‘O desafio para a COP é parar de carbonizar a vida’, diz Tainá Marajoara
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- Опубликовано: 5 фев 2025
- Belém esteve em festa neste domingo celebrando os 409 anos de fundação da cidade. Foi um aniversário diferente, com discursos de autoridades e papos de rua trazendo um assunto à frente dos demais: a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30) (www.brasildefa...) , que acontece em novembro deste ano.
Antes mesmo de assumir o terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) (www.brasildefa...) já havia se comprometido em trazer o evento internacional para a Amazônia.
Embora a cidade esteja se preparando para a grandiosidade do encontro, com obras milionárias reestruturando vias urbanas, parte da população continua cética sobre que benefício a COP (www.brasildefa...) pode trazer de fato, principalmente para comunidades ribeirinhas, indígenas, a população que estava aqui antes de Belém existir, no território conhecido como Mairi Tupinambá, em referência à etnia que habitava a região.
“Um grande desafio para a COP, para a Belém, para a Mairi e para todos esses povos como nós, que são povos não brancos do mundo, é seguirmos vivos em tempos de genocídio de carbono neutro”, afirma a cozinheira e ativista Tainá Marajoara, em entrevista ao programa Bem Viver (www.brasildefa...) desta segunda-feira (13).
Membra do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Marajoara critica a posição de algumas lideranças mundiais que têm um discurso ambiental forte, mas, ao mesmo tempo, apoiam guerras em curso. Ela cita especificamente a situação da Palestina.
“A Belém da COP está no mesmo planeta que a Palestina. Ela está no mesmo planeta da Califórnia que está queimando. Então, se existe um desafio para a COP é parar de carbonizar a vida. Nós não estamos aqui para comer armas. A gente não está aqui para respirar toneladas de bomba.”
“O que a gente não pode esperar é carbono neutro para neutralizar genocídio. Nós estamos no mundo em um colapso tomado de maldade.”
Tainá Marajoara é a responsável e fundadora do Ponto de Cultura Alimentar Iacitata (www.instagram....) , localizado na baía de Belém, sendo referência como restaurante que proporciona o chamado circuito-curto, quando alimentos produzidos na região são utilizados para a confecção dos pratos.
Ela comenta como o estabelecimento é um dos poucos que ainda se propõe em exaltar a cultura indígena, ribeirinha e quilombola que caracterizava Mairi ou que se desenvolveu depois da colonização portuguesa, com a criação de Belém.
“Essa Belém de costas para o rio é porque a nossa margem é utilizada até hoje pelos colonizadores. O único espaço não branco, não eclesiástico, não punitivista, não militar, hoje, é o Iacitata”,