Esse é, de longe, o relato que mais me doeu... Infelizmente sintomático. "13 de maio de 1958. Hoje amanheceu chovendo. É um dia simpático para mim. É o dia da Abolição. Dia que comemoramos a libertação dos escravos. Continua chovendo. Eu tenho só feijão e sal. A chuva está forte. Mesmo assim mandei os meninos para a escola. Estou escrevendo até passar a chuva, para eu ir lá no senhor Manuel vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguiça. A chuva passou um pouxo. Vou sair. Eu tenho tanta dó dos meus filhos. Quando eles vêem as coisas de comer eles bradam: Viva a mamãe. A manifestação me agrada. Mas eu já perdi o hábito de sorrir. Dez minutos depois eles querem mais comida. Eu mandei o João pedir um pouquinho de gordura pra Dona Ida. Ela não tinha. Mandei-lhe um bilhete assim: Dona Ida peço-te se pode me arranjar um pouco de gordura, para eu fazer uma sopa para os meninos. Hoje choveu e eu não pude ir catar papel. Agradeço. Carolina. Choveu, esfriou. É o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A minha filha Vera começou pedir comida. E eu não tinha. Era a reprise do espetáculo. Eu estava com dois cruzeiros. Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a dona Alice. Ela me deu a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando comemos. E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual, a fome!"
José Marcian eu li essa passagem no 13 de maio deste ano (2018), ou seja, exatamente 60 anos depois. Foi bem forte Fora que a passagem anterior era sobre o dia das mães, e naquele dia que eu estava lendo também era dia das mães.
Lembei da minha infância, da fome que passava.... Lembrei que minha mae saia pra pedir esmola, e quando ela chegava a tarde eu e meus irmaos comemoravamos.... Chapu de politico na cabeça, blusa de arregata e um saco grande nas costas..... Essa era minha mãe.
Carolina é um icone, mas o racismo tenta apagar ela das páginas da literatura brasileira. É preciso reviver, mostrar e repassar esse conteúdo rico, relato de uma brasileira, relato que ainda acontece na vida de várias carolinas espalhadas pelas favelas do Brasil.
Na verdade é bem pelo contrário - onde Carolina foi apagada pelo racismo? Sim, durante a publicação do livro foi e muito, porém atualmente muitas faculdades cobram o livro como leitura obrigatória e faz parte do ciclo de leituras de muitas escolas. Ela realmente foi esquecida durante a vida, mas na morte foi lembrada e muito.
Kkkkkk racismo nada, livro chatão é a mesma coisa todo dia e ele só é importante por causa da época em que foi escrito se fosse escrito hoje em dia ninguém leria esse livro ruim
Participei de um projeto em que tive que digitar mais de 1500 páginas de escritos inéditos da Carolina, foi uma experiência muito bacana. O interessante é que ela ainda é bastante estudada lá fora; minha professora conta que a conheceu quando foi fazer doutorado nos Estados Unidos. Não dá pra não deixar a figura dela cair no esquecimento aqui no Brasil. Ótimo vídeo!!
Quando me apresentaram esse livro eu tinha 16 anos de idade, porém eu não li. Agora estou com 20 anos e estava procurando algo para ler e achei na minha estante o mesmo livro que coloquei para escanteio aos 16 anos. Agora eu estou lendo e meu Deus, eu deveria ter lido antes.
A lista de leituras obrigatórias da Unicamp têm se mostrado muito mais interessante e diversa do que a da Fuvest. Fiquei muito interessado nesse livro!
@@naturalbr5125 então só os autores clássicos possuem obras ricas? A Unicamp sempre inova, sim. Faz muito bem em exigir obras que abrangem outras realidades e estilos.
Li '' Quarto de Despejo'' quando era criança. Devia ter dez ou onze anos. Nunca mais esqueci. É um relato antropológico de grande valor e como a Carolina era inteligente! Deus a abençoe onde ela estiver.
Muito feliz em ver seus comentários sobre esse livro. É o primeiro que vou ler quando conseguir terminar minha dissertação! Carolina sabia das coisas. O primeiro presidente do Brasil que já passou fome um dia foi também o primeiro a encarar de frente esse problema.
O mais interessante é que até só agora é que esse livro foi reeditado, depois de vários anos no anonimato. Sou negro e só depois de muito tempo descobri que Machado de Assis não foi o único negro escritor. Parabéns pelo vídeo.
Esse é aquele tipo de livro que não tem conversa, nós precisamos ler em algum momento de nossas vidas para refletir que a história dessa mulher e de outras pessoas ainda não ficou no passado.
Amei muito esse vídeo. Obrigado Tati. Me lembrei do que a Virgínia Woolf coloca no "Um Teto todo Seu". Pq não existem Shakespeares mulheres? Pq não existem Shakespeares negras? Fiquei imaginando a potência avassaladora de uma Carolina de jesus com um quarto todo seu, uma casa toda sua, estabilidade financeira, etc etc. Fiquei pensando tbm em quantas Carolinas de Jesus devem existir e todo santo dia sufocar seus talentos por causa de condições sociais... enfim, vídeo necessário :)
Meu amigo, foi exatamente isso que eu pensei enquanto lia, espantado com a inteligência e o talento de Carolina. Quantas Carolinas não morrem anônimas e massacradas pela miséria sem que tomemos conhecimento?
Estou lendo finalmente o livro. É de uma realidade cruel e de uma força extraordinária. Infelizmente, a realidade nas favelas existentes é a mesma, e apesar dos avanços dos últimos 10-12 anos, está havendo uma nova favelização da sociedade. Há uma autora, a Conceição Evaristo, que fala de favelas na década de 1980/90, mas com uma escrita mais rebuscada e poética. Já na atualidade, a literatura periférica e dos saraus de SP, demonstra situações similares hoje. Estou morrendo de vontade de ler o Giovane Martins, autor periférico carioca.
Estou muito ansioso para lê-la. Estudo Letras e estou doido para ver a prosa dela, a sua narrativa de vida. Não que devemos romantizar a pobreza, mas a Carolina fez dela algo nobre, algo de valor. É como ela fazia em seu trabalho diário, pegando o lixo e transformando em dinheiro (não negaremos o valor deste, né?). Essa habilidade, assaz rara, podemos notar nitidamente em nossa grande escritora paulista.
Ainda sobre literatura, as palavras "foco" e "superação" me parecem muito alegóricas no caso de uma vida e de uma autora tão real. Não me leve a mal. Reconheço o esforço da pesquisa. Obrigado pelo vídeo.
Esse livro é lindo, dói muito ler muitas coisas que ela fala, é o fiel retrato do pobre no nosso país. Poucas vezes não chorei lendo ele e todas as vezes que penso nesse livro e que ela realmente conseguiu sair da favela, fico feliz. Livro incrível e genial.
Tati, eu sou encantada por seu canal, não me canso de assistir. Mas, hoje, vim aqui te fazer um pedido, de coração: perdi meu pai há uma semana e gostaria de pedir um vídeo com uma seleção de bons livros sobre perda. Em uma situação em que nós não temos palavras, talvez outros tenham... (se você se sentir à vontade de fazê-lo, claro)
PAOLA ALVES , sei que direcionou seu comentário para a Tatiana, mas gostaria de recomendar esse lindo texto que a jornalista Eliane Brum escreveu quando vivenciou a mesma situação que a sua: elianebrum.com/desacontecimentos/o-guarda-chuva-preto-ou-como-uma-filha-faz-o-obituario-de-um-pai/ . Espero que possa trazer um grãozinho de conforto para seu coração. Meus sentimentos.
Carolina Maria de Jesus, mulher, negra, pobre e com pouca instrução, foi uma pessoa admirável, lutadora e que enfrentou a vida com extrema dignidade e determinação. Ainda que muitas vezes não tivesse o que comer, sua alma era generosa o bastante para dividir o quase nada que tinha com seus semelhantes. Sua escrita é um pouco repetitiva, contudo leve, ágil e bem humorada, o que acaba conquistando o leitor. Quando a autora escreve que o Brasil deveria ser governado por alguém que tivesse passado fome, associei imediatamente ao presidente que apesar de ter passado fome, se tornou um dos maiores corruptos e criminosos da história da humanidade. O livro traz também uma grande reflexão sobre politicas de controle da natalidade, principalmente em classes menos favorecidas. Afinal o célebre trecho do Gênesis biblico “Crescei e multiplicai-vos", que é proclamado pelo padre na favela, já não faz mais o mesmo sentido no século XXI. Carolina nos deixou um grande exemplo de sobrevivência e de batalha diária por uma vida melhor.
"A Fome também é Professora" mais a quem aprendeu a lição e a quem precisa reaprender até entender. Belíssimo vídeo e o livro ainda irei ler. Mas confesso que já me seduziu rs. Obrigada por essa dica incrível. ♥
Tristemente muita gente desencoraja a leitura desse livro... o Rodrigo Gurgel, por exemplo, diz que não deve ser lido, que deveria ser esquecido, que é horrível. Fico triste pois não é só uma obra literária, querendo ou não é o relato de uma vida.
Vou ler.adoro histórias reais.tbm vivi muito precariamente minha infância e me identifico muito com esses personagens.li tbm a aluna do telhado adorei.Escrevo tbm .Escrevi a história de vida de meu marido e de minha mãe .cada um tem sua história.vou procurar
Li este livro emprestado de uma amiga minha, mas foi só pela misericórdia porque as páginas estavam se desfacelando. Achei um livro ótimo para nos mostrar uma realidade que as vezes não queremos ver.
Amei a sua resenha! Já havia lido alguns fragmentos deste livro, mas não tinha notado o quanto a sua leitura é maravilhosa e espantosamente real. Por mais que esse livro tenha sido escrito há bastante tempo ele é bastante atual. Gostei muito. Vou ler assim que puder, com certeza. Obg.
Já li, mas em PDF, no pc. Adorei! Quero comprar um exemplar para ler novamente e emprestar aos meus familiares . Vale muito a pena! Abraços a você,Tati!
li esse livro no começo do ano,poucos livros me fizeram sofrer e pensar como esse fez. dolorosamente real e cruel mas,muito necessário. amei a resenha tati ❤️
Comigo aconteceu o seguinte: eu li Quarto de Despejo e tive dificuldade com as repetições, embora eu compreenda o quanto transparecem o cotidiano da autora, a miséria e aquele lugar. Uma experiência de imersão e reflexão maior aconteceu ao ler a história em quadrinhos "Carolina" (Editora Veneta), de Sirlene Barbosa e João Pinheiro. Sim, eu indico o livro, não apenas pela importância. Feliz que a UNICAMP colocou na sua lista.
Você é uma das poucas pessoas que falam aqui no youtube pra área de linguagens ou humanidades que não é cega ideologicamente. Gostei dos vídeos que assisti e agora gosto da sua sensatez
Muito obrigada por seus vídeos! Sinto falta de um grupo de leitura e do potencial transformador que é poder debater essas leituras,indicado e recendo indicações outros livros.
Eu conheci a história dela no período de graduação, uma pesquisadora fez uma palestra sobre a biografia dela, a dr. Rafaela, realmente pouca coisa mudou de lá pra cá, o racismo e a pobreza continuam até hoje, Carolina podia ter tido mais oportunidades, mas infelizmente a sorte não ajudou, e até hoje existe uma resistência no ambiente literário sobre a deliberação no âmbito cultural sobre a obra dela, parece que há pouco interesse nisso
Hilda também se isolou e morreu em sítio, esquecida e incompreendida. isto porque os livros que a Carolina tentou escrever depois não vingaram. imagino quantas escritoras não tiveram esse destino.
Concordo com sua opnião da politica no final... Carolina acreditou nessa filosofia como nós. E infelizmente não tirou a dependencia e permanencia da pobresa ao estado. Ela queria deixar um lugar pobre e uma vida pobre e o estado não ajudou. Ela por si em seu talento e destaque alcançou seu objetivo.
Estou idealizando uma campanha em prol da produção do filme de vida e obra da escritora Carolina Maria de Jesus O objetivo é justamente difundir por meio das mídias sociais e digitais a importância da representatividade negra na sociedade brasileira. Neste caso as a visibilidade contribuições que Carolina Maria de Jesus acarretou na sociedade brasileira. Link abaixo chng.it/LN26P9JF
Achei que você não gostaria do livro, uma vez que até o Ivan Cavalcanti Proença disse que "não é literatura". Li há 20 anos quando prestei vestibular. O relato deixou a cabeça do jovem com 17 anos perturbado. Coloquei na lista de releituras! Beijos e parabéns!!!
o quanto adoravas "o sofá estampado" , meu primeiro livro importante , na terceira série, q ganhei de uma tia , foi a bolsa amarela... algum tempo atrás, comprei uma nova edição de "a bolsa amarela" ...naquela época o nome q a autora usava era Lygia Bojunga Nunes ... junto com uma nova edição de a bolsa amarela comprei o sofá estampado ... tenho muitas pilhas de livros e filmes q ainda não assisti, não li
Só tive contato com essa autora agora. 3 anos depois de terminar o ensino médio. Meus professores nunca nem a citaram. Não conhecia sua obra e nem a história dela. É realmente uma leitura muito pesada por conta do conteúdo, a cada página meu coração se parte, dá vontade de chorar. Porém, é uma leitura indispensável a todo brasileiro e que deveria ser mais discutida nas escolas.
A Carolina é muito engraçada em certos pontos do livro
Ela diz: "Mandei João comprar meio quilo de açúcar, o burro comprou arroz"
kkkkkkkkkkkkkk'
Kkkkk amei ela cara
KKKKK SIM
Kkkkkkkkk
KSKSKK.
Simmm, tem algumas falas em que ela se expressa de forma muito divertida. Amei a leitura.
Esse é, de longe, o relato que mais me doeu... Infelizmente sintomático.
"13 de maio de 1958.
Hoje amanheceu chovendo. É um dia simpático para mim. É o dia da Abolição. Dia que comemoramos a libertação dos escravos.
Continua chovendo. Eu tenho só feijão e sal. A chuva está forte. Mesmo assim mandei os meninos para a escola. Estou escrevendo até passar a chuva, para eu ir lá no senhor Manuel vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguiça. A chuva passou um pouxo. Vou sair.
Eu tenho tanta dó dos meus filhos. Quando eles vêem as coisas de comer eles bradam: Viva a mamãe. A manifestação me agrada. Mas eu já perdi o hábito de sorrir. Dez minutos depois eles querem mais comida. Eu mandei o João pedir um pouquinho de gordura pra Dona Ida. Ela não tinha. Mandei-lhe um bilhete assim: Dona Ida peço-te se pode me arranjar um pouco de gordura, para eu fazer uma sopa para os meninos. Hoje choveu e eu não pude ir catar papel. Agradeço. Carolina.
Choveu, esfriou. É o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A minha filha Vera começou pedir comida. E eu não tinha. Era a reprise do espetáculo. Eu estava com dois cruzeiros. Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a dona Alice. Ela me deu a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando comemos.
E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual, a fome!"
José Marcian eu li essa passagem no 13 de maio deste ano (2018), ou seja, exatamente 60 anos depois. Foi bem forte
Fora que a passagem anterior era sobre o dia das mães, e naquele dia que eu estava lendo também era dia das mães.
José Marcian que forte essa passagem! Deu um aperto forte no coração.
Lembei da minha infância, da fome que passava.... Lembrei que minha mae saia pra pedir esmola, e quando ela chegava a tarde eu e meus irmaos comemoravamos.... Chapu de politico na cabeça, blusa de arregata e um saco grande nas costas..... Essa era minha mãe.
Que dor no coração...
Chorei.
Carolina é um icone, mas o racismo tenta apagar ela das páginas da literatura brasileira. É preciso reviver, mostrar e repassar esse conteúdo rico, relato de uma brasileira, relato que ainda acontece na vida de várias carolinas espalhadas pelas favelas do Brasil.
Na verdade é bem pelo contrário - onde Carolina foi apagada pelo racismo? Sim, durante a publicação do livro foi e muito, porém atualmente muitas faculdades cobram o livro como leitura obrigatória e faz parte do ciclo de leituras de muitas escolas. Ela realmente foi esquecida durante a vida, mas na morte foi lembrada e muito.
@@livinghooman8471, será que é pq ela detestava aquele meio que vivia?
Kkkkkk racismo nada, livro chatão é a mesma coisa todo dia e ele só é importante por causa da época em que foi escrito se fosse escrito hoje em dia ninguém leria esse livro ruim
Participei de um projeto em que tive que digitar mais de 1500 páginas de escritos inéditos da Carolina, foi uma experiência muito bacana. O interessante é que ela ainda é bastante estudada lá fora; minha professora conta que a conheceu quando foi fazer doutorado nos Estados Unidos. Não dá pra não deixar a figura dela cair no esquecimento aqui no Brasil. Ótimo vídeo!!
Esse livro é pra marcar a alma. Quando eu li eu não tinha a maturidade pra ver o quão ele é doloroso e profundo.
Não Freud eu tbm, encontrei no armário de casa qdo tinha 12 anos, li e gostei, mas não tinha noção do quão sério ele é. Quero reler
Eu li no ensino médio e pqp, para abrir um buraco em qualquer adolescente .
Me sinto abraçada por ter pessoas que sentem o mesmo que eu. Também quero reler
@@natalialimadeoliveira2285 O mesmo aconteceu comigo hj, tenho 14 anos, achei no armário de casa e pretendo ler ano que vem
e quando você lê, não tem como esquecer certas passagens.
Em meio a tantas bobagens no youtube. ... O seu canal é uma das melhores coisas que existe ,Muito obrigado .
O meu exemplar já deve estar no 5o dono! A 2a dona voltou a estudar mirando-se no exemplo da Carolina.
Então esse cumpriu o papel social!
Quando me apresentaram esse livro eu tinha 16 anos de idade, porém eu não li. Agora estou com 20 anos e estava procurando algo para ler e achei na minha estante o mesmo livro que coloquei para escanteio aos 16 anos.
Agora eu estou lendo e meu Deus, eu deveria ter lido antes.
A lista de leituras obrigatórias da Unicamp têm se mostrado muito mais interessante e diversa do que a da Fuvest. Fiquei muito interessado nesse livro!
@@naturalbr5125 então só os autores clássicos possuem obras ricas? A Unicamp sempre inova, sim. Faz muito bem em exigir obras que abrangem outras realidades e estilos.
Tradicionalmente, é uma tendência do vestibular da Unicamp ser mais aberto que a Fuvest quanto a essas questões. :|
Li '' Quarto de Despejo'' quando era criança. Devia ter dez ou onze anos. Nunca mais esqueci.
É um relato antropológico de grande valor e como a Carolina era inteligente!
Deus a abençoe onde ela estiver.
Muito feliz em ver seus comentários sobre esse livro. É o primeiro que vou ler quando conseguir terminar minha dissertação!
Carolina sabia das coisas. O primeiro presidente do Brasil que já passou fome um dia foi também o primeiro a encarar de frente esse problema.
O mais interessante é que até só agora é que esse livro foi reeditado, depois de vários anos no anonimato. Sou negro e só depois de muito tempo descobri que Machado de Assis não foi o único negro escritor. Parabéns pelo vídeo.
Esse é aquele tipo de livro que não tem conversa, nós precisamos ler em algum momento de nossas vidas para refletir que a história dessa mulher e de outras pessoas ainda não ficou no passado.
Amei muito esse vídeo. Obrigado Tati.
Me lembrei do que a Virgínia Woolf coloca no "Um Teto todo Seu". Pq não existem Shakespeares mulheres? Pq não existem Shakespeares negras? Fiquei imaginando a potência avassaladora de uma Carolina de jesus com um quarto todo seu, uma casa toda sua, estabilidade financeira, etc etc. Fiquei pensando tbm em quantas Carolinas de Jesus devem existir e todo santo dia sufocar seus talentos por causa de condições sociais...
enfim, vídeo necessário :)
Meu amigo, foi exatamente isso que eu pensei enquanto lia, espantado com a inteligência e o talento de Carolina. Quantas Carolinas não morrem anônimas e massacradas pela miséria sem que tomemos conhecimento?
A UFSC tbm pediu como leitura obrigatória. Ótimo livro.
muitos vestibulares pelo Brasil tiveram esselivro e Capitões da Areia também. Mas bora lá pra ufsc o/
Sim. Eu não conhecia o livro achei perfeito.
Li durante a graduação, realmente a leitura foi transformadora.
A dor da fome é horrível, mas ver a dor da fome de um filho seu deve ser pior ainda
Eu li no colegial .. na época mexeu muito comigo.. eu indico para vários alunos ..
Karla Oliveira eu tb
Karla Oliveira eu também li e gostei
Karla Oliveira 😁
Estou lendo finalmente o livro. É de uma realidade cruel e de uma força extraordinária.
Infelizmente, a realidade nas favelas existentes é a mesma, e apesar dos avanços dos últimos 10-12 anos, está havendo uma nova favelização da sociedade.
Há uma autora, a Conceição Evaristo, que fala de favelas na década de 1980/90, mas com uma escrita mais rebuscada e poética.
Já na atualidade, a literatura periférica e dos saraus de SP, demonstra situações similares hoje. Estou morrendo de vontade de ler o Giovane Martins, autor periférico carioca.
Estou muito ansioso para lê-la. Estudo Letras e estou doido para ver a prosa dela, a sua narrativa de vida. Não que devemos romantizar a pobreza, mas a Carolina fez dela algo nobre, algo de valor. É como ela fazia em seu trabalho diário, pegando o lixo e transformando em dinheiro (não negaremos o valor deste, né?). Essa habilidade, assaz rara, podemos notar nitidamente em nossa grande escritora paulista.
Ainda sobre literatura, as palavras "foco" e "superação" me parecem muito alegóricas no caso de uma vida e de uma autora tão real. Não me leve a mal. Reconheço o esforço da pesquisa. Obrigado pelo vídeo.
Esse livro é lindo, dói muito ler muitas coisas que ela fala, é o fiel retrato do pobre no nosso país. Poucas vezes não chorei lendo ele e todas as vezes que penso nesse livro e que ela realmente conseguiu sair da favela, fico feliz. Livro incrível e genial.
Amei seu comentário. Obrigada.
Grande pessoa esta Carolina Maria de Jesus.
Tati, eu sou encantada por seu canal, não me canso de assistir. Mas, hoje, vim aqui te fazer um pedido, de coração: perdi meu pai há uma semana e gostaria de pedir um vídeo com uma seleção de bons livros sobre perda. Em uma situação em que nós não temos palavras, talvez outros tenham... (se você se sentir à vontade de fazê-lo, claro)
PAOLA ALVES , sei que direcionou seu comentário para a Tatiana, mas gostaria de recomendar esse lindo texto que a jornalista Eliane Brum escreveu quando vivenciou a mesma situação que a sua: elianebrum.com/desacontecimentos/o-guarda-chuva-preto-ou-como-uma-filha-faz-o-obituario-de-um-pai/ . Espero que possa trazer um grãozinho de conforto para seu coração. Meus sentimentos.
Já viu a HQ Carolina, basicamente é um resumo desse livro.
é maravilhosa, os traços são lindos e cheios de vida
Onde lê?
O livro é muito bonito. A força dessa mulher é tão ou mais impactante que a fome e o desamparo retratados e vividos por essas pessoas.
Carolina Maria de Jesus, mulher, negra, pobre e com pouca instrução, foi uma pessoa admirável, lutadora e que enfrentou a vida com extrema dignidade e determinação. Ainda que muitas vezes não tivesse o que comer, sua alma era generosa o bastante para dividir o quase nada que tinha com seus semelhantes. Sua escrita é um pouco repetitiva, contudo leve, ágil e bem humorada, o que acaba conquistando o leitor. Quando a autora escreve que o Brasil deveria ser governado por alguém que tivesse passado fome, associei imediatamente ao presidente que apesar de ter passado fome, se tornou um dos maiores corruptos e criminosos da história da humanidade. O livro traz também uma grande reflexão sobre politicas de controle da natalidade, principalmente em classes menos favorecidas. Afinal o célebre trecho do Gênesis biblico “Crescei e multiplicai-vos", que é proclamado pelo padre na favela, já não faz mais o mesmo sentido no século XXI. Carolina nos deixou um grande exemplo de sobrevivência e de batalha diária por uma vida melhor.
"A Fome também é Professora" mais a quem aprendeu a lição e a quem precisa reaprender até entender. Belíssimo vídeo e o livro ainda irei ler. Mas confesso que já me seduziu rs.
Obrigada por essa dica incrível. ♥
Esse livro me mudou! Carolina é uma inspiração!
Tristemente muita gente desencoraja a leitura desse livro... o Rodrigo Gurgel, por exemplo, diz que não deve ser lido, que deveria ser esquecido, que é horrível. Fico triste pois não é só uma obra literária, querendo ou não é o relato de uma vida.
Vou ler.adoro histórias reais.tbm vivi muito precariamente minha infância e me identifico muito com esses personagens.li tbm a aluna do telhado adorei.Escrevo tbm .Escrevi a história de vida de meu marido e de minha mãe .cada um tem sua história.vou procurar
Carolina, maravilhosa! Sou apaixonada pela vida e obra dela.
Não tem como não se emocionar com as palavras de Carolina Maria de Jesus, mulher forte até nas palavras mais simples e que abala nossa alma.
Li este livro emprestado de uma amiga minha, mas foi só pela misericórdia porque as páginas estavam se desfacelando. Achei um livro ótimo para nos mostrar uma realidade que as vezes não queremos ver.
Melhor resenha que vi sobre esse livro!! Te adoro! Sempre fico imaginando sua aula... Sucesso!!!!
Me emocionei só com a explicação desse vídeo, serei obrigado a ler essa obra, com certeza
Amei a sua resenha! Já havia lido alguns fragmentos deste livro, mas não tinha notado o quanto a sua leitura é maravilhosa e espantosamente real. Por mais que esse livro tenha sido escrito há bastante tempo ele é bastante atual. Gostei muito. Vou ler assim que puder, com certeza. Obg.
Esse livro mudou a minha vida.Transformador.
Oi, Tati! Já comecei a ler esse livro e estou adorando!
Já li, mas em PDF, no pc. Adorei! Quero comprar um exemplar para ler novamente e emprestar aos meus familiares . Vale muito a pena! Abraços a você,Tati!
li esse livro no começo do ano,poucos livros me fizeram sofrer e pensar como esse fez. dolorosamente real e cruel mas,muito necessário. amei a resenha tati ❤️
Tive este mesmo sentimento lendo "Açúcar Amargo", li vários da série "Vaga-lume" na minha infância e adolescência
Comigo aconteceu o seguinte: eu li Quarto de Despejo e tive dificuldade com as repetições, embora eu compreenda o quanto transparecem o cotidiano da autora, a miséria e aquele lugar. Uma experiência de imersão e reflexão maior aconteceu ao ler a história em quadrinhos "Carolina" (Editora Veneta), de Sirlene Barbosa e João Pinheiro.
Sim, eu indico o livro, não apenas pela importância. Feliz que a UNICAMP colocou na sua lista.
Minha turma está lendo esse livro para essa etapa. Estamos no 8° ano, até onde li, gostei muito
Apesar de momentos tristes
Amo vc Tati!!! Vc lê tudo!! Vc me faz pensar!!
Você é uma das poucas pessoas que falam aqui no youtube pra área de linguagens ou humanidades que não é cega ideologicamente. Gostei dos vídeos que assisti e agora gosto da sua sensatez
Gostei de ter falado sobre esse livro e de ele ter sido reeditado. Tem muita coisa profunda nele.
Muito obrigada por seus vídeos! Sinto falta de um grupo de leitura e do potencial transformador que é poder debater essas leituras,indicado e recendo indicações outros livros.
Já li esse livro, foi uma excelente leitura.
Só não entendi os deslikes do vídeo, vai entender o ser humano...
Eu conheci a história dela no período de graduação, uma pesquisadora fez uma palestra sobre a biografia dela, a dr. Rafaela, realmente pouca coisa mudou de lá pra cá, o racismo e a pobreza continuam até hoje, Carolina podia ter tido mais oportunidades, mas infelizmente a sorte não ajudou, e até hoje existe uma resistência no ambiente literário sobre a deliberação no âmbito cultural sobre a obra dela, parece que há pouco interesse nisso
uma das leituras mais dilacerantes que li na vida
Terminei o livro, foi impactante. Divertido as histórias dos vizinhos. Mas tive essa realidade próximo na minha família
Hilda também se isolou e morreu em sítio, esquecida e incompreendida.
isto porque os livros que a Carolina tentou escrever depois não vingaram. imagino quantas escritoras não tiveram esse destino.
Carolina escreveu o que viveu e sobre o que queria ter vivido
Concordo com sua opnião da politica no final... Carolina acreditou nessa filosofia como nós. E infelizmente não tirou a dependencia e permanencia da pobresa ao estado. Ela queria deixar um lugar pobre e uma vida pobre e o estado não ajudou. Ela por si em seu talento e destaque alcançou seu objetivo.
Amei seu carinho com essa mulher simples e forte !
I
Meu pai sempre me fala dessa autora, vou procurar o livro já!!!
meu deus tati este resumo super me ajudou, com certeza vai me ajudar no vestibular da uem
eu amei sua fala sobre o livro, eu amei demais demais!!
Já li esse livro em 1997. Chorei muito! Vou comprar e ler Novamente.
Adoro as análises de livros que você faz
Uma das melhores leituras da vida. Maravilhoso!
O livro é muito bom,tem uma linguagem realmente um pouco pesada,mas é ótimo
"Livro de transformação", excelente comentário. Aqui no RUclips tem vídeos com a filha dela que é professora e guardiã do legado da mãe.
Estou idealizando uma campanha em prol da produção do filme de vida e obra da escritora Carolina Maria de Jesus
O objetivo é justamente difundir por meio das mídias sociais e digitais a importância da representatividade negra na sociedade brasileira.
Neste caso as a visibilidade contribuições que Carolina Maria de Jesus acarretou na sociedade brasileira. Link abaixo
chng.it/LN26P9JF
Esse livro é uma coisa daquelas que vc tem tantas sençãoes que não dá para esplica
Achei que você não gostaria do livro, uma vez que até o Ivan Cavalcanti Proença disse que "não é literatura".
Li há 20 anos quando prestei vestibular. O relato deixou a cabeça do jovem com 17 anos perturbado. Coloquei na lista de releituras! Beijos e parabéns!!!
Tati obrigada pela linda resenha. Me emocionei.
A revista "Seleções" fez minha infância, ainda conto piadas que aprendi nela. Bons tempos!
Extraordinário Leitor Ordinário lembro até hj das seções 'piadas de caserna' e rir é o melhor remédio. Seleções me fez leitora ❤️
Ossos do ofício hahahaah
Tati, no início da trama em 1955 a filha tem 2 anos
Tati, você vai fazer vídeo sobre Sobrevivendo no Inferno? Ansioso!
Quarto de Despejo, Diário de Bitita terminei, vou ler a Biografia dela tbm... Simplesmente livros espetaculares. Que continuam atuais.
Livro inesquecível.
Parabéns pelo canal.
Muito bom! Ótima resenha!🥰💖
Amei. Vc explicou lindamente.
Como um livro faz você chorar sem nem ter lido?
Sonhei com você, Tati! Falávamos sobre livro, foi bom demais 💕
o quanto adoravas "o sofá estampado" , meu primeiro livro importante , na terceira série, q ganhei de uma tia , foi a bolsa amarela... algum tempo atrás, comprei uma nova edição de "a bolsa amarela" ...naquela época o nome q a autora usava era Lygia Bojunga Nunes ... junto com uma nova edição de a bolsa amarela comprei o sofá estampado ... tenho muitas pilhas de livros e filmes q ainda não assisti, não li
Ninguém vai conseguir acabar com a pobreza, porque a maioria dos brasileiros são acomodados.
Ja chorei só vendo o video, imagina lendo esse livro. Coloquei na lista da Amazon.
Esse livro vai ser o meu tcc!
a filha dela, segundo um livro, tem 2 anos (p. 22)
Tati faça a resenha da nova edição de casa de alvenaria.
To amando seu canal.
Acho esse livro simplesmente SENSACIONAL
Valer resenhar também "Ilhota: testemunho de uma vida", de Zeli de Oliveira Barbosa. Tem uma pegada parecida com a escrita da Carolina
Que livro sensacional! Antigo e ao mesmo tempo tão atual.
Adorei sua crítica.
Só tive contato com essa autora agora. 3 anos depois de terminar o ensino médio. Meus professores nunca nem a citaram. Não conhecia sua obra e nem a história dela. É realmente uma leitura muito pesada por conta do conteúdo, a cada página meu coração se parte, dá vontade de chorar. Porém, é uma leitura indispensável a todo brasileiro e que deveria ser mais discutida nas escolas.
Olá, vc recomenda para qual faixa etária especificamente?
Ainda não li esse livro apesar de ter muita curiosidade e ainda mais depois desse vídeo!
já estava doida para ler. agora estou doída.
Eu sublinhei a mesma frase no livro sobre a fome !!
A ALFINETADA NO VIDEO JKKKKKKKKK AMO
é leitura da UFRGS também! ♥
Esse livro é maravilhoso
Pessoal alguém consegue me passar um PDF para o meu irmão deficiente visual gostaria para ler pra ele
olá! eu tenho. caso ainda o queira, deixa aqui o seu e-mail ;-)
Tenta ver se tem no Lê Livros, tenho quase certeza que tem lá sim
Livrão da porra
Amei o review! :)
Tati, vai ter vídeo sobre A Relíquia (lista da Fuvest)? Amo suas análises
Estou terminando de ler.
Preciso reler esse livro!♡