecado. Apenas a graça nos salvaria. Obrigado
Para Santo Agostinho e para Santo Tomás, o livre-arbítrio não escolhe necessariamente só o pecado, mesmo após o pecado original. Essa interpretação de não poder mais escolher o bem natural, pela corrupção do pecado, sem a graça, é uma interpretação de certa visão protestante sobre Santo Agostinho, que não está conforme a visão dele. Porém, após o pecado original, é mais difícil escolher naturalmente o bem. E para merecer o céu, sempre é necessário o auxílio da graça. Nenhuma ação sem a graça é meritória do céu. Não me parece que haja uma distinção substancial entre Santo Tomás e Santo Agostinho. Penso que há uma distinção mais metodológica e de exposição. Santo Tomás, pela metodologia escolástica, fez uma exposição mais didática em relação aos detalhes. Recomendo a leitura do tratado da graça da Suma Teológica: permanencia.org.br/drupal/node/278
@@CanalAquinate Muito obrigado, Professor! Ainda não iniciei os estudos da Suma Teólogica. Você indica qual das versões nacionais: da Eclesiae ou da Loyola? Alguma obra de introdução indicada? Eu tenho a do Copleston. Fraterno abraço!
@@paulopbf7127 De nada! As duas traduções são boas, mas a da Loyola é melhor de um modo geral, ainda que pontualmente a da Ecclesiae tenha algumas boas soluções de tradução. Este link tem indicação de livros para iniciar os estudos em Santo Tomás: ruclips.net/video/_OwobQQdQZA/видео.html Abraço fraterno!
De um modo breve, é possível dizer que o livre-arbítrio é a potência para agir de um ser que tem intelecto (pode ser usada de modo bom ou ruim), e a liberdade pode ser entendida como o bom uso do livre-arbítrio.
Oi, Luís, eu não conheço com detalhes a visão da predestinação calvinista. Da parte tomista, a salvação vem por iniciativa divina, que quer que todos os homens sejam salvos, por vontade antecedente, mas não por vontade consequente, pois alguns se negam a salvação (De veritate, q.23, a.2, resp.). Assim, Deus tem o conhecimento daqueles que serão salvos, mas isso não anula a nossa liberdade. Mais para frente veremos com mais detalhes essas noções.
@@CanalAquinate Os calvinistas acreditam em uma livre agência, onde no homem existe uma capacidade que lhe dá condições de fazer escolhas, de acordo com o que lhe é agradável, de acordo com suas inclinações. Essa livre agência nem é forçada para o bem nem para o mal, nem a isso é determinada por qualquer necessidade absoluta de sua natureza. Para eles, o homem é livre para agir conforme a sua condição, sua natureza, ou seja, ele sempre faz o que quer conforme a sua inclinação. Santo Tomás acreditava em algo como isso?
Para Tomás há uma potência na alma que pode escolher o bem ou o mal, sem uma necessidade absoluta do ponto de vista natural do ser humano, e Deus pode atuar para ajudar essa potência, sem que aja violência em nós (SCG., III, CXLVIII). E para ter a salvação, é necessária a graça, pois o mero livre-arbítrio não é suficiente para a salvação.
O livro indicado neste vídeo, de algum modo, trata desse tema. São Tomás também trata de modo resumido do livre-arbítrio na Suma Teológica: permanencia.org.br/drupal/node/2470
Deus quer me salvar mas depende da minha vontade de querer? Sendo assim a minha vontade é maior que vá vontade de Deus ?me ajuda aí por favor quero muito entender .
Sim. Neste livro é mais sobre o livre-arbítrio. Ele tem também uma questão sobre a predestinação na Suma Teológica, q. 23, primeira parte. Tem a questão 6 do De veritate, que ainda não está traduzida. Tem também outras questões que tratam do assunto de modo indireto ou ajudam a entender o tema, como sobre a vontade de Deus, q. 19, primeira parte Suma Teológica e também no De Veritate, mesmo título, questão 23, da Edipro, que traduzimos. Há outras questões, como a parte da graça que também pode ajudar, como nas questões da Suma Teológica, questões 109-114, I-II, que ajudam a compreender a noção do livre-arbítrio com a graça. Há outras questões, mas essas seriam um bom começo para o tema.
penas que o livro escrito por São Tomás não trabalha com as santas escrituras, pois como um livro filosofico ele é ótimo agora como um livro interpretivo das sagradas escrituras na questão se temos ou não livre arbitrio ele deixa a desejar.
O homem também não tinha inclinação para o mal. Adão ouviu e decidiu desobedecer e Caio . Adão não foi atrás do mal, o mal foi até adão , agora o homem não pode a Deus, Deus é quem vai até ao homem, trazendo a mensagem do evangelho, o homem ouvi como ouvi a serpente , decide se quer ou não obedecer ao evangelho. 2 tessalonicenses 2:10 o mal não existe, o mal é uma consequência de uma desobedecia .
👏👏👏👏👏
13:07 do Karnal não gosto não, mas do canal gosto muito kkkk. Bom trabalho Bernardo!
Lucas Oliveira kkkkkkkkkk
🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣
Excelente canal!
Esse canal restaurou minha fé. Queria poder compartilhar com os padres que (não) me catequizaram (com tanta arrogância!)
Parabens!
Nós que agradecemos, Bernardo. Excelente conteúdo, um abraço!
Mto bom os vídeos....Aprendo mto ! Obrigada!
Há alguma distinção substancial entre o tratamento do livre árbitro de Tomas de Aquino e Agostinho, professor? Para este último, o livro árbitro existe, mas está maculado pelo pecado original, de modo que apenas podemos escolher pelo pecado. Apenas a graça nos salvaria. Obrigado
Para Santo Agostinho e para Santo Tomás, o livre-arbítrio não escolhe necessariamente só o pecado, mesmo após o pecado original. Essa interpretação de não poder mais escolher o bem natural, pela corrupção do pecado, sem a graça, é uma interpretação de certa visão protestante sobre Santo Agostinho, que não está conforme a visão dele. Porém, após o pecado original, é mais difícil escolher naturalmente o bem. E para merecer o céu, sempre é necessário o auxílio da graça. Nenhuma ação sem a graça é meritória do céu. Não me parece que haja uma distinção substancial entre Santo Tomás e Santo Agostinho. Penso que há uma distinção mais metodológica e de exposição. Santo Tomás, pela metodologia escolástica, fez uma exposição mais didática em relação aos detalhes. Recomendo a leitura do tratado da graça da Suma Teológica: permanencia.org.br/drupal/node/278
@@CanalAquinate Muito obrigado, Professor! Ainda não iniciei os estudos da Suma Teólogica. Você indica qual das versões nacionais: da Eclesiae ou da Loyola? Alguma obra de introdução indicada? Eu tenho a do Copleston. Fraterno abraço!
@@paulopbf7127 De nada! As duas traduções são boas, mas a da Loyola é melhor de um modo geral, ainda que pontualmente a da Ecclesiae tenha algumas boas soluções de tradução. Este link tem indicação de livros para iniciar os estudos em Santo Tomás: ruclips.net/video/_OwobQQdQZA/видео.html Abraço fraterno!
@@CanalAquinate Muito, muito obrigado!!
Eu que agradeço! Estou divulgando seus vídeos! Deus o abençoe!
Obrigado pela divulgação! Deus o abençoe também!
gosto do canal é bom seus comentários sobre são tomais.
Obrigado.
Muito legal.
Ha a diferenca entre livre-arbitrio e liberdade?
De um modo breve, é possível dizer que o livre-arbítrio é a potência para agir de um ser que tem intelecto (pode ser usada de modo bom ou ruim), e a liberdade pode ser entendida como o bom uso do livre-arbítrio.
Bernardo, bom dia. Como Santo Tomás explica a relação do intelecto e da vontade no que diz respeito ao livre-arbítrio?
Nesta questão, há 4 artigos que podem ser úteis: permanencia.org.br/drupal/node/2470
Bernardo, não consigo enxergar uma diferença aparente e entre a predestinação tomista e a calvinista. Ambas parecem muito. Tu poderias me explicar?
Oi, Luís, eu não conheço com detalhes a visão da predestinação calvinista. Da parte tomista, a salvação vem por iniciativa divina, que quer que todos os homens sejam salvos, por vontade antecedente, mas não por vontade consequente, pois alguns se negam a salvação (De veritate, q.23, a.2, resp.). Assim, Deus tem o conhecimento daqueles que serão salvos, mas isso não anula a nossa liberdade. Mais para frente veremos com mais detalhes essas noções.
@@CanalAquinate Os calvinistas acreditam em uma livre agência, onde no homem existe uma capacidade que lhe dá condições de fazer escolhas, de acordo com o que lhe é agradável, de acordo com suas inclinações. Essa livre agência nem é forçada para o bem nem para o mal, nem a isso é determinada por qualquer necessidade absoluta de sua natureza. Para eles, o homem é livre para agir conforme a sua condição, sua natureza, ou seja, ele sempre faz o que quer conforme a sua inclinação. Santo Tomás acreditava em algo como isso?
Para Tomás há uma potência na alma que pode escolher o bem ou o mal, sem uma necessidade absoluta do ponto de vista natural do ser humano, e Deus pode atuar para ajudar essa potência, sem que aja violência em nós (SCG., III, CXLVIII). E para ter a salvação, é necessária a graça, pois o mero livre-arbítrio não é suficiente para a salvação.
Existe alguma obra de Santo Tomás que fale exclusivamente do tema da liberdade?
O livro indicado neste vídeo, de algum modo, trata desse tema. São Tomás também trata de modo resumido do livre-arbítrio na Suma Teológica: permanencia.org.br/drupal/node/2470
Deus quer me salvar mas depende da minha vontade de querer? Sendo assim a minha vontade é maior que vá vontade de Deus ?me ajuda aí por favor quero muito entender .
Bernardo, Tomás trata da aparente contradição em a onisciência divina e o livre-arbítrio de suas criaturas?
Sim. Neste livro é mais sobre o livre-arbítrio. Ele tem também uma questão sobre a predestinação na Suma Teológica, q. 23, primeira parte. Tem a questão 6 do De veritate, que ainda não está traduzida. Tem também outras questões que tratam do assunto de modo indireto ou ajudam a entender o tema, como sobre a vontade de Deus, q. 19, primeira parte Suma Teológica e também no De Veritate, mesmo título, questão 23, da Edipro, que traduzimos. Há outras questões, como a parte da graça que também pode ajudar, como nas questões da Suma Teológica, questões 109-114, I-II, que ajudam a compreender a noção do livre-arbítrio com a graça. Há outras questões, mas essas seriam um bom começo para o tema.
penas que o livro escrito por São Tomás não trabalha com as santas escrituras, pois como um livro filosofico ele é ótimo agora como um livro interpretivo das sagradas escrituras na questão se temos ou não livre arbitrio ele deixa a desejar.
É importante ler esse livro de modo complementar com o seu tratado da graça, na Suma Teológica: permanencia.org.br/drupal/node/278
O homem também não tinha inclinação para o mal. Adão ouviu e decidiu desobedecer e Caio . Adão não foi atrás do mal, o mal foi até adão , agora o homem não pode a Deus, Deus é quem vai até ao homem, trazendo a mensagem do evangelho, o homem ouvi como ouvi a serpente , decide se quer ou não obedecer ao evangelho. 2 tessalonicenses 2:10 o mal não existe, o mal é uma consequência de uma desobedecia .
gosto do canal é bom seus comentários sobre são tomais.