Pelo o que eu entendi nesse poema, o cara perdeu sua amada, aí esse corvo não é real, apenas uma representação mental da culpa e da tristeza dele, que vai crescendo e vai deixando ele mais louco, no final o luto dele (o corvo) continua assombrando sua vida, ele não iria conseguir sair do luto, nunca mais Bom gente foi isso que eu entendi, se eu interpretei errado me expliquem ok?
Cá estou. Novamente ouvindo essa triste beleza. Casa tão bem com minha história. Aquela que não direi o nome, cujo som é cheio de "as". E que, infelizmente, só vive no meu passado. No presente...nunca mais !
Por certo não é apenas uma visita tardia e nada mais, mas a voz da consciência que assola a vida de um homem abatido por dores, erros, perdas, tormentas e a perca da inocência que a vida subitamente lhe tomou, agora tem total consciência que esta alegria e inocência uma vez perdida: NUNCA MAIS.
Revisito esse poema de tempos em tempos, em especial essa versão narrada neste vídeo, a emoção em sua voz me cativa muito e me traz uma beleza inexplicável
@@A.Odara.23 valeu Man. Desejo isso pra ninguém. Mas a crise de ansiedade me levou ao Pânico e depre...... Mas isso existe tratamento, me lembrei do meu passado, era alguém batendo palmas em casa de vizinho, seu cachorro cavucando algo, seu gato derrubando algo, isso é uma bola de neve, vc passa há ouvir sons e tudo mais...... Fiquei por mais de ano com celular no silencioso, barulho me provocavam pânico (onde me encontro no poema morte, alguma pessoa ou problema)? Poemas são tipo músicas, a gente interpreta, cada um de uma maneira. Mas obrigado pelo elogio
@@Lombabag Me deu vontade de te dar um abraço lendo isso, infelizmente nao posso ser sua amiga por aqui, essa rede social é mto limitada kk Arte é subjetivo, "Cada favelado é um Universo em crise" tlgd? Eu pessoalmente tenho passado por crises de pânico ultimamente. Eu entendo essa dor Espero que você consiga vencer contra esses Monstros, e que vc consiga sorrir de verdade denovo ♥️🖤
perfeito! tão amargo e tão sutil, a magua densa e o clamor por misericordia mergulhados em lamentos eternos de pura dor e sofrimento pela morte de sua amada tão sublime e taõ lindo e a traduçao com essa voz ficou ecelente
Estou eu aqui, estudando esse lindo poema, e confesso, muitos foram os vídeos assistidos, até chegar a este e quando menos percebi uma lágrima correu dos meus olhos, quão forte e intensa essa narração. Gratidão!
Me lembra dos meus catorze anos quando eu vi essa poesia pela primeira vez... Acho que foi a primeira vez que eu senti algo tão profundo provindo de uma poesia... Obrigado por despertar tal medo, desespero e tristeza que eu tive quando topei com Poe pela primeira vez...
Ahhh. Muitos suspiros. Interpretação incrível. Tristeza de quem perde um amor e não tem como recuperá-lo. Loucura. Morte e vida, morte em vida. A luz lança a tristonha sombra no chão.
Perto de "Edgar Allan poe" somos apenas crianças brincando com rabiscos tentando criar uma Monalisa... "Como pleitear a dor de perde a sua amada "através de um diálogo com uma "ave" (morte)" ,,uma genialidade incontestável...
Aqui a tradução do Pessoa. Só tô postando porque gosto de ler enquanto ouço e aqui ficaria mais fácil. "Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste, Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais, E já quase adormecia, ouvi o que parecia O som de algúem que batia levemente a meus umbrais. "Uma visita", eu me disse, "está batendo a meus umbrais. É só isto, e nada mais." Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro, E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais. Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dada P'ra esquecer (em vão!) a amada, hoje entre hostes celestiais - Essa cujo nome sabem as hostes celestiais, Mas sem nome aqui jamais! Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo Me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais! Mas, a mim mesmo infundido força, eu ia repetindo, "É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais; Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais. É só isto, e nada mais". E, mais forte num instante, já nem tardo ou hesitante, "Senhor", eu disse, "ou senhora, decerto me desculpais; Mas eu ia adormecendo, quando viestes batendo, Tão levemente batendo, batendo por meus umbrais, Que mal ouvi..." E abri largos, franqueando-os, meus umbrais. Noite, noite e nada mais. A treva enorme fitando, fiquei perdido receando, Dúbio e tais sonhos sonhando que os ninguém sonhou iguais. Mas a noite era infinita, a paz profunda e maldita, E a única palavra dita foi um nome cheio de ais - Eu o disse, o nome dela, e o eco disse aos meus ais. Isso só e nada mais. Para dentro então volvendo, toda a alma em mim ardendo, Não tardou que ouvisse novo som batendo mais e mais. "Por certo", disse eu, "aquela bulha é na minha janela. Vamos ver o que está nela, e o que são estes sinais." Meu coração se distraía pesquisando estes sinais. "É o vento, e nada mais." Abri então a vidraça, e eis que, com muita negaça, Entrou grave e nobre um corvo dos bons tempos ancestrais. Não fez nenhum cumprimento, não parou nem um momento, Mas com ar solene e lento pousou sobre os meus umbrais, Num alvo busto de Atena que há por sobre meus umbrais, Foi, pousou, e nada mais. E esta ave estranha e escura fez sorrir minha amargura Com o solene decoro de seus ares rituais. "Tens o aspecto tosquiado", disse eu, "mas de nobre e ousado, Ó velho corvo emigrado lá das trevas infernais! Dize-me qual o teu nome lá nas trevas infernais." Disse o corvo, "Nunca mais". Pasmei de ouvir este raro pássaro falar tão claro, Inda que pouco sentido tivessem palavras tais. Mas deve ser concedido que ninguém terá havido Que uma ave tenha tido pousada nos meus umbrais, Ave ou bicho sobre o busto que há por sobre seus umbrais, Com o nome "Nunca mais". Mas o corvo, sobre o busto, nada mais dissera, augusto, Que essa frase, qual se nela a alma lhe ficasse em ais. Nem mais voz nem movimento fez, e eu, em meu pensamento Perdido, murmurei lento, "Amigo, sonhos - mortais Todos - todos já se foram. Amanhã também te vais". Disse o corvo, "Nunca mais". A alma súbito movida por frase tão bem cabida, "Por certo", disse eu, "são estas vozes usuais, Aprendeu-as de algum dono, que a desgraça e o abandono Seguiram até que o entono da alma se quebrou em ais, E o bordão de desesp'rança de seu canto cheio de ais Era este "Nunca mais". Mas, fazendo inda a ave escura sorrir a minha amargura, Sentei-me defronte dela, do alvo busto e meus umbrais; E, enterrado na cadeira, pensei de muita maneira Que qu'ria esta ave agoureia dos maus tempos ancestrais, Esta ave negra e agoureira dos maus tempos ancestrais, Com aquele "Nunca mais". Comigo isto discorrendo, mas nem sílaba dizendo À ave que na minha alma cravava os olhos fatais, Isto e mais ia cismando, a cabeça reclinando No veludo onde a luz punha vagas sobras desiguais, Naquele veludo onde ela, entre as sobras desiguais, Reclinar-se-á nunca mais! Fez-se então o ar mais denso, como cheio dum incenso Que anjos dessem, cujos leves passos soam musicais. "Maldito!", a mim disse, "deu-te Deus, por anjos concedeu-te O esquecimento; valeu-te. Toma-o, esquece, com teus ais, O nome da que não esqueces, e que faz esses teus ais!" Disse o corvo, "Nunca mais". "Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta! Fosse diabo ou tempestade quem te trouxe a meus umbrais, A este luto e este degredo, a esta noite e este segredo, A esta casa de ância e medo, dize a esta alma a quem atrais Se há um bálsamo longínquo para esta alma a quem atrais! Disse o corvo, "Nunca mais". "Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta! Pelo Deus ante quem ambos somos fracos e mortais. Dize a esta alma entristecida se no Éden de outra vida Verá essa hoje perdida entre hostes celestiais, Essa cujo nome sabem as hostes celestiais!" Disse o corvo, "Nunca mais". "Que esse grito nos aparte, ave ou diabo!", eu disse. "Parte! Torna á noite e à tempestade! Torna às trevas infernais! Não deixes pena que ateste a mentira que disseste! Minha solidão me reste! Tira-te de meus umbrais! Tira o vulto de meu peito e a sombra de meus umbrais!" Disse o corvo, "Nunca mais". E o corvo, na noite infinda, está ainda, está ainda No alvo busto de Atena que há por sobre os meus umbrais. Seu olhar tem a medonha cor [dor] de um demônio que sonha, E a luz lança-lhe a tristonha sombra no chão há mais e mais, Libertar-se-á... nunca mais!"
Bruno Xavier No final ele diz “Seu olhar tem a medonha Dor de um demônio” não Cor (pelo menos foi só isso que eu consegui identificar! Eu só avisei caso vc queira consertar ou Slá)
@@hyun-na4657 Obrigado pela observação. Creio que foi um "desvio" do narrador, pois a tradução do pessoa usa "cor" para o "seeming" em inglês, pra dar a ideia de "aspecto". Vou deixar o termo do narrador junto com a tradução.
Eu estou gravando minha interpretação deste POEma e vim observar as inflexões desde narrador. Vai mudar muito da minha interpretação. Obrigado por isso
Experimentei nessa declamação junto a symphonia de Apocalyptica uma harmonia sem igual. Grato pelo serviço prestado a humanidade em interpretar um clássico em arte e bom tom de quem soube fazer uma das melhores traduções.
De meus sonhos nada mais me resta , senao o espirito que em outra vida .tera quem sabe a sorte querida , que nao teve em vida este corpo amorfo , nao sonhar pois viverei eternamente morto. Sempre fui vidrado no Allan Poe e meus poemas tem grande influencia de seu trabalho , espero que gostem dessa segunda parte de meus sonhos.
A melhor narração em português! Nada forçada, nada teatral nem exagerada.
Repito o comentário do doulas e como quem tem sede, pergunto, cadê mais postagens, sua apresentação ficou boa, quero mais!
@@silash.4370 Nunca mais.
Se passaram 4 anos e essa ainda continua sendo a melhor
Melhor versão em português.Nada forçada, nada teatral,nem exagerada.
Já perdi as contas de quantas vezes estive aqui para ouvir essa interpretação maravilhosa ❤
Sensacional! Não pude evitar uma lágrima furtiva. A dor de um homem assombrado pela morte da amada.
Você devia ler a história de vida dele .. aí vc choraria mesmo . Até parece que ele tinha uma penitência a pagar para sofrer tanto como sofreu
@@MRDARCKsimplle desculpem-me a palavra, mas pense em uma pessoa fodida. Tudo dava errado, me espanta ele não ter terminado como Nietzsche.
caralho sad pelo edgar
"Nunca mais" :'(
Pelo o que eu entendi nesse poema, o cara perdeu sua amada, aí esse corvo não é real, apenas uma representação mental da culpa e da tristeza dele, que vai crescendo e vai deixando ele mais louco, no final o luto dele (o corvo) continua assombrando sua vida, ele não iria conseguir sair do luto, nunca mais
Bom gente foi isso que eu entendi, se eu interpretei errado me expliquem ok?
Cá estou. Novamente ouvindo essa triste beleza. Casa tão bem com minha história. Aquela que não direi o nome, cujo som é cheio de "as". E que, infelizmente, só vive no meu passado. No presente...nunca mais !
Minha amada ainda vive ❤ mas para mim, nunca mais 😢
Por certo não é apenas uma visita tardia e nada mais, mas a voz da consciência que assola a vida de um homem abatido por dores, erros, perdas, tormentas e a perca da inocência que a vida subitamente lhe tomou, agora tem total consciência que esta alegria e inocência uma vez perdida: NUNCA MAIS.
Eternos contos, simplesmente atemporais. Nunca perde a essência da personalidade excêntrica do criador. 🐦⬛❤
Melhor interpretação que ja vi...
Revisito esse poema de tempos em tempos, em especial essa versão narrada neste vídeo, a emoção em sua voz me cativa muito e me traz uma beleza inexplicável
Esse poema é a retratação clara de alguem com crise de panico.
Interessante, gostei da dua interpretação
Pra mim o eu-lirico tá conversando com A Morte, mas essa interpretação parece interesante
@@A.Odara.23 valeu Man. Desejo isso pra ninguém. Mas a crise de ansiedade me levou ao Pânico e depre...... Mas isso existe tratamento, me lembrei do meu passado, era alguém batendo palmas em casa de vizinho, seu cachorro cavucando algo, seu gato derrubando algo, isso é uma bola de neve, vc passa há ouvir sons e tudo mais...... Fiquei por mais de ano com celular no silencioso, barulho me provocavam pânico (onde me encontro no poema morte, alguma pessoa ou problema)?
Poemas são tipo músicas, a gente interpreta, cada um de uma maneira. Mas obrigado pelo elogio
@@Lombabag Me deu vontade de te dar um abraço lendo isso, infelizmente nao posso ser sua amiga por aqui, essa rede social é mto limitada kk
Arte é subjetivo, "Cada favelado é um Universo em crise" tlgd?
Eu pessoalmente tenho passado por crises de pânico ultimamente. Eu entendo essa dor
Espero que você consiga vencer contra esses Monstros, e que vc consiga sorrir de verdade denovo ♥️🖤
Não me canso de voltar aqui. Melhor tradução e narração 🖤
Isso foi a coisa mais fantástica que eu ouvi em muito tempo
Narração digna da grandeza do poema. 😢❤️🔥
Magnifico poema.Edgar Allan Poe .
Que ser carregado de trevas como os olhos da sua amada. Berenice.
E o nosso Augusto dos Anjos , o nosso Allan Poe.
Som Absoluto neste a amada tem o nome de Leonore
sinceramente... todos os dias eu leio e ouco esse poema...serio lkk
Linda narração!!! Dramatica e inquietante. Parabéns!
Certamente, a melhor leitura em português! Meus parabéns!
Que voz talentosa, que imersivo
Que voz!!!! Poema grandioso e belíssima interpretação!! 👏👏👏
perfeito!
tão amargo e tão sutil, a magua densa e o clamor por misericordia mergulhados em lamentos eternos de pura dor e sofrimento pela morte de sua amada
tão sublime e taõ lindo
e a traduçao com essa voz ficou ecelente
Estou aqui pela musica do belchior,velha roupa colorida,ele cita esse poema,música boa é assim...
Ouvir esse poema e só suspirar, falar nada mais...
Estou eu aqui, estudando esse lindo poema, e confesso, muitos foram os vídeos assistidos, até chegar a este e quando menos percebi uma lágrima correu dos meus olhos, quão forte e intensa essa narração. Gratidão!
Nossa... Maravilhoso...gratidão...
⚖⚖⚖Nunca Mais💔💔💔
Estou pesquisando sobre algumas narrações, e essa sem dúvida foi a que melhor encontrei!! Muito bem feito!!
Muito obrigada, Amo Edgar Allan Poe ! ❤
Perfeição é pouco pra este poema.!!
Realmente emocionante!!
Narre mais coisas!!!
Muito bom, o melhor que achei... Por favor narre outros poemas deste autor ❤
Me lembra dos meus catorze anos quando eu vi essa poesia pela primeira vez...
Acho que foi a primeira vez que eu senti algo tão profundo provindo de uma poesia...
Obrigado por despertar tal medo, desespero e tristeza que eu tive quando topei com Poe pela primeira vez...
Excelente áudio. Se não for o melhor, é um dos melhores. Obrigada pelo video!
Creio que, dificilmente, haverá um melhor que este. Maravilha de Interpretação! Amei❤
Perfeito. O poeta exprime uma dor orrpilante e nos faz refletir sobre o sentido da vida. Amei♥
Melhor interpretação 🖤
Um poema espetacular,uma dicção incrível,e um vídeo melancólico mais perspicaz
Estou apaixonada por essa voz 😍
Dá pra ele, então..
👏👏👏👏 muito bom! Parabéns 📚📚
Parabéns muito bom ❤
A melhor interpretação que já ouvi. 👍
Melhor interpretação do RUclips!
Ahhh. Muitos suspiros. Interpretação incrível.
Tristeza de quem perde um amor e não tem como recuperá-lo. Loucura. Morte e vida, morte em vida.
A luz lança a tristonha sombra no chão.
que belissimoooooooooo!!!!!! Lindo poema sobre a morte e muito bem recitado! Adorei!!!!
Sua interpretação me tirou lágrimas. A tradução de Pessoa é maravilhosa. Parabéns!!!
De arrepiar! muito bom
Deixa-me dizer o quão lindo é este poema que em sua voz me tirou lágrimas. Muito obrigada!
Magnífica interpretação!
Impressionante como uma arte tão bela se cabe em qualquer tradução.
Assustador até, como se fosse uma profecia q todos devessem ouvir.
Muito bom amigo
Perto de "Edgar Allan poe" somos apenas crianças brincando com rabiscos tentando criar uma Monalisa...
"Como pleitear a dor de perde a sua amada "através de um diálogo com uma "ave" (morte)" ,,uma genialidade incontestável...
Será?
Adoro esse poema, adoro Edgar Allan Poe!
Aqui a tradução do Pessoa. Só tô postando porque gosto de ler enquanto ouço e aqui ficaria mais fácil.
"Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,
Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais,
E já quase adormecia, ouvi o que parecia
O som de algúem que batia levemente a meus umbrais.
"Uma visita", eu me disse, "está batendo a meus umbrais.
É só isto, e nada mais."
Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro,
E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais.
Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dada
P'ra esquecer (em vão!) a amada, hoje entre hostes celestiais -
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais,
Mas sem nome aqui jamais!
Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo
Me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais!
Mas, a mim mesmo infundido força, eu ia repetindo,
"É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais;
Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais.
É só isto, e nada mais".
E, mais forte num instante, já nem tardo ou hesitante,
"Senhor", eu disse, "ou senhora, decerto me desculpais;
Mas eu ia adormecendo, quando viestes batendo,
Tão levemente batendo, batendo por meus umbrais,
Que mal ouvi..." E abri largos, franqueando-os, meus umbrais.
Noite, noite e nada mais.
A treva enorme fitando, fiquei perdido receando,
Dúbio e tais sonhos sonhando que os ninguém sonhou iguais.
Mas a noite era infinita, a paz profunda e maldita,
E a única palavra dita foi um nome cheio de ais -
Eu o disse, o nome dela, e o eco disse aos meus ais.
Isso só e nada mais.
Para dentro então volvendo, toda a alma em mim ardendo,
Não tardou que ouvisse novo som batendo mais e mais.
"Por certo", disse eu, "aquela bulha é na minha janela.
Vamos ver o que está nela, e o que são estes sinais."
Meu coração se distraía pesquisando estes sinais.
"É o vento, e nada mais."
Abri então a vidraça, e eis que, com muita negaça,
Entrou grave e nobre um corvo dos bons tempos ancestrais.
Não fez nenhum cumprimento, não parou nem um momento,
Mas com ar solene e lento pousou sobre os meus umbrais,
Num alvo busto de Atena que há por sobre meus umbrais,
Foi, pousou, e nada mais.
E esta ave estranha e escura fez sorrir minha amargura
Com o solene decoro de seus ares rituais.
"Tens o aspecto tosquiado", disse eu, "mas de nobre e ousado,
Ó velho corvo emigrado lá das trevas infernais!
Dize-me qual o teu nome lá nas trevas infernais."
Disse o corvo, "Nunca mais".
Pasmei de ouvir este raro pássaro falar tão claro,
Inda que pouco sentido tivessem palavras tais.
Mas deve ser concedido que ninguém terá havido
Que uma ave tenha tido pousada nos meus umbrais,
Ave ou bicho sobre o busto que há por sobre seus umbrais,
Com o nome "Nunca mais".
Mas o corvo, sobre o busto, nada mais dissera, augusto,
Que essa frase, qual se nela a alma lhe ficasse em ais.
Nem mais voz nem movimento fez, e eu, em meu pensamento
Perdido, murmurei lento, "Amigo, sonhos - mortais
Todos - todos já se foram. Amanhã também te vais".
Disse o corvo, "Nunca mais".
A alma súbito movida por frase tão bem cabida,
"Por certo", disse eu, "são estas vozes usuais,
Aprendeu-as de algum dono, que a desgraça e o abandono
Seguiram até que o entono da alma se quebrou em ais,
E o bordão de desesp'rança de seu canto cheio de ais
Era este "Nunca mais".
Mas, fazendo inda a ave escura sorrir a minha amargura,
Sentei-me defronte dela, do alvo busto e meus umbrais;
E, enterrado na cadeira, pensei de muita maneira
Que qu'ria esta ave agoureia dos maus tempos ancestrais,
Esta ave negra e agoureira dos maus tempos ancestrais,
Com aquele "Nunca mais".
Comigo isto discorrendo, mas nem sílaba dizendo
À ave que na minha alma cravava os olhos fatais,
Isto e mais ia cismando, a cabeça reclinando
No veludo onde a luz punha vagas sobras desiguais,
Naquele veludo onde ela, entre as sobras desiguais,
Reclinar-se-á nunca mais!
Fez-se então o ar mais denso, como cheio dum incenso
Que anjos dessem, cujos leves passos soam musicais.
"Maldito!", a mim disse, "deu-te Deus, por anjos concedeu-te
O esquecimento; valeu-te. Toma-o, esquece, com teus ais,
O nome da que não esqueces, e que faz esses teus ais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".
"Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta!
Fosse diabo ou tempestade quem te trouxe a meus umbrais,
A este luto e este degredo, a esta noite e este segredo,
A esta casa de ância e medo, dize a esta alma a quem atrais
Se há um bálsamo longínquo para esta alma a quem atrais!
Disse o corvo, "Nunca mais".
"Profeta", disse eu, "profeta - ou demônio ou ave preta!
Pelo Deus ante quem ambos somos fracos e mortais.
Dize a esta alma entristecida se no Éden de outra vida
Verá essa hoje perdida entre hostes celestiais,
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".
"Que esse grito nos aparte, ave ou diabo!", eu disse. "Parte!
Torna á noite e à tempestade! Torna às trevas infernais!
Não deixes pena que ateste a mentira que disseste!
Minha solidão me reste! Tira-te de meus umbrais!
Tira o vulto de meu peito e a sombra de meus umbrais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".
E o corvo, na noite infinda, está ainda, está ainda
No alvo busto de Atena que há por sobre os meus umbrais.
Seu olhar tem a medonha cor [dor] de um demônio que sonha,
E a luz lança-lhe a tristonha sombra no chão há mais e mais,
Libertar-se-á... nunca mais!"
Bruno Xavier
No final ele diz “Seu olhar tem a medonha Dor de um demônio” não Cor (pelo menos foi só isso que eu consegui identificar! Eu só avisei caso vc queira consertar ou Slá)
que lindooooooooooooooooo!!!! Obrigada!!!!
@@hyun-na4657 Obrigado pela observação. Creio que foi um "desvio" do narrador, pois a tradução do pessoa usa "cor" para o "seeming" em inglês, pra dar a ideia de "aspecto". Vou deixar o termo do narrador junto com a tradução.
Belissima iniciativa.
Pra mim é bem melhor que a tradução do Machado de Assis.
admirável interpretação, meus parabéns!
Bela interpretação! Me vejo na dentro da sala, e "vejo" tudo o que acontece, conforme vou escutando. Parabéns
Maravilhoso! Lendo eh lindo, mas ouvir foi maravilhoso !!! Obrigada!
Melhor tradução (bom, Fernando Pessoa, né? Hehe) e boa declamação. Cousa rara. Boa!
Excelente tradução de Fernando Pessoa. Excelente interpretação do artista Carlos Fernando, emprestando emoção extra ao ao belo e dorido poema de Poe.
Fernando Pessoa grande poeta, grandes interpretam grandes... porque morrem tão cedo, 47 anos...
Melhor tradução, mais de 5 anos que eu escolhi amar a tradução de Fernando pessoa.
Gostei muito da sua leitura. Grata.
Perdi o fôlego.... Que voz.... Que poema
...... ♥♥♥♥♥
Excelente narração
Quanta angústia nesse coração, quanta saudades e solidão.
Maravilhoso! Gostei muito! Excelente interpretação!
Lindo mesmo me lembro da época da escola ........ Saudades
Ótima interpretação
Gostei muito. Parabens
Clássico mundial.
Eu estou gravando minha interpretação deste POEma e vim observar as inflexões desde narrador. Vai mudar muito da minha interpretação. Obrigado por isso
Cara que talento
Eterno Allan Poe❤
Excelente interpretação!
Melhor interpretação de um poema. Na verdade, a única que me agradou, de qualquer poema que seja. De resto, prefiro mesmo minha voz interna.
Experimentei nessa declamação junto a symphonia de Apocalyptica uma harmonia sem igual.
Grato pelo serviço prestado a humanidade em interpretar um clássico em arte e bom tom de quem soube fazer uma das melhores traduções.
Lindo clássico da literatura mundial.
MEUS PARABÉNS!!!! SEM PALAVRAS
Linda interpretação! Poesia densa, pesada, porém sublime. Chego a sentir as garras dele no ombro...
Essa voz faz-me chorar.
Mais um ano e aqui estou eu ouvindo novamente, esse é o meu ritual anual
impossível parar de gostar deste poema.
Otima interpretação
Obrigada pela excelente declamação. 👏👏
que interpretação magnífica
Show 👏 Viciei em ouvir isso, fantástico essa narração e a do Christopher Lee são as que mais amei até agora kkk
Poe, é uns dos meus poetas preferidos e o meu conto é bem esse ( O corvo ) Amo as obras de Edgar Allan Poe ♡
Fabuloso!
como amo esta voz e poe ❤
Parabéns! Linda interpretação e declamação perfeita.
Show de bola!!! Muito bom!!
MUITO BOM! PARABÉNS, PELA INTERPRETAÇÃO.
Bela voz, ótima dicção! Parabéns :-)
Excelente !!! 🤝
Parabéns 🎉🎉🎉🎉
Narração Maravilhosamente perfeita
Gratidão!
A dor que causa quando uma pessoa amada morre
Esta é a melhor tradução!
De meus sonhos nada mais me resta , senao o espirito que em outra vida .tera quem sabe a sorte querida , que nao teve em vida este corpo amorfo , nao sonhar pois viverei eternamente morto.
Sempre fui vidrado no Allan Poe e meus poemas tem grande influencia de seu trabalho , espero que gostem dessa segunda parte de meus sonhos.
amei
Põe-se inigualávelmente diante de seus poemas , o Poe!!!!
Põe-se inigualávelmente diante de seus poemas , o Poe!!!!
Melhor tradução a de Milton Amado, põe essa no bolso....
Primoroso!
Puxa , bravíssimo!!!
magnífico
Eu tô chorando...
É o fresco, é??
Você narra MT bem
Ótima interpretação!