SOBRE O FRACASSO NA VIDA ACADÊMICA

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  • Опубликовано: 7 фев 2025

Комментарии • 527

  • @raianelima9364
    @raianelima9364 Год назад +22

    Eu também fui jubilada.. resultado no meu corpo: uma cirurgia de coração e transtorno psiquiátrico. Eu sobrevivi as duas coisas. Se pudesse Voltar não teria entrado no doc. Esse vídeo é super necessário. A academia não é um lugar de acolhimento. É o retrato cruel do fracasso acadêmico... Sim, se adoece seus alunos já fracassou. E a violência é normalizada e incentivada. Eu preferi sobreviver.

  • @cristinnemacedo4304
    @cristinnemacedo4304 Год назад +269

    Meses atras eu estava estudando para o "concurso da minha vida". Me fu** todinha emocionalmente, emagreci quilos, olhos fundos, remédios para ansiedade e início de depressão e não passei. Numa dessas idas e vindas de avião pra fazer prova... Teve uma turbulência no vôo. Só conseguia pensar que se o avião caísse pelo menos eu não precisava mais estudar. Não tem como normalizar esse tipo de esforço.

    • @ThePedroo32
      @ThePedroo32 Год назад +16

      Tbm tô nessa vida de concurseiro, aumentar carga horária aos poucos e me recompensar me ajudou muito a não padecer.

    • @LeonardoPereira-jh1hb
      @LeonardoPereira-jh1hb Год назад +20

      Só fazer pra prefeituras pequenas, que tem poucas vagas mas poucas inscrições. Eu demorei 6 meses pra tirar primeiro lugar. Dentro desses seis meses fiz várias. Hoje estou em uma que fiquei em 3 lugar. Sou Nutricionista e tenho bom plano de carreira agora.

    • @diegosousa4084
      @diegosousa4084 Год назад +3

      ​@@LeonardoPereira-jh1hbcomo você faz pra visualizar quando sai novos concursos em cada prefeitura desses interiores ? Tem algum site específico ? Como você estou pra conseguir passar em 6 meses. (Sou novato no mundo dos concursos, mas tenho sonho de passar logo, se posível até passar antes de me formar na faculdade).

    • @alsoncosta4715
      @alsoncosta4715 Год назад +3

      A vida é cheio de altos e baixos. Devemos pegar esse fracasso e usar como combustível.

    • @mariagomes2742
      @mariagomes2742 Год назад

      Mas, se a gente não se esforça não passa mesmo

  • @felippespinetti
    @felippespinetti Год назад +8

    Maravilhoso, Murilo! Terminei o mestrado dilacerado pela academia frustrado em muitos níveis, a ponto de finalizar e acabar por defender um trabalho acadêmico que pouco eu podia me identificar ao final. Corajoso e importante o teu relato!

  • @leilagoncalvesbarreira8224
    @leilagoncalvesbarreira8224 Год назад +28

    A minha mãe é uma mulher muito intelectual, sempre se interessou por cultura e literatura, se formou em jornalismo USP depois de muito perrengue (fez vestibular duas vezes por causa de um jubilamento) e com 4 filhos, década de 70, período que pobres não acessavam a universidade. Mas ela sempre diz que nunca sofreu tanto quanto sofreu na UFRJ, enquanto tentava terminar um e mestrado em comunicação social, grávida do 6° filho, o orientador não conseguiu compreender ou ter empatia de nenhum dos processos individuais (e questões de saúde mental) dela, ela abraçou o fracasso e virou professora, profissão que ama e que sustentou todos nós até que pudéssemos nos tornar independentes

  • @joyleitao
    @joyleitao Год назад +41

    Eu abandonei meu doutorado no 5º ano. Os colegas ficaram bem chocados. Mas a verdade é que me sinto bem mais feliz sendo não-doutora. Acho que quando estamos no doutorado estamos dentro de uma bolha e isso não nos deixa enxergar que existe vida fora da academia. Uma vida normal, inclusive. Eu até brinco que "não é vergonha nenhuma ter só mestrado", hahahahah.

  • @quinhavieri2178
    @quinhavieri2178 Год назад +311

    Vou reciclar uma frase (ironicamente de um acadêmico), mas pra esse tema q vc trouxe:
    "Mas os fracassos são minha vitória. Eu detestaria estar do lado de quem me venceu"...
    - Darcy Ribeiro

    • @marmotabobak
      @marmotabobak Год назад +10

      O Darcy era um acadêmico fora da curva

    • @SaAnBeMi
      @SaAnBeMi Год назад +3

      artigo?

    • @tertulianosoares
      @tertulianosoares Год назад +9

      Parabenizo ao "fracassado" pelo sucesso que vem alcançando. Esse vídeo é prova de superação. Mas quero chamar atenção para uma coisas: será que a culpa foi sua ou fizeram você pensar que a culpa foi sua. Normalizaram o abuso. Tipo: "orientador que não orienta", "regulamento que não são cumpridos", "professores que recebem pra dar aulas e faltam mas recebem"... Será que tudo isso aconteceu contigo e foram a causa de seu "fracasso". Sou advogado e tenho causas desse gênero onde essa normalização da dessidia em desfavor dos alunos é que é causa do insucesso. E o medo de reagir a causa da evasão..

    • @carolinabrigida4954
      @carolinabrigida4954 Год назад +3

      Eu gostei dessa frase quero tatuar ela

    • @AmandaFreitas1998
      @AmandaFreitas1998 8 месяцев назад +1

      Frase maravilhosa

  • @mariannapais1
    @mariannapais1 Год назад +190

    Eu nunca sofri tanto como agora, no mestrado, e me sinto absurdamente sozinha, porque ninguém consegue ouvir o que preciso dizer. É um festival de "é assim mesmo, imagina!" Enquanto isso, sigo indo às aulas, pra me sentir burra, solitária e ignorante. Obrigada por esse vídeo. Obrigada demais.

    • @christianpacheco5249
      @christianpacheco5249 Год назад +25

      Fora essa parte interna, que graças a deus eu não estou passando e não passei, tem a externa. Onde você é julgado por "não trabalhar" e só estudar.

    • @rrangel5
      @rrangel5 Год назад +16

      E' um lugar de muita solidao e julgamento interno, so quem passou sabe. Espero que voce consiga passar por isso e com o tempo ressignificar todos esses sentimentos negativos que o ambiente academico gera em nos.

    • @fersgm
      @fersgm Год назад +8

      também me senti assim durante o mestrado. queria te dar um abraço, mesmo sem te conhecer, e dizer que vai ficar tudo bem. não desiste, tenho certeza que o seu trabalho é importante. 🤍

    • @adrianaramos9940
      @adrianaramos9940 Год назад +3

      Fala aqui; usa esse espaço e fala oque tá preso aí, eu vou ler tudo

    • @carolinabrigida4954
      @carolinabrigida4954 Год назад

      Eu me vi nessa frase... Eu falei isso esses dias do qnto eu me sinto sozinha

  • @joserocha7156
    @joserocha7156 Год назад +18

    Percebi cedo que a vida acadêmica era uma cilada pras emoções de qualquer indivíduo. Pulei fora do Mestrado sem arrependimentos!! Pura ilusão!!

  • @polianasouza7981
    @polianasouza7981 Год назад +32

    Eu consegui terminar meu doutorado. Mas eu entendo todos os sentimentos que você expressou. É uma loucura. A Universidade não está preparada para cuidar da saúde mental dos alunos. Eu terminei, mas me sinto traumatizada pela experiência. Que bom você ter tido coragem de compartilhar esse vídeo.

  • @JoaoZamae
    @JoaoZamae Год назад +199

    Eu sou um sobrevivente da academia.
    Fui assediado moralmente na residência, igualmente no mestrado e novamente no doutorado. Só a especialização que foi tranquila.
    Os assédios e ultrajes continuaram quando segui pra carreira de professor, e ainda acontecem hoje que eu sou coordenador de curso.
    Hoje eu falo abertamente com meus alunos e orientados sobre as várias formas de assédio, apresento artigos e legislação para conscientizá-los do assunto, e colaborar para que eles não passem pelas mesmas experiências que eu ainda passo.

    • @fersgm
      @fersgm Год назад +8

      obrigada pelo seu comentário 🤍 também sofri assédio moral (não da minha orientadora, mas de outros estudantes) durante o mestrado e só não desisti por ter esperança de lá na frente fazer com que os meus alunos tenham uma boa experiência...

    • @S1moniBotoon
      @S1moniBotoon Год назад +4

      👏👀 parabéns! é isso aí.

    • @claudiofrancab
      @claudiofrancab 9 месяцев назад

      Você não se tornou menos tolerante aos assédios e não está hoje com uma postura diferente diante dessas situações?

  • @antonydiniz345
    @antonydiniz345 Год назад +125

    Eu passei por um mestrado que me adoeceu demais. Ate hoje tenho panico de doutorado... e nem passo na porta da minha Universidade (uma das mais conceituadas do mundo)...E tinha mesmo toda essa naturalizacao das violencias todas que vc falou. "É assim mesmo. Eu adoro esse clima academico! a sua orientadora é genial..." e eu sofrendo que nem um cachorro em silencio. HORRIVEL. Falhar nesse sistema é VIDA, É NAO MORRER, É NAO ADOECER... eu terminei, mas sinceramente, nao consigo nem olhar pra minha dissertacao. Parabens pra gente que teve coragem de SER HONESTO, SINCERO, e bancar A SAÚDE MENTAL... fazer a escolha CERTA É UMA VITÓRIA QUE NENHUMA SUPOSTA FALHA NO ROTEIRO AUTOMATICO CULTURAL ACADEMICO IRÁ APAGAR... sigo vivo, sigo bem, sigo buscando saúde... sinta-se abracado!!!!

    • @nativaindocil
      @nativaindocil Год назад +10

      meu irmão, eu achei que eu era a única que não conseguia nem olhar para minha dissertação! Obrigada por me ajudar a falar! EU TAMBÉM NÃO CONSIGO OLHAR PARA MINHA DISSERTAÇÃO!

    • @Lightdesu987
      @Lightdesu987 Год назад +2

      Maravilhoso o seu relato Antony. Também terminei minha dissertação no sufoco, e é algo que não quero rever nunca mais

  • @yiulight
    @yiulight Год назад +24

    Muito importante seu vídeo! Faço Bacharelado em Física na Federal do meu estado. Entrei em 2020, na pandemia. Voltamos presencial em 2022 como se nada tivesse acontecido. Quem faz física sabe o quão difícil é o curso.. Pouco tempo depois perdi minha bolsa de IC por não encontrar mais ânimo para estudar. Minha mente estava fodida. Reprovei por falta em 2 disciplinas... Esse semestre foi bem melhor, graças a Deus. Tenho tentado voltar ao mundo acadêmico com outra bolsa, mas está muito difícil. Os professores ignoram meus e-mails, parece que tenho uma doença contagiosa.

  • @vivianaconstancio4402
    @vivianaconstancio4402 Год назад +152

    Assistindo me pego pensando no mestrado que eu abandonei. Na violência do lugar, ouvir que vc não vai dar conta que tem que escolher entre trabalhar ou estudar, que o prof é o rei da inteligência e que tinha que adora-lo. Foi bizarro, mas não me arrependo de ter caído fora daquilo. Ainda quero voltar a academia, mas de outra forma sem a ilusão de que vou ser acolhida naquele espaço.

    • @joaopaulodasilva4899
      @joaopaulodasilva4899 Год назад +2

      E as pessoas que massacram são as mesmas que fazem textão fofinho. Errei?

    • @S1moniBotoon
      @S1moniBotoon Год назад

      @@joaopaulodasilva4899 - Verdade.

  • @lygiasilva5074
    @lygiasilva5074 Год назад +11

    Meu mestrado e meu doutorado foram momentos maravilhosos da minha vida. Me deliciei com o meu crescimento, aprendi a ser compreensiva com as diferenças dos outros e fui muito bem acolhida. E estudei em estados diferentes de onde moro. Quando cursei era mais velha que você e com muita experiência profissional. Lembro sempre da música dos Titás: "Eu não trabalhava, eu não sabia que o homemcriava e também destruia". A humanidade é violenta, o capitalismo é violento e os sistemas são são desumanizados.

  • @helderpeixoto86
    @helderpeixoto86 Год назад +35

    Fui secretario, terceirizado, de um mestrado de universidade publica. O tanto de gente desenvolvendo problemas de saúde mental ali foi surpreendente. Inclusive eu fui tirado do setor (graças aos céus) a pedido da coordenação com um grupo de docentes ligados ao poder ali, que tiveram a pachorra de dizer que o meu trabalho era excelente, que eu era muito competente, mas a convivência estava muito difícil. Eu não trato ninguém como estrela e não carrego trabalho dos outros nas costas. Saí doente de uma maneira que nunca pensei que pudesse ficar, até hoje não me recuperei, apesar de estar melhor, mas acho que ainda tem muita terapia e medicação pela frente. Ali eu entendi que a universidade é cheia de torres de marfim criadas pelos egos de uma parte dos docentes. A cultura ali dentro é completamente envenenada por vaidade e coisas piores. Os discursos em prol da saúde mental, da classe trabalhadora e etc estão sempre na ponta da língua, mas na prática o chicote está sempre ao alcance das mãos. Também já ouvi relatos parecidos e piores de diferentes pessoas de diferentes universidades. Infelizmente muitos alunos já entram na pós tb com o mesmo comportamento, seguindo os exemplos. Na universidade há pessoas incríveis, mas isso não diminui o impacto negativo que vem das outras tantas que acham que todo mundo ali está a seu serviço (inclusive docentes que não tem uma produção suficientemente boa para ajudar a nota do programa a subir e delegam essa obrigação às outras partes). Fico me perguntando se as pessoas decentes dali são coniventes, preferem não se envolver ou tb já passaram ou passam por violências que as paralisam. Continuo terceirizado na universidade por, infelizmente, ainda não ter conseguido um emprego melhor. Mas graças aos céus hoje estou num setor onde não tenho contato permanente com essas pessoas. Toda essas questões me fizeram desistir de tentar um mestrado e ter até um tipo de aversão ao ambiente acadêmico, mas infelizmente não sou herdeiro de nada....

  • @silviahelenapaixao8061
    @silviahelenapaixao8061 Год назад +54

    Desisti do meu mestrado... É um sentimento de dor, de fraqueza... Está aqui nesse vídeo está sendo libertador pra mim...Obrigada pelo acolhimento. ❤❤❤

    • @Lightdesu987
      @Lightdesu987 Год назад +5

      Oi Silvia, eu queria muito ter desistido do meu também, mas permaneci a um preco muito alto. Não fica triste, pois o quanto antes descobrimos que esse não é o nosso caminho, mais cedo podemos construir a trajetória que nos traz sentido. Hoje em dia mudei de área, e estou estudando de novo (mas fora da academia, mestrado nunca mais)! Agora só vai em frente que vai ser brilhante!

    • @silviahelenapaixao8061
      @silviahelenapaixao8061 Год назад

      @@Lightdesu987 ❤

  • @yuridias4522
    @yuridias4522 Год назад +41

    A academia é nojenta. Consigo listar inúmeras situações muito piores do que já encontrei no ambiente corporativo.

  • @25at18x5
    @25at18x5 Год назад +46

    Nunca comento em vídeo nenhum. Apenas rolo o feed infinito. Não há muito com quem conversar. Mas sinto q este é um espaço seguro. E posso te dizer q não só a unversidade está nesse rítimo mas os cursos técnicos tb. Pq os professores que me dão aula hoje foram formados por essa academia adoecida. É preciso ter coragem pra assumir o fracasso e vc foi muito corajoso. Microrrevoluções abrem fissuras neste mololito. E por essas fissuras mina água.

  • @naoreparaabagunca1
    @naoreparaabagunca1 Год назад +54

    Esse vídeo foi um presente pra mim! Estou na graduação, fazendo veterinária na melhor universidade da América latina e sou a primeira da minha família a conseguir entrar em uma faculdade pública e a segunda a sequer entrar pro ensino superior, por isso eu já entrei com uma cobrança bem grande em cima de mim. Meu objetivo era ter ótimas notas, fazer iniciação científica e conseguir uma bolsa de intercâmbio no 4° ano. Meus dois primeiros anos foram EAD por conta da pandemia, voltamos presencial no 3° ano, que era considerado o pior da graduação e tudo como se nada tivesse acontecido. Consegui a minha iniciação científica, mas sem bolsa, então tinha que trabalhar em um restaurante das 17h até às 2h da madrugada nas sextas e sábados pra ajudar a me manter, a minha orientadora não dizia o que eu deveria fazer na minha pesquisa e eu achando que isso era o normal também não conseguia pedir ajuda porque pensava que "eu deveria saber fazer isso, é a minha obrigação, se todo mundo consegue eu tenho que conseguir também". Nesse ano (4° ano) muitas questões pessoais aconteceram que me abalaram, mas eu segui tentando me manter em um ritmo de faculdade integral, acreditando que daria conta de fazer a minha IC, tentando subir as minhas notas e também com os rodízios (é como o internato da medicina) e com tudo isso comecei a me questionar se eu seria uma boa veterinária. Comecei a ter um medo terrível de fracassar e de que as outras pessoas me vissem como um fracasso e fui ficando cada vez mais desanimada. No primeiro semestre, não consegui tentar a bolsa para o intercâmbio e reprovei na matéria que mais me esforcei durante toda a graduação e isso significaria que o sonho do intercâmbio não iria mais acontecer. No segundo semestre eu já estava completamente perdida, desanimada e sem esperança de nada, não conseguia ir pra aula e várias vezes não conseguia nem fazer coisas básicas como me alimentar e arrumar a casa. Na faculdade tranquei três matérias e reprovei em mais 4, mas o que pra mim foi a materialização do meu fracasso foi não conseguir entregar minha iniciação e ter que conversar com a minha orientadora.
    Foi horrível chegar no final e ver que eu falhei em tudo o que me propus, mas também ver o quanto eu acabei com a minha saúde física e mental tentando seguir um ritmo que eu nunca fui feita pra seguir.
    Felizmente estive fazendo terapia durante esse ano todo e no meio do ano comecei a ser medicada, no próximo ano vou conseguir diminuir o ritmo, estou procurando outros médicos pra cuidar da minha saúde física que eu deixei abandonada nos últimos dois anos.
    Quando entramos no mundo acadêmico somos ensinados a tratar aquilo como se as nossas vidas dependesse SÓ disso, que somos o nosso currículo e temos de sacrificar tudo pelos nossos sonhos e não é uma opção falhar. Mas e quando a gente falha? Eu havia passado os últimos 6 anos da minha vida me preparando para o intercâmbio, aprendendo a língua e indo atrás de certificado, fazendo estágios pra conseguir pontuação, procurando iniciação desde o primeiro ano, e quando chegou naquele momento eu não consegui porque me perdi no caminho tentando ser alguém que a academia quer.
    Esse vídeo me foi um presente porque me mostra que eu não fui totalmente culpada pelas coisas que deram errado e que está tudo bem procurar outros caminhos quando a gente vê que tem algo que não é pra nós. Muito obrigada pelo vídeo. ❤

    • @Donaelaine13
      @Donaelaine13 Год назад +16

      Minha querida, eu me vi na sua história. Sinta-se abraçada. A vida é MUITO MAIS do que a faculdade, a pós graduação e a pesquisa. E as coisas não precisam nem devem ser tão sofridas. Se perdoe, se acolha, faça as disciplinas no seu ritmo, segurando as pontas como der, enquanto se cuida. A sua versão do futuro vai te agradecer e ter muito orgulho do que você está fazendo agora. Um abraço!

  • @M4rin4TS
    @M4rin4TS Год назад +43

    Depois de ter "fracassado" no mestrado tentando chegar à defesa por 2x, eu percebo hj - após entrar para a estatística dos pós-graduandos depressivos, devidamente medicada e de bem comigo - que o verdadeiro fracassado é esse sistema moedor da humanidade e saúde mental das pessoas. Um dia, talvez, eu volte para ele, mas atualmente não tenho um pingo de vontade ou pressa. Tô curtindo a paz do meu "fracasso" e esse alívio gostoso que ele dá mesmo.

  • @ojuorum
    @ojuorum Год назад +217

    Larguei a graduação em 2019, foi a mesma sensação, tranquei por 6 meses e decidi não voltar, mas o peso de assumir aos outros que foi uma escolha era maior do que a própria decisão. Só quem passou o inferno sabe.

    • @eueueu-z5y
      @eueueu-z5y Год назад +27

      Sempre fui considerado um ótimo aluno na escola e isso por si só ja fazia com que todos criassem muita expectativas sobre mim. Entrei numa universidade pública e so aguentei 2 anos até sucumbir. Daí fica o dilema : como contar pra todos que desisti do curso?

    • @larabezerra6313
      @larabezerra6313 Год назад

      ​@@eueueu-z5yTambém passei por isso.

    • @S1moniBotoon
      @S1moniBotoon Год назад

      Larguei uma também.

  • @carolinalimamiranda914
    @carolinalimamiranda914 Год назад +56

    Tbm fui desligada do meu doutorado por um atraso de um mês de entrega em dois artigos de duas disciplinas, mesmo com laudos médicos atestando meu TAG... ah, se eu tivesse gravado os horrores que a coordenadora me falou, qualquer um se chocaria com a crueldade. Meus colegas de pós votaram a favor da minha expulsão. Eu estava pesando uns 46 kg , e eles disseram " vai pra casa, comer um arroz e feijão, se cuidar" . Isso já faz uns cinco anos também. Depois eu fui aprovada como profa. substituta e por mais que eu amasse dar aula, a diretoria sequer me avisou qndo meu contrato foi encerrado antes da hora pelo retorno da profa. efetiva. Descobri que não trabalhava mais lá porque não recebi salário, enquanto fazia os planos de aula do próximo semestre. Depois disso, eu decidi me afastar do espaço da universidade pública, o espaço que eu tanto amo.

    • @LuizaCarla-r6m
      @LuizaCarla-r6m Год назад +10

      Misericórdia, você foi extremamente desrespeita. Sem comentários. Receba meu abraço!

    • @janainamattosfaria5819
      @janainamattosfaria5819 5 месяцев назад

      Nossa, sinto muito Carolina.

  • @tfcrdz
    @tfcrdz Год назад +157

    É só trocar “universidade” por quase todos os mercados de trabalho atuais, e seu relato se encaixa perfeitamente 😢
    Me identifiquei 100%, e nunca nem fiz uma mera pós-graduação

    • @MuroPequeno
      @MuroPequeno  Год назад +92

      Faz sentido. A lógica de produtividade que impera na universidade é a mesma lógica de produtividade capitalista que impera em outros domínios, né. Acho importante a gente também mapear isso pra entender que não estamos falando de lutas diferentes entre si. Brigada pelo comentário! 😉

    • @ceciliafcf93
      @ceciliafcf93 Год назад +38

      Eu fiz faculdade em federal e hoje atuo no setor privado. Pela minha experiência achei a universidade um ambiente infinitamente mais tóxico. Os alunos de pós graduação não tem direitos, professores fazem o que bem querem

    • @Teletubbo89
      @Teletubbo89 Год назад +23

      Importante mesmo esse debate. Pra não cairmos num discurso de que o problema é a universidade, pura e simplesmente.
      Tenho lido sobre o assunto, ainda de maneira superficial, e visto sobre o quanto a universidade foi capturada por essa lógica e o objetivo de fazê-la atender às demandas do mercado.
      Então, não mata a universidade, privatizando, mas começa a fazê-la funcionar de forma que ela perca seu lugar de construção de conhecimento e vire esse moedor, destruidor de subjetividades.

    • @thiagomfdn
      @thiagomfdn Год назад +23

      A comparação é valida, mas com muitas restrições. A começar pela garantia de direitos. Por pior que seja o ambiente tóxico de uma empresa, o trabalhador ainda sai com mais direitos trabalhistas do que um pós -graduando. As agências de fomento, como regra geral, exigem o dinheiro da bolsa de volta, em caso de não entrega da dissertação ou tese. Nenhuma empresa faz isso. O assédio moral em empresas pode ser objeto de processos judiciais na Justiça do Trabalho, mas o trabalho acadêmico nem é visto como trabalho no Brasil. Dentro da universidade, a situação de dependência a esses professores estrela é tão ampla e disseminada que ninguém nem cogita um processo. Vivi os dois mundos, setor acadêmico público e setor privado e estou preferindo bastante o privado

    • @Teletubbo89
      @Teletubbo89 Год назад +11

      @@thiagomfdn garantia de direitos não porque a empresa quer, né. Porque a lei impõe rs

  • @rayanneoliveira6711
    @rayanneoliveira6711 Год назад +78

    Isso é tão verdade. Entrei no mestrado e a primeira coisa que um amigo me comentou foi: "O mestrado é que nem um relacionamento abusivo. Só te faz mal, te bate e tu ainda quer continuar". Na hora a gente riu mas foi exatamente assim. Todo o processo foi terrível. Não tem um momento que você se sente aliviado no processo. Mesmo nos momentos de lazer você sente culpa por não ta produzindo, além de todo ambiente acadêmico hostil.

    • @Lightdesu987
      @Lightdesu987 Год назад

      Não há metáfora mais incrível pra definir o mestrado do que um relacionamento abusivo. É 100% isso

  • @Lidiane1018
    @Lidiane1018 Год назад +531

    Eu sou uma mulher cis e branca, da periferia do Rio de Janeiro. O acesso à Universidade Pública foi um divisor de águas na minha vida. Eu era uma adolescente idealista e escolher um curso pensando em piso salarial, empregabilidade e profissionalização soava como algo egoísta. Assim, escolher Ciências Sociais, me pareceu o certo para alguém que queria mudar o mundo; como se mudar o mundo fosse, por exclusão, não ter interesses pecuniários ou mercadológicos. Fui para UFRJ e encarei um curso elitista e com conteúdos obsoletos. Me julguei durante anos por fazer essa escolha, como uma grande burrada. Depois do mestrado, vendo alguns/mas colegas seguindo para doutorado, achei que poderia ser o meu caminho. Mas algo também dizia que não era. Passei em um processo seletivo para ser professora em uma faculdade privada no interior do Rio. Ali a ficha caiu. Para o mercado da educação superior privada, quem tem doutorado é mais precarizado do que propriamente valorizado. A diferença salarial entre especialistas, mestres e doutores/as nem é significativa, mas quando acontecem cortes orçamentários, os/as primeiros/as a serem demitidos/as são os/as doutores/as. Alguns/mas colegas chegaram a mentir sobre ter mestrado e/ou doutorado porque os/as com a especialização somente tinham maior chance de continuarem empregados/as. Então, conclui que fazer doutorado era algo ilógico e contraproducente. Ademais, no meu histórico acadêmico, as oportunidades pareciam mais uma troca de favores e menos um processo seletivo idôneo, democrático e transparente. Como mulher, ficava indignada e consternada em ver minhas colegas sendo assediadas sexual e/ou moralmente por esses professores-celebridades, que usam do poder não porque são velhos safados, mas porque sabem que essa violência e constrangimento são garantias de manutenção do trabalho intelectual não remunerado. E essas mulheres eram quem? Mulheres negras e periféricas. Minha área acadêmica é academicista, parece que a única e melhor oportunidade é ser professora universitária. Mas vendo tantas pessoas com doutorado e pós-doutorado adoecidas, desempregadas e sem oportunidades, conclui também que a conta não fecha. Mesmo podendo soar conspiracionista, acho que esse adoecimento é um projeto, de uma violência psicológica que só sobrevive quem no entendimento da academia são os/as melhores. Não fazer doutorado foi uma das melhores decisões da minha vida. Trabalho hoje com algo que tem seus desafios, mas com salário e direitos trabalhistas que me dignificam mais do que uma bolsa de doutorado. Enfim, a universidade tem que remunerar muito melhor seus/as pesquisadores/as, além de oferecer creche, plano de saúde e outras tantas assistências. Na situação atual, há uma exigência de produtividade, que ao em vez de ser causa e consequência de valorização, é a condição de vulnerabilização de um monte de gente que entrou na Universidade Pública com sonhos de mudanças social e também pessoal. Obrigada pelo relato, @muropequeno!

    • @victorlima4018
      @victorlima4018 Год назад +18

      Maravilhoso seu relato, nunca tinha pensado assim

    • @SergioBSilva85
      @SergioBSilva85 Год назад +23

      Que relato ❤ extremamente necessário e poderoso! Precisamos falar sobre ambientes que nos adoecem e nos educam

    • @thalesdsilva1524
      @thalesdsilva1524 Год назад +10

      Obrigado pelo seu relato, fez-me pensar tanto. Estou terminando o mestrado em Economia aplicada e sinto-me assim.

    • @agda_raquel
      @agda_raquel Год назад +43

      Vivi a mesma coisa em outra área de conhecimento. Terminei a graduação e engatei no mestrado pq parecia a decisão lógica. Adoeci no mestrado por conta da pressão absurda em produzir e quando chegou o final, vi os colegas seguindo pro doutorado mas me detive porque só via uma "indústria" (mesmo sendo universidade pública) de fazer doutores que não são absorvidos no mercado, que estão ali só pra continuar fazendo a máquina da pós graduação rodar. Uma galera que pula de fase em fase até o posdoc e que chega aos 40 anos sem nenhum vínculo empregatício e ultra especializada de tal forma que vira um ponto contra a contratação dessas pessoas por qualquer outro lugar que não seja a universidade.

    • @gabrielvargas5668
      @gabrielvargas5668 Год назад +21

      Seu relato vai ao encontro do que se passa na minha cabeça. Meu atual objetivo de vida (meu sonho, na verdade) é fazer um mestrado e dar aula no ensino superior. Mas desde sempre tive claro na minha cabeça de que eu não iria direto pro doutorado assim que terminar o mestrado. Pretendo arrumar um trampo primeiro, e só quando eu me sentir minimamente estabilizado eu vou atrás do doutorado ao mesmo tempo em que dou aula. Tenho muito medo de ser um doutor sem emprego e sem passar em concurso, por causa dessa realidade mesmo que você descreveu

  • @cimello4092
    @cimello4092 Год назад +13

    Mano, essa história da menina que emagreceu é algo que eu sempre bati muito. Pq a educação precisa ser assim? Pq ela precisa arrancar o couro e a saúde dos alunos? Pq não pode ser prazeroso, desafiador, mas saudável? E não estou falando só de pós-graduação. Tô falando do vestibular, do Enem, das escolas de ensino médio e fundamental. Pq naturalizamos que estudar é sinônimo de sofrer?

  • @larissacarvalho1748
    @larissacarvalho1748 Год назад +63

    A graduação de engenharia numa federal foi muito difícil e me atravessou em tantos pontos de gatilho e vulnerabilidade e quando eu cheguei no clímax do sofrimento mental no sétimo semestre, eu ouvi de professores que muita gente ali na universidade tinha depressão e estavam dando conta pq eu não estava conseguindo? E eu terminei esse curso com muito peso e apoio de amigos e familiares. Entrei uma pessoa e saí outra, valorizo quem eu me tornei, mas eu não posso considerar ok tudo o que eu passei pq só eu na minha pele que sei a dificuldade que foi. A dor não é bonita, a gente é que põe flor na ferida. Frase brega, mas que faz muito sentido pra mim.

    • @ednaveiga
      @ednaveiga Год назад +6

      Também pensei na graduação. Foi difícil. Ainda me culpo por não ter rendido o que deveria. Enfim, preciso de terapia. 😢😢😢😢

    • @lianelocatelli4981
      @lianelocatelli4981 Год назад

      Eu acho que é por isso que nós que fizemos universidade pública defendemos tanto ela, temos que amar o carrasco senão ele não se justifica. Até hoje vejo formandos em universidade particular, que eu mesmo cursei depois e penso: sabe de nada inocente!

  • @maxmilianomartins1342
    @maxmilianomartins1342 Год назад +19

    A verdade é a seguinte: Para ter sucesso na vida acadêmica você precisa ter um padrinho ou madrinha. Tenho dois mestrados e oito tentativas de ingresso ao doutorado. Em duas entrevistas os professores tiveram a cara de pau de me perguntar se eu conhecia alguém que pudesse orientar a minha pesquisa. Um ambiente totalmente clientelista e feudal.

    • @aparecidocardoso7914
      @aparecidocardoso7914 Год назад +3

      Sim.

    • @Aitneics
      @Aitneics 29 дней назад

      E para concurso é pior ainda, pois precisa ter influência para a banca te por para dentro. Realmente a área acadêmica no Brasil precisa de uma reforma.

  • @isabellas1612
    @isabellas1612 Год назад +113

    Eu precisava tanto desse video!! To chorando. Que bom te ouvir! Eu estou no mestrado, tem sido tão difícil. Me sinto culpada porque tenho sofrido tanto, aquela coisa de "se outros conseguiram por que eu não to conseguindo?". Sinto que deixei tanto de mim de lado pra conseguir me manter nos prazos e ficar com notas altas. Semana que vem é minha qualificação, nem sei o que espero. Não vejo a hora de me livrar desse peso e defender. Esperam que eu siga pro doutorado, afinal "eu tenho tudo". não sei se quero. tenho medo de "sumir". Sinto que virei monotemática, só penso na minha pesquisa. Minha vida social sumiu, meu relacionamento anda estranho.
    Achei lindo você dizer que conseguiu ver outras possibilidades e conseguiu se descobrir. É justamente isso que eu quero, sabe?? É esclarecedor e até parece meio absurdo, mas ouvir alguém dizer "ei, tem vida fora da academia!!" é reconfortante e me deixa mais tranquila. Muito obrigada ❤

  • @gabrieldelman1928
    @gabrieldelman1928 Год назад +14

    seu video caiu como uma luva pra mim. to começando agora no mestrado, entrei completamente animado e apaixonado pela minha ideia de pesquisa. e, aos poucos, o corpo docente foi quebrando a minha felicidade e a da turma inteira. um clima hostil, violencias sistemicas, um programa completamente desorganizado e descomprometido com o ensino, uma briga de ego o tempo inteiro. sinceramente, nao entendo. ouvi semana passada que o "ambiente acadêmico é assim mesmo", que o "ambiente acadêmico é pesado mesmo". mas gente, precisa ser? a academia que se diz tao progressita, tão reflexiva-crítica, não consegue parar e pensar sobre como é hipócrita e contraditório o que se ensina x o que se pratica? como vc bem falou, a luta antirracista, antiLGBTfóbica, anticapacitista não pode ficar só numa retórica dentro de um vácuo. tudo isso requer AÇÃO. só que os corpos que ocupam o espaço acadêmico não precisa acionar nada disso. por isso a violência é cíclica e vai se perpetuando ao longo dos anos. muito triste. a perda é deles.

    • @marianagomes8607
      @marianagomes8607 Год назад +4

      A pergunta q nao qr calar " precisa ser assim?"

  • @diego.caetite
    @diego.caetite Год назад +51

    Olha, além de todo o sofrimento psicológico você sair da pós-graduação com uma mão na frente e outra atrás, desempregado e desalinhado em todas as esferas. NÃO VALE A PENA!

  • @laMllecuisiniere
    @laMllecuisiniere Год назад +16

    Você é muito corajoso em se abrir desta forma. Vou compartilhar umas reflexões que fiz sobre o assunto recentemente!
    Só alguns detalhes antes de tudo:
    1. Estou no doutorado fora do Brasil. Todo o meu percurso acadêmico (licenciatura, mestrado e, agora, o doutoramento) foi feito em outro país
    2. Evito mencionar o local para evitar comparações de "melhor e pior".
    3. Ao ingressar no doutorado, dois colegas brasileiros também entraram, eles com experiências acadêmicas inteiramente brasileiras.
    A orientadora de mestrado da minha colega brasileira, que veio do Brasil para cá fazer o doutoramento, apenas leu a introdução e conclusão da dissertação dela. Isso me levou à questionamentos sobre a dinâmica acadêmica no Brasil.
    A minha colega ainda me contou que teve de escrever 200 páginas no mestrado, enquanto eu escrevi 40. Essas discrepâncias me levaram a refletir sobre a possível conservadorismo na academia brasileira, talvez visando elitismo para um grupo específico.
    Meus colegas brasileiros ainda me contaram que, nas suas universidades brasileiras, quem escolhe o tema da pesquisa é o orientador e também é o orientador que escolhe quem quer orientar. Aqui onde estudo, pensamos no tema, começamos a ler algumas coisas e daí então conversamos com os professores pertinentes para sugerir orientações. Para minha sorte, minha orientadora do mestrado é a mesma do doutoramento.
    Onde estudo, após uma reforma há duas décadas, desenvolveu-se um sistema que busca salvaguardar a saúde dos estudantes, tornando o ambiente mais democrático. Apesar de críticas ao modelo, reconheço que funciona bem para a maioria dos estudantes. É claro que há preocupações com prazos, leituras, recolha de dados, apresentações... Mas tudo aqui que é pertinente a atividade de investigação e não sobre assédio.
    Compartilho isso para estimular reflexões sobre a necessidade de reformas e democratização na academia brasileira, aprendendo com experiências bem-sucedidas internas e considerando modelos externos bem-sucedidos.

    • @odisseu5082
      @odisseu5082 7 месяцев назад +1

      Muito bacana seu relato. No doutorado onde vc faz, qual é o número mínimo de páginas? Tb acho nossas universidades muito conservadoras nessas questões. Por exemplo, a ideia de já apresentar um pre-projeto na seleção, sendo que a gente pode mudar de ideia durante o curso. Então sao coisas assim que acho complicado

  • @caroldepaula8635
    @caroldepaula8635 Год назад +13

    Parabéns pela sua coragem em se expor! Sou uma mulher negra fazendo doutorado no sul dos Estados Unidos e enfrentando preconceito racial em absolutamente todas as áreas da vida, dentro e fora da academia, questionando as milhas escolhas e esse processo, mas seguindo, diante das possibilidades que podem se abrir por ter um doutorado nos EUA. Acho que o adoecimento do mundo acadêmico se dá em diferentes contextos, países e culturas. Talvez, por isso, a mudança necessária seja mais intensa e profunda.

  • @marciavargas2300
    @marciavargas2300 Год назад +10

    Eu estou fazendo graduação em Artes Visuais (bacharelado).
    Infelizmente, me vi neste vídeo.
    Comecei minha graduação com tesao, mas atualmente só quero concluir. Já tive vontade de trancar, mas não queria me sentir fracassada novamente, já que, anteriormente tranquei o curso de Letras. E não me arrependo de jeito nenhum!
    Tenho uma colega-charuto (insuportável e intragável) que em duas oportunidades me disse de modo sutil que era alienada da sociedade. Da primeira vez, fiquei paralisada e a última respondi firme. A toxicidade ocorre entre colegas e professores com alunos que nos veem como futuros concorrentes.
    Ainda não sei se farei outra graduação ou se farei outros cursos sem estar ligado à universidade que me tragam mais prazer e felicidade.
    Em vários momentos, me senti burra, estúpida, ignorante e nunca boa o suficiente.
    Em algumas disciplinas tive a sensação que eu era a única diferente no pior sentido da palavra, pois "fazia perguntas " consideradas pelos outros como básicas, já que tinha a obrigação de ter bagagem cultural. E tu tem razão, é criado um pacto de silêncio tácito e compactuado com todos, onde um aluno ou um grupinho é visto de modo sempre positivo.
    Porém, num dia me "senti vingada".
    Numa disciplina, o professor explicava e explicava, e eu não entendia nada. Tinha passado mais ou menos 30min de aula. Então, resolvi perguntar - porque toda vez que fazia alguém ria.
    Disse que não havia entendido nada e que não sabia o que perguntar, porque o conteúdo era muito difícil pra mim. Sabe o aconteceu? Todos riram. Resolvi dessa vez, ignorar porque afinal de contas, eu pago uma mensalidade cara e eu tinha que fazer valer o meu investimento.
    Então, o professor perguntou:" mais alguém não entendeu?" Todos em silêncio, até que um a um falaram que não haviam entendido.
    Nesse episódio, compreendi que devo ser minha própria amiga e não dar importância pro comportamento alheio. Muitas vezes, somos criticados por sermos mais autênticos.
    Sim, tanto na universidade quanto em espaços culturais têm este tipo de comportamento mesquinho. Eu ainda me sinto mal, mas eu procuro me afirmar internamente e não deixar que os outros me diminuam. Realmente, é um trabalho árduo.

  • @falcongomes9035
    @falcongomes9035 Год назад +23

    Em 2020 no auge da pandemia laguei o desejo de continar no doutorado e a sensação foi a mesma que vc relatou: alívio. Nao me arrependo nem 1 segundo da decisão. Com 1 ano de curso as cobranças eram muitas e, em troca, as aulas eram muito fracas em termos de dedicação dos próprios professores. Tinhamos que publicar artigos, organizar encontros, grupos de leitura, mediar lives de casa, manter a revista do laboratório e ainda tinhamos que a cada 15 dias dar satisfação a orientadora sobre o andamento da pesquisa. Que pesquisa? Se concomitante a isso tinha o meu trabalho. Sofri assedio de um professor que me reprovou na pandemia por não ter feito o estágio de observação numa disciplina que nunca existiu. Ao tentar conversar com os professores estes se colocam como deuses inacessíveis ficando inviavel a solucao de problemas simples. Em resumo 90% da produção científica dentro das universidades é irrelevante, formada por um aglomerado de tecnocratas do ensino superior que alimentam o próprio narcisismo quando se colocam no lugar de vanguarda do pensamento. Uns poucos se salvam. Hj agradeço pelo fracasso acadêmico e vejo que a academia não é o único espaço de validação do saber.

  • @brunomedeiros6570
    @brunomedeiros6570 Год назад +43

    Obrigado por esse vídeo e parabéns pela coragem. Sou mestrando e a entrada pelas portas da pós graduação se deram junto a um processo jurídico que implicava diretamente a realidade da minha família: a ameaça do encarceramento do meu pai por um crime que ele não cometeu e o fim da fonte de renda da nossa família. Naquele momento nenhum de nós estava empregado e eu não tinha bolsa, o que significava ter que assistir aulas, me locomover, me alimentar, atravessar os dias, cumprir prazos enquanto o mundo ao meu redor desmoronava e eu me culpava por ser um peso. No final do período o julgamento do meu pai passava por um momento decisivo e, apesar de não ser advogado, fui designado a função de montar uma defesa. Uma defesa boa suficiente para livrar meu pai de ser condenado. Paralelo a isso eu tinha a responsabilidade de entregar um artigo de dez páginas para cumprir uma disciplina. Atividade essa que me dediquei por meses a tentar executar mas fui incapaz até os últimos 3 dias entre choros e esgotamento. Apesar do esforço que vejo hoje como sobre-humano, ciente da minha situação a professora da disciplina me deu uma nota abaixo da média pois não era "exatamente aquilo" que ela queria e lamentou a situação da minha família, mas não me livrou da reprovação. Mesmo ciente de que minha família não tinha fonte de renda, estávamos passando por um complicado processo jurídico e planejando vender todos os nosso bens sem certeza alguma do futuro. Ela escolheu reprovar um aluno que não faltou nenhuma aula, apresentou todos os seminários, discussões, leu todos os textos e entregou a atividade final apesar das condições, mas não "exatamente" como ela queria. Por meses me senti culpado, incapaz e não merecedor de estar naquele espaço. Senti, como você falou, que muitas outras pessoas atravessavam situações como essas ou até piores e conseguiam concluir suas obrigações e que eu era fraco. Hoje vejo o quão cruel fui comigo mesmo e o quanto aquele fracasso foi importante para minha própria humanidade e que sou muito mais do que aquelas dez páginas e penso diariamente em tudo o que a academia me ensinou a não ser. Acredito que seu relato encorajará muitos outros estudantes que passam por sofrimentos nesse percurso. Forte abraço

    • @nomadegalatico
      @nomadegalatico Год назад +18

      Não se culpe por ter sido cruel consigo mesmo. Só é a nossa reação "natural" diante do que a sociedade nos faz acreditar sobre sucessos e fracassos. Obrigado também pelo seu relato e por ter se libertado dessa visão.

  • @Brenda-ng2ny
    @Brenda-ng2ny Год назад +20

    Obrigada pelo vídeo. Fui a primeira pessoa da minha família a entrar em uma universidade. Me formei, mas não foi nada fácil. Durante a minha formação eu vi a minha saúde física e emocional definhar. Sofri assédio sexual duas vezes por professores diferentes. Os dois tinham grande influência no curso e na área. Sai da faculdade e me deparei com o desemprego. Não consegui ingressar na área pois na minha área de formação e no local onde moro, vc só consegue emprego se tiver família influente. E eu não tinha. A minha ficha sobre isso só caiu após formada. Ingressei numa pós graduação pois imaginava que isso me facilitaria a abrir portas. Hoje em dia sou autônoma e não atuo na minha área de formação. Ganho quase o mesmo valor que ganharia atuando na área e o meu único arrependimento foi não ter começado a empreender assim que terminei o ensino médio

  • @veruskatavares2308
    @veruskatavares2308 Год назад +9

    Obrigada por seu relato, Murilo! Me identifico demais com sua fala: eu fracassei no mestrado e também foi na terapia que percebi os atravessamentos do racismo e outros tipos de violência que me alcançaram nas orientações e bancas. Meu sentimento foi inicialmente de vergonha por não dar conta de concluir a minha escrita dentro da pandemia, sendo profissional de saúde e tendo que lidar com toda a sorte de mudanças de contexto na pesquisa (que era de campo) além das próprias incertezas do período. Passei vários meses em silêncio, fugindo dos colegas que queriam me ajudar com a minha paralisação na escrita, mas eu não queria admitir nem pra mim que não estava conseguindo. Hoje está mais claro que, diante do sofrimento intenso que o processo me gerou, o melhor neste momento foi desistir da academia para reafirmar e fortalecer minha saude. Ainda estou lidando com as falas de: "parece que você só quer o título, mas não quer o esforço pra consegui-lo" ou "o seu texto não se caracteriza como uma dissertação, sua escrita não é acadêmica"... como se só existisse uma forma correta de escrever. Enfim, meu abraço solidário!

  • @heraldoalcantaradeandrade2042
    @heraldoalcantaradeandrade2042 Год назад +20

    Murilo, vc certamente não se lembra de mim, mas estudamos neste mesmo programa de pós-graduação nesta mesma época que você relata no vídeo (quando eu entrei no mestrado, você estava no doutorado), acho que te vi pessoalmente umas duas vezes no grupo de estudos e não sabia desse acontecimento narrado aqui. Muito obrigado por esse vídeo. Muito obrigado MESMO. Estar naquele programa foi gratificante, mas certamente foi uma das experiências mais violentas pelas quais eu passei (até pensamentos su1c1d4s eu tive e ainda desenvolvi uma crise de ansiedade que me persegue até hoje). Entre professores extremamente grosseiros, elitistas, colegas de classe totalmente competitivos - o que é uma contradição, pois as pessoas que fazem parte deste programa se colocam como solícitas, altruístas, etc. - , talvez tenha conhecido ali pessoas que eu conto nos dedos da mão que eu realmente desenvolvi afeto e segurança - pra não dizer alívio - de estar perto. Até te ouvir aqui, eu pensei que era uma impressão apenas minha, consolidada na minha insegurança e na famosa síndrome do impostor. Lamento por sua dor, seus traumas, e espero que você possa superá-los. Muito obrigado pelo lembrete do fracasso, pq realmente, quem (só) ganha em ambiente tão hostil como aquele, ou está tomando vantagens de todas as formas ou então faz coro com a opressão e não sabe. Mais uma vez, muito obrigado. Esteja bem

  • @lucas005pe
    @lucas005pe Год назад +30

    Obrigado pela sua partilha. A vida acadêmica é mto difícil. Eu TB tenho MTA dificuldade de falar dos meus fracassos, no mestrado foi a primeira vez q reprovei numa matéria. Eu tinha terminado um relacionamento, tava mto mal, e ao mesmo tempo achando q não ia dar conta e me autossabotei, e fui colar numa prova de uma disciplina e por isso tirei zero e reprovei na pior matéria do curso. Foi horrível. Minha orientadora me deu uma chance (pq por isso eu poderia ser desligado do curso), mesmo com outros professores q com certeza não recomendaram, e sei q.fikei mal visto. Mas aos trancos e barrancos defendi minha tese, mto orgulho de ter conseguido e de ter aprendido MTA coisa e confiado mais em mim. Mas Até hj tenho vergonha desse fato, vida acadêmica é foda, e pós graduação nem se fala.
    E a quem interessar, recomendo forte um livro; neoliberalismo e sofrimento psíquico: o mal estar nas universidades.

  • @felipebarroso1242
    @felipebarroso1242 Год назад +25

    Eu larguei meu mestrado (no finalzinho, inclusive) quando percebi que não ia fazer diferença nenhuma em relação ao mercado de trabalho. Intelectualmente falando, ajudou um pouco, mas eu mesmo consigo me desenvolver melhor, intelectualmente, fazendo minhas leituras sozinho (sem prazo e sem pressão por produção a qualidade das minhas leituras deu um salto enorme), às vezes participando de alguns debates online, etc. Ou seja, largar o mestrado foi a melhor decisão que eu tomei: teria sido pior ter me formado e pego o diploma pra no final continuar frustrado (como eu já vinha me sentindo desde o final da graduação). Sem falar que a orientadora não estava nem aí mesmo, a impressão que eu tinha era que ela nem ia ler meu trabalho.. a sensação era de que no mestrado tudo parecia uma farça, então pra que seguir me enganando né..

  • @camilasanfer
    @camilasanfer 6 месяцев назад +2

    Cara eu acho você muito corajoso e inteligente demais. Você não é um fracassado. O Sistema sim fracassou com você.
    Muito sucesso e saúde mental pra ti.

  • @Larissa-wi9kj
    @Larissa-wi9kj Год назад +128

    Ah e mais uma coisa: queria enfatizar o sucesso que existe no fracasso. O sucesso em resistir a todas essas violências, não aceita-las nem normaliza-las, de se prioriza, talvez priorizar suas relações, sua saúde etc...

  • @flaviogura
    @flaviogura Год назад +48

    Eu passei por processo semelhante ao fracassar e não concluir a gradação. Tanto por problemas pessoais como os prazos e exigências da faculdade culminaram no meu abandono. Eu dizia pra mim mesmo que eu não iria dar mimha alma pelo curso (dar prioridade total e não ter vida social como alguns professores comentavam que seria necessário porque bacharelado em fisica era assim mesmo) porque minha vida valia mais. Demorei demais pra elaborar tudo mesmo com terapia e até hoje tento lidar com os traumas (inclusive tenho pesadelos fazendo provas). Acolho seu fracasso e fico feliz que você saiu vivo dessa. Abraço carinhoso pra você e todos os que estão nessa situação ❤

    • @gabriellopesgarcia7241
      @gabriellopesgarcia7241 Год назад +5

      Entendo você, perfeitamente. Passei por processo semelhante e comecei a odiar o departamento de física, embora meu gosto pela ciência. Os cursos de Física parecem ser dos mais violentos contra os alunos, tenho a impressão de que é uma cultura institucional arraigada e valorizada nesse meio.

  • @CarlosSilva-yt2ve
    @CarlosSilva-yt2ve Год назад +208

    Como servidor em uma universidade federal na pós-graduação, gostaria de compartilhar minha perspectiva sobre a realização de mestrado e doutorado. Infelizmente, minha experiência me leva a desencorajar essa escolha, não apenas devido aos impactos na saúde mental, mas também devido ao esforço substancialmente subvalorizado. Recentemente, tivemos um concurso para docente com uma vaga disponível, e surpreendentemente, 76 doutores competiram por ela. Infelizmente, suspeito que o concurso tinha carta marcada para um candidato específico. Com base na minha experiência, sugiro que, se vocês têm paixão por estudar e pesquisar, considerem buscar oportunidades em concursos públicos. Além de proporcionar uma remuneração mais atrativa do que a obtida como professor com doutorado, esses cargos oferecem uma carga de trabalho mais equilibrada, e a exigência é apenas uma graduação. Vale a pena considerar essa alternativa como um caminho mais recompensador e estável.

    • @MariaLaura-xy3km
      @MariaLaura-xy3km Год назад +77

      Essa carga horária mais equilibrada, ele tá falando de outros concursos sem ser pra professor

    • @avnereriksen
      @avnereriksen Год назад +16

      ​@@nadia__macho que você precisa ler com mais atenção sobre o que o colega disse aí no comentário principal...

    • @Pedro-ul1gr
      @Pedro-ul1gr Год назад +6

      ​@@nadia__mlê direito o comentário

    • @sunny9240
      @sunny9240 Год назад +8

      @@nadia__m Que mico

    • @jacquelinevasconcelos9356
      @jacquelinevasconcelos9356 Год назад +2

      Obrigada pelo abraço na alma ❤ estava/estou precisando.

  • @pedromeriguetti5714
    @pedromeriguetti5714 Год назад +2

    Gente, estava precisando MUITO assistir isso.
    É incrível ouvir um relato tão sincero e acalentador sobre você e sua trajetória acadêmica, eu no mestrado atravessei muitos esses problemas e me vi muitas vezes nesse lugar de impotência, de desilusão, de quebra de expectativa de uma pesquisa que eu estava muito ansioso e animado de fazer, e simplesmente você chega no final e não vê sentido em nada daquilo.
    E sim, a academia não é o único espaço de produção de saber, diria até que existem outros muito mais potentes. Ver seu relato me conforta de uma forma inenarrável, pois muitas vezes pensamos que "fracassamos" nesse lugar da universidade, mas de certa forma no fundo sabemos que aquilo não fazia sentido naquele momento, e que esses problemas endêmicos da academia perpassam por várias pessoas que desejam estar lá pesquisando, pois sim é uma paixão de muita gente que lá está. No fundo sinceramente não acho um fracasso não ter concluído, e sim apenas foi uma interrupção de algo que você não se encaixava de alguma forma. E em muitas outras searas você é potência, está no seu cerne.
    Parabéns por seu acolhimento sincero e justo sobre esse processo, com certeza irá ajudar muitas pessoas assim como me ajudou.

  • @vanessaoliveira254
    @vanessaoliveira254 Год назад +10

    Esse video de tocou de um jeito... Estando no mestrado e sentindo a maioria dessas angustias. Nossa, foi impossível não chorar

  • @nomadegalatico
    @nomadegalatico Год назад +20

    Eu gosto muito da reflexão: "o que é fracasso?".
    Fracasso para mim, era adoecer mental e fisicamente durante minha graduação em Universidade Federal. Durante a pandemia, percebi que aquilo não me fazia feliz, não me satisfazia e não era pra mim. Logo, abandonei o curso nos últimos períodos. A vida acabou me apresentando outros caminhos, hoje estou no mercado de trabalho. Em muitas situações, não é muito diferente da situação acadêmica. Então não tem muito para onde corrermos, vamos sofrer, mas eu prefiro sofrer do jeito que eu escolhi e não do jeito que disseram que eu devo.
    Em resumo, para mim foi um sucesso, pois tive experiências maravilhosas que me fizeram amadurecer e criar responsabilidade. Eu não seria quem eu sou hoje sem essas experiências.
    Obrigado pelo vídeo! Em breve vou tentar fazer um video relatando a minha experiência também e o que aprendi com ela com mais detalhes.

  • @rebecalinhares81
    @rebecalinhares81 Год назад +7

    Muito obrigada mesmo por esse vídeo. Me sinto muito sozinha no meu fracasso. Às vezes parece que só eu estou ficando "pra trás", sem conseguir acompanhar o ritmo do mundo, das coisas. Eu tenho meu tempo e ele não acompanha a velocidade absurda de entregas que precisamos fazer no dia-a-dia sem deixar os atravessamentos realmente nos atravessarem. Estou tentando fazer as pazes comigo nesses momentos de desespero que não me sinto alguém "digno" de existir por não ser uma máquina de produção. Obrigada por falar sobre isso. Obrigada mesmo!

  • @joaobrandjr
    @joaobrandjr Год назад +7

    I hear you and I see you by looking at myself !!!! E olha que venho de uma outra geração, onde ainda nem se cogitava a pauta “ saúde mental” . Terminei meu doutorado traumatizado e desde então a academia não se encaixa nas minhas necessidades “supra-estruturais”. Tornei-me um educador “alternativo”, viajei o mundo inteiro criando, implementando e às vezes apoiando financeiramente projetos populares - de onde os recursos vinham de minha habilidade em falar alguns outros idiomas fluentemente & fotografia - e só assim vim me sentir útil sem a hipocrisia da máscara acadêmica . Pode ser muito bom para outras pessoas , mas para mim não funcionou . O ponto super positivo em tudo isso é que me tornei um homem questionador , investigador , inquieto e acima de tudo um homem tolerante . Espero que você também se encontre de forma positiva e produtiva , ao longo de sua jornada . Hugs from New York City.
    PS. Eu era um brasileiro do norte do país - Belém do Pará - em uma universidade branca ( Universitat de Barcelona ), onde ignoravam quem quer que não fosse do Rio ou São Paulo - e eu fiz USP, considerada a melhor universidade na A.L - e conectavam a minha imagem diretamente com as dos retirantes dos quadros de Portinari . Anyways !

  • @tatianealvesmacedo8278
    @tatianealvesmacedo8278 Год назад +16

    Meu querido, eu passei por algo parecido. Fiquei doente. Mas logo após o desligamento eu fiz uma nova seleção e entre novamente (nem briguei, não tinha força). Aproveitei tudo, todos os créditos e até a qualificação. Agora estou me curando e finalizando a tese. Se precisar de ajuda, conte comigo. Abraços

  • @brunomartinsfoca
    @brunomartinsfoca Год назад +30

    Não é só na academia, é no mundo corporativo tb, no meu último emprego eu adoeci e no final fui ver que eu estava reproduzindo tudo que eu abomino, que é competir com outras pessoas, mas eu estava engolido no modelo/metodologia e nem percebia, hoje 2 meses depois da minha demissão eu agradeço, sei lá que ia acontecer comigo naquele inferno, fracassar me deixou feliz na alma e isso não tem preço, força. ❤

    • @Lidiicalita_
      @Lidiicalita_ Год назад +5

      No meu último emprego eu sofri assédio e sai com depressão. É triste mas é a realidade…

    • @Aitneics
      @Aitneics 29 дней назад +1

      ​@@Lidiicalita_o país ainda tem essa cultura exploratório muito forte.

  • @lumafelic
    @lumafelic Год назад +6

    O alívio é muito comum. Desistir é um ato de coragem diante de um massacre psicológico.

  • @AnneCaroline-7
    @AnneCaroline-7 Год назад +31

    Terminei meu doutorado também com muitas feridas acadêmicas. Desisti de ser pesquisadora e hoje estudo para concurso, porém, para uma área totalmente diferente da qual levei anos me qualificando.

    • @odisseu5082
      @odisseu5082 7 месяцев назад

      Caramba! Qual sua área?

    • @AnneCaroline-7
      @AnneCaroline-7 7 месяцев назад

      @@odisseu5082 sou Geógrafa com doutorado em Ecologia.

  • @carolinabello1618
    @carolinabello1618 Год назад +9

    Seu vídeo é extremamente necessário. Ainda estou cursando minha graduação, mas todo dia eu penso nos comentários que ouvi quando um colega da Engenharia se atirou do prédio no meio do campus de noite, dizendo que "era normal, que de cinco em cinco anos alguém se atira no prédio da engenharia". Eu não curso Engenharia, mas essa perspectiva de desistir é uma constante na minha cabeça. É um absurdo como é normalizado e incentivado o adoecimento mental dos estudantes, mesmo nos cursos que dizem ser mais "largados" como é o estereótipo das humanidades. Eu também planejava cursar até o pós-doutorado quando entrei, virar professora universitária e tal, o kit completo. Agora quero sair correndo de lá toda vez que entro na sala. Eu já decidi que não quero continuar lá e já deixei bem claro pros meus colegas da minha decisão, sinto olhares de julgamento e estranhamento quando percebem que não estou brincando ou sendo irônica.
    E essa questão "quem é que consegue permanecer na universidade" é realmente o ponto principal. Quem permanece sempre é uma classe social e econômica que se beneficia daquele abuso, e não sofre tanto com as demandas absurdas de produtividade pois sua sobrevivência, alimentação, transporte e moradia já estão garantidos e facilitados. Eles tem acesso a terapia e tratamento particular. Enquanto que os alunos de baixa renda tem que calcular se vão gastar com a passagem ou com o seu remédio.
    Enfim, eu só queria agradecer mesmo, pois não ouvimos relatos de "fracassos" acadêmicos quando estamos dentro da universidade. Qualquer pessoa que desiste é envolvida de julgamentos, comentários de pena que acabam sendo subvertidos em piadas pelos professores as vezes até como um exemplo "ruim", do tipo "não sejam que nem fulaninho, que surtou e desistiu de tudo". Eu não vejo isso como um "fracasso", pelo contrário, eu vejo como uma vitória pessoal. Pois você sobreviveu tudo aquilo e ainda conseguiu reconhecer o quanto aquilo lhe fazia mal. Infelizmente na sociedade em que vivemos um fracasso acadêmico é uma vitória pessoa, afinal qual é o valor da academia perante às nossas vidas? Ao nosso bem-viver e estado de paz mental? à nossa saúde física e relações e conexões que perdemos no caminha acadêmico?

  • @alectaei3
    @alectaei3 Год назад +5

    Sinto sua dor daqui, me solidarizo com você. Também sofri bastante na pós graduação, ouvi diversos absurdos e saí adoecida, com a mente esgotada. Passei alguns anos sem conseguir sequer ler livros não acadêmicos (e eu amo ler) e até hoje, mesmo tendo concluído meu mestrado, não quero ouvir falar da minha pesquisa. A universidade adoece muito é, como vc bem falou, uma máquina de moer gente.

  • @lauraorioli167
    @lauraorioli167 Год назад +34

    No doutorado tive uma aula sobre o que o orientador espera do orientado, e claro que "entregas e prazos, dedicação, qualidade e proatividade" vieram à tona, e em meio a isso eu disse "só queria lembrar que muitas vezes não entregamos resultados em função de sobrecarga de trabalho, stress, assédios morais e sexuais que sofremos"... Torta de climão a parte, fracasso é como o sistema continua sem uma resposta para esse tipo de situação, sem espaços de denúncia, protegendo professores, e ainda cobrando do aluno (e para quem é bolsista e desiste - ainda tem que devolver o dinheiro que recebeu...).

  • @lauraduarte751
    @lauraduarte751 Год назад +6

    Você falou exatamente o que passei na universidade, fiz graduação na área da saúde, sentia sempre uma cobrança exagerada de alguns professores para os alunos seguirem na área de pesquisa, pois você só é competente se tiver artigos publicados, participar de pesquisas científicas, fazer estagios extra curriculares e aprender inglês, mas o que me deixava profundamente infeliz com a universidade é que na teoria sempre rolava aquele discurso de que "somos uma universidade humanizada" mas na prática era completamente diferente, existia muita disputa entre alunos e senti que aquele lugar não era para o pobre que vai para faculdade de manhã e depois trabalha até as 11 da noite todos os dias da semana, terminei o curso com muito custo mas fiquei tão traumatizada que preferi não seguir na área.
    Você foi maravilhoso por compartilhar isso com a gente, pois quando vou falar sobre isso com alguém é sempre muito difícil. Obrigada ❤

  • @viniciuslourencolinhares4276
    @viniciuslourencolinhares4276 Год назад +2

    Há um caminho imenso, no Brasil, para reconhecimento de mestres e doutores, docentes ou não. Com exceção do nível federal, estados e munijcípios não estão nem aí pra titulação. E nem estimulam os estudos. Assim como muitos aqui, passei pelo mestrado e doutorado. Felizmente, fui muito feliz na academia e, especialmente, com minha orientadora, a professora Ivete Walty. Nunca vi tanta ética e seriedade em uma professora pesquisadora. Ela orientava verdadeiramente. Não sofri nenhum tipo de assédio por parte de nenhum docente. O momento de maior aperto foi quando, num dos atos do Bozo, a universidade teve algumas bolsas travadas, incluindo a minha. Enfim, pareço ser exceção e conheço, de fato, várias desilusões acadêmicas: falta de orientação, pressão insana por publicação, etc, etc, etc. Sigamos bem na medida do possível. E, sim, há muito o que mudar na academia!!!!

  • @yjujubss
    @yjujubss Год назад +11

    entrei na faculdade em 2015, larguei em 2017 e entrei em outra em 2018 e ainda não acabei. mesmo agora, perto de acabar, me sinto um fracasso por estar demorando tanto tempo, me culpo pelo tempo que não passo estudando. gostei muito do seu vídeo, obrigada por compartilhar

    • @renatasoares3139
      @renatasoares3139 Год назад +4

      eu entrei na faculdade em 2015 e vou sair em 2024. Me sinto um fracasso por isso, mas ao mesmo tempo me sinto vitoriosa! Sobrevivi a um pai narcisista, diversos tipos de violência em diversos ambientes diferentes, um namoro de 7 anos com um narcisista também, sobrevivi a tudo isso SOZINHA. Eu tinha trancado a faculdade durante a pandemia e investi em me cuidar e voltei a estudar... desde então dei conta do recado, estou estudando muito e me preparando pro mercado de trabalho, ganhei uma bolsa de pós por ter tirado a melhor nota do ENADE do meu curso... eu fracassei muito, muito, mas eu sabia que isso tinha mais a ver com todas as outras merdas da minha vida primeiramente. Hoje estou começando a vencer, vencer meus medos, meus limites, e bom, eu levei muito tempo pra isso, mas eu estou feliz, por mais que eu fracasse, eu já venci em muitas coisas!

    • @renatasoares3139
      @renatasoares3139 Год назад +4

      Espero que não se culpe por isso, eu entendo que é dificil porque eu ainda faço isso comigo também, mas não é uma faculdade que vai te dizer se você é um fracasso ou não. O que tem de gente FRACASSADA como pessoa, como profissional e que é bem sucedido na vida é brincadeira. Então assim... ninguém precisa saber que você demorou a se formar ou o que seja, se estudar pra você faz sentido, continue!

  • @iguana-quantica
    @iguana-quantica Год назад +5

    Primeiramente, parabéns pela coragem de falar sobre isso publicamente. Seu vídeo me trouxe de volta para a época que eu fiz mestrado durante a pandemia.
    Quando você falou sobre não aguentar a pressão da vida acadêmica eu lembrei de uma coisa que meu orientador (tive sorte de ter um bom orientador) me disse no meu último ano do mestrado. Ele disse que eu tinha perfil para pesquisa e que conseguia cumprir prazos. Eu agradeci pelo elogio, mas por dentro eu sabia do que eu precisei fazer para atender essa exigência. Por isso que eu acho importante olhar para quem "aguentou" o processo e o que eles conseguiram tirar disso: tiveram aumento salarial? Trabalham na área? São valorizados? Sei que muita gente não gosta de pensar no dinheiro como primeira recompensa para um processo desses, mas eu acho que a gente precisa começar a questionar a academia sobre o retorno financeiro que ela pode trazer em custa da nossa energia e saúde mental.
    Hoje eu penso que até quem "consegue" terminar, da forma que for, sente o fracasso de alguma forma. Acho que a academia, da forma como é estruturada hoje, é feita para produzir pessoas "fracassadas", independente de conseguirem terminar o mestrado, doutorado, de trabalhar na área, de ser valorizado, etc... . Quem termina se sente fracassado porque não entregou um trabalho da forma como queria ou não entregou o trabalho que queria. Pensando na perspectiva dos professores universitários, seja ele carrasco ou não, é importante nos lembrarmos que um dia essa pessoa foi alguém como nós, que tinha paixão e interesse pelo o que ele fazia. A academia também tira daqueles que "conseguem".
    Por fim, acho que é muito importante ninguém se comparar com ninguém, ainda que a primeira vista isso seja muito difícil, ainda mais na nossa sociedade de mercado extremamente competitiva.

  • @royojisan
    @royojisan Год назад +23

    Obrigado...não sei falar mais nada além de agradecer por compartilhar isso. To me sentindo mais humano.

  • @roseoppermann6439
    @roseoppermann6439 Год назад +7

    maravilha de depoimento, me fez relembrar minhas lutas internas no mestrado....e a desistência do ingresso no doutorado.obrigada..

  • @victorrosa3312
    @victorrosa3312 Год назад +3

    Tudo tem seus motivos. Se vc estava esgotado, era porque de fato você não queria mais. Talvez o programa ou a orientação pese... Eu sofri muito no mestrado e tenho mágoas significativas do programa e dos docentes, do ambiente... Altamente tóxico! Mas hoje sigo no doutorado feliz, num programa ótimo e com orientação magnífica! Não imaginava viver um doutorado feliz e tá sendo. Vida que segue! Tudo se ajusta!

  • @LoguolSjxa
    @LoguolSjxa Год назад +3

    PQP parabéns pela coragem de expor esse relato sensível. Tenha a certeza de que mta gente se identificou... Deu vontade de te dar um abraço.

  • @derci_desgosto
    @derci_desgosto Год назад +4

    Que video necessário! Muito lindo ver vc abrançando seu fracasso me inspirou a olhar pros meus com mais carinho. Fiquei pensando que o próprio ambiente da internet é repleto de cobranças de produtividade de conteúdo pra nao ser esquecido pelo público, puxa muito difícil! parece que nao tem como fugir 🥲

  • @megaflare2009
    @megaflare2009 Год назад +19

    Voce não tem ideia do quanto essa sua fala é poderosa e o quanto ela me atravessou. Tenho passado por um processo similar no mestrado e o meu, diria que o nosso, sofrimento é solitário. é de noites não dormidas, da sindrome do impostor, de abrir mão da vida social e amorosa por algo que hoje nem sei pra que serve. Obrigado por existir!

    • @hellenlins
      @hellenlins Год назад +3

      Já te adianto, serve pra nada

    • @BrunoSantos-oy7rt
      @BrunoSantos-oy7rt 6 месяцев назад +1

      @@hellenlinsO pior é produzir tanto e saber que ninguém vai ler aquilo.

  • @fernandaquilicimola2402
    @fernandaquilicimola2402 Год назад +6

    Ai, muito obrigada por este vídeo. Eu abandonei meu doutorado, no último capítulo da tese, pois me encontrava no mesmo lugar que você. Em alguns momentos, ainda sou atravessada pelo trauma e vergonha de ter 'fracassado'.
    Se eu pudesse sentar e conversar com você, ou qqr outra pessoa que desistiu ou pensa em desistir, diria que:
    Por favor, não chame sua escolha (ainda que passiva) de desistir de fracasso.
    Sim, você foi 'desligado' da universidade, mas quem se desligou primeiro foi VOCE. Seu corpo teve a inteligência de te adoecer para te proteger da violência. Parece contraditorio, mas se conscientemente você nao teve condicoes de tomar essa decisão e sair daquele inferno (até porque, a lavagem cerebral é a maior ferramenta desse sistema), seu corpo foi maravilhoso e, ao te adoecer, te protegeu.
    Portanto, retome a narrativa: você desistiu de um ambiente e sistema abusivo. Isso é poder e SUCESSO, não fracasso.
    De uma forma bem paradoxal, adoecer foi um ato extremamente saudável e salvou sua vida, assim como a minha.
    Um abraço muito apertado com muita gratidão

  • @GILDourado-GD
    @GILDourado-GD Год назад +8

    Essas foram as palavras mais responsáveis que eu ouvi em 2023 fora as do meu psicólogo, há uns meses venho notando que a academia não é pra mim, não porque eu nao seja suficiente, mas porque eu não tenho as condições necessárias para sustentar isso, essa pressão e essa rotina. Sinto seu abraço e lhe retorno outro, pois tive que desistir de muitas coisas e até mesmo nos êxitos na Academia tive a impressão de estar perdendo, a cada êxitos se excluí o direito de sofrer. O que mais me dilacerou na universidade foi ver a desvalorização do cientista no Brasil, ao mesmo tempo a hipocrisia progressista no campo político, mas suas palavras me deram outro olhar, um olhar mais empático, estrutural, o que sinto agora é alívio, é a libertação da culpa por não querer seguir, talvez um outro momento, mas agora estou no limiar pendendo para o ódio e não quero perder essa paixão. Muito obrigada por sua coragem, um dia conseguirei verbalizar para os próximos, por enquanto seguirei buscando outras alternativas.

  • @Camilodigiorgi
    @Camilodigiorgi Год назад +5

    Eu saí do Brasil pra fazer meu doutorado. Caí com uma orientadora preconceituosa, narcisista, desumana, outsider, que só queria se aposentar, mas isso eu não sabia. Fora que essa lógica de competição, de performance é absurda aqui no Canadá. 5 anos depois, apesar de todos os meus esforços, me vi com um tema completamente alterado, que não me dizia mas nada, num ambiente daninho, frio, mecânico e, no fundo, medíocre, humanamente medíocre, povoado por gente amarga e solitária. Saí. Abandonei com muito pesar, com sentimento de derrota, mas o tempo me disse que havia sido a melhor decisão. O que me salvou foi a minha vida social, meu marido, que foi a luz da minha vida aqui. Sabendo que eu amo estudar, voltei à graduação, multidisciplinar feita de coisas que eu gosto. Me disse : não vão matar meu prazer pelo saber e vou fazê-lo à minha maneira. Julga-se muito facilmente na Universidade. O que era pra ser um espaço absorvente, de idéias, seres e estares diversos, virou uma fábrica fria e mecânica. Acabou a erudição, o encanto e a originalidade. Só vi operários médiocres que se odeiam.

  • @uedsonneves5267
    @uedsonneves5267 Год назад +7

    Esse vídeo é tão necessário, mas ao mesmo tempo foi tão doloroso de assistir. Enquanto você falava meus olhos iam enchendo de lágrimas e eu ia me lembrando do quão difícil está sendo estar em "uma das melhores da América Latina". Muito obrigado pelo seu relato e pela coragem de compartilhar isso com a gente. Sinta-se abraçado!❤

  • @cadeomarcio
    @cadeomarcio Год назад +20

    Bom dia Murilo, eu queria dar um testemunho de algo positivo que experienciei no meu PPG (de Artes), so pra, talvez, dar a esperança pra quem ve a academia toda de forma ruim, tem alguns (poucos, infelizmente) momentos bons.
    Defendi minha tese mes passado, depois de 6 anos e 4 meses ter ingressado, foi em 2017, nao tive um centavo de bolsa, tive que trabalhar e pesquisar. Meu ppgartes era nota 4 e tinhamos a cobrança absurda por produçao.
    No entanto, quero ressaltar que a grande maioria dos professores do nosso programa foram os primeiros a se sentirem sufocados pela pressao academica (a qual vi de perto na minha orientadora), e ao inves de cobrar dos alunos, eles se viram como iguais com os discentes naquele sistema opressivo, entao começaram a criar formas de ajudar a produçao dos alunos, usando do que podiam.
    Minha orientadora usou nao somente do conhecimento, mas da entrada dela no circuirto da arte pra levar seus orientandos a expor, escrever e comunicar artigos, participar de eventos, ela assinava para dar o peso de ter uma doutora, mas chamava quem podia ajudar na produçao pra assinar junto; assim como ela outros professores fizeram o mesmo, entao veio a pandemia e a pro-reitoria de pesquisa e o programa trabalharam juntos na mediaçao com a capes pra olhar praqueles pesquisadores que estavam enfrentando problemas mentais-emocionais durante o isolamento, olharam caso a caso e puderam extender prazos, sempre com muito respeito.
    Houveram alguns deslizes, sim, maioria pequenos e pontuais (alguns, pesados, afetaram pessoas perto de mim), mas o saldo geral foi bem positivo, hoje estamos nota 5, lutamos muito por essa nota, mas so conseguimos pelos alunos, professores e secretaria, nos unimos pra alimentar o sucupira e sair caçando as produçoes dos alunos e professores.
    Ainda hoje tenho medo desse sistema que se mostra muito opressivo e criticado por todos no ppg por focar mais em quantidade que qualidade, mas so conseguimos seguir nele quando todos, docentes e discentes, conseguem se ajudar.
    Sei que nao e a realidade da grande maioria dos PPGs no Brasil, mas queria deixar esse relato so pra dizer pra quem esta sofrendo sem apoio que outra forma de lidar com esse sistema e possivel.
    Desculpa o comentário longo.

  • @MahBarreto1
    @MahBarreto1 Год назад +20

    Estou muito feliz de você conseguir fazer esse vídeo que com certeza é muito importante pra você. Eu parei a escola no Segundo ano do Ensino médio e me sinto muito burro, não pelo fato de eu ser realmente burro, mas pelo que esperam de mim. Esperam ou que eu seja fracassado, ou que eu seja um preto que venceu na vida e conseguiu passar por todos os obstáculos do racismo tendo uma validação acadêmica que me coloca em um grau de superioridade intelectual. Então sempre que eu faço algo inteligente, se surpreendem, sempre q eu faço algo ruim, me julgam. É aquilo, não temos o direito de errar, pq se errar é um monstro e se acertar é surpreendente e capa de reportagem que romantiza a desigualdade pq aquela pessoa que não tinha chances, conseguiu. Isso vem do emocional também, mas esse emocional não faz deixar de existir razão, pq essa parte emocional que só a gente q sofre racismo sente, é lúcida, firme, material e existente. É o Ponto de partida!

    • @nativaindocil
      @nativaindocil Год назад +2

      "sempre que eu faço algo inteligente, se surpreendem, sempre q eu faço algo ruim, me julgam" - perfeito! isso sempre aconteceu comigo!

  • @grazyellefonseca920
    @grazyellefonseca920 Год назад +6

    A vida acadêmica é muito difícil mesmo. Consegui atravessar todos os níveis, mas foi um momento difícil emocionalmente devido à instabilidade financeira da carreira. Você não é fracassado na academia, o aprendizado a gente leva para sempre com ou sem diploma. Boa sorte na jornada.

  • @marcoptera
    @marcoptera Год назад +3

    Pós graduação é a sensação de um 🐭 correndo em uma roda. Nos dedicamos, ouvimos frase como "vida social é luxo" atendemos a prazos surreais e uma remuneração com praticamente nenhum direito trabalhista. Concluindo, o mercado não vai absorver tantos pesquisadores, a melhor opção pra quem ja está nessa jornada dos estudos é virar a chave para concurso público, pois pelo menos nos ensinar a estudar e pesquisar, a universidade foi eficiente.

  • @thiagocavalcanti6175
    @thiagocavalcanti6175 Год назад +10

    Que vídeo PODEROSO, Murilo. E era algo que eu precisava ouvir de verdade, que foi bem num ponto central.
    Eu estou num laboratório e desde a graduação estava orbitando esse espaço acadêmico e vendo esse caminho natural (muitas vezes pregado como "certo") de emendar tudo, um atrás do outro. E eu não estava preparado (por n questões), e foi MUITO difícil dar um pause.
    Graças a minha família, eu tive oportunidade de poder dar essa parada enquanto eu tratava da minha saúde mental, mas as agressões nesse espaço são muitas vezes tão sutis que acabam se passando por invenções da nossa cabeça. Claro que eu tinha as duas coisas.
    Hoje, depois de ANOS, eu consigo dar uma piscadela pro meu "fracasso". Aprendi que não foi fracasso priorizar minha saúde mental, mesmo que isso vá contra a cartilha da Academia.
    Hoje, estou cercado pessoal e profissionalmente de pessoas INCRÍVEIS, um ambiente acolhedor que, infelizmente, segue sendo um ponto fora da curva, algo que eu tenho que me referir como sorte.
    É muito importante vídeos, depoimentos, ações e trabalhos como o seu para ajudar a esclarecer isso e começar a mudar esse paradigma.
    Sempre tem que ter aquela primeira pessoa que vai falar, aquela pessoa que aceita outro pedaço de bolo quando todo mundo quer, mas tem vergonha de pedir. E muito obrigado por ser essa pessoa. Muito sucesso e mais importante: muita felicidade e muita paz pra você ❤

  • @fredericocontarini9358
    @fredericocontarini9358 Год назад +7

    Murilo, seu relato é arrebatador. Essa ideia de experimentar outras coisas por causa de um solavanco da vida é uma mistura de tristeza e redescobertas de novos limites que, pra quem consegue ir administrando e vislumbra outros caminhos, traz muito crescimento. As vezes é bom se livrar de paixões nas quais a gente se perde por anos. A gente também tá falando da consequência de escolher profissões tão cedo, somos outros adultos e isso é bom demais da conta.

  • @erikamesquita3985
    @erikamesquita3985 Год назад +8

    Receba meu abraço de uma doutora que foi demitida de um emprego público, porque eu questionava sobre isso que você disse maravilhosamente. Eu fui demitida sem justa causa (hoje a 6 anos e com causa na justiça a ser julgada, sabe-se lá quando) e ainda lido com as dores desta puxada de tapete, mas estou me redescobrindo, e como disse, lidando com as dores …… abração querido! A universidade é foda e sim, é uma máquina de moer gente.

  • @juh.oliveira.s
    @juh.oliveira.s Год назад +13

    Parei de romantizar a graduação e tê-la como um sinônimo de vencer na vida, porque é isso que a nós jovens pobres nos é vendido.
    Entendi que a vida acadêmica de pós-graduação é pra quem tem condições, ou sorte, ou de bancar o sofrimento de se abdicar da própria saúde e de muitas coisas na vida pra chegar nesse lugar de doutor, como se fosse isso que completasse você como ser humano. Desisti da jornada acadêmica e de romantizá-la por compaixão por mim e pela minha saúde mental. Terminarei a graduação por questões de capital cultural e por gostar muito da área e também porque se já está muito difícil com, imagine sem.
    Não vou deixar que essa jornada tão violenta me machuque tanto quanto já machuca.

  • @loryenipsum
    @loryenipsum Год назад +15

    Lindo vídeo! Outro dia conversava com um amigo também da academia, sobre gente que publica 10, 15 artigos por ano... e eu lá quero ser esse tipo de gente? eu não, haha.

  • @Zaham1949
    @Zaham1949 Год назад +2

    E então, de repente, não mais que de repente, o algorítmo me manda esse vídeo provavelmente depois de ler minhas reiteradas negativas quanto aos vídeos de fofocas e afins. Tudo isso pra me dizer, através de sua experiência, que apesar de amar a pesquisa e desejar ansiosamente estar inserida nela, constatar por livre experiência que Grande parte do mundo acadêmico é hostil, frequentado por egos inflados que fragmentam os que não tem tanto ego pra gastar. Foi um vídeo importante pra mim.

  • @marinamariats
    @marinamariats Год назад +8

    Vou agradecer ao fracasso por trazer você de volta ao meu feed! Fazia tempos que não recebia vídeo seu e vendo esse, percebi o quanto me fez falta.

  • @profarenata9326
    @profarenata9326 Год назад +2

    Amei seu depoimento. Irei compartilhar. Parabéns pela coragem!

  • @glaucianebs
    @glaucianebs Год назад +1

    Legal. Vc se abracou , se acolheu. Otimo ! Fico feliz por vc ! Agora vou assistir a parte 2 do video. To gostando.

  • @Anthropoboard
    @Anthropoboard Год назад +4

    Parabéns pelo vídeo e pela coragem de falar sobre um assunto que ainda é um tabu enorme dentro da experiência universitária. Muito se fala sobre a expansão do acesso nas universidades, e de fato é importante que isso seja implementado e seja cada vez mais ampliado em direção à diversidade de pensamentos na construção do conhecimento científico e acadêmico no nosso país. Mas na maioria das vezes a gente esquece o quanto a nossa geração está sendo submetida a um regime de precarização, de diminuição das verbas, de desencorajamento... Falta estrutura, falta apoio à permanência estudantil, faltam as condições mínimas para a execução do trabalho, ao mesmo tempo que sobram as cobranças excessivas, os assédios, os discursos meritocratas e neoliberais que culpam-nos como indivíduos pela anomia social em que estamos todos submetidos. É triste, mas que nossas experiências de fracasso nos sirvam para discutirmos e refletirmos sobre os rumos, não só da vida acadêmica em nosso país mas de tudo o que é afetado por essa ideologia hegemônica que só tem gerado adoecimento nos nossos corpos.

  • @jullieanne4042
    @jullieanne4042 Год назад +18

    Eu saí do mestrado por saúde mental e é muito difícil ter pessoas pra conversar sobre isso. No meio acadêmico nunca se fala como a gente fica acabado e desgastado. Amo a pesquisa, morro de saudade, mas o meio é insalubre.

  • @carolbalt
    @carolbalt Год назад +5

    Murilo, que video bonito. Nao existe vergonha alguma em não ter tido as ferramentas necessarias para lidar com os atravessamentos que vc sofreu. Que coragem voce falar dessa maneira. Que importante essa sinceridade. A universidade é sim um ambiente violento e infelizmente nem sempre temos as ferramentas necessarias - nessa hora é importante nos acolhermos, ne? Saiba que sou professora universitaria e durante muitos anos usei os seus videos em sala de aula. Ou seja, do seu jeito, voce esta presente sim na vida academica! Um abraco apertado!

  • @michelebrito8683
    @michelebrito8683 Год назад +10

    Cara você é corajoso, não se culpe por nada que aconteceu nesse período do mestrado. Gostei dos seus posicionamentos. Tu não és um fracassado. Sinta-se acolhido. Fique em paz.

  • @FernandoBuson
    @FernandoBuson Год назад +1

    Querido, muito obrigado pelo seu relato. Passei por abusos semelhantes na minha graduação e abusos do mesmo grau, mas em outra esfera, no caso a corporativa. Tive 2 crises de Burnout e hoje passo por Transtorno de Estresse Pós-Traumático pelo o que sofri. É importantíssimo reconhecermos nosso fracasso, mas sem deixar de também reconhecer a nocividade de pessoas terríveis à nossa volta. Faço votos pelo seu sucesso onde quer que deseje ser bem sucedido e que aqueles que lhe fizeram mal reconheçam como não foram responsáveis por isso. Um abraço.

  • @gustavomelofa
    @gustavomelofa 2 месяца назад +2

    19:00 O fracasso não é só seu, mas da instituição. Os representantes da sua instituição pensa que não pode ser responsabilidade pelas suas próprias falhas.

  • @sidneidantas
    @sidneidantas Год назад +2

    Obrigado pelo vídeo! Me identifiquei com quase tudo, e passei por muitas dessas reflexões sobre o meio acadêmico. Eu terminei meu doutorado, mas depois de vários concursos fracassados para professor universitário, descobri que nunca tinha me preparado pra vida profissional, simplesmente porque eu não queria ser professor, só achava que queria! Descambei pra depressão e alcoolismo, e foi extremamente difícil sair dessa situação! Forte Abraço,

  • @marcielesilva3489
    @marcielesilva3489 Год назад +4

    Não sei como vim parar aqui no seu video, mas como foi bom te ouvir, estou no final do segundo ano do mestrado e são dois anos que me peguei extremamente abandonada, ouvi durante esse periodo muitas falas machistas que me deixaram pra baixo e passei por muitos traumas, defendo em março mas com a certeza que a saúde mental está comprometida ao extremo. Obrigada pelas palavras, fico me perguntando por que nós professores precisamos sofrer tanto e no final das contas nem ganhamos tanto dinheiro assim, ganhamos uma miseria, enfim, amo ser professora mas já estou acreditando em novas possibilidades para o próximo ano. Bjinhos.

  • @artemisiana
    @artemisiana Год назад +18

    eu não consegui terminar o mestrado... minha orientadora me destruiu mentalmente, ainda tentei continuar com outro orientador, e a pandemia bateu... hoje estão me cobrando a bolsa e eu me sinto uma fracassada, engordei 50kg e me sobrou pouco amor próprio. Ninguém sabe que eu não concluí, não tive coragem de assumir pra meus amigos... só minha família que sabe... e por ter essa vergonha eu me afastei da vida, porque esse mestrado pra mim era meu maior sonho, era a minha porta de entrada pra um campo que eu sempre almejei... era a chance de ser reconhecida, de tentar emprego no polo tecnológico da minha cidade... era o último sopro de esperança que eu sonhei... e ver que eu não tive estrutura pra aguentar me deixou esse sentimento. o sofrimento de lembrar ainda é bem cru, e não sei se quero realmente me curar... não sei se quero sonhar mais alguma coisa e quebrar a cara, porque parece que é sempre isso que eu faço.

    • @bandadelfut
      @bandadelfut Год назад +2

      estou exatamente na mesma situação! E agora?

    • @artemisiana
      @artemisiana Год назад +4

      @@bandadelfut Não tenho uma resposta pra você, se for o caso de cobrança da bolsa procure a defensoria pública para ter alguma orientação de como proceder. Eu estou argumentando que a Pandemia não me deixou concluir, o processo ainda está rolando.

    • @JUBYY_
      @JUBYY_ Год назад +1

      Estou num processo parecido. Tenho esperança que poderemos nos reinventar, ou transformar nossa paixão por nossas áreas em uma outra aplicação/trabalho. O maior desafio é não colocar nosso valor como pessoa vinculado a nossas carreiras. Outro, é entender que nossos amigos e família não nos amarão menos porque trabalhamos em X ou Y. Provável que você seja alguém muito inteligente, esforçada, e que independentemente do espaço que estiver, vai aplicar essas qualidades e fazer a diferença! Mas sobretudo, desejo que aprendamos a nos pôr em primeiro lugar - nossa saúde física, mental, social e bem estar - e ver a saída da academia como um ato de coragem, amor e honestidade conosco. Sigo também atrás disso... Boa sorte pra nós!

    • @artemisiana
      @artemisiana Год назад +2

      ​@@JUBYY_ é um processo longo, voltei pra terapia e aos poucos vou trabalhando tudo isso.
      Tive 3 casos de câncer/óbito na família e isso também me abalou demais... Sinceramente eu estou vendo a vida e as pessoas de forma tão pessimista que não me vejo mais sonhando, acresidanto em mim ou em qualquer um... amigos? abri mão de todos, família só tem 1 pessoa idosa... sinceramente não vejo futuro nenhum pra mim.
      Você parece alguém que tem empatia e esperança de continuar, e eu desejo do fundo do coração que você supere esse processo de luto e perda e se torne alguém de que se orgulhe no final. ❤

  • @karentamyyamagishi6469
    @karentamyyamagishi6469 Год назад +17

    Nossa sim. Vim pra Portugal fazer minha graduação em Biologia. Era meu sonho ser cientista e estava muito apaixonada. Consegui acabar deixando muito da minha saúde mental pra trás e tenho certeza que o que me fez acabar foi de pensar na vergonha que seria eu voltar pro Brasil sem ter me formado. Agora vejo que não vou fazer nem mestrado, porque o ambiente é tão hostil que minhas vontades de ser uma cientista morreram. Ainda tenho muito interesse na área, mas não estou disposta a continuar me matando de estudar e traballhar pra ser humilhada e não ter a certeza que vou poder entrar no mercado de trabalho.

  • @arturpaiva4881
    @arturpaiva4881 Год назад +5

    Eu fiz o mestrado, não tive um processo tão complicado como o seu, mas vivenciei colegas viverem situações abusivas com seus orientadores. Tentei no processo de escolha e seleção ter bastante atenção na escolha do Programa e do Orientador (uma etapa crucial, quase investigativo rsrsrs), mas mesmo assim muitas coisas fogem do nosso controle. Mesmo tendo um caminho suportável no mestrado eu escolhi não seguir direto ao doutorado, pude ter a oportunidade de pausar essa experiência e viver outras para anos depois (4 anos depois) poder retornar a academia. Muitos vivem essa linha de sair da escola, se jogar no mestrado e no mestrado seguir direto para o doutorado sem um espaço pra respirar e processar todo o processo que já passou. Estamos sempre correndo (terrível) e na academia reproduzimos essa corrida.

  • @rogeriosantos9018
    @rogeriosantos9018 Год назад +7

    Terminei minha graduação e no final dessa graduação terminei uma Pesquisa Científica, nossa, como foi difícil. Esse vídeo é tão importante, só quem vive ou viveu dentro de uma universidade sabe exatamente o que esse vídeo representa.

  • @barbaradealmeida
    @barbaradealmeida Год назад +3

    O RUclips acabou de me recomendar esse vídeo e, meu, que sincronicidade! Estou há cinco anos me recuperando do trauma da graduação, com a aba do processo seletivo do mestrado aberta e... Continuo sem coragem de fazer a inscrição. Muito obrigada, me sinto muito abraçada por suas palavras. Ganhou mais uma inscrita.

  • @TheRafaelSandoval
    @TheRafaelSandoval Месяц назад +1

    Eu demorei 10 ( dez anos) para ter coragem de seguir em um doutorado, escrever um projeto e encarar o processo seletivo. O mestrado simplesmente me traumatizou. Sofri assédio moral por parte do orientador, eu não podia ter um pingo de originalidade e interpretação própria. Ele me dava bronca na frente dos demais. Eu saia do grupo de pesquisa com uma vontade louca de queimar os livros e não querer saber mais daquilo. Depois que eu defendi a dissertação eu não queria passar mais perto da universidade, não queria nem falar o nome dela. Só agora, concursado, com uma filha já crescida e vida estável, que eu consigo pensar nisso de novo. Farei só por ego mesmo, só para terminar minha vida acadêmica. Não tenho interesse em dar aula em universidade, mas gosto de pesquisar.

  • @TailaneMachado
    @TailaneMachado Год назад +21

    Murilo, muito obrigada por esse vídeo hoje. Estou terminando meu mestrado e queria adiantar o fim dele e já engatar o início do doutorado no início do ano q vem, fiz todas as fases do processo seletivo ao longo desse semestre e na última etapa, fase de arguição do projeto, eu fui massacrada pela banca de avaliação. Os profs, incluindo o orientador pretendido, me falaram coisas como o do trecho da Grada Kilomba "mas qual a relevância científica, além claro da importância política/social?". São profs que eu não imaginei que reproduziriam essas violências. Fui aprovada, o resultado final saiu hoje dia 14/12, mas dias atrás eu já tinha decidido não entrar no doutorado nesse momento, não sei se faz mais sentido fazer essa pesquisa nessa universidade (USP), com esse orientador específico, ou se ainda quero fazer o doutorado. O que sei é que vou finalizar o mestrado em março e usar o próximo ano pra me descobrir e me entender fora da universidade. Obrigada por esse vídeo ❤

    • @carlozfilho
      @carlozfilho Год назад +7

      Não deixa eles te oprimirem! Mostra pra eles que é relevante e que sim, é sim ciência! Eles não são os donos da verdade.

    • @RafaelSantos-xl1ut
      @RafaelSantos-xl1ut Год назад +5

      Eu perdi uma bolsa de mestrado há quase uma década, depois de um ano de aulas, enquanto vivia um relacionamento tóxico. Senti um alívio enorme! Fiquei desorientado, mas continuei trabalhando e estudando. Vi tantos colegas em trabalhos exaustivos e mal remunerados. Não queria meu futuro daquele jeito. Gosto de dar aulas eventualmente, mas o ritmo acadêmico é massacrante. Um salve para os sobreviventes!

  • @carolnascimento1203
    @carolnascimento1203 Год назад +8

    Eu tive uma experiência bem parecida, só que no mestrado e, pra não ser expulsa kkkk, eu mesma pedi meu desligamento. E o alívio que veio, meu irmão... Que alívio necessário! Ainda quero um dia tentar novamente, mas sem dúvidas os ensinamentos desse fracasso e desse alívio estão juntos e serão lembrados.