Vidal Serrano Nunes Júnior, Diretor da Faculdade de Direito da PUC-SP

O dia 8 de janeiro é um dia de reflexão, um dia de triste memória, onde atos golpistas desvaneceram em grande parte a nossa memória democrática, mas ao mesmo tempo, quer dizer, um dia de comemoração, porque ali houve o triunfo da vontade popular, o triunfo da democracia, o triunfo das nossas instituições.
É importante notar que, após a invasão do Congresso, do Supremo Tribunal Federal, a ordem se restabeleceu e, ao mesmo tempo, quer dizer, pôde o STF, em especial, mas ao lado de outras instituições do nosso Estado Democrático de Direito, revelar toda a sua pujança, toda a sua força, todo o seu respeito. Enfim, tudo aquilo que se deve ter num Estado equilibrado. Evidentemente que a questão das interrupções democráticas na América Latina não é um tema novo, já estudado há muitos anos, praticamente todos os países latino-americanos tiveram regimes de exceções, ao longo de sua história, sempre muito significativas, mas aqui no Brasil, depois de mais de uma ditadura, tivemos mais uma ameaça. E essa ameaça agora foi, sim, prontamente respondida.
O direito prevaleceu, a democracia se fez presente e as nossas instituições mostraram o porquê da sua existência. Então, por isso devemos sempre marcar o dia 8 de janeiro como um dia de reflexão, lamentando o episódio, porém, celebrando nossas instituições.