Um tempo atrás fiz parte de uma discussão sobre privilégio cis no twitter, e acabei eu mesmo fazendo uma lista de privilégios que pessoas cis possuem e não percebem, citando a falta deles para as pessoas trans: - a evasão escolar de população trans é de 82% - a nossa presença em meios universitários é insignificante, de 0,2% - o emprego para pessoas trans é regularmente negado - como resultado, a taxa de prostituição entre mulheres trans e travestis é de 90% - a nossa cidadania não nos é garantida, nosso nome não é um direito - enquanto isso, a taxa de suicídio da população trans é de 40% - a expectativa de vida de pessoas trans é de 35 anos - dentro da nossa comunidade, 80% das pessoas assassinadas são mulheres trans e travestis pretas - isso tudo no país que mais mata pessoas trans no mundo: 124 mortes só em 2019, 163 no ano anterior - e taxa de assassinatos de pessoas trans cresceu em 49% nos primeiros quatro meses de 2020; 13% desde o início da quarentena - enquanto isso, 11 pessoas trans são agredidas por dia - pessoas trans são expulsas de casa por serem trans, o que torna comum boa parte dessa população estar em situação de miséria (não encontrei dados concretos sobre isso, não há pesquisas) - aliás, isso é importante: somos tão invisíveis, que nossos problemas sociais são ignorados
Sim, como mulher cis e heterossexual, reconheço que sou privilegiada, em vista de toda a opressão sofrida pela comunidade trans. Infelizmente a maioria esmagadora das travestis que vejo são prostitutas ou/e cabeleireiras. Raramente ouço falar sobre travestis que tiveram a oportunidade de fazer um curso superior e conseguir serviço na área e, quando isso acontece, geralmente elas faziam programa antes de exercer a profissão escolhida.
@@priscilagomes9606 Claro que faziam programas, porque esse é um fetiche, o que é preciso é combater a prostituição como um todo, seja "cis" ou "trans".
B C estima-se que 2% das pessoas da sociedade sejam trans em uma matemática simplista, precisaríamos de 10x mais pessoas trans nas universidades para que se analise esse ambiente como minimamente igualitário
Admito que se ver com tantos privilégios é complicado. No meu caso específico, homem, cisgênero, heterossexual e branco. Ter todos estes marcadores de privilégios e admitir que sejam, de fato, privilégios é meio doloroso. Ainda mais para quem cresceu na baixada fluminense e passou por certas dificuldades. Mas, aprendi, com uma amiga feminista, que os meus sofrimentos, embora reais, são individuais e o sofrimento de quem não tem estes marcadores é coletivo. É uma opressão constante sobre todos estes grupos. Opressão que nunca me atingiu, a despeito dos perrengues pelos quais passei. É um exercício de ver que o mundo não gira torno do meu umbigo. Uma verdade óbvia, mas não tão evidente numa sociedade que naturaliza privilégios.
se você passou perrengue pela sua localidade e situação financeira então vc sofreu opressão de classe sim, por mais que vc seja branco, homem e cishetero.
deus q me livre de brigar um dia com vc Jonas, pq olha, esse sorriso q vc dá quando argumenta chega dá frio na espinha mas vc jamais sentirá esse frio pois vc está como sempre coberto de razão
Sou cis e estou estudando todo esse universo. Seus videos ajudaram um hetero branco de olhos azuis a compreender melhor as questões sociais atuais. Obrigado.
Eu fico muito feliz de encontrar mais canais de pessoas trans tratando de maneira séria esses assuntos, e com o tom didático pra que a gente, cis, aprenda realmente como é a realidade e a vivência das pessoas trans, pra tentarmos quebrar esse estigma que nos foi ensinado. Acho que em qualquer minoria, esse é o caminho pra naturalização desse tipo de conteúdo.
Estava muito ansiosa por esse vídeo hahaha Confesso que ainda me incomoda a palavra privilégio quando designada para ser mulher no Brasil. Sei que existem recortes sociais que me faz ter mais ou menos acessos em determinados contextos, mas minha vivência nesse mundo me faz ter dificuldade de aceitar essa palavra. No entanto eu entendi e concordo com teu vídeo. Especialmente no final, quando você aponta que a forma como você usa a palavra privilégio não é negando a existência de outras opressões ou fazer uma hierarquia de opressões. Vou dormir reflexiva rsrsrs ps.: Aprendo muito com teus vídeos
Uma vez eu vi um vídeo de um homem negro americano falando que as pessoas quando ouvem "vc tem privilégios" mts vezes elas acham que a pessoa está falando "vc não tem problemas" e que ele entende que as pessoas as vezes confundem uma coisa com a outra mas que elas não devem ser confundidas e é exatamente isso. Eu sou mulher branca, hetero e cis e por isso tudo sou mto privilegiada, mesmo que isso que isso esteja longe de significar "não tenho problema nenhum na vida". Ótimo vídeo, como sempre, parabéns e obrigada!
"A despeito de como eu me identifique ou como você se identifique, eu sofro e passo por coisas que você não passa. Existe uma diferença inegável de tratamento, de percepção e de discriminação. E você não pode dizer que não porque você não é eu. Você não vive o que eu vivo." 👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼
Que video foda, irmão! Eu, que sou totalmente fora da sua realidade consegui entender tudo o que voce disse! Voce é um cara muito didático, nao para de fazer esses videos nao!
Acho que tudo isso serve pra gente entender que estudos sociais servem pra elencar as diferenças naturalmente existentes entre as pessoas, pra que possamos ouvir melhor e compreender as dores e locais uns dos outros. Nos entender diferentes é elemento fundamental para que a gente se una, não se separe mais do que naturalmente já somos.
Você é excelente, vídeo perfeito. Perceber o "cis" e como uma categorias de análise foi algo que me ajudou MUITO a me entender como uma pessoa não-binária. Foi a partir disso que eu pude elaborar a ideia de que eu não estava mais experienciando uma vivência cis.
Jonas muito obrigada por sempre contribuir para o nosso exercício de empatia. É muito bom para mim, como uma mulher cis, entender as particularidades das pessoas trans para que nós possamos lutar juntos e se ajudar. Admiração!
Oi Jonas, gostei muito do seu vídeo. Achei engraçado o exemplo do "Rosa" porque é exatamente meu caso: eu sou um homem trans com o nome Rosa. Rosa não é meu nome de registrou, mas por n motivos se tornou meu nome artistico e eu não sinto até então uma necessidade de muda-lo. Gosto muito e me identifico. Mas de fato confunde a cabeça binárias das pessoas a ideia de "o" Rosa, ainda mais para aquelas totalmente alheias ao debate. Muitas vezes sinto que não entendem se eu sou uma mulher trans ou um homem trans, enfim, acontecem muitas confusões, mas imagino que também aconteça esse tipo de confusão, talvez de outra forma, com homens trans que tenham o nome "masculino" ou neutro. Para as pessoas próximas, do trabalho, amigos e meu ciclo, todos já entenderam e ninguém lida com estranhamento, mas é meio difícil explicar isso em outros espaços. Enfim, eu tenho um tio que se chama José Rosa e todos o chamam de rosinha, mas ele é cis, hetero, a história é outra e obvio que geral zoa ele por isso. mas Penso em mudar meu nome no registro para algo como "Breno Rosa" ou qualquer coisa assim apenas para não sofrer tanto nesses processos mais institucionais, mas enfim, ainda são debates e reflexões para o futuro. Compartilhando aqui o relato ;) Ah, não sei se chegou até você, mas eu tô fazendo uma vakinha justamente para poder estudar e aumentar as estatísticas de pessoas trans formadas, se você puder dar uma olhada e talvez até divulgar, é nois benfeitoria.com/incentive-cineasta-trans
Jonas, eu sigo a Nataly desde 2016 ou 2017 e por tabela conheci você e me tornei inscrito do seu canal também, acho o conteúdo muito bom, interessante e aprendo muito contigo! Eu sou um homem cis, e concordo plenamente que existe privilégio cis pra mim, mesmo sendo negro e gay, mas não consigo concordar que existe privilégio cis pra mulher. Pra mim, privilégio cis é algo que só existe se tu for homem mesmo, até porque mulheres sofrem opressões horríveis desde o dia em que vem ao mundo e todos os ditos "privilégios" que elas tem hoje, são na verdade direitos conquistados a duras pedras, como o fato de estarem no mercado de trabalho. Vamos lá! Podem argumentar que: "ah mas mulher tem fácil acesso a trabalho" questão econômica, se as mulheres saem do mercado de trabalho, várias economias mundiais (pra não dizer todas!) quebrariam, fora que mulheres ganham menos em qualquer função, até nas que elas são maioria, e inclusive empresas contratam mão de obra feminina justamente porque sabem que vão poder pagar menos pra essas mulheres sem serem questionadas muitas das vezes. Não vejo privilégio nisso. "ah mas a expectativa de vida da população trans é de 35 anos" inegável, mas quantos feminicidios acontecem por dia? quantas agressões domésticas, abusos psicológicos? quantos abusos sexuais com meninas acontecem por dia? qual a expectativa de vida da população carcerária feminina? da mulher preta? sabia que mais de 40% das mulheres presas sequer vão a julgamento? quantas mulheres são sequestradas e vendidas no tráfico humano e de prostituição? A expectativa de vida de uma mulher é alta se nenhuma dessas coisas implicar na vida dela, o que é bem difícil de não acontecer, né? São muitas variáveis jogando contra as mulheres cis, todas as mulheres da minha família acima de 30 anos, TODAS, já passaram por uma dessas situações que citei agora. Mulheres tem que cumprir expectativas e estereotipos de gênero muito cruéis desde crianças, tudo bem que alguns estereotipos para nós homens são prejudiciais mas nem se comparam. Eu que sou gay e morro de medo de andar na rua sozinho de noite já me vi na situação de sair da faculdade a noite e fazer um caminho mais longo por ruas muito mal iluminadas só pra levar uma amiga minha em casa (quando o pai dela não podia buscá-la) porque sei que pra ela seria MUITO pior fazer aquele percurso sozinha a pé, do que seria pra mim. Ser mulher é ter medo de andar na rua, ter medo de ficar sozinha em casa, ter medo do namorado, do irmão, do pai, do marido, ter que considerar as hipóteses mais absurdas diariamente porque todas essas hipóteses podem sim vir a ser realidade. Então eu realmente não acho que exista privilégio cis em ser mulher, nem mesmo numa questão simples que sempre levantam: "ah mas o banheiro público, mulher cis usa com facilidade" sendo que até isso foi um DIREITO conquistado a duras pedras e não um privilégio dado de mão beijada. Agora, eu concordo em gênero, número e grau que nós homens cis temos privilégios sim.
Que bom que voltou com esse canal, Jonas, ele é necessário demais! Estou aprendendo tanto aqui, e tenho certeza que muitas pessoas são e serão beneficiadas com todo esse conhecimento que compartilha. Obrigada.
excelente colocação, jonas! adoraria que você falasse mais sobre trans negros e o medo de alguns passarem enquanto homens negros e se tornarem ainda mais um alvo para a polícia.
Muito obrigada por esse vídeo Jonas! Eu estava muito confusa a respeito do que era de fato cis e trans, e agora pude entender com mais clareza que não é sobre se identificar com o gênero e tantas outras coisas ou sobre sentimentos, é sobre como somos percebidos..... Amo muitíssimo você e a Nataly obrigada pela resistência, luta e perseverança! Meu mundo fica mais colorido com vocês, obrigada por podermos lutarmos todos juntos!
Videozao Jonas! Alem de uma didática acessível, devo dizer. Como homem cis (gay) é mais do que necessário ouvir essa análise sobre o tema. Elucida muita coisa que o universo cis torna como "norma". Parabéns. Esse é aquele vídeo bom de mostrar para agregar numa conversa. Bjox
Conteúdo excelente. Tô fazendo aula de estudos femininos e de gênero, aprendendo sobre tudo isso agora. Parece que vc tá resumindo brilhantemente o livro que uso pro curso. Que eloquência maravilhosa.
Eu amei! Você é super necessário!!!!! A sua didática é sensacional. Vídeo leve e muito esclarecedor. Gostei muito da sua fala em relação a hierarquização de opressões, super transparente!!
Acho tao linda a qualidade do conteúdo que você produz. Tudo tão bem produzido, falado e com muito embasamento. Que você e seus vídeos super necessários tenham muito alcance
eu odeio que confundem privilégio com direitos humanos,ser cis,ter uma casa,comida,informação não é um privilégio e sim um direito humano que todas as pessoas deveriam ter!
Prezado Jonas, ouvi você e seus argumentos, todos perfeitamente válidos!...Sabemos que em nossas sociedades, pelo menos nas sociedades europeias e americanas (também em algumas africanas) os privilegiados nas relações sociais são: a) Homens acima das mulheres; b) Brancos acima dos não-brancos; c) Heterossexuais acima dos não heterossexuais; d) Cisgêneros acima de Transgêneros. Há quem diga que no futuro da humanidade, se não sairmos do Planeta e nos espalharmos pelo Universo, todos serão bissexuais; mas essa é somente uma parte da questão. O problema que você apenas passa por cima, nele tocando levemente, é uma questão mais ampla do que os privilégios, que apenas são consequência da questão mais ampla, que está no preconceito e na discriminação. Somente atacando essa questão é que superaremos o problema dos privilégios. Afinal, privilégios não são coisas ruins em absoluto, mas apenas relativamente. Afinal, os privilegiados não parecem achar isso ruim (certo, os não privilegiados acham isso ruim). Quanto aos cisgêneros, eles são tão reais quanto os transgêneros; trata-se de uma classificação baseada em algo real, que está em: a) reconhecer que existe um sexo psíquico (como Eu me identifico; dimensão do Eu) e um sexo físico (como minha sexualidade se manifesta fisicamente); b) reconhecer uma conformidade ou uma desconformidade entre o sexo psíquico e o sexo físico (fisicamente o indivíduo tem cromossomos sexuais caracterizadores [XX ou XY], composição hormonal característico de dado sexo [testosterona, progesterona, estrogênios etc...], genitálias externas e internas caracterizadores de um dado sexo [homem ou mulher], havendo na mulher clitóris, canal vaginal, útero, trompas de falópio e ovários [produzindo ou não óvuios], desenvolvendo as mamas na puberdade e outras características [voz e distribuição dos pelos e das gorduras no corpo de forma própria] e no homem pênis, canal deferente, saco escrotal e testículos, sem desenvolver mamas na puberdade e outras características [voz e distribuição dos pelos e das gorduras no corpo de forma própria] e c) estabelecer que quem decide nossa sexualidade final é o sexo psíquico e não o físico (se houver desconformidade entre sexo psíquico e sexo físico, prevalece o sexo psíquico). Mas tudo isso, embora tenha uma de razoável a grande influência sócio-cultural, tem na Natureza o grande elemento influenciador e, quando falamos de Natureza, em primeiro lugar, na base de todos os seres vivos, está a biologia e todos os aspectos da biologia (genética é um deles; talvez o mais importante). Coisas que não podemos esquecer é que o ser humano não se originou, "meramente" (coloco entre aspas para que parem um pouco pra pensar nessa palavra) de uma vontade divina que decidiu nos criar diferente daquilo que chamamos de animais (não sou ateu, mas acredito que até tenha um bom relacionamento social com os ateus). Se somos capazes de nos comportar com humildade em Natureza, precisamos reconhecer que somos uma espécie de animais (deles originada ao longo de milhões e milhões de anos de evolução), mas animais com a racionalidade desenvolvida (eu acredito que outros animais [por ex., os mamíferos; só pra dar um exemplo] também possuem alguma racionalidade [embora seja menor do que a nossa]), o que, de certa forma nos distancia sobremaneira dos outros animais (talvez distanciarmo-nos demasiadamente deles não seja, em princípio, bom para nós). Sim, podemos nos chamar até de machos e fêmeas, em função da biologia, mas é o fator cultural que nos permite nos reconhecer como seres humanos, como homens e mulheres (um cão pode ser humanizado convivendo com seres humanos, mas ele jamais será um ser humano, em função de sua biologia; um ser humano pode ser visto, em um dado momento, como ser humano humanizado ou não humanizado ou desumanizado [lembra das crianças lobo da Índia?]). Infelizmente nossas vidas desenvolveram-se e se desenvolvem em um permanente confronto com a Natureza, com outros seres humanos, com outros seres vivos, com as intempéries, com outras partes do Universo etc....Para melhor transitarmos, identificamos a existência de gêneros na Natureza e desenvolvemos esse conceito em sociedade. Ao bel prazer, os seres humanos gostam de, em determinadas situações, diferenciar sexo de gênero, mas, na atualidade e desde que saibamos o que significa um e outro, até misturamos os dois nomes (às vezes falamos de sexo, quando queremos falar em gênero e vice-versa e às vezes os consideramos sinônimos). Olha só o seguinte exemplo: alguém nasceu fisicamente mulher, mas não consegue se ver como mulher e, na medida em que alcança uma idade apropriada, entra em disforia sexual e submete-se a uma mastectomia bilateral radical, passa a tomar hormônios masculinizantes e a se comportar e falar como homem!...Seu sexo psíquico determinou seu sexo final!...E agora, deve essa pessoa (este homem), submeter-se a uma cirurgia de redesignação sexual no nível das genitálias?!...O que parece que temos aqui?...Tenho pra mim que há um confronto entre o fator cultural e a Natureza (ou melhor, o fator biológico). Quando surgiu esse confronto?!...Desde que surgiram os agrupamentos sociais. Ele vem se intensificando ao longo de todo esse tempo ou não?...Minha percepção é que sim!...Onde isso vai parar?...Não sabemos, de fato!...De qualquer modo, para todos nós, parece saltar aos olhos que precisamos evoluir nossa psique e precisamos desenvolver nossa percepção acerca dos preconceitos e da discriminação. Somente assim, podemos, no evolver de nossas relações sociais, harmonizarmos todas as questões e superarmos as que se mostram negativas no presente momento. O viver é dialético!...Tá certo, eu também quase nem toquei na principal questão!...😊😊😊
Maratonando o canal e em todo vídeo pensando "esse é o melhor vídeo do canal" pq só vai melhorando (n, n dá pra eleger um melhor hehe)!! Obrigada, Jonasssss🖤🤗
cara seus vídeos sao smp aulas e palestras de didática! foda! e esse é o detalhe secundário tendo em vista todos os ensinamentos a vc traz aqui p youtube. sempre saio dos seus vídeos c a cabeça fritando pensando como vou levar esses assuntos pros meus alunos sem ser acusada d doutrinação ideológica hauhauahauah no mais, apenas gratidão pela humildade msm em compartilhar tanta coisa importante
Curti demais o vídeo, Jonas. Simplesmente amo o trabalho da Viviane Vergueiro, tanto que imprimi e encadernei a dissertação dela. É algo p ter sempre perto, ler, reler e refletir sempre. Obrigado por trazer conteúdos em vídeo engajados com o saber e com a pesquisa. Isso faz toda diferença p quem assiste e mostra seu cuidado com o que vc vem partilhar. Ah, e fiquei super feliz em ver o seu site com os links. Galera, tá tdo mastigado p quem quer estudar. Corram lá.
Olá, Jonas. Ótimo vídeo! Tenho uma questão: ser lido como cis é sempre privilégio? Até para uma pessoa trans binária ou não que não se hormoniza (lida como um gênero que não se identifica)? Principalmente contando situações como banheiros, etc. Se cis é sobre ser lido socialmente, alguém trans lido como cis se torna cis numa análise situacional?
Durante meu curso de graduação, tive uma cadeira de sociologia. Uma das aulas foi exatamente sobre isso, e é muito doido pensar que estamos tão longe da igualdade... me deixa desesperançosa da humanidade.
olá, jonas. vi o vídeo e tenho algumas dúvidas. as partes 1 e 2 não respondem (ou talvez eu não tenha entendido as respostas) às perguntas propostas: o que é cisgênero e por que o privilégio cis existe? na parte 3, entendi o exemplo, mas gostaria de fazer outra pergunta: qual você acha que deve ser o critério para que pessoas trans consigam mudar seus nomes oficialmente? basta a autoidentificação?
Af, esse do 0,02% da comunidade trans na universidade é foda... parte mt meu coração. Eu amo aprender e gosto mt de ensinar , to tentando entrar na USP/UNICAMP em engenharia da comp e tenho mt vontade de q após terminar de estudar pra essas provas fazer um canal ensinando exatas de uma forma foda com umas questões massa e de um jeito descontraído e quero e VOU levantar a bandeira TRANS nele ... O Br tem q saber q também podemos e o q nos falta é oportunidade/ acesso :( .
otimo video, jonas! acho muito engraçado o quanto você é organizado kkkkkk você é o único RUclips que eu conheço que faz o video todo recortadinho bonitinho kkkk ( não é melhor ou pior, só chama atenção)
Vídeo bastante necessário, eu como mulher trans me sinto desconfortável quando usas a palavra “fêmea” para se referir a sí próprio porque dá margem ao biossencialismo e referenciação do termo “macho” para mulheres transgêneras (no qual é um estigma muito violento e causa bastante disforia em mim enquanto mulher), ao não ser que o termo “fêmea” ou “sexo biológico” seja de conotação social assim como o termo “raça” que tem significado sociológico e não biológico dentro do movimento negro. Beijos Jonas 😚💞
Eu sei que existe uma outra forma de falar ao invés de "fêmea", uma outra alternativa mais inclusiva, mas me fugiu e ainda não lembrei! KKKKKK Se alguém souber inclusive falem aqui. Se eu descobrir eu trago!
@Jota L existe a materialidade do corpo, porém essa materialidade é interpretada socialmente. A forma como entendemos o corpo atualmente é apenas uma das formas possíveis.
@Jota L Pra complicar mais o que já foi dito, mesmo dentro dos paradigmas ocidentais atuais... Eu faço tratamento hormonal faz anos (estrogênio). Minha massa muscular, distribuição de gordura, volume de oxigenação sanguínea, densidade óssea, chance de cancer de mama, risco de trombose etc. são bem mais típicas de """fêmeas""" do que """machos""". Minha chance de câncer de próstata, níveis de testosterona, produção de gametas etc. são completamente atípicas para """machos""" e """fêmeas""". Se eu fosse ser atendida medicamente e supossem que minha biologia é de """macho"""... eu poderia morrer. Se fossem supor que minha biologia é de """fêmea"""... eu morreria menos, mas eu ainda poderia morrer. Como fica meu sexo biológico?
Acredito q os termos "femea" e "macho" não são bons sinônimos para os sexos xx e xy, já q estes termos carregam outros significados popularmente. Por exemplo, hoje em dia se usa "macho" muito mais se referindo a algo comportamental do que às características biológicas de um indivíduo.
@@zeyukio xx e xy não são sexos (ou melhor, são só o aspecto cromossomal de sexo) e também não são bons indicadores para características biológicas sexuais de indivíduos - tem gente com todo tipo de biologia diferente mesmo dentro do xx ou do xy, e tem gente com ambos. Tem tanta variação dentro de cromossomos sexuais e nos resultados quando transcrevemos para o que tipificamos """macho""" e """fêmea""" que toda tentativa de tipificar gente por xx/xy acabou fracassando após diversos abusos (contra gente cis, pra deixar claro, porque contra gente trans não iriam ligar), como no caso do comitê olímpico tentando isso décadas atrás, e acabando por arruinar a vida de várias competidoras.
Falou tudo, Jonas. Estou lendo Viagem solitária do João W. Nery. O cara foi mesmo extremamente corajoso, pois passou pela cirurgia de redesignação sexual em plena ditadura militar e ainda perdeu seu diploma.
Só gostaria de entender mais sobre esse trecho específico (7:25 até 7:50). Pq logo após pensar mulheres "cis" desfeminilizadas paralelamente a homens trans e afirmar que existem violências distintas e outras semelhantes, o Jonas fala que existe um compartilhamento de experiências muito grande, capaz de diferenciar pessoas trans das cis. Acho interessante, mas de forma geral, pra mim cai novamente na questão de qual a diferença entre ser cis e ser trans? o que caracteriza cada um? considerando também (como foi considerado no vídeo) que existem pessoas "cis" que se não "se identificam" tampouco correspondem às expectativas sociais de gênero. Até pq no vídeo mesmo é dito que não é sobre sentimento ou identificação, então acho que só isso ainda não tá muito nítido pra mim ainda.
Jonas, eu tenho uma dúvida. Eu sou uma pessoa não-binária, mas boa parte da sociedade me enxerga como mulher cis. Se cis é uma ferramenta de análise e não uma representação da identidade individual, então eu carrego o privilégio cis comigo?
É sabido que todos nós carregamos algum nível de privilégio quando comparados com outras pessoas. Talvez a sua leitura enquanto mulher em determinadas situações e contextos faça com que você tenha algum privilégio em relação a outras pessoas que não possuem isso. Eu, ao ser lido como homem, e muitas vezes como um homem cis, me leva a gozar de certos privilégios e ter certas vantagens.
Você é Alienígena? Existe a materialidade do sexo, o problema são os estereótipos sociais, mas o sexo é real, ignorar só demonstra uma geração imatura e presa a modismos.
Amei o vídeo, mas me causou algumas questões e reflexões. Se entendemos por essa perspectiva social de como a sociedade lê e entende as pessoas, me surgem algumas duvidas, por exemplo, uma pessoa não binária que é lida como cis e recebe esses privilegios cis, ela deixa de ser uma pessoa trans? E isso não pode causar o problema de relacionarmos a transgeneridade a aparência e a símbolos do masculino e do feminino? Tipo pra eu ser mesmo uma pessoa trans eu preciso que a sociedade me leia como uma pessoa trans? Ps. Não me ataquem, não estou criticando o trabalho do Jonas, inclusive estou aqui pq adimiro o trabalho dele. Estou apenas tentando tirar dúvidas que me surguram.
Não se preocupe, não vejo questionamentos como algo negativo. Faz parte da troca inclusive, não tenho a pretensão de trazer uma verdade nos vídeos, quando fazem pergunta isso me ajuda a pensar também. Suas perguntas são muito boas! Uma pessoa não binária ao se beneficiar de alguns privilégios cis não deixa de ser trans, afinal, homens e mulheres trans também podem ter uma passabilidade a ponto de serem lidos como cis e também de se beneficiarem de algum privilégio, e nem por isso deixam de ser trans. Assim como a questão dos símbolos, você não precisa ser lido como trans para ser trans, pois de novo: várias pessoas trans podem ser lidas como cis. A grande questão aqui é que estou falando de privilégios, privilégios envolvem questões sociais e políticas. Não é o privilégio ou a falta dele que define a transexualidade, mas muitas pessoas trans não possuem muitos privilégios, da mesma forma que há pessoas trans que possuem. Uma pessoa não binária com uma leitura social de homem/mulher ou de cis, certamente possui algum privilégio em alguma situação comparado a outra pessoa trans/não binária que não possua. Todos nós temos e não temos privilégios em relação a outra pessoa. Reconhecer os privilégios das nossas leituras é importante. Hoje eu sempre sou lido como homem, na maior parte das vezes como um homem cis branco e heterossexual. A despeito do que eu pense, sinta, acredite, ou de como eu me veja, eu devo reconhecer e entender qual é a leitura que é feita de mim e como isso me beneficia tendo em vista o atual cistema de gênero e contexto social que vivemos hoje.
@@JonasMaria muito obrigado, mesmo, pela resposta. Essa é uma questão que venho refletindo há algum tempo sobre. E ter sua visão sobre esse assunto é muito relevante pra mim.
Enviadescendo imagine! E não fique receoso de fazer perguntas ou questionar as coisas que trago nos vídeos, eu sou uma pessoa só, não dou conta de abarcar tudo, questionamentos fazem parte do processo e só assim a gente consegue avançar! Juntes!
Pois é, é aquela situação: quem determina e delimita é quem vive. Eu sou uma mulher trans, lésbica, branca... E olha só, isso, por muito tempo, me deu uma leitura social onde eu era "homem" (ainda que muito afeminada) hétero, branco, e é relevante pois, simplesmente, o contexto de privilégio que eu possuía, era enorme! Você ser vista como "homem branco hétero" é um puta privilégio! Sobre a mudança no nome, precisamos ressaltar que: toda pessoa cis pode sim trocar de nome, exatamente como nós. Pessoas cis podem mudar o prenome exatamente tanto como nós. Porém, antes, as pessoas cis podiam mudar o prenome de uma forma mais simples que nós, que precisávamos passar por um processo judicial. A relevância social de ser "homem branco cis hétero" é muito impactante, pois mesmo com uma aparência "inadequada" por ser muito feminina, as experiências de trabalho, de possibilidade de emprego, de segurança social para "ir e vir" na rua, é muito grande. É como ir de uma pessoa que recebia 3 a 5 propostas de emprego ano para, nenhuma! Isso apenas para citar um exemplo, do privilégio que existe nas situações de cisgeneridade e gênero, em comparação com os posicionamentos sociais. Como branca, eu acabo sim tendo alguns privilégios sociais, mas ao ser mulher lésbica trans, ai, muita coisa muda no sentido de redução de possibilidades de afeto, profunda redução de possibilidades de emprego, aumento nas possibilidades de violências, tanto por ser mulher, quanto por ser lésbica, quanto por ser trans...
Um tempo atrás fiz parte de uma discussão sobre privilégio cis no twitter, e acabei eu mesmo fazendo uma lista de privilégios que pessoas cis possuem e não percebem, citando a falta deles para as pessoas trans:
- a evasão escolar de população trans é de 82%
- a nossa presença em meios universitários é insignificante, de 0,2%
- o emprego para pessoas trans é regularmente negado
- como resultado, a taxa de prostituição entre mulheres trans e travestis é de 90%
- a nossa cidadania não nos é garantida, nosso nome não é um direito
- enquanto isso, a taxa de suicídio da população trans é de 40%
- a expectativa de vida de pessoas trans é de 35 anos
- dentro da nossa comunidade, 80% das pessoas assassinadas são mulheres trans e travestis pretas
- isso tudo no país que mais mata pessoas trans no mundo:
124 mortes só em 2019, 163 no ano anterior
- e taxa de assassinatos de pessoas trans cresceu em 49% nos primeiros quatro meses de 2020; 13% desde o início da quarentena
- enquanto isso, 11 pessoas trans são agredidas por dia
- pessoas trans são expulsas de casa por serem trans, o que torna comum boa parte dessa população estar em situação de miséria (não encontrei dados concretos sobre isso, não há pesquisas)
- aliás, isso é importante: somos tão invisíveis, que nossos problemas sociais são ignorados
Sim, como mulher cis e heterossexual, reconheço que sou privilegiada, em vista de toda a opressão sofrida pela comunidade trans. Infelizmente a maioria esmagadora das travestis que vejo são prostitutas ou/e cabeleireiras. Raramente ouço falar sobre travestis que tiveram a oportunidade de fazer um curso superior e conseguir serviço na área e, quando isso acontece, geralmente elas faziam programa antes de exercer a profissão escolhida.
@@priscilagomes9606 Claro que faziam programas, porque esse é um fetiche, o que é preciso é combater a prostituição como um todo, seja "cis" ou "trans".
Reconheço e apoio tudo que você falou, porém em relação à presença na faculdade. Qual a % de trans na sociedade? Pq essa informação por si só é vaga
B C estima-se que 2% das pessoas da sociedade sejam trans
em uma matemática simplista, precisaríamos de 10x mais pessoas trans nas universidades para que se analise esse ambiente como minimamente igualitário
Arthur Caetano concordo
Excelente, Jonas! Só não entende quem não quer, mesmo.
Comentário para dar engajamento
(assuntos necessários)
Ah! Deus te abençoe!
Admito que se ver com tantos privilégios é complicado. No meu caso específico, homem, cisgênero, heterossexual e branco. Ter todos estes marcadores de privilégios e admitir que sejam, de fato, privilégios é meio doloroso. Ainda mais para quem cresceu na baixada fluminense e passou por certas dificuldades. Mas, aprendi, com uma amiga feminista, que os meus sofrimentos, embora reais, são individuais e o sofrimento de quem não tem estes marcadores é coletivo. É uma opressão constante sobre todos estes grupos. Opressão que nunca me atingiu, a despeito dos perrengues pelos quais passei. É um exercício de ver que o mundo não gira torno do meu umbigo. Uma verdade óbvia, mas não tão evidente numa sociedade que naturaliza privilégios.
exatamente!
se você passou perrengue pela sua localidade e situação financeira então vc sofreu opressão de classe sim, por mais que vc seja branco, homem e cishetero.
e a luta de classes é coletiva
Nossa meu, como é lindo ler isso
@@manuellasilva175 , obrigado, mas é uma luta diária. Muitos tropeços, cometo muitos erros, mas vale sempre tentar melhorar.
deus q me livre de brigar um dia com vc Jonas, pq olha, esse sorriso q vc dá quando argumenta chega dá frio na espinha mas vc jamais sentirá esse frio pois vc está como sempre coberto de razão
Gente isso das pessoas acharem q estamos falsificando documento ou tentando dar um golpe é real
Sou cis e estou estudando todo esse universo. Seus videos ajudaram um hetero branco de olhos azuis a compreender melhor as questões sociais atuais. Obrigado.
Nossa, que legal essa parte "quebrada" da barra do video. Nunca vi! Combina com a sua didática, Jonas! Fica mais direto rsrsr igual vc.
Ai eu amo justamente por achar que fica mais didático! É ótimo quando vou ler algum trecho e coloco ao lado, pra quem quiser ler junto! :D
Nossa, sim! Eu também achei muito legal
Eu fico muito feliz de encontrar mais canais de pessoas trans tratando de maneira séria esses assuntos, e com o tom didático pra que a gente, cis, aprenda realmente como é a realidade e a vivência das pessoas trans, pra tentarmos quebrar esse estigma que nos foi ensinado. Acho que em qualquer minoria, esse é o caminho pra naturalização desse tipo de conteúdo.
Jonas nunca passa frio pois dorme todo dia coberto de razão
Estava muito ansiosa por esse vídeo hahaha Confesso que ainda me incomoda a palavra privilégio quando designada para ser mulher no Brasil. Sei que existem recortes sociais que me faz ter mais ou menos acessos em determinados contextos, mas minha vivência nesse mundo me faz ter dificuldade de aceitar essa palavra. No entanto eu entendi e concordo com teu vídeo. Especialmente no final, quando você aponta que a forma como você usa a palavra privilégio não é negando a existência de outras opressões ou fazer uma hierarquia de opressões. Vou dormir reflexiva rsrsrs
ps.: Aprendo muito com teus vídeos
O privilégio não é ser mulher, e sim ser cis
Uma vez eu vi um vídeo de um homem negro americano falando que as pessoas quando ouvem "vc tem privilégios" mts vezes elas acham que a pessoa está falando "vc não tem problemas" e que ele entende que as pessoas as vezes confundem uma coisa com a outra mas que elas não devem ser confundidas e é exatamente isso.
Eu sou mulher branca, hetero e cis e por isso tudo sou mto privilegiada, mesmo que isso que isso esteja longe de significar "não tenho problema nenhum na vida".
Ótimo vídeo, como sempre, parabéns e obrigada!
"A despeito de como eu me identifique ou como você se identifique, eu sofro e passo por coisas que você não passa. Existe uma diferença inegável de tratamento, de percepção e de discriminação. E você não pode dizer que não porque você não é eu. Você não vive o que eu vivo." 👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼
Que video foda, irmão! Eu, que sou totalmente fora da sua realidade consegui entender tudo o que voce disse! Voce é um cara muito didático, nao para de fazer esses videos nao!
Um ícone de vídeo
Obrigado pelo apoio, Lucca
Acho que tudo isso serve pra gente entender que estudos sociais servem pra elencar as diferenças naturalmente existentes entre as pessoas, pra que possamos ouvir melhor e compreender as dores e locais uns dos outros. Nos entender diferentes é elemento fundamental para que a gente se una, não se separe mais do que naturalmente já somos.
Você é excelente, vídeo perfeito. Perceber o "cis" e como uma categorias de análise foi algo que me ajudou MUITO a me entender como uma pessoa não-binária. Foi a partir disso que eu pude elaborar a ideia de que eu não estava mais experienciando uma vivência cis.
Você é Alienígena?
Jonas, dica de vídeo: analisar a representação trans em euphoria
Comentário só para elogiar sua oratória... Parabéns, tu fala bem e expressa as informações de forma clara.
Jonas muito obrigada por sempre contribuir para o nosso exercício de empatia. É muito bom para mim, como uma mulher cis, entender as particularidades das pessoas trans para que nós possamos lutar juntos e se ajudar. Admiração!
Caro Jonas Maria, ñ consigo compreender como o ser humano ñ evolui, e sobre o assunto breve de sua vida, é legítimo.
Obrigada vc é ótimo!!!
Oi Jonas, gostei muito do seu vídeo. Achei engraçado o exemplo do "Rosa" porque é exatamente meu caso: eu sou um homem trans com o nome Rosa. Rosa não é meu nome de registrou, mas por n motivos se tornou meu nome artistico e eu não sinto até então uma necessidade de muda-lo. Gosto muito e me identifico. Mas de fato confunde a cabeça binárias das pessoas a ideia de "o" Rosa, ainda mais para aquelas totalmente alheias ao debate. Muitas vezes sinto que não entendem se eu sou uma mulher trans ou um homem trans, enfim, acontecem muitas confusões, mas imagino que também aconteça esse tipo de confusão, talvez de outra forma, com homens trans que tenham o nome "masculino" ou neutro. Para as pessoas próximas, do trabalho, amigos e meu ciclo, todos já entenderam e ninguém lida com estranhamento, mas é meio difícil explicar isso em outros espaços. Enfim, eu tenho um tio que se chama José Rosa e todos o chamam de rosinha, mas ele é cis, hetero, a história é outra e obvio que geral zoa ele por isso. mas Penso em mudar meu nome no registro para algo como "Breno Rosa" ou qualquer coisa assim apenas para não sofrer tanto nesses processos mais institucionais, mas enfim, ainda são debates e reflexões para o futuro. Compartilhando aqui o relato ;) Ah, não sei se chegou até você, mas eu tô fazendo uma vakinha justamente para poder estudar e aumentar as estatísticas de pessoas trans formadas, se você puder dar uma olhada e talvez até divulgar, é nois benfeitoria.com/incentive-cineasta-trans
Jonas, eu sigo a Nataly desde 2016 ou 2017 e por tabela conheci você e me tornei inscrito do seu canal também, acho o conteúdo muito bom, interessante e aprendo muito contigo! Eu sou um homem cis, e concordo plenamente que existe privilégio cis pra mim, mesmo sendo negro e gay, mas não consigo concordar que existe privilégio cis pra mulher. Pra mim, privilégio cis é algo que só existe se tu for homem mesmo, até porque mulheres sofrem opressões horríveis desde o dia em que vem ao mundo e todos os ditos "privilégios" que elas tem hoje, são na verdade direitos conquistados a duras pedras, como o fato de estarem no mercado de trabalho. Vamos lá! Podem argumentar que:
"ah mas mulher tem fácil acesso a trabalho" questão econômica, se as mulheres saem do mercado de trabalho, várias economias mundiais (pra não dizer todas!) quebrariam, fora que mulheres ganham menos em qualquer função, até nas que elas são maioria, e inclusive empresas contratam mão de obra feminina justamente porque sabem que vão poder pagar menos pra essas mulheres sem serem questionadas muitas das vezes. Não vejo privilégio nisso.
"ah mas a expectativa de vida da população trans é de 35 anos" inegável, mas quantos feminicidios acontecem por dia? quantas agressões domésticas, abusos psicológicos? quantos abusos sexuais com meninas acontecem por dia? qual a expectativa de vida da população carcerária feminina? da mulher preta? sabia que mais de 40% das mulheres presas sequer vão a julgamento? quantas mulheres são sequestradas e vendidas no tráfico humano e de prostituição? A expectativa de vida de uma mulher é alta se nenhuma dessas coisas implicar na vida dela, o que é bem difícil de não acontecer, né? São muitas variáveis jogando contra as mulheres cis, todas as mulheres da minha família acima de 30 anos, TODAS, já passaram por uma dessas situações que citei agora.
Mulheres tem que cumprir expectativas e estereotipos de gênero muito cruéis desde crianças, tudo bem que alguns estereotipos para nós homens são prejudiciais mas nem se comparam. Eu que sou gay e morro de medo de andar na rua sozinho de noite já me vi na situação de sair da faculdade a noite e fazer um caminho mais longo por ruas muito mal iluminadas só pra levar uma amiga minha em casa (quando o pai dela não podia buscá-la) porque sei que pra ela seria MUITO pior fazer aquele percurso sozinha a pé, do que seria pra mim. Ser mulher é ter medo de andar na rua, ter medo de ficar sozinha em casa, ter medo do namorado, do irmão, do pai, do marido, ter que considerar as hipóteses mais absurdas diariamente porque todas essas hipóteses podem sim vir a ser realidade. Então eu realmente não acho que exista privilégio cis em ser mulher, nem mesmo numa questão simples que sempre levantam: "ah mas o banheiro público, mulher cis usa com facilidade" sendo que até isso foi um DIREITO conquistado a duras pedras e não um privilégio dado de mão beijada. Agora, eu concordo em gênero, número e grau que nós homens cis temos privilégios sim.
Que bom que voltou com esse canal, Jonas, ele é necessário demais! Estou aprendendo tanto aqui, e tenho certeza que muitas pessoas são e serão beneficiadas com todo esse conhecimento que compartilha. Obrigada.
excelente colocação, jonas! adoraria que você falasse mais sobre trans negros e o medo de alguns passarem enquanto homens negros e se tornarem ainda mais um alvo para a polícia.
sinto que isso é algo pouco mencionado e só recentemente vi um tuite sobre que me levou a refletir.
0:06 achei que ele ia falar: caso você não saiba o que é cis, muito provavelmente você já está no grupo dos privilegiados kkkkk
Muito obrigada por esse vídeo Jonas! Eu estava muito confusa a respeito do que era de fato cis e trans, e agora pude entender com mais clareza que não é sobre se identificar com o gênero e tantas outras coisas ou sobre sentimentos, é sobre como somos percebidos..... Amo muitíssimo você e a Nataly obrigada pela resistência, luta e perseverança! Meu mundo fica mais colorido com vocês, obrigada por podermos lutarmos todos juntos!
Videozao Jonas! Alem de uma didática acessível, devo dizer. Como homem cis (gay) é mais do que necessário ouvir essa análise sobre o tema. Elucida muita coisa que o universo cis torna como "norma". Parabéns. Esse é aquele vídeo bom de mostrar para agregar numa conversa. Bjox
Eu sou muito grato ao Jonas por simplicar conceitos que eu pensava que conhecia. obrigado por tudpo
sinto o mesmo!
Conteúdo excelente. Tô fazendo aula de estudos femininos e de gênero, aprendendo sobre tudo isso agora. Parece que vc tá resumindo brilhantemente o livro que uso pro curso. Que eloquência maravilhosa.
Eu amei! Você é super necessário!!!!! A sua didática é sensacional. Vídeo leve e muito esclarecedor. Gostei muito da sua fala em relação a hierarquização de opressões, super transparente!!
sempre passando a visão 🤍
Acho tao linda a qualidade do conteúdo que você produz. Tudo tão bem produzido, falado e com muito embasamento. Que você e seus vídeos super necessários tenham muito alcance
eu odeio que confundem privilégio com direitos humanos,ser cis,ter uma casa,comida,informação não é um privilégio e sim um direito humano que todas as pessoas deveriam ter!
Prezado Jonas, ouvi você e seus argumentos, todos perfeitamente válidos!...Sabemos que em nossas sociedades, pelo menos nas sociedades europeias e americanas (também em algumas africanas) os privilegiados nas relações sociais são: a) Homens acima das mulheres; b) Brancos acima dos não-brancos; c) Heterossexuais acima dos não heterossexuais; d) Cisgêneros acima de Transgêneros. Há quem diga que no futuro da humanidade, se não sairmos do Planeta e nos espalharmos pelo Universo, todos serão bissexuais; mas essa é somente uma parte da questão. O problema que você apenas passa por cima, nele tocando levemente, é uma questão mais ampla do que os privilégios, que apenas são consequência da questão mais ampla, que está no preconceito e na discriminação. Somente atacando essa questão é que superaremos o problema dos privilégios. Afinal, privilégios não são coisas ruins em absoluto, mas apenas relativamente. Afinal, os privilegiados não parecem achar isso ruim (certo, os não privilegiados acham isso ruim). Quanto aos cisgêneros, eles são tão reais quanto os transgêneros; trata-se de uma classificação baseada em algo real, que está em: a) reconhecer que existe um sexo psíquico (como Eu me identifico; dimensão do Eu) e um sexo físico (como minha sexualidade se manifesta fisicamente); b) reconhecer uma conformidade ou uma desconformidade entre o sexo psíquico e o sexo físico (fisicamente o indivíduo tem cromossomos sexuais caracterizadores [XX ou XY], composição hormonal característico de dado sexo [testosterona, progesterona, estrogênios etc...], genitálias externas e internas caracterizadores de um dado sexo [homem ou mulher], havendo na mulher clitóris, canal vaginal, útero, trompas de falópio e ovários [produzindo ou não óvuios], desenvolvendo as mamas na puberdade e outras características [voz e distribuição dos pelos e das gorduras no corpo de forma própria] e no homem pênis, canal deferente, saco escrotal e testículos, sem desenvolver mamas na puberdade e outras características [voz e distribuição dos pelos e das gorduras no corpo de forma própria] e c) estabelecer que quem decide nossa sexualidade final é o sexo psíquico e não o físico (se houver desconformidade entre sexo psíquico e sexo físico, prevalece o sexo psíquico). Mas tudo isso, embora tenha uma de razoável a grande influência sócio-cultural, tem na Natureza o grande elemento influenciador e, quando falamos de Natureza, em primeiro lugar, na base de todos os seres vivos, está a biologia e todos os aspectos da biologia (genética é um deles; talvez o mais importante). Coisas que não podemos esquecer é que o ser humano não se originou, "meramente" (coloco entre aspas para que parem um pouco pra pensar nessa palavra) de uma vontade divina que decidiu nos criar diferente daquilo que chamamos de animais (não sou ateu, mas acredito que até tenha um bom relacionamento social com os ateus). Se somos capazes de nos comportar com humildade em Natureza, precisamos reconhecer que somos uma espécie de animais (deles originada ao longo de milhões e milhões de anos de evolução), mas animais com a racionalidade desenvolvida (eu acredito que outros animais [por ex., os mamíferos; só pra dar um exemplo] também possuem alguma racionalidade [embora seja menor do que a nossa]), o que, de certa forma nos distancia sobremaneira dos outros animais (talvez distanciarmo-nos demasiadamente deles não seja, em princípio, bom para nós). Sim, podemos nos chamar até de machos e fêmeas, em função da biologia, mas é o fator cultural que nos permite nos reconhecer como seres humanos, como homens e mulheres (um cão pode ser humanizado convivendo com seres humanos, mas ele jamais será um ser humano, em função de sua biologia; um ser humano pode ser visto, em um dado momento, como ser humano humanizado ou não humanizado ou desumanizado [lembra das crianças lobo da Índia?]). Infelizmente nossas vidas desenvolveram-se e se desenvolvem em um permanente confronto com a Natureza, com outros seres humanos, com outros seres vivos, com as intempéries, com outras partes do Universo etc....Para melhor transitarmos, identificamos a existência de gêneros na Natureza e desenvolvemos esse conceito em sociedade. Ao bel prazer, os seres humanos gostam de, em determinadas situações, diferenciar sexo de gênero, mas, na atualidade e desde que saibamos o que significa um e outro, até misturamos os dois nomes (às vezes falamos de sexo, quando queremos falar em gênero e vice-versa e às vezes os consideramos sinônimos). Olha só o seguinte exemplo: alguém nasceu fisicamente mulher, mas não consegue se ver como mulher e, na medida em que alcança uma idade apropriada, entra em disforia sexual e submete-se a uma mastectomia bilateral radical, passa a tomar hormônios masculinizantes e a se comportar e falar como homem!...Seu sexo psíquico determinou seu sexo final!...E agora, deve essa pessoa (este homem), submeter-se a uma cirurgia de redesignação sexual no nível das genitálias?!...O que parece que temos aqui?...Tenho pra mim que há um confronto entre o fator cultural e a Natureza (ou melhor, o fator biológico). Quando surgiu esse confronto?!...Desde que surgiram os agrupamentos sociais. Ele vem se intensificando ao longo de todo esse tempo ou não?...Minha percepção é que sim!...Onde isso vai parar?...Não sabemos, de fato!...De qualquer modo, para todos nós, parece saltar aos olhos que precisamos evoluir nossa psique e precisamos desenvolver nossa percepção acerca dos preconceitos e da discriminação. Somente assim, podemos, no evolver de nossas relações sociais, harmonizarmos todas as questões e superarmos as que se mostram negativas no presente momento. O viver é dialético!...Tá certo, eu também quase nem toquei na principal questão!...😊😊😊
É sabido que o canal do Jonas é um dos mais importantes canais do RUclips brasileiro.
Você é muito inteligente, bem articulado e didático. Te admiro muito e aprendo muito com você!
Maratonando o canal e em todo vídeo pensando "esse é o melhor vídeo do canal" pq só vai melhorando (n, n dá pra eleger um melhor hehe)!! Obrigada, Jonasssss🖤🤗
cara seus vídeos sao smp aulas e palestras de didática! foda! e esse é o detalhe secundário tendo em vista todos os ensinamentos a vc traz aqui p youtube. sempre saio dos seus vídeos c a cabeça fritando pensando como vou levar esses assuntos pros meus alunos sem ser acusada d doutrinação ideológica hauhauahauah no mais, apenas gratidão pela humildade msm em compartilhar tanta coisa importante
Muito obrigada pelos vídeos, Jonas! Tenho aprendido muito com você!
Ótimo vídeo!! Ajudou de muitas formas
Curti demais o vídeo, Jonas. Simplesmente amo o trabalho da Viviane Vergueiro, tanto que imprimi e encadernei a dissertação dela. É algo p ter sempre perto, ler, reler e refletir sempre. Obrigado por trazer conteúdos em vídeo engajados com o saber e com a pesquisa. Isso faz toda diferença p quem assiste e mostra seu cuidado com o que vc vem partilhar. Ah, e fiquei super feliz em ver o seu site com os links. Galera, tá tdo mastigado p quem quer estudar. Corram lá.
Jonas Maria é o melhor RUclipsr mas vcs não estão prontos para essa conversa 😍
Seus videos me passam conhecimento, e eu amo isso
Todo dia sou grata por esse canal...
Vídeo muito didático, Jô. Adorei o seu esfumado! Ótimo trabalho, sucesso no canal!
Todo mundo deveria ver esse vídeo, paz
você é tão organizado e didático que dá gosto de ver seus videos
manoooo cê é muito professor
eu sempre me impressiono com a sua organização didatica aqui
amooo
vamos ao video
Excelente, compartilhar no Facebook para ver se o pessoal consegue ver quão necessário é...
muito didático, Jonas! Obrigada
Vamo dar like e coments pra ajudar o canal a crescer galera! É ridículo ele ter tão poucos inscritos... Vamos dar visibilidade á qm merece
Eu estou aprendendo muito com o teu canal, te agradeço muito por me tirar do poço da ignorância.💕✨
Já vou logo com este link pra lista de transmissão, rs Obrigada, Jonas!!
Muito obrigada pelo seu tempo e pelo vídeo ❤️
Jonas, você é maravilhoso!!! Seu trabalho é mais que necessário. Obrigada
Excelente vídeo, Jonas!
melhor notificação, aprendo tanto nesse canal
Olá, Jonas. Ótimo vídeo! Tenho uma questão: ser lido como cis é sempre privilégio? Até para uma pessoa trans binária ou não que não se hormoniza (lida como um gênero que não se identifica)? Principalmente contando situações como banheiros, etc. Se cis é sobre ser lido socialmente, alguém trans lido como cis se torna cis numa análise situacional?
"E você não pode dizer que não, porque você não é eu" TE AMO
eu adoro o conteúdo dos teus vídeos e é muito massa o jeito que tu separa os assuntinhos dentro do tema (esqueci o nomekkkkkk) acho muito organizado
Parabéns pelo vídeo, todos me fazem aprender um pouco mais
Jonas, faz um vídeo sobre as questões trans relacionadas a esportes e competições por favor :)
Uma pessoa muito necessária nesse youtube🧡
Jonas, estou aprendendo e me entendendo demais com teus vídeos. Obrigado por isso ❤️
Amo teus vídeos. Tô meio atrasada por causa do EaD, mas vou colocar o canal em dia. Amo que amo 💜
Caramba! Você arrasa sempre. Sou seu Fã ❤️
Cara, tu és necessário demais!!
Informações de qualidade nesse canal!
Durante meu curso de graduação, tive uma cadeira de sociologia. Uma das aulas foi exatamente sobre isso, e é muito doido pensar que estamos tão longe da igualdade... me deixa desesperançosa da humanidade.
olá, jonas. vi o vídeo e tenho algumas dúvidas. as partes 1 e 2 não respondem (ou talvez eu não tenha entendido as respostas) às perguntas propostas: o que é cisgênero e por que o privilégio cis existe?
na parte 3, entendi o exemplo, mas gostaria de fazer outra pergunta: qual você acha que deve ser o critério para que pessoas trans consigam mudar seus nomes oficialmente? basta a autoidentificação?
Te adoro. Muito obrigada pelo trabalho que tanto me educa 🥰
Como sempre coberto de razão!💕👏
Comentando pelo engajamento.
Af, esse do 0,02% da comunidade trans na universidade é foda... parte mt meu coração. Eu amo aprender e gosto mt de ensinar , to tentando entrar na USP/UNICAMP em engenharia da comp e tenho mt vontade de q após terminar de estudar pra essas provas fazer um canal ensinando exatas de uma forma foda com umas questões massa e de um jeito descontraído e quero e VOU levantar a bandeira TRANS nele ... O Br tem q saber q também podemos e o q nos falta é oportunidade/ acesso :( .
Q foda! Torço pra dar certo 😄
otimo video, jonas! acho muito engraçado o quanto você é organizado kkkkkk você é o único RUclips que eu conheço que faz o video todo recortadinho bonitinho kkkk ( não é melhor ou pior, só chama atenção)
é bom demais assistir os vídeos do Jonas, dios mio 🖤
Vídeo bastante necessário, eu como mulher trans me sinto desconfortável quando usas a palavra “fêmea” para se referir a sí próprio porque dá margem ao biossencialismo e referenciação do termo “macho” para mulheres transgêneras (no qual é um estigma muito violento e causa bastante disforia em mim enquanto mulher), ao não ser que o termo “fêmea” ou “sexo biológico” seja de conotação social assim como o termo “raça” que tem significado sociológico e não biológico dentro do movimento negro. Beijos Jonas 😚💞
Eu sei que existe uma outra forma de falar ao invés de "fêmea", uma outra alternativa mais inclusiva, mas me fugiu e ainda não lembrei! KKKKKK Se alguém souber inclusive falem aqui. Se eu descobrir eu trago!
@Jota L existe a materialidade do corpo, porém essa materialidade é interpretada socialmente. A forma como entendemos o corpo atualmente é apenas uma das formas possíveis.
@Jota L Pra complicar mais o que já foi dito, mesmo dentro dos paradigmas ocidentais atuais...
Eu faço tratamento hormonal faz anos (estrogênio). Minha massa muscular, distribuição de gordura, volume de oxigenação sanguínea, densidade óssea, chance de cancer de mama, risco de trombose etc. são bem mais típicas de """fêmeas""" do que """machos""".
Minha chance de câncer de próstata, níveis de testosterona, produção de gametas etc. são completamente atípicas para """machos""" e """fêmeas""".
Se eu fosse ser atendida medicamente e supossem que minha biologia é de """macho"""... eu poderia morrer. Se fossem supor que minha biologia é de """fêmea"""... eu morreria menos, mas eu ainda poderia morrer. Como fica meu sexo biológico?
Acredito q os termos "femea" e "macho" não são bons sinônimos para os sexos xx e xy, já q estes termos carregam outros significados popularmente. Por exemplo, hoje em dia se usa "macho" muito mais se referindo a algo comportamental do que às características biológicas de um indivíduo.
@@zeyukio xx e xy não são sexos (ou melhor, são só o aspecto cromossomal de sexo) e também não são bons indicadores para características biológicas sexuais de indivíduos - tem gente com todo tipo de biologia diferente mesmo dentro do xx ou do xy, e tem gente com ambos. Tem tanta variação dentro de cromossomos sexuais e nos resultados quando transcrevemos para o que tipificamos """macho""" e """fêmea""" que toda tentativa de tipificar gente por xx/xy acabou fracassando após diversos abusos (contra gente cis, pra deixar claro, porque contra gente trans não iriam ligar), como no caso do comitê olímpico tentando isso décadas atrás, e acabando por arruinar a vida de várias competidoras.
"eu não mudei meu nome ainda"....cara.... isso bateu aqui....
das coisas q eu supunha errado....
Obrigada por esse canal, super necessário!
Falou tudo, Jonas. Estou lendo Viagem solitária do João W. Nery. O cara foi mesmo extremamente corajoso, pois passou pela cirurgia de redesignação sexual em plena ditadura militar e ainda perdeu seu diploma.
Excelente!
Fascinante, falou tudo.
Eu to amando teus vídeos! Obrigada, obrigada!
Vídeos sempre muito necessários! 👏🏻
Só gostaria de entender mais sobre esse trecho específico (7:25 até 7:50). Pq logo após pensar mulheres "cis" desfeminilizadas paralelamente a homens trans e afirmar que existem violências distintas e outras semelhantes, o Jonas fala que existe um compartilhamento de experiências muito grande, capaz de diferenciar pessoas trans das cis. Acho interessante, mas de forma geral, pra mim cai novamente na questão de qual a diferença entre ser cis e ser trans? o que caracteriza cada um? considerando também (como foi considerado no vídeo) que existem pessoas "cis" que se não "se identificam" tampouco correspondem às expectativas sociais de gênero.
Até pq no vídeo mesmo é dito que não é sobre sentimento ou identificação, então acho que só isso ainda não tá muito nítido pra mim ainda.
Questão interessante!
Me pergunto se isso tudo são realmente privilégios ou são direitos básicos que são negados as pessoas trans!
Jonas, eu tenho uma dúvida. Eu sou uma pessoa não-binária, mas boa parte da sociedade me enxerga como mulher cis. Se cis é uma ferramenta de análise e não uma representação da identidade individual, então eu carrego o privilégio cis comigo?
É sabido que todos nós carregamos algum nível de privilégio quando comparados com outras pessoas. Talvez a sua leitura enquanto mulher em determinadas situações e contextos faça com que você tenha algum privilégio em relação a outras pessoas que não possuem isso. Eu, ao ser lido como homem, e muitas vezes como um homem cis, me leva a gozar de certos privilégios e ter certas vantagens.
@@JonasMaria Essa resposta é um "teaser" do vídeo rsrs ❤️
Eu tinha essa mesma dúvida mas o vídeo do Jonas já deu uma boa clareada nas minhas ideias
Você é Alienígena? Existe a materialidade do sexo, o problema são os estereótipos sociais, mas o sexo é real, ignorar só demonstra uma geração imatura e presa a modismos.
@@jblp92 E você, sabe a diferença básica entre sexo biológico e gênero social?
como faz para enviar audio para o seu podcast?
Obrigada por esse vídeo incrível assim como todos
Jonas seus olhos verdes ficaram lindos com essa sombra, parabens
vídeo excelente!!!!!
Sou muito feliz com meus privilégios cis
Amei o vídeo, mas me causou algumas questões e reflexões. Se entendemos por essa perspectiva social de como a sociedade lê e entende as pessoas, me surgem algumas duvidas, por exemplo, uma pessoa não binária que é lida como cis e recebe esses privilegios cis, ela deixa de ser uma pessoa trans? E isso não pode causar o problema de relacionarmos a transgeneridade a aparência e a símbolos do masculino e do feminino? Tipo pra eu ser mesmo uma pessoa trans eu preciso que a sociedade me leia como uma pessoa trans?
Ps. Não me ataquem, não estou criticando o trabalho do Jonas, inclusive estou aqui pq adimiro o trabalho dele. Estou apenas tentando tirar dúvidas que me surguram.
Não se preocupe, não vejo questionamentos como algo negativo. Faz parte da troca inclusive, não tenho a pretensão de trazer uma verdade nos vídeos, quando fazem pergunta isso me ajuda a pensar também.
Suas perguntas são muito boas! Uma pessoa não binária ao se beneficiar de alguns privilégios cis não deixa de ser trans, afinal, homens e mulheres trans também podem ter uma passabilidade a ponto de serem lidos como cis e também de se beneficiarem de algum privilégio, e nem por isso deixam de ser trans. Assim como a questão dos símbolos, você não precisa ser lido como trans para ser trans, pois de novo: várias pessoas trans podem ser lidas como cis.
A grande questão aqui é que estou falando de privilégios, privilégios envolvem questões sociais e políticas. Não é o privilégio ou a falta dele que define a transexualidade, mas muitas pessoas trans não possuem muitos privilégios, da mesma forma que há pessoas trans que possuem. Uma pessoa não binária com uma leitura social de homem/mulher ou de cis, certamente possui algum privilégio em alguma situação comparado a outra pessoa trans/não binária que não possua. Todos nós temos e não temos privilégios em relação a outra pessoa. Reconhecer os privilégios das nossas leituras é importante. Hoje eu sempre sou lido como homem, na maior parte das vezes como um homem cis branco e heterossexual. A despeito do que eu pense, sinta, acredite, ou de como eu me veja, eu devo reconhecer e entender qual é a leitura que é feita de mim e como isso me beneficia tendo em vista o atual cistema de gênero e contexto social que vivemos hoje.
@@JonasMaria muito obrigado, mesmo, pela resposta. Essa é uma questão que venho refletindo há algum tempo sobre. E ter sua visão sobre esse assunto é muito relevante pra mim.
Enviadescendo imagine! E não fique receoso de fazer perguntas ou questionar as coisas que trago nos vídeos, eu sou uma pessoa só, não dou conta de abarcar tudo, questionamentos fazem parte do processo e só assim a gente consegue avançar! Juntes!
amo seus videoss, são necessários d++!
OBRIGADE!
Meu coração chega aquece ao ver um vídeo que não é sobre ser pcd que lembra que capacitismo existe S2
vídeo necessárioooooo
Pois é, é aquela situação: quem determina e delimita é quem vive. Eu sou uma mulher trans, lésbica, branca... E olha só, isso, por muito tempo, me deu uma leitura social onde eu era "homem" (ainda que muito afeminada) hétero, branco, e é relevante pois, simplesmente, o contexto de privilégio que eu possuía, era enorme! Você ser vista como "homem branco hétero" é um puta privilégio! Sobre a mudança no nome, precisamos ressaltar que: toda pessoa cis pode sim trocar de nome, exatamente como nós. Pessoas cis podem mudar o prenome exatamente tanto como nós. Porém, antes, as pessoas cis podiam mudar o prenome de uma forma mais simples que nós, que precisávamos passar por um processo judicial.
A relevância social de ser "homem branco cis hétero" é muito impactante, pois mesmo com uma aparência "inadequada" por ser muito feminina, as experiências de trabalho, de possibilidade de emprego, de segurança social para "ir e vir" na rua, é muito grande. É como ir de uma pessoa que recebia 3 a 5 propostas de emprego ano para, nenhuma! Isso apenas para citar um exemplo, do privilégio que existe nas situações de cisgeneridade e gênero, em comparação com os posicionamentos sociais. Como branca, eu acabo sim tendo alguns privilégios sociais, mas ao ser mulher lésbica trans, ai, muita coisa muda no sentido de redução de possibilidades de afeto, profunda redução de possibilidades de emprego, aumento nas possibilidades de violências, tanto por ser mulher, quanto por ser lésbica, quanto por ser trans...
Impecável como sempre!