Sensacional! Foi uma grata surpresa me deparar com essa entrevista. Sou leitora persistente e insistente e enormemente admiradora de Coetzee, a meu ver, o maior escritor da atualidade.
não via esta entrevista há tanto tempo, lembro-me depois de comprar " A idade do ferro" e devorar o livro, e depois continuei a lê-lo. Foi ainda antes do autor ganhar o Nobel. série imperdivel, muito obrigada por ter aqui colocado. maria joão
Este homem é ele mesmo, e respeito isso, mas sinto que a ideia dele de que as entrevistas são sem reflexão é bastante errada, todo o programa do belo e da consolação são reflexões de muito tempo partilhadas por pessoas brilhantes e apaixonantes. Para além disso, respeito que ele coloque as dificuldades que coloca ao entrevistador, especialmente porque o faz para se manter ele mesmo e para não desrespeitar aquilo em que acredita, ainda assim torna-se alguém difícil de penetrar, o mesmo acontece nas suas obras. A sua obsessão com a perfeição cria um barreira muito grande entre o leitor e a obra, acima de tudo porque se torna egoísta de certa forma, na medida em que escreve como ofício sem se dar demasiado, demasiadamente pensado e não completamente honesto. Ainda assim é interessante conhecer ou pelo menos passar a saber que existe alguém que experiencia o mundo desta forma. O Belo e a Consolação é o melhor programa que já vi.
Um escritor não é obrigado a ser um orador. Um escritor escreve. A sua visão está contida no que escreve. Aliás, só os escritores medíocres necessitam de dar entrevistas para tentar salvar os seus livros. Os grandes escritores dizem tudo ao escrever. Identifico-me plenamente com a forma de ser de Coetzee enquanto escritor. Para mim, é única que verdadeiramente faz sentido. Abraço.
Acho que a resposta abaixo contempla parte do que queria dizer, mas sinceramente, creio que sua afirmação sobre a obsessão com a perfeição está um pouco equivocada, na medida em que autores como Flaubert, infinitamente mais obsessivos, produzem obras perfeitamente penetráveis. Curiosamente, por não ter essa impressão da obra dele, não posso falar com propriedade sobre sua impressão; mas sugiro que leia Beckett, verdadeiramente impenetrável, e grande inspiração de Coetzee; talvez lá você descubra uma nova dimensão dessa "impenetrabilidade", que pode até ser calculada.
Quando vi ele dar essa opinião fiquei de certa forma muito feliz, pois sinto o mesmo, não abominando a entrevista. As grandes ideias não acontecem automáticas, entrevistas exigem isso, sendo que ás vezes a pessoa sente pressionado. Não é fato que as maiores respostas precisam de tempo?
Sensacional! Foi uma grata surpresa me deparar com essa entrevista. Sou leitora persistente e insistente e enormemente admiradora de Coetzee, a meu ver, o maior escritor da atualidade.
não via esta entrevista há tanto tempo, lembro-me depois de comprar " A idade do ferro" e devorar o livro, e depois continuei a lê-lo. Foi ainda antes do autor ganhar o Nobel. série imperdivel, muito obrigada por ter aqui colocado. maria joão
Ótima postagem, grato pela gentileza.
Grande autor sul africano.
Obrigado pelo vídeo!
beautiful
Obr pela partilha,qual a música do tema de abertura,e tbm a da entrevista com leon ledermann?
Qual a parte do Cravo Bem Temperado tocada no final?
Este homem é ele mesmo, e respeito isso, mas sinto que a ideia dele de que as entrevistas são sem reflexão é bastante errada, todo o programa do belo e da consolação são reflexões de muito tempo partilhadas por pessoas brilhantes e apaixonantes.
Para além disso, respeito que ele coloque as dificuldades que coloca ao entrevistador, especialmente porque o faz para se manter ele mesmo e para não desrespeitar aquilo em que acredita, ainda assim torna-se alguém difícil de penetrar, o mesmo acontece nas suas obras. A sua obsessão com a perfeição cria um barreira muito grande entre o leitor e a obra, acima de tudo porque se torna egoísta de certa forma, na medida em que escreve como ofício sem se dar demasiado, demasiadamente pensado e não completamente honesto.
Ainda assim é interessante conhecer ou pelo menos passar a saber que existe alguém que experiencia o mundo desta forma.
O Belo e a Consolação é o melhor programa que já vi.
Um escritor não é obrigado a ser um orador. Um escritor escreve. A sua visão está contida no que escreve. Aliás, só os escritores medíocres necessitam de dar entrevistas para tentar salvar os seus livros. Os grandes escritores dizem tudo ao escrever. Identifico-me plenamente com a forma de ser de Coetzee enquanto escritor. Para mim, é única que verdadeiramente faz sentido. Abraço.
Acho que a resposta abaixo contempla parte do que queria dizer, mas sinceramente, creio que sua afirmação sobre a obsessão com a perfeição está um pouco equivocada, na medida em que autores como Flaubert, infinitamente mais obsessivos, produzem obras perfeitamente penetráveis.
Curiosamente, por não ter essa impressão da obra dele, não posso falar com propriedade sobre sua impressão; mas sugiro que leia Beckett, verdadeiramente impenetrável, e grande inspiração de Coetzee; talvez lá você descubra uma nova dimensão dessa "impenetrabilidade", que pode até ser calculada.
Quando vi ele dar essa opinião fiquei de certa forma muito feliz, pois sinto o mesmo, não abominando a entrevista. As grandes ideias não acontecem automáticas, entrevistas exigem isso, sendo que ás vezes a pessoa sente pressionado. Não é fato que as maiores respostas precisam de tempo?
Deixa o cara, ué.
Ele precisa se enquadrar nisto?