"Amar é um prazer", samba batucado, de José Gonçalves e Antônio Almeida, com Almirante

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  • Опубликовано: 2 окт 2024
  • Um "samba autêntico" em Mangueira para Orestes Barbosa, em 9 de julho de 1933
    "No Buraco Quente, quem comanda o samba é Cartola, negro, vinte e quatro anos de idade, trabalhador de pequenos empregos, compositor de grande talento. Apesar de franzino, gosta de enfrentar a batucada. No dia em que derruba o valente Galo Branco, escapa da navalha por intervenção de Massu, seu professor de pernada.
    Na noite em homenagem a A Hora, Cartola é o mestre. Sob sua orientação, o coro de pastoras e a orquestra de percussionistas interpretam para Orestes Barbosa, entre outros sambas, uma criação de José Gonçalves, o Zé Com Fome: "Amar é um prazer/ Que a gente tem/ Antes de morrer".
    Orestes Barbosa divulga os nomes das pastoras da escola: Deolinda Maria da Conceição, diretora de harmonia e mulher de Cartola, Maria de Lurdes, Georgina Santos, Feliciana da Silva, Esmeralda Conceição, Risoleta de Souza, Amélia Terra, Marieta Conrado, Cristolina de Oliveira, Honorina Nascimento, Crisofina Francisca dos Anjos, Zilda Mariz, Emília Martins, Arminda Garcia, Maria da Glória Napoleão, Maria da Glória e Floripes da Silva. A atuação das "estrelas femininas no terreiro" merece comentário do cronista: "E os quadris daquelas vênus cor de iodo umas, outras de puro ônix, enlouqueciam nos ritmos"".
    ***
    ("Orestes Barbosa, repórter, cronista e poeta", de Carlos Didier)
    ("Amar é um prazer", estribilho de José Gonçalves, segundas de Antônio Almeida, por Almirante, coro e orquestra, Odeon, 1937)
    (Fotografia: da esquerda para a direita, em pé, Nássara, Baiaco, Orestes, Cartola, Christóvão de Alencar e Arnaldo Amaral; sentados, sambista ainda não identificado, Saturnino Gonçalves e Júlio Moreira Dias, O Malho)
    ***
    P.S.: José Gonçalves, o Zé com Fome, seria também conhecido como Zé da Zilda, casado com Zilda Fernandes Gonçalves, a Zilda do Zé.

Комментарии • 9

  • @danielatt1620
    @danielatt1620 9 дней назад +3

    Que preciosidade! Lindo demais! Certamente a maioria discorda, mas pra mim o samba verdadeiro teve seu auge na década de 30, mas morreu precocemente em setembro de 1952, em um trágico acidente de automóvel. Depois disso, ainda foi reverenciado por gigantes da era de ouro como Cartola, Nelson Cavaquinho e Carlos Cachaça. Mas nunca mais tivemos essa autenticidade de novo. Desculpas para Martinho, Zeca e Nogueira.

    • @carlosvdidier
      @carlosvdidier  9 дней назад +2

      Concordo que o "auge" do samba aconteceu na década de 1930. Só não acho que a morte precoce e trágica de Francisco Alves guarde correlação com a decadência do gênero.

    • @danielatt1620
      @danielatt1620 9 дней назад +1

      @@carlosvdidier Sabia que ia discordar! Sem problema, é uma questão de gosto pessoal meu

    • @danielatt1620
      @danielatt1620 9 дней назад +1

      @@carlosvdidier Acho que a Aracy de Almeida iria concordar comigo... Ela não gostava do Martinho da Vila, por exemplo. Mas dos que gostava, estavam Chico Buarque e Caetano Veloso, mas não associava eles ao samba autêntico.

    • @danielatt1620
      @danielatt1620 9 дней назад

      @@carlosvdidier Minha opinião tem muito a ver com o Zeitgeist, o espírito do tempo. A partir da metade dos anos 50 o Brasil saiu da era Vargas, fechando um ciclo da História. Já havíamos passado pela fase do Samba canção e do Bolero, que se impôs na época do segundo conflito mundial... O gosto musical do brasileiro havia mudado e a música americana estava tocando nas rádios e nos toca-discos. Então é o espírito de uma época se sobrepondo a outra época. Não tem relação direta com o passamento do Chico Alves, mas pra mim serve como marco.

    • @carlosvdidier
      @carlosvdidier  9 дней назад

      Martinho da Vila significou, no início da carreira, um retorno ao samba de partido alto. O lado positivo era voltar às raízes do samba para o gênero recuperar sua força. O lado negativo surgia na opinião de Marília Baptista sobre o samba da segunda metade da década de 1970, não sobre Martinho especificamente: "Nós já tínhamos ultrapassado isso, Caola!".