Mayron de Castro | A Máquina do Mundo | Carlos Drummond de Andrade

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  • Опубликовано: 22 окт 2024

Комментарии • 28

  • @lorenzoscarceli7706
    @lorenzoscarceli7706 8 месяцев назад +1

    Já ouvi!

  • @mayrondecastro4315
    @mayrondecastro4315 5 лет назад +23

    Obrigado pela oportunidade ;)

  • @paulosantana8007
    @paulosantana8007 5 лет назад +9

    Que felicidade de poder ouvir a singela, mas moderna poesia de Drummond. Que saudades de Minas
    e de outras poesias.
    Obrigado por declama-la tão vivamente.

  • @nunescoiote
    @nunescoiote Год назад +1

    Maravilhoso!

  • @stephaniecruz1954
    @stephaniecruz1954 3 года назад +2

    Obrigada Mayron!

  • @andryelchagas8339
    @andryelchagas8339 2 года назад +2

    Que lindo

  • @magnarocha1380
    @magnarocha1380 3 года назад +3

    Maravilhoso ❤️

  • @tarcisiocardoso6252
    @tarcisiocardoso6252 3 года назад +2

    Mayrom, é a primeira vez que o vejo. No entanto, a beleza da sua declamação me da a garantia de que uma busca constante está se enraizando em mim e isso acaba me dando a certeza de que vou voltar muitas outras vezes a buscar aconchego neste seu belo trabalho. Parabéns e um grande abraço.

  • @JeennyRosa
    @JeennyRosa 5 лет назад +6

    Mas que belezura!

  • @antoniojr.lophez9623
    @antoniojr.lophez9623 5 лет назад +3

    Que maravilha!

  • @renatafrolini7627
    @renatafrolini7627 3 года назад +18

    E como eu palmilhasse vagamente
    uma estrada de Minas, pedregosa,
    e no fecho da tarde um sino rouco
    se misturasse ao som de meus sapatos
    que era pausado e seco; e aves pairassem
    no céu de chumbo, e suas formas pretas
    lentamente se fossem diluindo
    na escuridão maior, vinda dos montes
    e de meu próprio ser desenganado,
    a máquina do mundo se entreabriu
    para quem de a romper já se esquivava
    e só de o ter pensado se carpia.
    Abriu-se majestosa e circunspecta,
    sem emitir um som que fosse impuro
    nem um clarão maior que o tolerável
    pelas pupilas gastas na inspeção
    contínua e dolorosa do deserto,
    e pela mente exausta de mentar
    toda uma realidade que transcende
    a própria imagem sua debuxada
    no rosto do mistério, nos abismos.
    Abriu-se em calma pura, e convidando
    quantos sentidos e intuições restavam
    a quem de os ter usado os já perdera
    e nem desejaria recobrá-los,
    se em vão e para sempre repetimos
    os mesmos sem roteiro tristes périplos,
    convidando-os a todos, em coorte,
    a se aplicarem sobre o pasto inédito
    da natureza mítica das coisas,
    assim me disse, embora voz alguma
    ou sopro ou eco ou simples percussão
    atestasse que alguém, sobre a montanha,
    a outro alguém, noturno e miserável,
    em colóquio se estava dirigindo:
    “O que procuraste em ti ou fora de
    teu ser restrito e nunca se mostrou,
    mesmo afetando dar-se ou se rendendo,
    e a cada instante mais se retraindo,
    olha, repara, ausculta: essa riqueza
    sobrante a toda pérola, essa ciência
    sublime e formidável, mas hermética,
    essa total explicação da vida,
    esse nexo primeiro e singular,
    que nem concebes mais, pois tão esquivo
    se revelou ante a pesquisa ardente
    em que te consumiste… vê, contempla,
    abre teu peito para agasalhá-lo.”
    As mais soberbas pontes e edifícios,
    o que nas oficinas se elabora,
    o que pensado foi e logo atinge
    distância superior ao pensamento,
    os recursos da terra dominados
    e as paixões e os impulsos e os tormentos
    e tudo o que define o ser terrestre
    ou se prolonga até nos animais
    e chega às plantas para se embeber
    no sono rancoroso dos minérios,
    dá volta ao mundo e torna a se engolfar
    na estranha ordem geométrica de tudo,
    e o absurdo original e seus enigmas,
    suas verdades altas mais que tantos
    monumentos erguidos à verdade;
    é a memória dos deuses, e o solene
    sentimento da morte, que floresce
    no caule da existência mais gloriosa,
    tudo se apresentou nesse relance
    e me chamou para seu reino augusto,
    afinal submetido à vista humana.
    Mas, como eu relutasse em responder
    a tal apelo assim maravilhoso,
    pois a fé se abrandara, e mesmo o anseio,
    a esperança mais mínima - esse anelo
    de ver desvanecida a treva espessa
    que entre os raios do sol inda se filtra;
    como defuntas crenças convocadas
    presto e fremente não se produzissem
    a de novo tingir a neutra face
    que vou pelos caminhos demonstrando,
    e como se outro ser, não mais aquele
    habitante de mim há tantos anos,
    passasse a comandar minha vontade
    que, já de si volúvel, se cerrava
    semelhante a essas flores reticentes
    em si mesmas abertas e fechadas;
    como se um dom tardio já não fora
    apetecível, antes despiciendo,
    baixei os olhos, incurioso, lasso,
    desdenhando colher a coisa oferta
    que se abria gratuita a meu engenho.
    A treva mais estrita já pousara
    sobre a estrada de Minas, pedregosa,
    e a máquina do mundo, repelida,
    se foi miudamente recompondo,
    enquanto eu, avaliando o que perdera,
    seguia vagaroso, de mãos pensas.

  • @jaquelinebotter5308
    @jaquelinebotter5308 5 лет назад +4

    Parabéns amigo 👏

  •  5 лет назад +3

    Bela escolha, Belo recito 👊🏼😉👏🏼📚

  • @fredsouza454
    @fredsouza454 6 месяцев назад

  • @carlosmoura7655
    @carlosmoura7655 5 лет назад +2

    Só queria ser convidado...

  • @GeCesar61
    @GeCesar61 2 года назад +2

    Se me permite:
    ruclips.net/video/Yp-bQHo4ugQ/видео.html

  • @FirasFreitas
    @FirasFreitas 4 года назад +4

    Quem diz que entendeu esse livro está mentindo

    • @antoniosoares9782
      @antoniosoares9782 3 года назад

      eu entendi um terço dos poemas do livro, inclusive o "a maquina do mundo". muito bom...é impressionante

    • @Gustavo-tj9hs
      @Gustavo-tj9hs 3 года назад +1

      Claro enigma, rs! kkkkkkkk

    • @musicaslegendadasparafimde1081
      @musicaslegendadasparafimde1081 3 года назад +4

      O enigma é você cumprir uma existência sem razão ou sentido.

    • @rafaella4196
      @rafaella4196 3 года назад

      kkkkk concordo