Atenção!!! Atingirmos o Estado de Espectador - 5/8

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  • Опубликовано: 10 фев 2025
  • Material encontrado no livro da Dra. Angela Maria La Sala Bata, intitulado Guia Para o Conhecimento de Si Mesmo.
    Continuando;
    Algo muito importante a ser lembrado é que o exame noturno não deve ser confundido com o exame de consciência, ou seja, não é feito com a finalidade de julgamento, de condenação, de arrependimento, mas apenas de autoconhecimento. Portanto, nossa atitude interior diante das qualidades e defeitos percebidos não deve ser a de juiz, mas, simplesmente, a de espectador.
    É necessário criar em nós uma dualidade, um destaque entre o eu que analisa, observa e aquilo que é observado. Devemos sentir-nos distintos, desidentificados do conteúdo de nossa psique e tentar perceber “um centro de autoconsciência” firme, vigilante e sereno, que observa e investiga sem experimentar reação de satisfação ou de censura.
    Isso não é fácil, pois, frequentemente, somos inclinados a nos identificar com aquilo que surge da análise, com estados emotivos, pensamentos, considerações, preocupações e conflitos que nos perturbaram no decorrer do dia. Devemos, contudo, procurar fazer essa tentativa de desidentificação como se observássemos uma outra pessoa e não nós mesmos.
    Isso é muito importante, pois, do contrário, não conseguiremos ser objetivos, imparciais e serenos, podendo colocar-nos em uma atitude de autodefesa ou de autocondenação; seremos levados a encontrar justificativas e atenuantes para o que acharmos de negativo ou, por outro lado, nos deixaremos abater, julgando-nos pecadores incorrigíveis. Além disso, ao recordar os acontecimentos do dia, poderia ocorrer que, ao depararmos com algum episódio que nos tivesse particularmente perturbado, as ondas emotivas nos arrebatassem de novo, fazendo-nos reviver aqueles estados de ânimo agitados ou angustiantes, obstando, dessa maneira, nossa observação imparcial. Assim, não somente estaria perdida a utilidade do exercício, como também causaríamos um dano à nossa psique. Devemos, portanto, ter uma atitude de não envolvimento, em outras palavras, sermos “nossos próprios psicólogos”, analisando-nos, estudando-nos e observando-nos da mesma forma que o analista estuda o paciente, mantendo-se frio e impessoal.
    Outra vantagem muito importante que advém do fato de assumirmos a atitude do espectador no exame noturno é a de, pouco a pouco, criarmos um hábito, tornando-se essa atitude um “estado de consciência” contínuo que irá perdurar mesmo durante o dia. Perceberemos, então, que se formou em nós um “ponto fixo”, um centro de consciência estável, desidentificado de nossa personalidade e sentir-nos-emos sempre presentes, conscientes e senhores de nós próprios, ao mesmo tempo que calmos, serenos e destacados.
    Naturalmente, a princípio não obteremos esse resultado de maneira contínua, mas, com o tempo, ele será cada vez mais frequente até tornar-se estável.
    Quando nos tivermos habituado ao exame noturno quotidiano e pudermos orientar-nos um pouco no mundo complexo e obscuro de nossa psique, sentiremos a necessidade de pôr uma certa ordem no que foi observado e descoberto.
    Será, então, chegado o momento de fazermos um primeiro “balanço”, isto é, uma espécie de inventário, de catalogação dos elementos, das qualidades e defeitos que tenhamos encontrado em nós.
    Isso não nos deve parecer um trabalho árido e absurdo, tratando-se de elementos psíquicos.
    É preciso ordenar o que tenha sido observado e descoberto para que se possa compreender a verdadeira natureza e significado das qualidades e características reveladas pela análise.
    Não basta saber analisar-se, ainda que de maneira perfeita, nem conseguir classificar, pormenorizada e analiticamente, as próprias qualidades e defeitos. Isso não significa conhecer-se.
    Conhecer a si mesmo significa compreender-se, entender o porquê das próprias reações e comportamentos e saber tirar conclusões da análise das particularidades, procurando uni-las em um todo único que constitui nosso tipo psicológico, nosso verdadeiro ser. Assim, também, na exploração de uma região desconhecida da terra, não basta recolher exemplares da flora, da fauna, de minerais diversos e fazer um inventário deles. A importância dos elementos coligidos advém, somente, de seu estudo científico, feito por pessoas competentes. O botânico poderá encontrar, entre plantas bem conhecidas, uma ainda ignorada; o químico, ao analisar os vários minerais, poderá encontrar um que contenha em si ouro e esta descoberta conferirá um novo e bem maior valor a toda a região explorada. Isso é ainda mais verdadeiro no que se refere às regiões interiores do ânimo humano, no que se refere à fauna, à flora e aos terrenos psíquicos em que tudo, pode-se dizer, depende do apreço que lhes é dado, do uso que deles se faz (Roberto Assagioli, Corso di Psicanalisi).

Комментарии • 1

  • @lumariaps
    @lumariaps 10 дней назад

    Não é fácil, contudo não é impossível.
    Porque não estamos acostumados a nos analisarmos...
    Temos de ser distintos ; observar e desidentificar - se com imparcialidade e tomar cuidado...