Nietzsche e a análise da culpa moral

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  • Опубликовано: 18 сен 2024
  • Nesse terceiro vídeo sobre a Ética da imanência vamos tratar de um filósofo que não só construiu um plano de imanência a partir da afirmação da vida, das forças e da vontade, mas buscou, a partir dessa atividade, destruir todas as ilusões de transcendência que obscurecem a prática de uma vida livre: Friedrich Nietzsche (1844-1900). Nesse vídeo nos centramos na análise da segunda dissertação do seu livro mais sistemático, Genealogia da moral, que tanto inspirou Deleuze e Foucault. No vídeo apresentamos a vida e obra de Nietzsche, seus principais conceitos (vontade de potência, eterno retorno, além-do-homem e amor fati) e nos aprofundamos sobre o texto citado para comentar sua análise do sentimento de culpa ou má consciência. Segundo Nietzsche, a culpa vem da ideia econômico-jurídica de dívida. O devedor deve algo a um credor, que cobrará, e se o devedor não puder pagar, ressarcirá com sua dor (sofrimentos físicos e psíquicos). O Bem nasce do valor de um grupo dominante, que chama de Mal os valores de um grupo dominado. Este, por sua vez, no longo trabalho de cultivo de humanos chamado moral, interioriza os valores dos dominadores. Do mesmo modo a culpa surge de uma violência interiorizada, que cobra incessantemente que se faça algo que o Outro deseja. Começando pelas dívidas finitas das culturas politeístas, passando pela dívida infinita da cultura monoteísta, até a dívida finita-ilimitada da cultura moderna e capitalista, vemos o longo trabalho da moralidade do costume que busca criar um animal de rebanho. Se a meta desse trabalho segue a vontade de poder e sua memória da vontade, para continuar querendo o que se quis, a moralidade da cultura busca produzir no humano o desejo do que o Outro quer (os valores dos dominadores). Não há culpa moral que não tenha o cheiro da crueldade internalizada, segundo Nietzsche, o que o aproxima de Freud.

Комментарии • 15

  • @filomenavargas241
    @filomenavargas241 5 месяцев назад +1

    Clareza, tranquilidade, equilíbrio!!! Que aula maravilhosa!!!

  • @espiritosanto2359
    @espiritosanto2359 Год назад

    Excelente aula 🔝🔝🔝👏👏👏🤝

  • @RomilsonProfessor
    @RomilsonProfessor Год назад +2

    Em 90 minutos o professor Marcio explica 1 livro do de Nietzsche! Um show de didática! 🎉🎉🎉

  • @fernandocardoso9331
    @fernandocardoso9331 7 месяцев назад +1

    Muito bom seu vídeo. Parabéns. Grato pela divulgação da verdade e da libertação verdadeira

  • @filomenavargas241
    @filomenavargas241 5 месяцев назад

    Professor!!! Muito obrigada!!

  • @amrcl1
    @amrcl1 2 года назад +3

    Excelente suas aulas. Obrigada por nos contar ideias complexas assim de maneira simples e clara. E de uma forma singular. Abs

  • @francislacerda2193
    @francislacerda2193 Год назад +1

    Excelente aula!! Já vi várias vezes..rsrs

  • @cristinaxavierferreira8351
    @cristinaxavierferreira8351 Год назад

    Muito boa exposição, concisa e clara.

  • @Almada1976
    @Almada1976 2 года назад +1

    Muito bom. Meu tema preferido.

  • @josearnaldo7128
    @josearnaldo7128 3 месяца назад

    Que capacidade de colocar com clareza, assuntos complexos. Parabéns.

  • @rodrifrito
    @rodrifrito Год назад +1

    Existe algum meio de se tornar participante de toda sequência de suas aulas Márcio?

  • @mariapedrosoromao2755
    @mariapedrosoromao2755 5 месяцев назад

    Para cara. Não sei se vai ler, o vídeo é antigo. Assisti suas 2 aulas sobre spinoza e estou dando sequência. Você me transmitiu um universo de bons pensamentos.
    Esses dias minha irmã falou que viu um homem bonito no ônibus. Pensei em um cara alto, branco, cabelo e olhos claros... Em seguida imaginei Jesus. Falei para ela, que riu e disse - Tá louco, achar branco bonito? Pensei no quão "instintivo, inconsciente e irracional" foi imaginar homem + bonito = branco. Pensei que se eu me importasse com estética a ponto de seguir esse valor do "homem", acabaria como uma cobra mordendo o próprio rabo, pois dentro do meu próprio padrão de "beleza" eu não me encaixo, afinal, não sou branco, nem tenho olhos e nem cabelos claros. Pensei em quanto poder se ganha ao vender a imagem do ser humano "perfeito, ideal" adulterada e moldada para enaltecer um grupo e rebaixar outro. Pensei que poder enxergar sua cor e seus traços no ser de maior estima humana, traria uma satisfação enorme consigo mesmo. Pensei que minha irma de 12, que ganhou uma bíblia ilustrada com um Jesus branco. Pensei que minha namorada queria fazer rinoplastia.
    Essa parte em 30:00 do vídeo me deu um arrepio, antes de você entrar no tópico do racismo eu ja tinha pensado novamente nessa ideia. Realmente, os senhores transmitem seus valores aos escravos de forma assutadora.

  • @alexandre9832
    @alexandre9832 4 месяца назад

    A fala de Nietzsche não me parece ser esta.
    A moral de escravo não é aquela moral imposta pelo senhor, mas tem sua gênese na reatividade, no dizer não e na impotência do próprio lasso.
    O senhor, aristocrata (e aqui impedende prevenirmo-nos dos anacronismos) é aquele que diz sim à vida, que afirma seus valores de modo positivo (não impositivo), ao que o fatigado responde reprovando-o e, pior, convencendo-o, em muitos casos, que a potência deve ser coarctada (aqui à crítica ao rebaixamento moral de Nietzsche em Para Além de Bem e Mal; aqui o caráter impositivo daquilo que é reativo).
    Daí, inclusive, a metamorfose final que conduz à criança, aberta à vivência, ao "tornar-se-quem-se-é", em oposição a todos aqueles subjugados por valores externos, reativos, orientados ao "tu deves".
    Se há quem imponha deveres e valores ao impotente, esse alguém é o sacerdote, outro igualmente desvalido, que induz e instiga à culpa tomada inadvertidamente pelo ressentido como lenitivo. Ideia inadequada e entristecedora, a culpa (superstição atrelada ao "primeiro gênero do conhecimento") impera como afeto mais potente e pretensamente catártico, contudo, ao preço do fechamento, da inautenticidade e de um atuar psiquicamente defensivo (assim opera a metafísica duplicadora de mundos à qual se opõem Spinoza e Nietzsche evocando a imanência: "O que pode o corpo?"; "O corpo é tua grande razão!"; Sê fiel à terra!").
    Boa aula! 👍🏼

  • @enzoviana7342
    @enzoviana7342 Год назад

    "Deus é um Termo" pra qualquer Divindade, não é nome,, esse dEuS dos sacerdotes tem nome é Mamon o dEuS de Karl Marx💰🤑💰💀