9:27 pequena correção de erro da geração automática de legendas, que passou despercebido na edição: “Lembremo-nos”. O mesmo erro ocorre também em 10:10.
*Transcrição da Homilia do Mons. Maurício - A Barca e a Tempestade - Mt 8, 23-27 (03/11/2024)* Caros fiéis, eu quero considerar o fato narrado no Evangelho. O que nós temos ali? Nós temos uma barca e dentro da barca, Jesus, tranquilo, dormindo; e dentro da barca, acompanhando-O, nós temos os apóstolos, discípulos. Mas o cenário, ele é bem turbulento, esta barca é assaltada por uma tempestade violenta, tão violenta a ponto de assustar profundamente os discípulos que vão a Jesus dizendo: “Senhor, faça alguma coisa, porque vamos perecer”. O que nós temos nesse Evangelho? A narração não é uma parábola, é a narração de um fato realmente acontecido, as coisas aconteceram, tal e qual o narrado. Só que eu vou além da narração, vou além do fato, historicamente acontecido, e eu quero considerar aqui estes elementos que eu acabei de elencar e a sua significação em âmbito espiritual. Vamos lá, a barca. O que nos lembra a barca segundo uma vasta literatura católica? A barca nos lembra a própria Igreja, a tempestade, por sua vez, nos faz pensar nas tantas oposições e perseguições sofridas pela Igreja, ao longo dos tempos, ao longo dos séculos. E também, atenção, caros fiéis, naquela perseguição e oposição que acontece nos tempos atuais, porque é bem verdade que esta oposição se apresenta muito claramente, ostensivamente, de uma maneira, digamos, bem agressiva. Esta oposição e esta perseguição que a Igreja sofre hoje de uma maneira adaptada aos tempos atuais. E esta oposição e perseguição dos tempos atuais, ela é bem particular, por ser dupla. Ela acontece externamente, como sempre, a perseguição vem de fora, mas, de uma maneira bem especial hoje, essa perseguição também parte de dentro, ela acontece internamente para a nossa tristeza. Caros fiéis, as águas agitadas da mundanidade adentraram a barca de Cristo, que é também a barca de Pedro, este mar agitado fala justamente desta mundanidade que se levanta e que se opõe e que ataca a barca de Cristo, que é a barca da Igreja. Nunca percamos de vista, caros fiéis, - antes que eu continuei, - uma coisa muito importante, o fato de que não há acordo possível entre a Igreja e o mundo, como não pode haver acordo entre o Cristo e este mesmo mundo. Agora entendemos bem o significado da palavra “mundo”, a expressão mundo, eu a tomo aqui no seu sentido bíblico de oposição declarada a Deus, ao Cristo e ao corpo místico de Cristo, que é a igreja. Este é o sentido bíblico negativo de mundo, por exemplo, nos escritos de joaninos. Toda aquela expressão humana, coletiva, que se opõe ostensivamente a Deus, a Cristo e à sua Igreja. Hoje, caros fiéis, infelizmente, a mundanidade é acolhida por muitos no interior da Igreja; e é isso que faz esse caráter interno oposição e perseguição. Eu não diria que é uma novidade absoluta porque já aconteceu isso, mas hoje essa oposição e perseguição a partir de dentro acontece numa escala, vamos dizer assim, bem particular. E claro, tudo isso gerando, obviamente, muita confusão nas mentes, nos corações e nas almas. E antes que eu siga, é muito importante, nesse sentido, a nossa perseverança na oração, na comunhão com o Senhor e no verdadeiro ensino da Igreja. Eis a perseguição, caros fiéis, sempre externa que se tornou na atualidade também interna e isso de uma maneira nova e bem particularmente agressiva. Ataca-se a Igreja, também no seu interior, atenção, quanto ao seu ministério doutrinal, por exemplo, pelo recuso do ensino autêntico da Igreja, é assim que se dá, neste âmbito, esta oposição e esta perseguição; a partir de dentro muitos dentro da Igreja, incrivelmente opõem-se ao ensinamento autêntico da Igreja. Ataca-se a Igreja quanto ao seu ministério pastoral pela desobediência descarada ao legítimo exercício da autoridade de seus legítimos pastores. Vivemos uma crise inédita no âmbito da obediência ou da desobediência, alguns dizem que a alma da crise atual, a alma desta oposição interna, desta perseguição interna, a alma é a desobediência. E, claro, nós sabemos que desobediência, nesse sentido é desobediência, em última instância, ao próprio Deus. Na verdade o problema é esse. Não queremos que Ele domine sobre nós. Queremos, ao contrário, que nossas ideias e caprichos e que tudo isso reine, e não Deus como nós consideramos, por exemplo, há poucos dias na festa do Cristo Rei. Ataca-se ainda a Igreja quanto ao seu ministério sacerdotal. Lembrando, caros fiéis, que o Cristo realizou a Sua obra de redenção através desse tríplice ministério, como nós acertamos ontem na formação para os membros da Confraria do Rosário. Tríplice ministérios de Cristo para a minha salvação: Ministério Doutrinal, Ministério Pastoral e Ministérios Sacerdotal, os três são rejeitados, os três são atacados. Com relação ao Ministério Sacerdotal, como é que se dá esta oposição e esta negação? Em primeiro lugar, caros fiéis, pela tentativa de descaracterização do sacerdócio católico. Eu me sinto implicado em primeira pessoa, quanta gente tenta apresentar o sacerdócio segundo um perfil que não corresponde a ele, querem fazer do sacerdócio o que ele não é, descaracterizando-o de verdade. Isso é muito sério. Porque quando alguém ataca o sacerdócio ministerial na Igreja, na verdade está atacando a própria ação sacerdotal do Cristo, a estrutura da Igreja. Aqueles que se opõem ao sacerdócio autêntico eles sabem o que fazem, quando querem, opondo-se à Igreja, produzir um grande estrago. Mas, caros fiéis, essa oposição ao Ministério Sacerdotal na Igreja se dá ainda, infelizmente, por tantos e tantos abusos litúrgicos. Há questão de uns 20 anos atrás, o Papa João Paulo II escreveu uma Encíclica, a “Ecclesia de Eucharistia”, e no final dessa encíclica ele pediu que uma instrução, que um documento com normas claras fosse elaborado para conter a onde de abusos litúrgicos, porque a coisa naquela época já tinha atingido um nível absurdo. De que outra maneira, há oposição ao Ministério Sacerdotal na Igreja? Pela - infelizmente, eu devo dizer isso - leviandade com que se celebram tantas vezes os sacramentos, como se fossem nada, sem preparação de um lado ou de outro. O que mais? Pelo próprio desprezo da vida sacramental. Conhecem aquela história: “Que confissão, que nada”, “que missa, que nada”, “que casamento, que sacramento do matrimônio, que nada”, e assim por diante. E por fim, pela promoção de uma espécie de clericalização dos leigos. É bem interessante como compreensão de um processo, mas a verdade é bem triste. Há uma inversão. Querem fazer do padre um não padre e querem fazer do leigo quase que um padre. Uma inversão de valores; e não é de uma maneira ingênua que isso é feito ou pelo menos que tenta-se fazer isso há muito tempo. Porque, buscando está inversão de papéis, é claro que a Igreja é atacada, porque a estrutura dela é atacada. Sim, caros fiéis, as águas são hoje particularmente agitadas dentro e fora da Igreja. Mas, já concluindo, quando o medo, o pânico, a dúvida, o desânimo, o desespero, sei lá, batem à porta do nosso coração, lembremos-nos das palavras de Nosso Senhor que disse: “Coragem, eu venci o mundo”, este mesmo mundo que, dizem as Escrituras, jaz sob o domínio do maligno. E já que estou falando d'Ele, que eu não me esqueça da promessa do Senhor feita a Pedro e à Igreja: “Pedro, tu és pedra e sobre esta pedra eu vou construir a minha Igreja e as portas do inferno nunca vão prevalecer contra ela, contra a minha Igreja”. Ela, a Igreja, diz Nosso Senhor aqui, é, portanto, indefectível, invencível, apesar de tantos reveses e aparentes derrotas. Lembrem-se disso, como se dissesse Nosso Senhor: “Homens de pouca fé”. Que eu não me esqueça a esse respeito, caros fiéis, daquilo que nos ensina a Santa, não somente ela mas especialmente Santa Teresa d'Ávila: “Tudo passa, só Deus não passa”, essa crise vai passar também. Deus que, certamente, permitiu a tempestade porque Ele está sob o controle, tudo que acontece, acontece com a permissão d'Ele, Ele, que permitiu certamente esta tempestade, tem o poder de fazê-la cessar e Ele vai fazer isso no tempo certo. O Seu Sacratíssimo Coração vai sempre triunfar, o Imaculado Coração de Maria também vai triunfar, como ela mesma o prometeu, em nome de Deus. Quanto a nós, caros fiéis, permaneçamos firmes na comunhão da única Igreja de Cristo, com a ajuda especialíssima de Nossa Senhora e do seu Sacratíssimo Rosário, é através deste recurso a Nossa Senhora que nós iremos atravessar essa tempestade incólumes. Que assim seja. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
9:27 pequena correção de erro da geração automática de legendas, que passou despercebido na edição: “Lembremo-nos”. O mesmo erro ocorre também em 10:10.
Bom dia
Salve Maria Imaculada
À sua Benção, Monsenhor Maurício !
*Transcrição da Homilia do Mons. Maurício - A Barca e a Tempestade - Mt 8, 23-27 (03/11/2024)*
Caros fiéis, eu quero considerar o fato narrado no Evangelho. O que nós temos ali? Nós temos uma barca e dentro da barca, Jesus, tranquilo, dormindo; e dentro da barca, acompanhando-O, nós temos os apóstolos, discípulos. Mas o cenário, ele é bem turbulento, esta barca é assaltada por uma tempestade violenta, tão violenta a ponto de assustar profundamente os discípulos que vão a Jesus dizendo: “Senhor, faça alguma coisa, porque vamos perecer”. O que nós temos nesse Evangelho? A narração não é uma parábola, é a narração de um fato realmente acontecido, as coisas aconteceram, tal e qual o narrado. Só que eu vou além da narração, vou além do fato, historicamente acontecido, e eu quero considerar aqui estes elementos que eu acabei de elencar e a sua significação em âmbito espiritual. Vamos lá, a barca. O que nos lembra a barca segundo uma vasta literatura católica? A barca nos lembra a própria Igreja, a tempestade, por sua vez, nos faz pensar nas tantas oposições e perseguições sofridas pela Igreja, ao longo dos tempos, ao longo dos séculos. E também, atenção, caros fiéis, naquela perseguição e oposição que acontece nos tempos atuais, porque é bem verdade que esta oposição se apresenta muito claramente, ostensivamente, de uma maneira, digamos, bem agressiva. Esta oposição e esta perseguição que a Igreja sofre hoje de uma maneira adaptada aos tempos atuais. E esta oposição e perseguição dos tempos atuais, ela é bem particular, por ser dupla. Ela acontece externamente, como sempre, a perseguição vem de fora, mas, de uma maneira bem especial hoje, essa perseguição também parte de dentro, ela acontece internamente para a nossa tristeza.
Caros fiéis, as águas agitadas da mundanidade adentraram a barca de Cristo, que é também a barca de Pedro, este mar agitado fala justamente desta mundanidade que se levanta e que se opõe e que ataca a barca de Cristo, que é a barca da Igreja. Nunca percamos de vista, caros fiéis, - antes que eu continuei, - uma coisa muito importante, o fato de que não há acordo possível entre a Igreja e o mundo, como não pode haver acordo entre o Cristo e este mesmo mundo. Agora entendemos bem o significado da palavra “mundo”, a expressão mundo, eu a tomo aqui no seu sentido bíblico de oposição declarada a Deus, ao Cristo e ao corpo místico de Cristo, que é a igreja. Este é o sentido bíblico negativo de mundo, por exemplo, nos escritos de joaninos. Toda aquela expressão humana, coletiva, que se opõe ostensivamente a Deus, a Cristo e à sua Igreja. Hoje, caros fiéis, infelizmente, a mundanidade é acolhida por muitos no interior da Igreja; e é isso que faz esse caráter interno oposição e perseguição. Eu não diria que é uma novidade absoluta porque já aconteceu isso, mas hoje essa oposição e perseguição a partir de dentro acontece numa escala, vamos dizer assim, bem particular. E claro, tudo isso gerando, obviamente, muita confusão nas mentes, nos corações e nas almas. E antes que eu siga, é muito importante, nesse sentido, a nossa perseverança na oração, na comunhão com o Senhor e no verdadeiro ensino da Igreja.
Eis a perseguição, caros fiéis, sempre externa que se tornou na atualidade também interna e isso de uma maneira nova e bem particularmente agressiva. Ataca-se a Igreja, também no seu interior, atenção, quanto ao seu ministério doutrinal, por exemplo, pelo recuso do ensino autêntico da Igreja, é assim que se dá, neste âmbito, esta oposição e esta perseguição; a partir de dentro muitos dentro da Igreja, incrivelmente opõem-se ao ensinamento autêntico da Igreja. Ataca-se a Igreja quanto ao seu ministério pastoral pela desobediência descarada ao legítimo exercício da autoridade de seus legítimos pastores. Vivemos uma crise inédita no âmbito da obediência ou da desobediência, alguns dizem que a alma da crise atual, a alma desta oposição interna, desta perseguição interna, a alma é a desobediência. E, claro, nós sabemos que desobediência, nesse sentido é desobediência, em última instância, ao próprio Deus. Na verdade o problema é esse. Não queremos que Ele domine sobre nós. Queremos, ao contrário, que nossas ideias e caprichos e que tudo isso reine, e não Deus como nós consideramos, por exemplo, há poucos dias na festa do Cristo Rei. Ataca-se ainda a Igreja quanto ao seu ministério sacerdotal. Lembrando, caros fiéis, que o Cristo realizou a Sua obra de redenção através desse tríplice ministério, como nós acertamos ontem na formação para os membros da Confraria do Rosário. Tríplice ministérios de Cristo para a minha salvação: Ministério Doutrinal, Ministério Pastoral e Ministérios Sacerdotal, os três são rejeitados, os três são atacados. Com relação ao Ministério Sacerdotal, como é que se dá esta oposição e esta negação?
Em primeiro lugar, caros fiéis, pela tentativa de descaracterização do sacerdócio católico. Eu me sinto implicado em primeira pessoa, quanta gente tenta apresentar o sacerdócio segundo um perfil que não corresponde a ele, querem fazer do sacerdócio o que ele não é, descaracterizando-o de verdade. Isso é muito sério. Porque quando alguém ataca o sacerdócio ministerial na Igreja, na verdade está atacando a própria ação sacerdotal do Cristo, a estrutura da Igreja. Aqueles que se opõem ao sacerdócio autêntico eles sabem o que fazem, quando querem, opondo-se à Igreja, produzir um grande estrago. Mas, caros fiéis, essa oposição ao Ministério Sacerdotal na Igreja se dá ainda, infelizmente, por tantos e tantos abusos litúrgicos. Há questão de uns 20 anos atrás, o Papa João Paulo II escreveu uma Encíclica, a “Ecclesia de Eucharistia”, e no final dessa encíclica ele pediu que uma instrução, que um documento com normas claras fosse elaborado para conter a onde de abusos litúrgicos, porque a coisa naquela época já tinha atingido um nível absurdo. De que outra maneira, há oposição ao Ministério Sacerdotal na Igreja? Pela - infelizmente, eu devo dizer isso - leviandade com que se celebram tantas vezes os sacramentos, como se fossem nada, sem preparação de um lado ou de outro. O que mais? Pelo próprio desprezo da vida sacramental. Conhecem aquela história: “Que confissão, que nada”, “que missa, que nada”, “que casamento, que sacramento do matrimônio, que nada”, e assim por diante. E por fim, pela promoção de uma espécie de clericalização dos leigos. É bem interessante como compreensão de um processo, mas a verdade é bem triste. Há uma inversão. Querem fazer do padre um não padre e querem fazer do leigo quase que um padre. Uma inversão de valores; e não é de uma maneira ingênua que isso é feito ou pelo menos que tenta-se fazer isso há muito tempo. Porque, buscando está inversão de papéis, é claro que a Igreja é atacada, porque a estrutura dela é atacada. Sim, caros fiéis, as águas são hoje particularmente agitadas dentro e fora da Igreja. Mas, já concluindo, quando o medo, o pânico, a dúvida, o desânimo, o desespero, sei lá, batem à porta do nosso coração, lembremos-nos das palavras de Nosso Senhor que disse: “Coragem, eu venci o mundo”, este mesmo mundo que, dizem as Escrituras, jaz sob o domínio do maligno. E já que estou falando d'Ele, que eu não me esqueça da promessa do Senhor feita a Pedro e à Igreja: “Pedro, tu és pedra e sobre esta pedra eu vou construir a minha Igreja e as portas do inferno nunca vão prevalecer contra ela, contra a minha Igreja”. Ela, a Igreja, diz Nosso Senhor aqui, é, portanto, indefectível, invencível, apesar de tantos reveses e aparentes derrotas. Lembrem-se disso, como se dissesse Nosso Senhor: “Homens de pouca fé”. Que eu não me esqueça a esse respeito, caros fiéis, daquilo que nos ensina a Santa, não somente ela mas especialmente Santa Teresa d'Ávila: “Tudo passa, só Deus não passa”, essa crise vai passar também. Deus que, certamente, permitiu a tempestade porque Ele está sob o controle, tudo que acontece, acontece com a permissão d'Ele, Ele, que permitiu certamente esta tempestade, tem o poder de fazê-la cessar e Ele vai fazer isso no tempo certo. O Seu Sacratíssimo Coração vai sempre triunfar, o Imaculado Coração de Maria também vai triunfar, como ela mesma o prometeu, em nome de Deus.
Quanto a nós, caros fiéis, permaneçamos firmes na comunhão da única Igreja de Cristo, com a ajuda especialíssima de Nossa Senhora e do seu Sacratíssimo Rosário, é através deste recurso a Nossa Senhora que nós iremos atravessar essa tempestade incólumes. Que assim seja. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.