"Ai, rica prima", lundu, em cima de "Brejeiro", de Ernesto Nazareth

Como Ernesto Nazareth se fez um lundunzeiro...
De ouvido na divisão característica dos lundus (colcheia pontuada-semicolcheia), de muita presença na melodia de "Brejeiro", um lunduzeiro esperto - só Deus sabe quem! - sapecava uma letra no tanguinho. O selo dizia canção, mas era lundu mesmo. Um lundu do mais alto nível, de melodia burilada, modulação de ré para sol maior. Mais uma glória para Ernesto Nazareth.
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"Ai, rica prima/ Quem será teu namorado?/ Coitado.../ Muito dinheiro/ Deve ter para gastar/ Ou dar.../ Toma cuidado, meu caro amiguinho/ Que a prima gosta do salário novo/ Depois não digas:/ - "Jesus, Santo Antônio me enganou..".// Não sei se alguém conhece/ A minha priminha, que "bisca" é/ É carta que não se joga/ É canoa sem voga pela maré/ Quem quiser casar com ela/ Prepare a costela para sangrar/ É geniosa menina/ E não há disciplina que a faça acalmar".
- "Ó prima boa! Qual... Ainda hei de morrer a teu lado, minha prima..."
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("Ai, rica prima", de Ernesto Nazareth, c/Campos e violão, Columbia B 294, 1908-1912)
(acervo da University of California, Santa Barbara, USA)
(foto e partitura: Ernesto Nazareth 150 anos)
P.S.: Grato a Cleiton Furtado pela dica da gravação.