Eu tenho SD e TEA 1. São raros os encontros que não saio exausto ou pra baixo. Sou rígido e tenho dificuldade com piadas e indiretas. Com comportamentos antiéticos também sou bastante inflexível. Saio pra me divertir e chego exausto e estressado. Como TB tenho dificuldade em olhar nos olhos, as pessoas acham que sou inseguro ou fraco.
Eu fiz um treinamento pra conseguir olhar,mas não por muito tempo, assim fica parecendo que eu tô entendo ou que tá prestando atenção. As piadas e só rir sem entender mesmo. Depois larga pra lá. E de vez enquando eu decorava uma piada e falava ela.
Fiz treinamento pra ter um casamento feliz, aprendi a pedi informação sem a pessoa saber que eu preciso da ajuda dela. É muito fácil por exemplo: se tiver na fila de um banco ou outro lugar e precisar de ajuda, é só vc dar um leve toque no ombro da pessoa e perguntar você é daqui? Inicie uma conversa onde a pessoa fale de si mesmo por um tempo e elogie a pessoa, o ser humano e muito suscetível a elogios pode ser qualquer coisa,por exemplo que a camisa é bonita onde ele comprou, então vc aguenta a pessoa falar e quando ela parar pra respirar você pergunta o que vc precisa saber. Recomendo fazer isso quando tiver chegando a sua vez no local onde estiver. Por que a carência das pessoas por atenção é demais e falam demais. Então esse foi o jeito que aprendi a pedir informação,teve vezes de a pessoa fazer o depósito no caixa p mim como se eu a conhecesse a muito tempo e me ensinava com muita paciência. Isso eu tinha 13 anos de idade, desde então uso esse mecanismo. Por que tem muita gente que tá com pressa ou que não tá com vontade de ajudar então não te dão atenção. Mas fazendo isso vc cria uma conexão momentânea com a pessoa e ela sente algo e te ajuda. Funciona demais
Eu fui diagnoticada com TEA e SD ano passado, estava com 34 anos! Trato depressão a muitos anos, e fiquei muito impactada em saber pq graças a Deus entraram duas profissionais de psicologia e psiquiatria na minha vida que ajudaram em tudo que precisei nessa caminhada. A minha história toda de vida é MUITO parecida com a da sua paciente.
C4RAMB4!!! Impressionante como é basicamente a minha história de vida. Essa questão de dentro da minha cabeça eu saber que sou inteligente e capaz, mas na prática ter várias dificuldades em questões específicas e me cobrar muito, é o meu maior dilema. Isso faz as pessoas duvidarem do meu diagnóstico... Me dói muito.
Quando criança não olhava nos olhos, odiava abraços ou interações. Eu implorava a Deus para ter um amigo. Não tinha amigos e não conseguia ficar na presença de outras pessoas. Não conseguia entender as pessoas. Era muito cansativo participar de recreação. Tudo piorou quando comecei a trabalhar aos 14 anos. Trabalhei em um comércio e comecei a me sentir muito cansado ao ponto de não conseguir ter força nem alegria pra nada. Meus empregos foram assim, trabalhava alguns meses e ficava de cama outros meses. Foi uma luta terminar o ensino médio. Passei por vários psiquiatras. Me recomendaram vários remédios. O assunto sempre era depressão. Durante a pandemia conversei com uma pessoa que comentou seu diagnóstico no TEA. Nunca tinha ouvido falar sobre isso. Daí, à medida que ele foi me contando sua experiência, percebi que ele estava falando sobre mim. Meus olhos se abriram para uma realidade que eu não conhecia, mas que fazia todo sentido. Se eu soubesse disso quando mais novo, teria recebido a ajuda necessária para não sofrer tanto. Agora depois de velho, muita coisa vejo com mais clareza, mas tenho medo de correr atrás do diagnóstico e voltar a perder o controle sobre a barreira protetora que criei ao meu redor. Respondi alguns questionários sobre o TEA por conta própria e de fato me encaixo no TEA somado ao TDAH. Mas não tenho coragem de ir além disso.
Me senti quase descrita nesse relato. Eu fui diagnosticada agora aos 38 anos com TEA e TDAH e tive uma crise depressiva nos últimos 2 anos por causa de um burnout profissional que me levou também a pegar ranço do mercado onde eu atuo (arquitetura). Não sei se sou superdotada porque meu QI deu 120 mas sou muito desatenta. Minha solução a longo prazo é empreender fazendo algumas comidinhas, fazer quando eu puder, vender quando eu puder, respeitando minha “improdutividade”. O problema da ideação suicc é muito real, em toda crise de meltdown eu rezo pra me levarem embora logo.
Parece que está contando a minha história de vida. Por 3 vezes durante a vida, eu cheguei numa situação de exaustão extrema onde não conseguia levantar da cama nem para comer. Eu congelei, paralisei e foi desesperador porque eu me sentia culpado por não ter controle (autocontrole) sobre o que estava acontecendo. Ao longo da vida lidei com tantos julgamentos que me tornei carrasco de mim mesma. Auto cobrança para parecer menos "estranha", me obrigava a estar em ambientes barulhentos mesmo sendo torturante e no final do dia me sentir destruída e cheia de dores. Pensava: "se eles conseguem tão fácil, eu também consigo". Sonsa, lerda, fresca, esnobe, estranha e quando congelava e não conseguia fazer nada "preguiçosa". Com isso eu comecei a disfarçar o que eu sentia e fingir "normalidade" desde cedo. Só que hoje, eu sinto que estou desmoronando. Estou ruindo... minha saúde está um caco, e estar viva é um tanto desanimador. Fui diagnosticada aos 30, depois de muito empurrar as dificuldades com a barriga. Enfim, a incompreensão alheia e julgamentos são as piores partes.
Importante conseguir olhar daqui para frente, tendo uma melhor compreensão de si mesma. Infelizmente não temos poder sobre o comportamentos dos outros, mas podemos fazer muito por nós mesmos quando compreendemos a natureza dos nossos problemas.
Suas explicações são muito boas, até pelas exemplificações que são feitas.. não tenho SD, mas sinto que meu cansaço/exaustão vem do TPS e de uma certa "ressaca social". Dores de cabeça, dores no ouvido, sonolência... Dá até vontade de gritar (sem exagero)... Tudo pelo acúmulo das interações e dos estímulos sensoriais... Bom, eu pensei: "Se minha mãe ou outras pessoas que conheço não sentem isso, porque eu estou sentindo estas coisas com tanta intensidade?? Seria frecura minha??" Até os meus 28 anos eu pensava que sim, até que o pior aconteceu e me vi reconhecendo que uma crise extrema motivou várias situações, das quais, se eu soubesse que eu tinha autismo, talvez, muito provavelmente, não teriam ocorrido... Decidi buscar ajuda. Consultei 5 médicos especialistas... Apenas 2 levaram em consideração, e apenas 1, concluiu o laudo e atualmente confirmado por outro médico, de outra especialidade... Foi um grande alívio e uma transformação da mente, porque eu nunca quis me ver com autismo, por mais que uma chefe minha, no trabalho, já tivesse me perguntado diretamente se eu era autista... Foi uma mistura de alívio e ressentimento, ter recebido meu laudo e penso que o autismo é subnotificado no Brasil, apesar de que a tríade de sintomas, mais a questão dos prejuízos e as evidências de atraso de neurodesenvolvimento e fala na infância, devam estar presentes para concluir o diagnóstico e que, não vem ao caso, o auto-diagnóstico ou mesmo, fazer uso indiscrimanado do tema para sair diagnosticando a todos os introvertidos, como autistas...
infelizmente o equivalente ao "almoço sozinho" q eu tenho, é o alcoolismo :/ eu tenho plena noção que isso me faz mal, mas sou incapaz de 'dar conta' se eu sacrificar minha rotina de beber todo final de semana. Desde que descobri que sou autista (que eu só descobri por ter ficado desnutrido, o que escancarou todas as minhas dificuldades), tenho tentado adotar medidas pra evitar outros episódios de shutdown. Eu não tenho dificuldade em socializar/mascarar hoje em dia, já tive muita, mas eventualmente eu aprendi o que esperam... claro que ainda é cansativo, e o alcool me ajuda bastante, e mesmo assim ainda não fujo dos comentários de que sou "infantil", "esquisito" ou "seco" kkkk aprendi q, pra mim pelo menos, tem sido melhor quando, desde o principio, já sabem que eu sou autista, pois apaziguam o sentimento de estranheza que provoco neles. Na pré-adolescência eu lembro de ficar horas no espelho ensaiando expressões faciais e trejeitos, inclusive assistindo videos para copiar as variações no tom de voz. Praticamente graduei em masking sem nem saber q eu era autista, eu achava q eu era um alien quando criança kkkk. Na escola eu era conhecido como preguiçoso pq quando eu nao estava dormindo na carteira eu gostava de "morgar" (eu basicamente ia pra um canto sozinho e ficava encarando o nada por bastante tempo). No ensino medio eu acabei desistindo de estudar, reprovei por falta pois eu não tinha energia pra levantar da cama, mesmo assim quando fiz 18 anos passei com nota boa no enem e entrei numa federal. Achei o processo ridiculamente facil e nem dei valor pra vaga, acabei jubilando por falta (erro grotesco, o tempo passa pra qualquer cabeça kkk). Só hj q sei do meu autismo que estou conseguindo manejar o cansaço para estudar; passei de novo com facilidade na federal e estou extremamente disposto a fazer o que eu precisar fazer pra conseguir formar, inclusive sacrificar meu fígado pelo visto (infelizmente), mas é a maneira que eu encontrei por enquanto. ps: detalhe q só consegui sair do meu ultimo burnout autistico utilizando de psilocibina. Não vou recomendar, mas já q estou relatando, melhor relatar tudo. Me sinto as vezes sozinho por não sentir que as pessoas são capazes de me ajudar, toda a ajuda q ja tentaram me dar, achei redundante, hoje em dia busco suporte de quem gosta de mim, mas é dificil fazer entender a diferença entre 'ajuda' e 'suporte'.
Obrigado pelo seu relato, é auxílio para muitas reflexões. Importante que você possa estar buscando ajuda profissional para atenuar as dificuldades. O uso de álcool pode destruir a sua vida de forma bem mais terrível que as dificuldades que já vem passando, é um ponto para se ter muita atenção.
Sou muito parecida com Ethena, mas não sei se tenho altas habilidades. Queria que existisse uma medicação mais especifica para atenuar a exaustão mental...Essa sempre foi minha principal queixa mesmo antes do diagnóstico de TEA nível 01 e TDAH desatento.
@@alineandrade7684Já experimentei Ritalina e os outros psicoestimulantes, nenhum dá esse efeito de aumentar a energia e diminuir a fadiga. Estou fazendo uso do Atentah (pelo menos aumenta um pouco meu foco) junto com antidepressivo.
Não existe medicamento específico para esse tipo de sintoma no autismo. O que há de mais efetivo de trabalhar para reduzir a exposição aos estressores que levam a exaustão e tratar adequadamente as comorbidades que podem estar presentes e que ajudam a gerar as crises (como depressão, ansiedade, TDAH).
Me identifiquei muito com o vídeo, mas isso me assusta muito porque ao longo da minha vida tentei muitas vezes descobrir a causa do meu cansaço extremo, e sempre que pesquisava uma patologia diferente eu pensava: ah então é isso! Daí fazia os exames e não era. Então tenho medo de estar me identificando com os sintomas e ser esse meu problema de estar sempre procurando um problema em mim mesma. Tenho depressão crônica e minha psiquiatra me encaminhou para uma neuropsicanalise porque o remédio para depressão me ajudou a suportar o fardo e culpa de estar sempre cansada, mas não resolveu o cansaço em si. Todas as vezes que tentei trabalhar presencial tive crises e me sentia muito culpada porque os outros conseguia e eu não. Estou assustada e com medo de mais uma vez me disserem que é tudo coisa da minha cabeça.
Eu tenho TDAH e HDSD e as vezes desconfio que posso ter TEA também, acho que não, acho que não tenho muita rigidez e outras características. Mas aos 20 e poucos comecei a me identificar com sentimentos de autistas e aos 28/29 eu pensei mais sério sobre a possibilidade mas acabei abandonando a ideia. Depois disso eu descobri o TDAH e acabei nunca investigando um possível TEA por que não acho que é pra tanto. Mas sempre que vejo vídeos sobre autismo fico em dúvida sobre mim. É difícil pra mim voltar no psiquiatra, eu sempre deixo pra depois e nunca vou.
@@thiagobezerril estou fazendo tratamento psicológico e psiquiatra, medicação é passada só até 2 meses, faz um tempo, essas receitas não podem ser passadas por mais tempo, já estou colocando no orçamento ter que ir no psiquiatra 6 vezes ao ano, minha questão é essas receitas tivesse mais tempo, 2 meses acho pouco, deveria ser 6 meses
@@arozendojr Entendi. Essa questão acaba sendo uma regra de cada psiquiatra. O conselho de Medicina estabelece uma diretriz para deixar um intervalo entre cada avaliação para emissão de receita controladas de até 3 meses. Isso é algo para combinar diretamente com seu psiquiatra, mas se ele considera que precisa te ver em 2 meses, não dá para afirmar que está errado, depende de vários fatores. O melhor acompanhamento é aquele que leva em consideração as evidências científicas para o caso, mas também as necessidade e limites do paciente (o que inclui a situação financeira).
@@thiagobezerril Vou além da situação financeira, julgo eu que 2 meses é difícil afirmar que um comportamento foi planejado, executado, reforçado o suficiente para gerar um comportamento minimamente duradouro, compreendo que todas as melhores práticas, orientações do conselho e aplicações das medicações devem ser respeitadas, Ainda acho pouco tempo de receita😂. Hoje estou projetando o uso da medicação junto com acompanhamento psicológico com noções de Psicofarmacologia, para pode me ajudar a planejar o uso, durante e no termino da medicação
Olá Sou autista em nível de suporte 2, com TDAH, depressão e ansiedade. Altas Habilidades por Renzulli, Wechsler e Polímata. Necessito de orçamento para pedir suprimento de custas na justiça. Onde envio a requisição de orçamento? -- Eu seria a Ethena. Teria me formado se conseguisse tolerar os professores passando materia errada, a ladainha política sem fim e os trabalhos de grupo. Mas infelizmente são intoleraveis. Requeri aceleração dos estudos e poder demonstrar notório saber e só sofri mais discriminação seja explicita ou velada. Realmente a vontade é de se matar, nada mais. -- The combination of autism and exceptional cognitive ability is associated with suicidal ideation - Lucas G Casten et al.
@@marciojr7335 Já passei por muitas profissões. Atualmente estou aguardando o BPC. Cansei de ser discriminado nos recrutamentos e agredido psicologicamente, inclusive homofobia, no trabalho. Tenho conhecimento de psicologia a nível de mestrado, estudo desde os 11 anos de idade. Tenho proficiência em língua inglesa, certificada por Cambridge e IELTS Academic. E domino Filosofia da Ciência e Meta-ciência.
![Ficou MAIS AUTISTA depois do DIAGNÓSTICO? [Sintomas de Autismo leve]](http://i.ytimg.com/vi/WfA46Qkw7N0/mqdefault.jpg)
Eu tenho SD e TEA 1. São raros os encontros que não saio exausto ou pra baixo. Sou rígido e tenho dificuldade com piadas e indiretas. Com comportamentos antiéticos também sou bastante inflexível. Saio pra me divertir e chego exausto e estressado. Como TB tenho dificuldade em olhar nos olhos, as pessoas acham que sou inseguro ou fraco.
Esse é um bom resumo de dificuldades de muitas pessoas na sua situação.
Eu fiz um treinamento pra conseguir olhar,mas não por muito tempo, assim fica parecendo que eu tô entendo ou que tá prestando atenção. As piadas e só rir sem entender mesmo. Depois larga pra lá. E de vez enquando eu decorava uma piada e falava ela.
Fiz treinamento pra ter um casamento feliz, aprendi a pedi informação sem a pessoa saber que eu preciso da ajuda dela. É muito fácil por exemplo: se tiver na fila de um banco ou outro lugar e precisar de ajuda, é só vc dar um leve toque no ombro da pessoa e perguntar você é daqui? Inicie uma conversa onde a pessoa fale de si mesmo por um tempo e elogie a pessoa, o ser humano e muito suscetível a elogios pode ser qualquer coisa,por exemplo que a camisa é bonita onde ele comprou, então vc aguenta a pessoa falar e quando ela parar pra respirar você pergunta o que vc precisa saber. Recomendo fazer isso quando tiver chegando a sua vez no local onde estiver. Por que a carência das pessoas por atenção é demais e falam demais. Então esse foi o jeito que aprendi a pedir informação,teve vezes de a pessoa fazer o depósito no caixa p mim como se eu a conhecesse a muito tempo e me ensinava com muita paciência. Isso eu tinha 13 anos de idade, desde então uso esse mecanismo. Por que tem muita gente que tá com pressa ou que não tá com vontade de ajudar então não te dão atenção. Mas fazendo isso vc cria uma conexão momentânea com a pessoa e ela sente algo e te ajuda. Funciona demais
Eu fui diagnoticada com TEA e SD ano passado, estava com 34 anos! Trato depressão a muitos anos, e fiquei muito impactada em saber pq graças a Deus entraram duas profissionais de psicologia e psiquiatria na minha vida que ajudaram em tudo que precisei nessa caminhada. A minha história toda de vida é MUITO parecida com a da sua paciente.
C4RAMB4!!! Impressionante como é basicamente a minha história de vida. Essa questão de dentro da minha cabeça eu saber que sou inteligente e capaz, mas na prática ter várias dificuldades em questões específicas e me cobrar muito, é o meu maior dilema. Isso faz as pessoas duvidarem do meu diagnóstico... Me dói muito.
Quando criança não olhava nos olhos, odiava abraços ou interações. Eu implorava a Deus para ter um amigo. Não tinha amigos e não conseguia ficar na presença de outras pessoas. Não conseguia entender as pessoas. Era muito cansativo participar de recreação. Tudo piorou quando comecei a trabalhar aos 14 anos. Trabalhei em um comércio e comecei a me sentir muito cansado ao ponto de não conseguir ter força nem alegria pra nada. Meus empregos foram assim, trabalhava alguns meses e ficava de cama outros meses. Foi uma luta terminar o ensino médio. Passei por vários psiquiatras. Me recomendaram vários remédios. O assunto sempre era depressão. Durante a pandemia conversei com uma pessoa que comentou seu diagnóstico no TEA. Nunca tinha ouvido falar sobre isso. Daí, à medida que ele foi me contando sua experiência, percebi que ele estava falando sobre mim. Meus olhos se abriram para uma realidade que eu não conhecia, mas que fazia todo sentido. Se eu soubesse disso quando mais novo, teria recebido a ajuda necessária para não sofrer tanto. Agora depois de velho, muita coisa vejo com mais clareza, mas tenho medo de correr atrás do diagnóstico e voltar a perder o controle sobre a barreira protetora que criei ao meu redor. Respondi alguns questionários sobre o TEA por conta própria e de fato me encaixo no TEA somado ao TDAH. Mas não tenho coragem de ir além disso.
Com uma trajetória como essa, vai ser bem importante um esclarecimento diagnóstico.
Me senti quase descrita nesse relato. Eu fui diagnosticada agora aos 38 anos com TEA e TDAH e tive uma crise depressiva nos últimos 2 anos por causa de um burnout profissional que me levou também a pegar ranço do mercado onde eu atuo (arquitetura). Não sei se sou superdotada porque meu QI deu 120 mas sou muito desatenta. Minha solução a longo prazo é empreender fazendo algumas comidinhas, fazer quando eu puder, vender quando eu puder, respeitando minha “improdutividade”. O problema da ideação suicc é muito real, em toda crise de meltdown eu rezo pra me levarem embora logo.
Parece que está contando a minha história de vida. Por 3 vezes durante a vida, eu cheguei numa situação de exaustão extrema onde não conseguia levantar da cama nem para comer. Eu congelei, paralisei e foi desesperador porque eu me sentia culpado por não ter controle (autocontrole) sobre o que estava acontecendo. Ao longo da vida lidei com tantos julgamentos que me tornei carrasco de mim mesma. Auto cobrança para parecer menos "estranha", me obrigava a estar em ambientes barulhentos mesmo sendo torturante e no final do dia me sentir destruída e cheia de dores. Pensava: "se eles conseguem tão fácil, eu também consigo".
Sonsa, lerda, fresca, esnobe, estranha e quando congelava e não conseguia fazer nada "preguiçosa".
Com isso eu comecei a disfarçar o que eu sentia e fingir "normalidade" desde cedo. Só que hoje, eu sinto que estou desmoronando. Estou ruindo... minha saúde está um caco, e estar viva é um tanto desanimador. Fui diagnosticada aos 30, depois de muito empurrar as dificuldades com a barriga. Enfim, a incompreensão alheia e julgamentos são as piores partes.
Importante conseguir olhar daqui para frente, tendo uma melhor compreensão de si mesma. Infelizmente não temos poder sobre o comportamentos dos outros, mas podemos fazer muito por nós mesmos quando compreendemos a natureza dos nossos problemas.
Sou TEA.Melhorei minha depressão depois de deixar meu emprego. E depois vejo que foi uma coisa boa que fiz.
Prazer, Athena kkkk. Essa historinha foi matadora, me identifiquei demais.
Sou TEA e vivo cansada sou pastora e e tudo muito difícil 😢
Eu tenho essa exaustão...no fim de semana fico no quarto sem falar com ninguém 😢😢
Qual sua profissão?
Médica @@marciojr7335
Suas explicações são muito boas, até pelas exemplificações que são feitas.. não tenho SD, mas sinto que meu cansaço/exaustão vem do TPS e de uma certa "ressaca social". Dores de cabeça, dores no ouvido, sonolência... Dá até vontade de gritar (sem exagero)... Tudo pelo acúmulo das interações e dos estímulos sensoriais... Bom, eu pensei: "Se minha mãe ou outras pessoas que conheço não sentem isso, porque eu estou sentindo estas coisas com tanta intensidade?? Seria frecura minha??" Até os meus 28 anos eu pensava que sim, até que o pior aconteceu e me vi reconhecendo que uma crise extrema motivou várias situações, das quais, se eu soubesse que eu tinha autismo, talvez, muito provavelmente, não teriam ocorrido... Decidi buscar ajuda. Consultei 5 médicos especialistas... Apenas 2 levaram em consideração, e apenas 1, concluiu o laudo e atualmente confirmado por outro médico, de outra especialidade... Foi um grande alívio e uma transformação da mente, porque eu nunca quis me ver com autismo, por mais que uma chefe minha, no trabalho, já tivesse me perguntado diretamente se eu era autista... Foi uma mistura de alívio e ressentimento, ter recebido meu laudo e penso que o autismo é subnotificado no Brasil, apesar de que a tríade de sintomas, mais a questão dos prejuízos e as evidências de atraso de neurodesenvolvimento e fala na infância, devam estar presentes para concluir o diagnóstico e que, não vem ao caso, o auto-diagnóstico ou mesmo, fazer uso indiscrimanado do tema para sair diagnosticando a todos os introvertidos, como autistas...
infelizmente o equivalente ao "almoço sozinho" q eu tenho, é o alcoolismo :/ eu tenho plena noção que isso me faz mal, mas sou incapaz de 'dar conta' se eu sacrificar minha rotina de beber todo final de semana. Desde que descobri que sou autista (que eu só descobri por ter ficado desnutrido, o que escancarou todas as minhas dificuldades), tenho tentado adotar medidas pra evitar outros episódios de shutdown. Eu não tenho dificuldade em socializar/mascarar hoje em dia, já tive muita, mas eventualmente eu aprendi o que esperam... claro que ainda é cansativo, e o alcool me ajuda bastante, e mesmo assim ainda não fujo dos comentários de que sou "infantil", "esquisito" ou "seco" kkkk aprendi q, pra mim pelo menos, tem sido melhor quando, desde o principio, já sabem que eu sou autista, pois apaziguam o sentimento de estranheza que provoco neles. Na pré-adolescência eu lembro de ficar horas no espelho ensaiando expressões faciais e trejeitos, inclusive assistindo videos para copiar as variações no tom de voz. Praticamente graduei em masking sem nem saber q eu era autista, eu achava q eu era um alien quando criança kkkk. Na escola eu era conhecido como preguiçoso pq quando eu nao estava dormindo na carteira eu gostava de "morgar" (eu basicamente ia pra um canto sozinho e ficava encarando o nada por bastante tempo). No ensino medio eu acabei desistindo de estudar, reprovei por falta pois eu não tinha energia pra levantar da cama, mesmo assim quando fiz 18 anos passei com nota boa no enem e entrei numa federal. Achei o processo ridiculamente facil e nem dei valor pra vaga, acabei jubilando por falta (erro grotesco, o tempo passa pra qualquer cabeça kkk). Só hj q sei do meu autismo que estou conseguindo manejar o cansaço para estudar; passei de novo com facilidade na federal e estou extremamente disposto a fazer o que eu precisar fazer pra conseguir formar, inclusive sacrificar meu fígado pelo visto (infelizmente), mas é a maneira que eu encontrei por enquanto.
ps: detalhe q só consegui sair do meu ultimo burnout autistico utilizando de psilocibina. Não vou recomendar, mas já q estou relatando, melhor relatar tudo. Me sinto as vezes sozinho por não sentir que as pessoas são capazes de me ajudar, toda a ajuda q ja tentaram me dar, achei redundante, hoje em dia busco suporte de quem gosta de mim, mas é dificil fazer entender a diferença entre 'ajuda' e 'suporte'.
Qual sua profissão?
@@marciojr7335 eu estudo farmácia mas trabalho como designer por enquanto
Obrigado pelo seu relato, é auxílio para muitas reflexões. Importante que você possa estar buscando ajuda profissional para atenuar as dificuldades. O uso de álcool pode destruir a sua vida de forma bem mais terrível que as dificuldades que já vem passando, é um ponto para se ter muita atenção.
Sou muito parecida com Ethena, mas não sei se tenho altas habilidades. Queria que existisse uma medicação mais especifica para atenuar a exaustão mental...Essa sempre foi minha principal queixa mesmo antes do diagnóstico de TEA nível 01 e TDAH desatento.
Ritalina
@@alineandrade7684Já experimentei Ritalina e os outros psicoestimulantes, nenhum dá esse efeito de aumentar a energia e diminuir a fadiga. Estou fazendo uso do Atentah (pelo menos aumenta um pouco meu foco) junto com antidepressivo.
Não existe medicamento específico para esse tipo de sintoma no autismo. O que há de mais efetivo de trabalhar para reduzir a exposição aos estressores que levam a exaustão e tratar adequadamente as comorbidades que podem estar presentes e que ajudam a gerar as crises (como depressão, ansiedade, TDAH).
Me identifiquei muito com o vídeo, mas isso me assusta muito porque ao longo da minha vida tentei muitas vezes descobrir a causa do meu cansaço extremo, e sempre que pesquisava uma patologia diferente eu pensava: ah então é isso! Daí fazia os exames e não era. Então tenho medo de estar me identificando com os sintomas e ser esse meu problema de estar sempre procurando um problema em mim mesma. Tenho depressão crônica e minha psiquiatra me encaminhou para uma neuropsicanalise porque o remédio para depressão me ajudou a suportar o fardo e culpa de estar sempre cansada, mas não resolveu o cansaço em si. Todas as vezes que tentei trabalhar presencial tive crises e me sentia muito culpada porque os outros conseguia e eu não. Estou assustada e com medo de mais uma vez me disserem que é tudo coisa da minha cabeça.
Me vi em vários aspectos da historia dela. Nao consigo tratamento.
Eu tenho TDAH e HDSD e as vezes desconfio que posso ter TEA também, acho que não, acho que não tenho muita rigidez e outras características. Mas aos 20 e poucos comecei a me identificar com sentimentos de autistas e aos 28/29 eu pensei mais sério sobre a possibilidade mas acabei abandonando a ideia. Depois disso eu descobri o TDAH e acabei nunca investigando um possível TEA por que não acho que é pra tanto. Mas sempre que vejo vídeos sobre autismo fico em dúvida sobre mim.
É difícil pra mim voltar no psiquiatra, eu sempre deixo pra depois e nunca vou.
Minha história meu Deus.
Mas NINGUÉM me leva a sério, nem família nem médicos.
Aah vc trabalha, é casado.. não pode ser TEA. Inferno de vida😢
Uma coisa que percebi, medicação do TDAH, no máximo 2 mês, normal?
Não entendi muito bem a pergunta. Consegue explicar melhor?
@@thiagobezerril estou fazendo tratamento psicológico e psiquiatra, medicação é passada só até 2 meses, faz um tempo, essas receitas não podem ser passadas por mais tempo, já estou colocando no orçamento ter que ir no psiquiatra 6 vezes ao ano, minha questão é essas receitas tivesse mais tempo, 2 meses acho pouco, deveria ser 6 meses
@@arozendojr Entendi. Essa questão acaba sendo uma regra de cada psiquiatra. O conselho de Medicina estabelece uma diretriz para deixar um intervalo entre cada avaliação para emissão de receita controladas de até 3 meses. Isso é algo para combinar diretamente com seu psiquiatra, mas se ele considera que precisa te ver em 2 meses, não dá para afirmar que está errado, depende de vários fatores. O melhor acompanhamento é aquele que leva em consideração as evidências científicas para o caso, mas também as necessidade e limites do paciente (o que inclui a situação financeira).
@@thiagobezerril Vou além da situação financeira, julgo eu que 2 meses é difícil afirmar que um comportamento foi planejado, executado, reforçado o suficiente para gerar um comportamento minimamente duradouro, compreendo que todas as melhores práticas, orientações do conselho e aplicações das medicações devem ser respeitadas, Ainda acho pouco tempo de receita😂. Hoje estou projetando o uso da medicação junto com acompanhamento psicológico com noções de Psicofarmacologia, para pode me ajudar a planejar o uso, durante e no termino da medicação
Olá Sou autista em nível de suporte 2, com TDAH, depressão e ansiedade. Altas Habilidades por Renzulli, Wechsler e Polímata.
Necessito de orçamento para pedir suprimento de custas na justiça. Onde envio a requisição de orçamento?
--
Eu seria a Ethena. Teria me formado se conseguisse tolerar os professores passando materia errada, a ladainha política sem fim e os trabalhos de grupo. Mas infelizmente são intoleraveis.
Requeri aceleração dos estudos e poder demonstrar notório saber e só sofri mais discriminação seja explicita ou velada.
Realmente a vontade é de se matar, nada mais.
--
The combination of autism and exceptional cognitive ability is associated with suicidal ideation - Lucas G Casten et al.
Qual sua profissão?
@@marciojr7335 Já passei por muitas profissões. Atualmente estou aguardando o BPC. Cansei de ser discriminado nos recrutamentos e agredido psicologicamente, inclusive homofobia, no trabalho.
Tenho conhecimento de psicologia a nível de mestrado, estudo desde os 11 anos de idade.
Tenho proficiência em língua inglesa, certificada por Cambridge e IELTS Academic. E domino Filosofia da Ciência e Meta-ciência.