Fica a questão}: Quem constata irremediavelmente a separação de FATO e VALOR, não agirá por VALOR DE VERDADE, quando percebe o suposto erro daquele que não considera a real separação de fato e valor, vide falácia naturalista? Uma pulsão ética por fazer uma Ciência e Filosofia puramente descritiva?
Socran O valor é resultado da variação de complexos esquemas de reforçamento. São selecionados pelo ambiente, em termos de causalidade. Não existe separação entre linguagem e realidade, como já dissera Quine. Por isso B. F. Skinner acha absurdo perguntar-se sobre a "brancuridade do branco" quando até o pombo age perante este estímulo discriminado a que chamamos branco, e para com o homem só se adiciona a comunidade verbal. O que chamamos de percepção é apenas controle de estímulos.
Me parece que você não compreendeu muito bem a proposição "o mundo é a totalidade dos fatos, não das coisas" Fato, para Wittgenstein, não é algo que "está lá". Fato é a possibilidade lógica de algo ocorrer. O "caso" é quando um "fato", isto é, uma possibilidade lógica se dá no mundo. O mundo é a totalidade de todas as possibilidades lógicas, não de qual possibilidade calhou de ocorrer. "O gato é preto" é um estado de coisas possível. O gato poderia, ser branco, amarelo, listrado etc. A soma desse "poderia" , isto é, de todas as suas possibilidades que o gato tem de ser é que é o fato. O fato é a lógica e as suas possibilidades. "O mundo é a totalidade dos fatos, não das coisas" significa ampliar a visão de mundo. O que é o caso, isto é, um estado de coisas possível, é daquilo que a linguagem fala. O primeiro Wittgenstein está preocupado com a SINTAXE do pensamento. Daí que o limite da minha linguagem é o limite do meu mundo. Aquilo que não pode ser um fato, uma possibilidade lógica, NUNCA poderá ser um estado de coisas. O segundo Wittgenstein nunca abandonou essa tese. Essa tese é fundamental em ambos os Wittgenstein.
"a totalidade das proposições verdadeiras é a totalidade de todas as coisas, que são o caso" Isto é, você deve ter estudado lógica simbólica, cálculo proposicional etc. Por ex O deus metafísico é um erro de linguagem não porque ele não seja empiricamente verificável mas porque ele não possui possibilidade lógica dentro da própria sintaxe lógica. Quem levou essa ideia adiante foram Moritz Schlick e Rudolph Carnap. Uma proposição de verdade tem valor verdadeiro quando ela representa um estado de coisas possível. Quando ela não representa um estado de coisas possível, ela é falsa. Verdadeira ou falsa, ela não sofre com a falta de sentido. Ex: "Esse gato é preto" Essa proposição tem sentido, seja ela com valor de verdade falso ou verdadeiro. É falso se o estado de coisas subsistente me mostrar que o gato não é preto, é verdadeiro se o estado de coisas subsistente mostrar que ele é preto. Deus metafísico não entra nesse esquema. Não é que a proposição "deus existe" seja falsa ou verdadeira mas sim DESPROVIDA DE SENTIDO LÓGICO SINTÁTICO. Isto é o caso. Ou seja, é isso o que importa. Falar das possibilidades lógicas e não meramente do que está acessível à empeiria. Witt 1 não tá preocupado só com isso, ele tá preocupado com a SINTAXE por trás da própria lógica. Essa sim é um fato. Esse sim é o mundo.
Pois bem, só um detalhe quanto a essa sua ultima frase e um esclarecimento, o título do vídeo foi inspirado em uma fala de João Vergílio Cuttar que é pesquisador em Wittgenstein onde atesta a evidente oposição entre o primeiro e o segundo, tenha ou não a preservação de ideias do primeiro para o segundo, tal é óbvia, não q vc a negue. Agora qual parte especificamente contradigo sua observação, por sinal muito boa? Para desencargo de consciência vou rever o vídeo...
Temos um excelente pensador brasileiro que esclarece muito bem essa falsa questão de dois Wittgenstein: Bento Prado Jr. É e sempre foi um único Wittgenstein.
Não há contradição no Tractatus. Se o Wittgenstein "diz" no fim do livro que suas proposições são nonsense, isso significa que elas não são nem verdadeiras e nem falsas. Como podem sentenças sem sentido contradizerem a si mesmas? Elas não podem, porque elas não existem. É como o próprio Wittgenstein diz: O Tractatus é como uma escada que deve ser jogada fora depois de subir. Mas essa metáfora não é clara. Então para clarificar: O Tractatus é como uma investigação criminal, em que as ferramentas e o mistério da investigação só existem durante a investigação. Quando ela acaba, as ferramentas se tornam inúteis, e não há mais mistério. Assim como não há mais filosofia. É como se o Tractatus só existisse enquanto você está lendo. E a linguagem fosse, aos moldes de Schopenhauer, um olho que pode ver tudo menos a si mesmo. Entretanto, para a felicidade de alguns, o Wittgenstein após conversas com Ramsey e Sraffa notou problemas com o Tractatus relacionados ao alcance da teoria proposta no livro, que o levaram a escrever o artigo "Some Remarks on Logical Form" e, eventualmente, abandonar sua tese inicial. Mas não foi essa "contradição" apontada por Russell no prefácio(que Wittgenstein estava bem ciente e entendia como um mal entendimento da obra) que o levou a voltar pra Cambridge e elaborar o que viriam a ser as Investigações Filosóficas.
Na verdade, essa "contradição" só surge nos positivistas lógicos como Carnap. Na verdade, isso foi um problema que eles não conseguiram lidar, diferentemente do Wittgenstein. Quando Wittgenstein diz que resolveu todos os problemas da filosofia, não é que ele foi resolvendo um a um, mas que ele delimitou o espaço lógico de toda e qualquer proposição possível, e ele acabou descobrindo que a filosofia estava fora desse espaço. De fato, é um livro pretensioso não por querer resolver todos os problemas filosóficos, mas por querer delimitar o que pode e o que não pode ser dito. Mas obviamente é muita arrogância achar que Wittgenstein iria cometer um erro bobo como essa "contradição". Só se afirma tal coisa se baseando em historiadores que não foram adiante na filosofia de Wittgenstein e que muito provavelmente não são simpáticos a ela, ou seja, conhecimento de fontes secundárias ou terciárias. Infelizmente, muita gente fala dessa "contradição" quando vai falar de Wittgenstein nesse meio virtual, o que é um erro bobo.
Como é possível conseguir este gráfico que tem no início de seu vídeo? Gostaria de imprimir. Excelente vídeo para ajudar a estudar e compreender Wittgenstein.
Vale ver fora de contradição, Witt. O se diz, visto daqui, se refere a função e a q se propõe, escreve filosofia e sobre, uma nova paisagem visto e um ponto. Novo" A solução do enigma da vida no espaço e no tempo encontra-se fora do espaço e do tempo" tudo cabe sem ser total.
super interessante e didático! obrigada!!mas fiquei com uma pergunta, se a linguagem é usada como um conjunto de jogos, imediatamente me vem a ideia de um território, agora a partir do momento que este território é virtual, e a "coisa" só existe a partir da linguagem, mas os significados por sua vez não teriam mais nenhuma convergência, como será repensado o que é linguagem... vc tem alguma ideia??
Fica a questão}: Quem constata irremediavelmente a separação de FATO e VALOR, não agirá por VALOR DE VERDADE, quando percebe o suposto erro daquele que não considera a real separação de fato e valor, vide falácia naturalista? Uma pulsão ética por fazer uma Ciência e Filosofia puramente descritiva?
Socran O valor é resultado da variação de complexos esquemas de reforçamento. São selecionados pelo ambiente, em termos de causalidade. Não existe separação entre linguagem e realidade, como já dissera Quine. Por isso B. F. Skinner acha absurdo perguntar-se sobre a "brancuridade do branco" quando até o pombo age perante este estímulo discriminado a que chamamos branco, e para com o homem só se adiciona a comunidade verbal. O que chamamos de percepção é apenas controle de estímulos.
Cara tem pouco conteúdo sobre Wittgenstein no RUclips, obrigado por ajudar a aumentar conteúdo sobre o mesmo.
Muito Bom! Podia fazer um vídeo sobre Frege e o pessoal da lógica/ filosofia da linguagem
Muito bom! Boa organização, boa dicção.
Ola, se puder fazer um video sobre o livro Problemas de Genero, da Judith Butler, eu agradeco ! Seus trabalhos sao muito bons ! Gratidao.
Realmente, falta Judith Butler
Seguindo a ótica de Wittgenstein, eu poderia dizer q essa aula tem um valor de verdade, em referência ao autor?
Tractatus f. é um livro além de hermético é EXTREMAMENTE complicado a primeira vista.
seu canal é perfeito
ta faltando um video descente sobre a Suma Teologica de São Tomás hein Socran !
certamente ainda farei
Me ensina a entender São Tomás...aquilo é muito pra minha cabeça limitada kkkkk
Parabéns pelo vídeo. 👏👏👏👏👏
Me parece que você não compreendeu muito bem a proposição "o mundo é a totalidade dos fatos, não das coisas"
Fato, para Wittgenstein, não é algo que "está lá". Fato é a possibilidade lógica de algo ocorrer.
O "caso" é quando um "fato", isto é, uma possibilidade lógica se dá no mundo.
O mundo é a totalidade de todas as possibilidades lógicas, não de qual possibilidade calhou de ocorrer.
"O gato é preto" é um estado de coisas possível. O gato poderia, ser branco, amarelo, listrado etc. A soma desse "poderia" , isto é, de todas as suas possibilidades que o gato tem de ser é que é o fato. O fato é a lógica e as suas possibilidades.
"O mundo é a totalidade dos fatos, não das coisas" significa ampliar a visão de mundo.
O que é o caso, isto é, um estado de coisas possível, é daquilo que a linguagem fala.
O primeiro Wittgenstein está preocupado com a SINTAXE do pensamento. Daí que o limite da minha linguagem é o limite do meu mundo. Aquilo que não pode ser um fato, uma possibilidade lógica, NUNCA poderá ser um estado de coisas.
O segundo Wittgenstein nunca abandonou essa tese. Essa tese é fundamental em ambos os Wittgenstein.
"a totalidade das proposições verdadeiras é a totalidade de todas as coisas, que são o caso"
Isto é, você deve ter estudado lógica simbólica, cálculo proposicional etc.
Por ex
O deus metafísico é um erro de linguagem não porque ele não seja empiricamente verificável mas porque ele não possui possibilidade lógica dentro da própria sintaxe lógica. Quem levou essa ideia adiante foram Moritz Schlick e Rudolph Carnap.
Uma proposição de verdade tem valor verdadeiro quando ela representa um estado de coisas possível. Quando ela não representa um estado de coisas possível, ela é falsa.
Verdadeira ou falsa, ela não sofre com a falta de sentido.
Ex:
"Esse gato é preto"
Essa proposição tem sentido, seja ela com valor de verdade falso ou verdadeiro. É falso se o estado de coisas subsistente me mostrar que o gato não é preto, é verdadeiro se o estado de coisas subsistente mostrar que ele é preto.
Deus metafísico não entra nesse esquema. Não é que a proposição "deus existe" seja falsa ou verdadeira mas sim DESPROVIDA DE SENTIDO LÓGICO SINTÁTICO.
Isto é o caso. Ou seja, é isso o que importa. Falar das possibilidades lógicas e não meramente do que está acessível à empeiria.
Witt 1 não tá preocupado só com isso, ele tá preocupado com a SINTAXE por trás da própria lógica. Essa sim é um fato. Esse sim é o mundo.
Pois bem, só um detalhe quanto a essa sua ultima frase e um esclarecimento, o título do vídeo foi inspirado em uma fala de João Vergílio Cuttar que é pesquisador em Wittgenstein onde atesta a evidente oposição entre o primeiro e o segundo, tenha ou não a preservação de ideias do primeiro para o segundo, tal é óbvia, não q vc a negue. Agora qual parte especificamente contradigo sua observação, por sinal muito boa? Para desencargo de consciência vou rever o vídeo...
Temos um excelente pensador brasileiro que esclarece muito bem essa falsa questão de dois Wittgenstein: Bento Prado Jr. É e sempre foi um único Wittgenstein.
Era bem o cara no qual eu queria estudar muito obrigado socran
Não há contradição no Tractatus. Se o Wittgenstein "diz" no fim do livro que suas proposições são nonsense, isso significa que elas não são nem verdadeiras e nem falsas. Como podem sentenças sem sentido contradizerem a si mesmas? Elas não podem, porque elas não existem. É como o próprio Wittgenstein diz: O Tractatus é como uma escada que deve ser jogada fora depois de subir. Mas essa metáfora não é clara. Então para clarificar: O Tractatus é como uma investigação criminal, em que as ferramentas e o mistério da investigação só existem durante a investigação. Quando ela acaba, as ferramentas se tornam inúteis, e não há mais mistério. Assim como não há mais filosofia. É como se o Tractatus só existisse enquanto você está lendo. E a linguagem fosse, aos moldes de Schopenhauer, um olho que pode ver tudo menos a si mesmo. Entretanto, para a felicidade de alguns, o Wittgenstein após conversas com Ramsey e Sraffa notou problemas com o Tractatus relacionados ao alcance da teoria proposta no livro, que o levaram a escrever o artigo "Some Remarks on Logical Form" e, eventualmente, abandonar sua tese inicial. Mas não foi essa "contradição" apontada por Russell no prefácio(que Wittgenstein estava bem ciente e entendia como um mal entendimento da obra) que o levou a voltar pra Cambridge e elaborar o que viriam a ser as Investigações Filosóficas.
Na verdade, essa "contradição" só surge nos positivistas lógicos como Carnap. Na verdade, isso foi um problema que eles não conseguiram lidar, diferentemente do Wittgenstein.
Quando Wittgenstein diz que resolveu todos os problemas da filosofia, não é que ele foi resolvendo um a um, mas que ele delimitou o espaço lógico de toda e qualquer proposição possível, e ele acabou descobrindo que a filosofia estava fora desse espaço.
De fato, é um livro pretensioso não por querer resolver todos os problemas filosóficos, mas por querer delimitar o que pode e o que não pode ser dito. Mas obviamente é muita arrogância achar que Wittgenstein iria cometer um erro bobo como essa "contradição". Só se afirma tal coisa se baseando em historiadores que não foram adiante na filosofia de Wittgenstein e que muito provavelmente não são simpáticos a ela, ou seja, conhecimento de fontes secundárias ou terciárias. Infelizmente, muita gente fala dessa "contradição" quando vai falar de Wittgenstein nesse meio virtual, o que é um erro bobo.
Ótimo conteúdo e excelentes explicações!
Não encontrei, mas teriam vídeos sobre linguagem em Bakhtin, Bourdieu, Seassure ou mesmo Foucault?
Abraço!!
Como é possível conseguir este gráfico que tem no início de seu vídeo? Gostaria de imprimir. Excelente vídeo para ajudar a estudar e compreender Wittgenstein.
Wittgenstein II me lembra Noam Chomsky, com a Linguagem Universal.
Excelente vídeo!
Socram, como ele diferencia o juízo sintético (priori e posteriori) do analítico??
Vale ver fora de contradição, Witt.
O se diz, visto daqui, se refere a função e a q se propõe, escreve filosofia e sobre, uma nova paisagem visto e um ponto.
Novo" A solução do enigma da vida no espaço e no tempo encontra-se fora do espaço e do tempo" tudo cabe sem ser total.
super interessante e didático! obrigada!!mas fiquei com uma pergunta, se a linguagem é usada como um conjunto de jogos, imediatamente me vem a ideia de um território, agora a partir do momento que este território é virtual, e a "coisa" só existe a partir da linguagem, mas os significados por sua vez não teriam mais nenhuma convergência, como será repensado o que é linguagem... vc tem alguma ideia??
Ótimo vídeo
Nesta época, quando não era politizado, merecia um like. Hj vc não passa de mais lobotomizado. Volte a fazer vídeos sem ideologia.
O que interessa ele ser religioso ou não
Fala dele mais por favor, isto é importante para o RUclips, pois vc é de excelência, trabalhe mais nele !!!
Esse esquema na imagem foi você quem fez ou posso encontrar em outro site? Queria dar uma lida mais atenta nele.
Leno Rocha sim, está na minha pagina do face, entre no canal que o link está lá
Valeeu.
Boa!
Adorei!
Grata !
Opa
😒
Cristão de direita
Só faltou torcer pro Vasco
Russel > Wittgenstein
Wittgenstein II > Russel