XV Cidade Berço | Afonsina - "Onde Acaba o Oeste"

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  • Опубликовано: 22 окт 2024
  • XV Cidade Berço
    7 de Março de 2020
    Afonsina
    "Onde Acaba o Oeste"

Комментарии • 1

  • @josemendes8890
    @josemendes8890 Год назад +3

    Vou a galope perseguindo uma miragem
    Esboçada ao fundo entre a poeira e o horizonte
    Não sei se a vejo, essa miragem de miragem
    Mas se abrandar perco a razão de andar a monte
    Passo por estradas, desertos, desfiladeiros
    Passo certeiro, passo num passo apressado
    Passo por hóspede onde os outros chamam casa
    Passo por casas, sendo sempre forasteiro
    Não vou parar, não posso! E se me esqueço
    Destes contornos que tento levar guardados?
    E se me encanto, me embebedo e adormeço
    E envelheço neste sítio conformado?
    Não vou parar, não posso, não poderia!
    Raiou o dia e até parto no silêncio
    Haverá relva bem mais verde noutros campos
    E estou tão certo que o engano me domina
    Vou a galope perseguida por fobias
    Há vários dias que as sei no meu encalço
    Já não a vejo, esta fobia de fobias
    Mas se abrandar esse descanso surge falso
    Passo por pedras e montes, passo no escuro
    Passo inseguro, passo num passo apressado
    Passo em naufrágio pelas âncoras dos barcos
    Passo em refúgios sempre em modo de batalha
    Não vou parar, não posso! E se me apanham
    Esses contornos que em mim levo guardados?
    E se adormeço, envelheço e me encanto
    Neste recanto que de simples me conquista?
    Não vou parar, não posso, não poderia!
    Raiou o dia e até parto na penumbra
    Não se vislumbram cavaleiros da cobrança
    Mas só na dança de fugir tenho o alívio
    Talvez me chorem não por mais que algumas horas
    Bato as esporas, já me lembro o que me move
    Era a miragem da miragem da miragem
    Velho fantasma que me leva a gente viva
    Talvez me chorem não por mais do que um momento
    Voltou o vento, já me lembro o seu prenúncio
    Era a fobia da fobia das fobias
    Velho fantasma que me leva a gente viva
    Talvez me chorem por saberem ao que parto
    Ou me agarrem por me verem cá no fundo
    Esta fobia de não ter uma miragem
    Velho fantasma que me leva todo o mundo