I'm so glad that I found this channel! As another American learning PT/PT, I find your content both entertaining and helpful. Obrigado pelo teu vídeos!
Excelente como sempre, Sacha! Sei que seu foco é mais no português europeu, mas seria possível abordar em um vídeo futuro como se perdeu a distinção entre "L" e "U" finais no português brasileiro? Vi recentemente um vídeo de Getúlio Vargas, e ainda se distinguia os dois sons, e é algo muito recente, nos anos 1930! É incrível o quão rapidamente as mudanças se dão após a invenção do rádio e da TV.
Obrigado! No próximo vídeo desta série vou estar a falar da evolução distinta do português brasileiro, que pode ser que inclua isso mesmo do L terminal. Com certeza, especialmente no caso brasileiro, a mudança linguística ocorre rapidamente a partir de meados do século passado! Observa-se ainda muita transição linguística nos últimos 20 anos no Brasil também.
Getúlio Vargas era gaúcho, do interior do RS. Lá os fonemas são bem conservadores. Tirando talvez a entonação do sotaque, é talvez o mais próximo da pronúncia do português mais arcaico.
Outra característica do sotaque de Lisboa (não sei se é só lá, mas pelo menos lá é) é pronunciar rio (que supostamente tem 2 sílabas "ri/o") da mesma forma que riu (uma só sílaba tornando "io" um ditongo). O mesmo acontece com outras palavras do género como "tio".
Sim! Faz parte natural da tendência (lisboeta) a encurtar e reduzir as vogais, sendo o bissílabo 'io' já por si um conjunto vocálico fraco em português graças à redução de 'o' para /u/ em posição terminal.
Sim senhor! Fico muito contente por saber que um falante não-nativo da língua portuguesa consiga pronunciar muito bem os nossos sons nasais. Tens que fazer um vídeo sobre o 'R' usando um trava-línguas, o mais famoso claro: 'O rato roeu a rolha da garrafa do rei da Rússia.' -> Tenho a certeza que consegues pronunciar :D se não conseguires manda-me mensagem :)
Haha, obrigado e bem-vindo ao canal! O trava-línguas que uso com os meus estudantes é 'O rato roeu a roupa do rei de Roma'. Como mencionei neste vídeo, vou fazer um vídeo sobre a linguística da letra R em português no futuro :)
Wow I'm impressed with all the research you've done here. Parabens! I'm in the US learning EU-PT and little gems like these really help. Muito obrigado pelos teus vídeos!
Thanks, I'm glad you enjoyed! It's definitely not the easiest task learning European Portuguese in the US given all the resources dedicated to Brazilian Portuguese instead, but I'm happy my videos can help!
Evolução linguística me fascina mais do que o aprendizado das línguas si, um dos assuntos que mais gosto, juntamente com familias étnicas e aspectos genéticos
Lembro-me que as consoantes também mudaram alguma coisa, o s/c/x/ch/z/ç/ss distiguiam-se entre elas. O s/z apico tipico do espanhol desapareceram excepto nas beiras, o ch como o "tch" inglês desapareceu quase por completo excepto nalgumas zonas do interior norte, o ç como "ts" desapareceu, etc. Agora misturam-se essas letras todas. O r original igual ao espanhol ainda sobrevive mas cada vez mais raro. E depois temos os acordos ortográficos, que eliminaram o y (systema), ph (pharmácia), h intervocalico (comprehender), consoantes dulpas tipo gg/ff/tt/cc/dd/ll/mm/nn/bb/rh/th/, (castello, affligir, rhyma, commando) etc. E por fim, as consoantes mudas como g/p/c/m/etc (augmentar, hymno, etc). A "orthographia" antiga era mais parecida com o francês e até com o inglês de hoje.
Sim, quanto à mudança nas consoantes representadas pelas grafias s/ss/ç/x/z, mudaram-se antes do período do português clássico, juntamente com vários traços do latim vulgar. Quanto às mudanças de ortografia, pois, não se trata de evolução sistémica da língua em si, senão a forma como a escrevemos. Se calhar faço um vídeo no futuro sobre os acordos e convenções ortográficas pré-AO45!
Thanks so much. This explains a lot. I am just learning Portuguese, and coming from Latin and Italian, I have a lot of trouble with these 'muddy' vowels. I assumed it was French influence and I HATE the sounds of French and don't even try. (As a classical singer, this is something of a problem...I have just totally ignored French repertory)... I don't LIKE the Portuguese vowels, but since I am planning to move there, I will have to deal with them!
Well, thanks for watching, I'm glad I can clear up some things for you! I have lots of videos about Portuguese on my channel that you may find useful, so welcome! I also find it fairly common that people aren't as fond of closed (or muddy, as you put it) vowels, which leads many to Brazilian Portuguese, but European Portuguese has its charm too!
Wow! This video is excelent! I'm discovering your channel and I'm amazed. I wanted to discuss a few issues about vowel reduction: Saying that all unstressed vowels are reduced in Portugal is not the whole truth. There are many words where the unstressed vowel is, actually, completely open. This happens, for example, if there was a etymological consonant that went mute. Unfortunately there is no way to tell from the spelling. Some common examples are: "Aveiro" (from "Alabarium"), "caveira" from "calvarium", "padaria" from "panaderia", "esquecer" from "excadescere", "aquecer" from "ad calescere", "corar" from "colorare", to name a few. This contrast is often erased in accents from other countries. In fact, the way you pronounced "Resende" (from "Redisende" is not how we pronounce it in Portugal. We would pronounce the first E completely open as É. This and other factors create minimal pairs which sound different, such as "a" (the), "a" (to) and "à" (to the), "há" (there is); "aquela" (that one) and "àquela" (to that one); "para" (toward) and "para" (it stops); "pregar" (to nail) and "pregar" (from "predicare" to preach); or "pegada" (grabbed) and "pegada" (from "pedem" footprint) that don't seem to exist in other countries. Sometimes it covers the whole country, but other cases are regional: In the Porto region "vacina" (from vaccina) may have an open A in some accents and the same goes for "pagar" (from a Latin long A). Generally speaking unstressed AI tends to be open in the North and closed in South, as in "caiado", "maior", "Baião". Unstressed AR may be open in Central-South accents, such as in "largada". The vowel reduction is highly inconsistent. You may found totaly open vowels in latin or greek prefixes, as in "teletrabalho", "biodiversidade", "fotovoltaico" or "procurar" (in most accents) and the same prefixes closed in "telefone", "biologia", "fotografia" or "projeto". Some cases are mixed: "economia" and "económico" may come as /i-'kò-n-mi-â/ and /ik-'nò-mi-ku/. "Ecoponto" and "ecologia" may come as /è-kò-'pon-tu/ and /ê-ku-lu-'ʒi-â/ The spelling reform, obviouslly increased the number of these can't-tell-by-the-spelling cases. I think this is quite unique to Portugal. To be fair, maybe Capeverdeans and Santomenses also do it, but it comes hard to hear the contrasts in Angolan and Mozambican speakers. Brazilians often get these vowels wrong when faking accents from Portugal. I hope my comment is useful. You did a great job! very complete!
Many sources describe that many European Portuguese speakers lenite the voiced intervocalic stops /b/,/d/,/g/ into fricatives [β],[đ],[ɣ]. In which accents is it common and which accents lack this? What is your experience? Maybe you could do an extra video about this.
This is certainly a potential topic for a video, thank you! I'm aware that, especially on Wikipedia, PT-EU is treated as though it has full lenition, which I think is not entirely accurate. Of all three, /g/ is very seldom if anywhere lenited to the extreme of [ɣ], /b/ is only lenited in certain parts of the North, and /d/ is very commonly lenited across Portugal.
We certainly do it (between vowels or after R, L or S) in Northern and Central Portugal and some of the islands (definitely not in São Miguel). In "babo", "dado" and "gago", we do the lenition in the second consonant. Traditional southern accents from Alentejo or the Algarve or usualy don't do it. In the North is also common to merge V into the [β] lenition.
Quero parabenizar-te polas explicações objectivas e um bocado distanciadas da centralidade de Lisboa. É bom e justo fazer ver as variedades dentro do próprio português de Portugal, e como foram afetadas pola língua capitalina. Como galego acho isto extremamente interessante, e é muito positivo ter vídeos que mostram como as variedades do norte estão mais próximas do que nós falamos.
Vídeo esclarecedor, baseado em linguística e fatos. É bom pra mostrar a alguns portugueses que pensam que qualquer diferença vinda do "brasileiro" é puramente erro, e que o sagrado português "original" não foi passível de transformações como qualquer língua normal. Parabéns!
Obrigado! De um ponto de vista linguístico é importante sempre procurar os factos e compreender que certas noções populares não são reais quanto à nossa querida língua portuguesa. Sê bem-vindo ao canal!
@@skurinski Sim e não. Segundo a gramática é. Segundo a dinâmica linguística real que a gramática normativa não contempla, é algo comum. Na maioria dos sotaques brasileiros que usam o tu, é aceitável no contexto informal. Outros sotaques conjugam o verbo como manda a gramática.
Alguma idéia de quando os portugueses começaram a puxar ( chiar ) o s, Sacha? Deve ter sido nem muito cedo nem muito tarde. Acho talvez século XVI ou XVII, pois a pronuncia não chegou ao Brasil todo mas sim atingiu vários sotaques brasileiros, talvez o mais conhecido seja o do Rio de Janeiro.
Já não me lembro se falei sobre isto ou não (ainda) no canal-e se não é o caso, é algo que farei logo, mas isto tem a ver com a evolução da articulação do conjunto de sons s/ss/ç, que se concretizou tal como a conhecemos hoje em torno do século 18. A razão pela qual o s chiado existe no Brasil é justamente por influência do português europeu trazido ao Rio de Janeiro na época do traslado da capital durante a invasão francesa!
Sacha Aham, sabia da presença da corte portuguesa no Rio no século XIX. O que me intriga é : 1. Existem vários outros sotaques no Brasil que não receberam influência nenhuma da familia real e que chiam, lá em Santa Catarina e também muitos do Nordeste. 2. Mesmo no Rio, os portugueses não deixaram o chiado completo. Ninguém fala “ maixedo “ ( mais cedo ) como em Portugal ou naxer ( nascer ). É sempre maissedo e nasser. Sei lá, acho que a pronúncia do s em Portugal continuou a evoluir além do século XVII, e a imigração foi um fator tão importante na pronúncia brasileira ( Nordeste, Santa Catarina ) quanto o translado da corte.
Ora, cuidado com as datas! A presença da Corte portuguesa a que me referi foi o traslado da capital durante as invasões francesas no início do século 19 (XIX). A presença portuguesa no Brasil anterior ao século 19 não teria influenciado o português falado na colónia deste modo por vários factores, entre eles o processo evolutivo em desenvolvimento em ambos os lugares. Em geral, claro está, as variantes da língua tendem a evoluir sempre, o que não deixa de ser o caso aqui! O chiar do Nordeste tem influência do Rio sim, por via de cultura popular. O caso de Santa Catarina, onde está presente, não sendo especialmente notável no falar metropolitano do estado, é influenciado principalmente por imigração portuguesa também, mas foi por imigrantes principalmente vindos dos Açores em vez da aristocracia transplantada no Rio. A génese do s chiado no Brasil, porém, é a presença da Corte no Brasil, que se tem espalhado em diversas formas pelo país. Em Portugal, a redução fonética e a sua forma evolutiva explicam a generalidade da diferença que mencionas, que foi um desenvolvimento além do século 18 (XVIII), período em que se sabe que o s chiado já chegou a concretizar-se no português europeu, que não foi o caso em séculos anteriores. Gostei dos comentários!
Na verdade, muitas pronúncias do Interior Norte e Centro de Portugal mantêm ainda um S retracto em todas as posições. Não é o S dental (como o paulista) nem o "chiado" (como o Rio, Luanda ou Lisboa): é uma consoante intermédia que ainda está em algumas pronúncias de Espanhol, Italiano, Grego, Islandês, Neerlandês, Dinamarquês, e mesmo noutras famílias como Baco e Finlandês. No caso de algumas pronúncias de Trás-os-Montes nunca se confunde com os outros dois: "isso", "iço" e "lixo" mantêm consoantes diferentes. Todo o Sul de Portugal pronuncia o S chiado em fim de sílaba, mas no Norte e Centro é mais complexo. Uma frase como "Nasceu às seis na piscina", na minha região pode soar como /nasseu àsseis na pissina/ com sibilante retracta e sem contraste. Um pouco mais para leste, no lado transmontano, pode soar como /nasceu àsseis na piscina/ com um contraste claro de pronúncia entre S/C. Do lado ocidental já começa a ouvir S chiado em fim de sílaba (Braga e Porto usam sempre S chiado) e pode até soar como /naxeu àxeij na p(i)xina/. Todo o litoral portugês usa S chiado. Na Galiza o padrão Este/Oeste parece estar em contínuo: ouço contraste S/C no lado oriental e mais perto da costa começam a fundir S e C e a usar uma sibilante mais dental (menos retracta). A diferença é que, em galego, nunca ouço S chiado em fim de sílaba. Isto bate certo com a explicação do vídeo, porque a Galiza não teve influência de pronúncias de Lisboa, porque está do lado espanhol da fronteira. Quando ouço crioulos de Caboverde, o S é dental em todas as posições na ilha de Santiago, mas nas ilhas de povoamento mais recente, como São Vicente, ouço S chiado, principalmente, no meio das palavras. Em várias pronúncias do Nordeste do Brasil parece-me ocorrer, apenas antes de T. As sibilantes em Português têm, pela minha conta, pelo menos, cinco ou seis soluções possíveis (sem contar com mais três em galego). Por exemplo, há pronúncias que fazem a ligação com J, onde "vais às oito" soa /vaijàjôito/. Isto é comum entre o Porto e a Ria de Aveiro, na Bairrada, incluindo Coimbra, em pronúncias do Algarve, Açorianas, Angolanas e Moçambicanas. Penso que pode ter que ver com a época e região do povoamento de cada lugar.
yeah, ive noticed that, from listening to music from portugal that even moreso in the 21st century the pronunciation of portuguese has become more standardized towards the lisbon accent, and also from portuguese TV shows.. the younger people in the TV shows have a more uniform manner of speaking than the older generation. and in music of course there is a lot of older music recorded but even so, when you watch contemporary duets of 40 year old people singing with 25 year old singers you can hear the difference in the way they handle the language. but my point is that this has happened in the US also, and that regional accents are disappearing, espescially with the younger people.. when you talk about the spanish deciding to standardize because of empire building, that makes total sense, i knew about RAE and use RAE, but didnt know why. colombia also has a standard spanish language which is considered the most respected in latin america. the dictionary is 8 huge volumes. .. this standardization has made PROPER spanish to this day the easiest language to learn by far, because there are few exceptions to the rules if any, , and only 20 some odd sounds etc. but the result is that native spanish speakers have the most difficulty pronouncing other languages from their small sound toolbag and they seem to be the poorest speakers of foreign languages including english, in europe .
The behaviour of nasal vowels or vowels before nasal consonants is a whole subject in itself; and more or less independent of a Brazilian/European division. In Portugal it's sometimes linked to EI and vowels before ʒ and ʎ. Lisbon seems to have a contrast in those positions: different vowels for "apanhar" and "ganhar", "Tejo" and "vejo", "fazemos" and "fizemos", "compramos" and "comprámos", "estômago" and "toma", "côncavo" and "António", "fêmea" and "Eufémia". On the other hand it merges EM and ÃE in final position, like you said ("bens" rhymes with "cães") and it also merges ANH and ENH: "lenho" and "lanho" sound the same. Lisbon accents also seem to merge EI and ÉI (in plurals like "anéis" and "papéis"). In Northern Portugal, many of these contrasts don't exist, like in many accents from the other countries. The Northwest tends to open nasal A ("anda", "banho", "câmara", "manhã", "mandar") and the region between Minho and Trás-os-Montes and Douro tends to open nasal O ("conto", "fomos", "azeitona") and nasal E ("lêndea", "tenho", "temos", "cinema", "lembra"). In the North-Central Inland, EM might merge with ÃE in every position: "tenho tempo pela frente" sounds like /tânho tãempo pela frãente/ to the rest of the country. I find it hard to believe that this spread from Lisbon, as you imply, and not the other way round. Pronouncing "velho" ans /vâlho/ is actually something I associate to Porto and Minho, not Lisbon as you imply. "espelho" and "joelho" might be /espâlho/ and /joâlho/ in Lisbon, Porto and the Northwest and parts of the Northeast but come out as /espêlho/ and /joêlho/ elsewhere. "Tejo" and "colégio" and "vejo" may also rhyme with "beijo" in the Northwest. Some Northwestern accents will also merge ÃO and OM: "são", "tão", "cão" and "vão" will rhyme with "som", "tom", "com" and "bom". This partly explains plurals where the etymological vowel is wrong, even in accents from elswhere, as in "vulcões", "verões", "vilões", "refrões" and so on. Many Northern accents also have vowel reduction in unstressed words in the sentence: "como" (likewise, as) and "como" (I eat) do not rhyme. I hope my comment was useful and not confusing. Your work is amazing ;)
Welcome back! Tive saudades! És um excelente professor. Já agora, tens dificuldade com os diferentes dialectos existentes em Portugal? Eu sou portuguesa e quando fui aos Açores, senti alguma dificuldade... Sei que há diferenças entre por exemplo, o inglês americano e o britânico... Mas percebo os dois relativamente bem...talvez não tanto o escocês...e o irlandês. Outra curiosidade, os americanos sentem dificuldades em entender por exemplo um escocês? Eu encontro muitas diferenças na maneira de falar e escrever. Tive 7 anos de inglês e vejo me atrapalhada quando me deparo com a gíria escocesa.
Obrigado! Em geral, não tenho grande dificuldade com os principais sotaques do país, embora me estranhem os das ilhas e alguns do norte interior. Mas não tendo a ficar sem perceber o que se está a comunicar! Já agora, sim, é comum alguns dos sotaques da Irlanda e Escócia não serem entendidos pelos americanos, devido às amplas diferenças fonéticas! Até eu às vezes fico perplexo, dependendo do caso-por isso não me estranha que é o teu caso!
Cara, postaram esse vídeo no quora e eu vim pro teu canal achando que vc era um linguista que fazia vídeo sobre várias línguas, quando abri o canal vi que é tudo sobre português e fiquei ????????????? kkkkkkk
interessante que aqui no Brasil onde moro pelo menos , no estado da bahia na regiao nordeste os mais velhos ou nem so eles em algumas palavras o fone ou e reduzido para o como em louça que vira " loça " por que disto ? e so uma adaptaçao natural ou e alguma influencia do portugues europeu em tranziçao
Sê bem-vindo ao meu canal! Uma eventual perda do ditongo 'ou' para 'ô' na pronúncia da Bahia seria uma inovação fonética própria da fala baiana, que surge em paralelo com o que se tem observado em Portugal ao longo do tempo, visto que essa distinção fonética se preserva de modo geral pelo Brasil. O português brasileiro deixa, em grande parte, de ter influência fonológica do português europeu até aos séculos 17-18, período em que as maiores divergências entre as variantes começam a observar-se a este respeito, não obstante a fala de certas regiões marcada por imigração massiva de portugueses a data mais avançada, como é o caso de certa parte do estado de Santa Catarina, por exemplo. Vou falar em mais detalhe sobre isto nos próximos vídeos sobre a evolução do português aqui no canal, o próximo dos quais vai sair num par de dias!
Assim à primeira , creio que até pode ter a ver com o português europeu ... A não ser que se verifique muito localmente ... Em Portugal , o Norte tem tendência para ditongar , enquanto o Sul tem tendência para monotongar ou reduzir o ditongo ... Por exemplo , no Norte pronuncia-se " louro " e " cerveija " , enquanto no Sul " lôro " e " cervêja ...
minha vó é filha de portugueses, está com 95 anos agora. Ele fala de uma tia portuguesa dela, que era chamada de "Tataia". Tataia era a forma que as crianças brasileiras entendiam o jeito dela falar "Titia". "vem com a tataia! HAHAHAH
Deve-se à pronúncia lisboeta 'â' de 'e' nas posições mencionadas, tornando o nasal -em a mesma realização fonética que -ãe. Isto se ensina em qualquer curso de português para estrangeiros na capital, embora seja um pormenor próprio da capital e não o padrão, o que quer dizer que alguns falam assim, alguns não. Nem todos os lisboetas falam assim do mesmo modo que nem todos os nortenhos dizem que bão bisitar a Beira!
Acrescento que a base fonética disto é o seguinte: -em representa graficamente o ditongo /ẽj/ -ãe representa graficamente o ditongo /ɐ̃j/ Assim se vê a transição vocálica de um lado para o outro-quem diz *joâlho ou *châira para 'joelho' e 'cheira' dirá /bɐ̃j/ para 'bem', assim como se diz /mɐ̃j/ para 'mãe', como resultado do mesmo fenómeno fonológico: o de realizar /e/ nessas posições tónicas como /ɐ/.
Sacha, convém reforçar que "em" e "ém" são diferentes também. O primeiro é um "ê" nasalisado, o segundo é um "é" nasalisado, tal como "ei" e "éi" são diferentes. Embora muitos comecem a misturar as pronúncias.
Eu acho totalmente diferente mãe de também talvez dor ser da zona entre Ovar e Porto. Mas considero que não tenho sotaque so em algumas palavras pronuncio de forma um pouco mais forte e daí ter uma pitada em algumas palavras do tão famoso sotaque à Porto e para mim o som ém é totalmente diferente de ãe. Mas isso sou eu e não sou a dona da verdade. Obg
No português europeu há uma diferença entre a pronúncia dessas! A forma errónea pronuncia-se basicamente como disse no vídeo e deverias é pronunciado com o s chiado no final.
Em pronúncias do Interior Norte e Centro de Portugal pode soar quase igual, sim. Mas a questão, nesse caso, não se levanta, porque "deveria-se" não se usa muito. Diriam "se deveria" ou "dever-se-ia". Mas já ouvi "a crise" soar como "a Cris" nessa região. 😆
It feels so nice to see someone who learned the European version instead of the Brazillian one :)
Haha, well, you've come to the right channel! Welcome!
I'm so glad that I found this channel! As another American learning PT/PT, I find your content both entertaining and helpful. Obrigado pelo teu vídeos!
Thank you, I'm glad my videos are useful to you, welcome to my channel! Bons estudos!
R u learning pt in the US or Portugal?
In the US :) I will spend a month living in Portugal next summer where I hope to improve a lot.
Ah Finally, another channel embracing the European variety of Portuguese! Que fixe. √^•^√
This video is GOLD for a linguistics enthusiast like me :')
Thank you, I'm glad you enjoyed it! Welcome to my channel!
thank you for being possibly the only person on youtube who makes videos about european portuguese linguistics :')
Excelente como sempre, Sacha! Sei que seu foco é mais no português europeu, mas seria possível abordar em um vídeo futuro como se perdeu a distinção entre "L" e "U" finais no português brasileiro? Vi recentemente um vídeo de Getúlio Vargas, e ainda se distinguia os dois sons, e é algo muito recente, nos anos 1930!
É incrível o quão rapidamente as mudanças se dão após a invenção do rádio e da TV.
Obrigado! No próximo vídeo desta série vou estar a falar da evolução distinta do português brasileiro, que pode ser que inclua isso mesmo do L terminal. Com certeza, especialmente no caso brasileiro, a mudança linguística ocorre rapidamente a partir de meados do século passado! Observa-se ainda muita transição linguística nos últimos 20 anos no Brasil também.
Getúlio Vargas era gaúcho, do interior do RS. Lá os fonemas são bem conservadores. Tirando talvez a entonação do sotaque, é talvez o mais próximo da pronúncia do português mais arcaico.
Sacha o melhor professor de Portugues.muitos parabens.
Muito obrigado!
Outra característica do sotaque de Lisboa (não sei se é só lá, mas pelo menos lá é) é pronunciar rio (que supostamente tem 2 sílabas "ri/o") da mesma forma que riu (uma só sílaba tornando "io" um ditongo).
O mesmo acontece com outras palavras do género como "tio".
Sim! Faz parte natural da tendência (lisboeta) a encurtar e reduzir as vogais, sendo o bissílabo 'io' já por si um conjunto vocálico fraco em português graças à redução de 'o' para /u/ em posição terminal.
Curioso! O mesmo se passa em São Paulo!! Eles transformam em ditongo!
Não sabia que os lisboetas pronúncia am rio assim. Mais uma coisa que aprendi. Talvez é por ser mais do norte entre Ovar e Porto... Obg
No Norte não pronunciamos assim. Rio e tio tem 2 sílabas e o ó final às vezes até pronunciado como ô e não u.
I'm a Portuguese Brazilian speaker. I love your videos. ❤️❤️❤️❤️❤️❤️👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽
Thank you, I'm glad you're enjoying them! Welcome to my channel!
Haha. Thanks.
Sim senhor! Fico muito contente por saber que um falante não-nativo da língua portuguesa consiga pronunciar muito bem os nossos sons nasais. Tens que fazer um vídeo sobre o 'R' usando um trava-línguas, o mais famoso claro: 'O rato roeu a rolha da garrafa do rei da Rússia.' -> Tenho a certeza que consegues pronunciar :D se não conseguires manda-me mensagem :)
Haha, obrigado e bem-vindo ao canal! O trava-línguas que uso com os meus estudantes é 'O rato roeu a roupa do rei de Roma'. Como mencionei neste vídeo, vou fazer um vídeo sobre a linguística da letra R em português no futuro :)
Wow I'm impressed with all the research you've done here. Parabens! I'm in the US learning EU-PT and little gems like these really help. Muito obrigado pelos teus vídeos!
Thanks, I'm glad you enjoyed! It's definitely not the easiest task learning European Portuguese in the US given all the resources dedicated to Brazilian Portuguese instead, but I'm happy my videos can help!
Congratulations on a very knowledgeable and interesting blog. I'm glad I subscribed. From Portugal.
Thank you, I'm glad you're enjoying my videos! Welcome to my channel!
Seus vídeos são incríveis. Continue sempre! Abraços
Muito obrigado!
Indo dormir, muito cansado, vejo um video do sacha e, ainda por cima, sobre evolução linguística!
O que dizer?
Evolução linguística me fascina mais do que o aprendizado das línguas si, um dos assuntos que mais gosto, juntamente com familias étnicas e aspectos genéticos
Haha contente que gostaste! A próxima parte da série espero não demorar tanto quanto esta!
@@SachaDoesPortuguese eu tbm espero kkkkkk
:)
Lembro-me que as consoantes também mudaram alguma coisa, o s/c/x/ch/z/ç/ss distiguiam-se entre elas. O s/z apico tipico do espanhol desapareceram excepto nas beiras, o ch como o "tch" inglês desapareceu quase por completo excepto nalgumas zonas do interior norte, o ç como "ts" desapareceu, etc. Agora misturam-se essas letras todas. O r original igual ao espanhol ainda sobrevive mas cada vez mais raro. E depois temos os acordos ortográficos, que eliminaram o y (systema), ph (pharmácia), h intervocalico (comprehender), consoantes dulpas tipo gg/ff/tt/cc/dd/ll/mm/nn/bb/rh/th/, (castello, affligir, rhyma, commando) etc. E por fim, as consoantes mudas como g/p/c/m/etc (augmentar, hymno, etc). A "orthographia" antiga era mais parecida com o francês e até com o inglês de hoje.
Sim, quanto à mudança nas consoantes representadas pelas grafias s/ss/ç/x/z, mudaram-se antes do período do português clássico, juntamente com vários traços do latim vulgar. Quanto às mudanças de ortografia, pois, não se trata de evolução sistémica da língua em si, senão a forma como a escrevemos. Se calhar faço um vídeo no futuro sobre os acordos e convenções ortográficas pré-AO45!
@@SachaDoesPortuguese fico à espera desse video Sasha :)
Thanks so much. This explains a lot. I am just learning Portuguese, and coming from Latin and Italian, I have a lot of trouble with these 'muddy' vowels. I assumed it was French influence and I HATE the sounds of French and don't even try. (As a classical singer, this is something of a problem...I have just totally ignored French repertory)...
I don't LIKE the Portuguese vowels, but since I am planning to move there, I will have to deal with them!
Well, thanks for watching, I'm glad I can clear up some things for you! I have lots of videos about Portuguese on my channel that you may find useful, so welcome! I also find it fairly common that people aren't as fond of closed (or muddy, as you put it) vowels, which leads many to Brazilian Portuguese, but European Portuguese has its charm too!
Wow! This video is excelent! I'm discovering your channel and I'm amazed.
I wanted to discuss a few issues about vowel reduction:
Saying that all unstressed vowels are reduced in Portugal is not the whole truth. There are many words where the unstressed vowel is, actually, completely open. This happens, for example, if there was a etymological consonant that went mute. Unfortunately there is no way to tell from the spelling. Some common examples are: "Aveiro" (from "Alabarium"), "caveira" from "calvarium", "padaria" from "panaderia", "esquecer" from "excadescere", "aquecer" from "ad calescere", "corar" from "colorare", to name a few. This contrast is often erased in accents from other countries. In fact, the way you pronounced "Resende" (from "Redisende" is not how we pronounce it in Portugal. We would pronounce the first E completely open as É.
This and other factors create minimal pairs which sound different, such as "a" (the), "a" (to) and "à" (to the), "há" (there is); "aquela" (that one) and "àquela" (to that one); "para" (toward) and "para" (it stops); "pregar" (to nail) and "pregar" (from "predicare" to preach); or "pegada" (grabbed) and "pegada" (from "pedem" footprint) that don't seem to exist in other countries. Sometimes it covers the whole country, but other cases are regional: In the Porto region "vacina" (from vaccina) may have an open A in some accents and the same goes for "pagar" (from a Latin long A). Generally speaking unstressed AI tends to be open in the North and closed in South, as in "caiado", "maior", "Baião". Unstressed AR may be open in Central-South accents, such as in "largada". The vowel reduction is highly inconsistent. You may found totaly open vowels in latin or greek prefixes, as in "teletrabalho", "biodiversidade", "fotovoltaico" or "procurar" (in most accents) and the same prefixes closed in "telefone", "biologia", "fotografia" or "projeto". Some cases are mixed: "economia" and "económico" may come as /i-'kò-n-mi-â/ and /ik-'nò-mi-ku/. "Ecoponto" and "ecologia" may come as /è-kò-'pon-tu/ and /ê-ku-lu-'ʒi-â/ The spelling reform, obviouslly increased the number of these can't-tell-by-the-spelling cases. I think this is quite unique to Portugal. To be fair, maybe Capeverdeans and Santomenses also do it, but it comes hard to hear the contrasts in Angolan and Mozambican speakers. Brazilians often get these vowels wrong when faking accents from Portugal. I hope my comment is useful. You did a great job! very complete!
Many sources describe that many European Portuguese speakers lenite the voiced intervocalic stops /b/,/d/,/g/ into fricatives [β],[đ],[ɣ]. In which accents is it common and which accents lack this? What is your experience? Maybe you could do an extra video about this.
This is certainly a potential topic for a video, thank you! I'm aware that, especially on Wikipedia, PT-EU is treated as though it has full lenition, which I think is not entirely accurate. Of all three, /g/ is very seldom if anywhere lenited to the extreme of [ɣ], /b/ is only lenited in certain parts of the North, and /d/ is very commonly lenited across Portugal.
its northwestern portuguese, Porto mainly
We certainly do it (between vowels or after R, L or S) in Northern and Central Portugal and some of the islands (definitely not in São Miguel). In "babo", "dado" and "gago", we do the lenition in the second consonant. Traditional southern accents from Alentejo or the Algarve or usualy don't do it. In the North is also common to merge V into the [β] lenition.
YAY! You're back~~
I am indeed!
I love this series of videos, and been waiting for this episode. Thanks!
Thank you, I'm glad you enjoy them, and thanks for your patience!
I'm brazilian and I love your channel 💚💛💙
Thank you, I'm glad you're enjoying my videos!
Quero parabenizar-te polas explicações objectivas e um bocado distanciadas da centralidade de Lisboa. É bom e justo fazer ver as variedades dentro do próprio português de Portugal, e como foram afetadas pola língua capitalina. Como galego acho isto extremamente interessante, e é muito positivo ter vídeos que mostram como as variedades do norte estão mais próximas do que nós falamos.
*afectadas
Adoro muito o teu canal! Mil beijinhos do sul do Brasil.
Obrigado, fico contente que estás a gostar! Bem-vindo ao canal!
Thank you for this video Sacha. :)
Thanks for watching!
Vídeo esclarecedor, baseado em linguística e fatos. É bom pra mostrar a alguns portugueses que pensam que qualquer diferença vinda do "brasileiro" é puramente erro, e que o sagrado português "original" não foi passível de transformações como qualquer língua normal. Parabéns!
Obrigado! De um ponto de vista linguístico é importante sempre procurar os factos e compreender que certas noções populares não são reais quanto à nossa querida língua portuguesa. Sê bem-vindo ao canal!
alguns são mesmo erro, como "tu come"
@@skurinski Sim e não. Segundo a gramática é. Segundo a dinâmica linguística real que a gramática normativa não contempla, é algo comum. Na maioria dos sotaques brasileiros que usam o tu, é aceitável no contexto informal. Outros sotaques conjugam o verbo como manda a gramática.
My family's from the north.
Have you already spoken about the development of the -ão sound? As oppose to the ion, on in fr and sp.
Not specifically, but I'll take that suggestion into consideration for future videos, thanks!
ansioso pelo vídeo sobre tratamento!
Obrigado, vai sair proximamente :)
Alguma idéia de quando os portugueses começaram a puxar ( chiar ) o s, Sacha? Deve ter sido nem muito cedo nem muito tarde. Acho talvez século XVI ou XVII, pois a pronuncia não chegou ao Brasil todo mas sim atingiu vários sotaques brasileiros, talvez o mais conhecido seja o do Rio de Janeiro.
Já não me lembro se falei sobre isto ou não (ainda) no canal-e se não é o caso, é algo que farei logo, mas isto tem a ver com a evolução da articulação do conjunto de sons s/ss/ç, que se concretizou tal como a conhecemos hoje em torno do século 18. A razão pela qual o s chiado existe no Brasil é justamente por influência do português europeu trazido ao Rio de Janeiro na época do traslado da capital durante a invasão francesa!
Sacha Aham, sabia da presença da corte portuguesa no Rio no século XIX. O que me intriga é :
1. Existem vários outros sotaques no Brasil que não receberam influência nenhuma da familia real e que chiam, lá em Santa Catarina e também muitos do Nordeste.
2. Mesmo no Rio, os portugueses não deixaram o chiado completo. Ninguém fala “ maixedo “ ( mais cedo ) como em Portugal ou naxer ( nascer ). É sempre maissedo e nasser.
Sei lá, acho que a pronúncia do s em Portugal continuou a evoluir além do século XVII, e a imigração foi um fator tão importante na pronúncia brasileira ( Nordeste, Santa Catarina ) quanto o translado da corte.
Ora, cuidado com as datas! A presença da Corte portuguesa a que me referi foi o traslado da capital durante as invasões francesas no início do século 19 (XIX). A presença portuguesa no Brasil anterior ao século 19 não teria influenciado o português falado na colónia deste modo por vários factores, entre eles o processo evolutivo em desenvolvimento em ambos os lugares. Em geral, claro está, as variantes da língua tendem a evoluir sempre, o que não deixa de ser o caso aqui!
O chiar do Nordeste tem influência do Rio sim, por via de cultura popular. O caso de Santa Catarina, onde está presente, não sendo especialmente notável no falar metropolitano do estado, é influenciado principalmente por imigração portuguesa também, mas foi por imigrantes principalmente vindos dos Açores em vez da aristocracia transplantada no Rio. A génese do s chiado no Brasil, porém, é a presença da Corte no Brasil, que se tem espalhado em diversas formas pelo país.
Em Portugal, a redução fonética e a sua forma evolutiva explicam a generalidade da diferença que mencionas, que foi um desenvolvimento além do século 18 (XVIII), período em que se sabe que o s chiado já chegou a concretizar-se no português europeu, que não foi o caso em séculos anteriores. Gostei dos comentários!
Na verdade, muitas pronúncias do Interior Norte e Centro de Portugal mantêm ainda um S retracto em todas as posições. Não é o S dental (como o paulista) nem o "chiado" (como o Rio, Luanda ou Lisboa): é uma consoante intermédia que ainda está em algumas pronúncias de Espanhol, Italiano, Grego, Islandês, Neerlandês, Dinamarquês, e mesmo noutras famílias como Baco e Finlandês. No caso de algumas pronúncias de Trás-os-Montes nunca se confunde com os outros dois: "isso", "iço" e "lixo" mantêm consoantes diferentes.
Todo o Sul de Portugal pronuncia o S chiado em fim de sílaba, mas no Norte e Centro é mais complexo.
Uma frase como "Nasceu às seis na piscina", na minha região pode soar como /nasseu àsseis na pissina/ com sibilante retracta e sem contraste. Um pouco mais para leste, no lado transmontano, pode soar como /nasceu àsseis na piscina/ com um contraste claro de pronúncia entre S/C. Do lado ocidental já começa a ouvir S chiado em fim de sílaba (Braga e Porto usam sempre S chiado) e pode até soar como /naxeu àxeij na p(i)xina/. Todo o litoral portugês usa S chiado.
Na Galiza o padrão Este/Oeste parece estar em contínuo: ouço contraste S/C no lado oriental e mais perto da costa começam a fundir S e C e a usar uma sibilante mais dental (menos retracta). A diferença é que, em galego, nunca ouço S chiado em fim de sílaba. Isto bate certo com a explicação do vídeo, porque a Galiza não teve influência de pronúncias de Lisboa, porque está do lado espanhol da fronteira.
Quando ouço crioulos de Caboverde, o S é dental em todas as posições na ilha de Santiago, mas nas ilhas de povoamento mais recente, como São Vicente, ouço S chiado, principalmente, no meio das palavras.
Em várias pronúncias do Nordeste do Brasil parece-me ocorrer, apenas antes de T.
As sibilantes em Português têm, pela minha conta, pelo menos, cinco ou seis soluções possíveis (sem contar com mais três em galego). Por exemplo, há pronúncias que fazem a ligação com J, onde "vais às oito" soa /vaijàjôito/. Isto é comum entre o Porto e a Ria de Aveiro, na Bairrada, incluindo Coimbra, em pronúncias do Algarve, Açorianas, Angolanas e Moçambicanas.
Penso que pode ter que ver com a época e região do povoamento de cada lugar.
yeah, ive noticed that, from listening to music from portugal that even moreso in the 21st century the pronunciation of portuguese has become more standardized towards the lisbon accent, and also from portuguese TV shows.. the younger people in the TV shows have a more uniform manner of speaking than the older generation. and in music of course there is a lot of older music recorded but even so, when you watch contemporary duets of 40 year old people singing with 25 year old singers you can hear the difference in the way they handle the language. but my point is that this has happened in the US also, and that regional accents are disappearing, espescially with the younger people.. when you talk about the spanish deciding to standardize because of empire building, that makes total sense, i knew about RAE and use RAE, but didnt know why. colombia also has
a standard spanish language which is considered the most respected in latin america. the dictionary is 8 huge volumes. .. this standardization has made PROPER spanish to this day the easiest language to learn by far, because there are few exceptions to the rules if any, , and only 20 some odd sounds etc. but the result is that native spanish speakers have the most difficulty pronouncing other languages from their small sound toolbag and they seem to be the poorest speakers of foreign languages including english, in europe .
Sacha, apenas por curiosidade... quais são suas fontes?
Tenho interesse e gostaria de estudar um pouco também.
Muito bom !... 👏👏👏👏
In my opinion mesoclise is the best lol
I, too, enjoy mesóclise!
The behaviour of nasal vowels or vowels before nasal consonants is a whole subject in itself; and more or less independent of a Brazilian/European division. In Portugal it's sometimes linked to EI and vowels before ʒ and ʎ.
Lisbon seems to have a contrast in those positions: different vowels for "apanhar" and "ganhar", "Tejo" and "vejo", "fazemos" and "fizemos", "compramos" and "comprámos", "estômago" and "toma", "côncavo" and "António", "fêmea" and "Eufémia". On the other hand it merges EM and ÃE in final position, like you said ("bens" rhymes with "cães") and it also merges ANH and ENH: "lenho" and "lanho" sound the same. Lisbon accents also seem to merge EI and ÉI (in plurals like "anéis" and "papéis").
In Northern Portugal, many of these contrasts don't exist, like in many accents from the other countries. The Northwest tends to open nasal A ("anda", "banho", "câmara", "manhã", "mandar") and the region between Minho and Trás-os-Montes and Douro tends to open nasal O ("conto", "fomos", "azeitona") and nasal E ("lêndea", "tenho", "temos", "cinema", "lembra"). In the North-Central Inland, EM might merge with ÃE in every position: "tenho tempo pela frente" sounds like /tânho tãempo pela frãente/ to the rest of the country. I find it hard to believe that this spread from Lisbon, as you imply, and not the other way round.
Pronouncing "velho" ans /vâlho/ is actually something I associate to Porto and Minho, not Lisbon as you imply. "espelho" and "joelho" might be /espâlho/ and /joâlho/ in Lisbon, Porto and the Northwest and parts of the Northeast but come out as /espêlho/ and /joêlho/ elsewhere. "Tejo" and "colégio" and "vejo" may also rhyme with "beijo" in the Northwest. Some Northwestern accents will also merge ÃO and OM: "são", "tão", "cão" and "vão" will rhyme with "som", "tom", "com" and "bom". This partly explains plurals where the etymological vowel is wrong, even in accents from elswhere, as in "vulcões", "verões", "vilões", "refrões" and so on. Many Northern accents also have vowel reduction in unstressed words in the sentence: "como" (likewise, as) and "como" (I eat) do not rhyme.
I hope my comment was useful and not confusing. Your work is amazing ;)
Welcome back! Tive saudades! És um excelente professor. Já agora, tens dificuldade com os diferentes dialectos existentes em Portugal? Eu sou portuguesa e quando fui aos Açores, senti alguma dificuldade... Sei que há diferenças entre por exemplo, o inglês americano e o britânico... Mas percebo os dois relativamente bem...talvez não tanto o escocês...e o irlandês. Outra curiosidade, os americanos sentem dificuldades em entender por exemplo um escocês? Eu encontro muitas diferenças na maneira de falar e escrever. Tive 7 anos de inglês e vejo me atrapalhada quando me deparo com a gíria escocesa.
Obrigado! Em geral, não tenho grande dificuldade com os principais sotaques do país, embora me estranhem os das ilhas e alguns do norte interior. Mas não tendo a ficar sem perceber o que se está a comunicar! Já agora, sim, é comum alguns dos sotaques da Irlanda e Escócia não serem entendidos pelos americanos, devido às amplas diferenças fonéticas! Até eu às vezes fico perplexo, dependendo do caso-por isso não me estranha que é o teu caso!
@@SachaDoesPortuguese Por acaso não se estará a referir ao mirandês ?... ( Isto , em relação ao Norte interior )
O mirandês tem a ver com o leonês ...
Cara, postaram esse vídeo no quora e eu vim pro teu canal achando que vc era um linguista que fazia vídeo sobre várias línguas, quando abri o canal vi que é tudo sobre português e fiquei ????????????? kkkkkkk
interessante que aqui no Brasil onde moro pelo menos , no estado da bahia na regiao nordeste os mais velhos ou nem so eles em algumas palavras o fone ou e reduzido para o como em louça que vira " loça " por que disto ? e so uma adaptaçao natural ou e alguma influencia do portugues europeu em tranziçao
Sê bem-vindo ao meu canal! Uma eventual perda do ditongo 'ou' para 'ô' na pronúncia da Bahia seria uma inovação fonética própria da fala baiana, que surge em paralelo com o que se tem observado em Portugal ao longo do tempo, visto que essa distinção fonética se preserva de modo geral pelo Brasil. O português brasileiro deixa, em grande parte, de ter influência fonológica do português europeu até aos séculos 17-18, período em que as maiores divergências entre as variantes começam a observar-se a este respeito, não obstante a fala de certas regiões marcada por imigração massiva de portugueses a data mais avançada, como é o caso de certa parte do estado de Santa Catarina, por exemplo. Vou falar em mais detalhe sobre isto nos próximos vídeos sobre a evolução do português aqui no canal, o próximo dos quais vai sair num par de dias!
Qual a surpresa? Quase todos os brasileiros pronunciou OU como O. Se diz OU somente quando se lê ou pra dar um toque formal.
Assim à primeira , creio que até pode ter a ver com o português europeu ... A não ser que se verifique muito localmente ...
Em Portugal , o Norte tem tendência para ditongar , enquanto o Sul tem tendência para monotongar ou reduzir o ditongo ... Por exemplo , no Norte pronuncia-se " louro " e " cerveija " , enquanto no Sul " lôro " e " cervêja ...
minha vó é filha de portugueses, está com 95 anos agora. Ele fala de uma tia portuguesa dela, que era chamada de "Tataia". Tataia era a forma que as crianças brasileiras entendiam o jeito dela falar "Titia". "vem com a tataia! HAHAHAH
Sou lisboeta e não consegui perceber a questão do também e mãe.. Não se deveriam pronunciar da mesma forma?
Deve-se à pronúncia lisboeta 'â' de 'e' nas posições mencionadas, tornando o nasal -em a mesma realização fonética que -ãe. Isto se ensina em qualquer curso de português para estrangeiros na capital, embora seja um pormenor próprio da capital e não o padrão, o que quer dizer que alguns falam assim, alguns não. Nem todos os lisboetas falam assim do mesmo modo que nem todos os nortenhos dizem que bão bisitar a Beira!
Acrescento que a base fonética disto é o seguinte:
-em representa graficamente o ditongo /ẽj/
-ãe representa graficamente o ditongo /ɐ̃j/
Assim se vê a transição vocálica de um lado para o outro-quem diz *joâlho ou *châira para 'joelho' e 'cheira' dirá /bɐ̃j/ para 'bem', assim como se diz /mɐ̃j/ para 'mãe', como resultado do mesmo fenómeno fonológico: o de realizar /e/ nessas posições tónicas como /ɐ/.
não, são vogais diferentes.
Também é um "é nasalisado". ãe é um "â nasalisado".
Sacha, convém reforçar que "em" e "ém" são diferentes também. O primeiro é um "ê" nasalisado, o segundo é um "é" nasalisado, tal como "ei" e "éi" são diferentes. Embora muitos comecem a misturar as pronúncias.
Eu acho totalmente diferente mãe de também talvez dor ser da zona entre Ovar e Porto. Mas considero que não tenho sotaque so em algumas palavras pronuncio de forma um pouco mais forte e daí ter uma pitada em algumas palavras do tão famoso sotaque à Porto e para mim o som ém é totalmente diferente de ãe. Mas isso sou eu e não sou a dona da verdade. Obg
5:14 Nessa pronúncia nem dá pra diferenciar "deverias" e "deveria-se"
No português europeu há uma diferença entre a pronúncia dessas! A forma errónea pronuncia-se basicamente como disse no vídeo e deverias é pronunciado com o s chiado no final.
Fernando - Dá para diferenciar perfeitamente !... É bem distinto !...
Em pronúncias do Interior Norte e Centro de Portugal pode soar quase igual, sim. Mas a questão, nesse caso, não se levanta, porque "deveria-se" não se usa muito. Diriam "se deveria" ou "dever-se-ia". Mas já ouvi "a crise" soar como "a Cris" nessa região. 😆
Thanks for not telling me about this RUclips
Well, now you're here! Welcome to my channel!
"mãe" and "bem" rhyming? savages.
loved it!
Thank you, I'm glad you did!