"Não me diga adeus", samba batucado, de Luiz Soberano, com Aracy de Almeida, 1948

"Não me diga adeus", de Rubem Braga
"A comissão julgadora botou em primeiro lugar aquela marcha do "Gato na tuba", que aliás é engraçada; porém a vasta plebe reagiu cantando o samba que deveria vencer: "Não me diga adeus". É um samba triste, que a voz de Aracy de Almeida, aquela voz de lavadeira mulata da beira do rio, faz ainda mais lindo e mais triste; bem, mas eu não vou falar do samba porque suponho que a esta altura dos acontecimentos um leitor que ainda não o conhece é um monstro - e não escrevo para os senhores monstros.
"Pense nos sofrimentos meus" - chora o samba, e se a cruel amada (oh, como andam cruéis as amadas ultimamente!) despreza o sambista, a verdade é que tenho visto, quando um rádio ou vitrola enceta esse samba em qualquer canto do Rio - o barbeiro ficar de navalha suspensa no ar, a mocinha da loja parar o embrulho no meio, a moça da caixa suspirar de olhos no teto, e o grave transeunte, com vergonha de parar, ir andando mais devagarinho... "Não devemos nos separar".
Aqui não se trata mais de um pedido; é a invocação de uma ordem superior, o triste verbo "dever" não no pobre sentido moral, mas num alto e grave sentido que envolve imperativos de sentimento, cominação de amarguras, sentença de desenganos".
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("Não me diga adeus", de Rubem Braga, 1948)
("Não me diga adeus", de Luiz Soberano, João Corrêa da Silva e Paquito, com Aracy de Almeida e coro, trompete e trombone, cavaquinho e percussão, Odeon, gravação em 24/10/1947)
("Aracy de Almeida", foto, acervo Memórias e histórias das homossexualidades)
("Não me diga adeus", selo do disco Odeon 12.826; acervo Genius Lyrics)
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P.S.: Embora o selo indique "Benedicto Lacerda e seu conjunto", o acompanhamento não pertence ao famoso conjunto do grande flautista, então com Dino no 7 e Meira no 6 cordas.

[@danielatt1620]

Com certeza esse samba está na minha lista de melhores de todos os tempos.

[@thiago00ist]

Conheci esse samba ontem, Aracy magnifica como sempre foi.