Arlene Clemesha: em Israel, esquerda é tão colonialista quanto a direita - Cortes 20 Minutos
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- Опубликовано: 16 ноя 2024
- A criação de um Estado palestino é inviável, segundo a historiadora especializada em Oriente Médio, Arlene Clemesha, e a comunidade internacional precisa reconhecer Israel como um Estado de apartheid, que suprime direitos da população palestina do país. Em conversa com o jornalista Breno Altman no programa 20 MINUTOS desta terça-feira (29/11), a professora de história e cultura árabe na USP caracterizou o Estado fundado em 14 de maio de 1948: “Israel controla todo o território, mas não concede direitos iguais aos palestinos. Nos territórios, existe um sistema militar de ocupação. As leis de emergência criadas pela Inglaterra antes de 1948 estão vigentes em Israel, não só na Cisjordânia. É um apartheid específico, não é exatamente o da África do Sul, mas é um sistema de segregação”.
A especialista afirma que o princípio da binacionalidade, que criaria um estado judeu e outro palestino na região, jamais interessou a Israel. Criada pelos Acordos de Oslo, firmados em 1993 pelo governo israelense e pela Organização de Libertação da Palestina (OLP), a Autoridade Nacional Palestina surgiu com o direito de administrar enclaves palestinos em Israel, mas jamais para se tornar um governo autônomo: “Criou-se a Autoridade Palestina para que fizesse o serviço de segurar a militância palestina, que era um problema para Israel, e permitir enquanto isso o avanço da colonização. Israel não quer ter cidadãos palestinos em número cada vez maior dentro de suas fronteiras, porque teria que dar direito de voto, e se houver mais palestinos votando que judeus vai mudar o governo”.
Na avaliação de Clemesha, Israel é um Estado em permanente expansão, que nunca aceitou nem demarcou fronteiras, mas não assume que controla todo o território porque não quer assumir para si a população palestina. “Foi a maneira de criar um queijo suíço e colocar um agente controlando essa população e facilitando o projeto exclusivista de um Estado judeu, não assumidamente em todo o território, mas de fato em todo o território”, explica.
“A ocupação praticamente já cortou o norte do sul. Tem 600 mil colonos dentro da Cisjordânia que não vão sair, não tem como criar um Estado palestino em 22% de Israel", acrescenta Clemesha.
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Qual o nome do livro de charges sobre ética, professora, por favor.