Lara Brenner, precisamos colocar vc sobre os telhados! A quem interessa? Percebo o quanto me falta, o quanto vc me ajuda a perceber o caminho que tenho que percorrer. Fico feliz de ter "te achado", obrigada BP
Eu tbm descobri a Lara na BP... quão grande foi a minha alegria de saber que ainda existe pessoas e professores assim, aliás a BP é um celeiro fantástico de pessoas... obrigada!!!
No livro 1984, o trabalho do protagonista era reescrever tudo de forma o mais simples possivel, assim as pessoas iam ficando limitadas nas habilidades de comunicacao. Eram obrigadas a aceitar tudo que lhes impunham, com o vocabulario limitado, nao sabiam como exprimir suas ideas.
Sim, mas neste caso, no livro, a gramática é apresentada como opressiva. Ou seja, o contrário do que a autora do vídeo quer dizer. Tanto esquerda como direita identitária querem apresentar a gramática como problema de opressão, ou de um lado ou de outro.
Parabéns pelo conteúdo do seu vídeo. Trabalho a gramática com as minhas turmas, ainda que, algumas vezes, seja criticado por isso, não a abandono. Ela me dá segurança ao escrever, ao ler um texto e compreendê-lo. Sem o mínimo dela, é até um pouco difícil de ler/entender as obras de Machado de Assis, por exemplo. Evidentemente que trabalho a língua portuguesa como um todo, mas cá entre nós, como conhecer a estrutura do nosso idioma contribui para a assimilação das mensagens que os autores(as) querem nos transmitir. Sem contar o dia a dia cheio de desafios, a saber, no momento de nossos relacionamentos pessoais/profissionais. São lamentáveis os números dos índices na educação, até mesmo na universidade temos um "gap" que só cresce. Espero mais vídeos como esse, pois os compartilho com os meus estudantes e, na medida do tempo, faço um debate com eles no sentido de fazer sentido o estudo em nossa vida.
Só a ignorância é opressora e ela é filha da preguiça. A gramática é libertadora contra o obscurantismo dos que querem o nivelamento por baixo, ao rés do chão
Se a gramática normativa não é opressora, seguramente é deficiente. Isso porque ela tem como base um corpus muito pequeno: a literatura de autores consagrados pela tradição. Mesmo Machado de Assis e Guimarães Rosa foram considerados destoantes da norma padrão, que é ideal, projeto de como a língua deveria ser e não como ela é. Portanto, não é científica. Há outras abordagens da gramática científicas e com extensos corpora: descritiva, gerativa, funcionalista etc. A normativa não é capaz de explicar, por exemplo, a geração de orações clivadas (ex.: Eu quero esse > É isso que eu quero), variação de concordância e marcação de número restrita ao especificador (ex.: Os meninos > Os menino > Ques menino?) e a topicalização em orações ergativas: "O pneu furou; O filme vai lançar; Meu celular acabou a bateria". Essas frases são impossíveis no idealismo da gramática normativa, mas recorrentes no uso real do português brasileiro. As questões do Inep realmente são alarmantes. Trazer esses dados sem apresentar os estudos linguísticos sobre a realidade da língua é, no entanto, um debate pouco qualificado.
15:20 o movimento não é de inibir o acesso ao conhecimento da língua A discussão passa pelas estratégias de como levar educação pro povo preto e pobre, que tem o acesso à tudo negado pela pobreza
Que vídeo e texto incríveis!! Amei as definições e metáforas que você usou pra tratar desse assunto, se encaixaram tão divinamente... Quanto à parte sobre a dificuldade, devido à falta de conhecimento gramatical, de pensar e de se expressar de algumas pessoas, associei-a imediatamente ao protagonista de Vidas Secas - e ao próprio livro, já que o autor optou por uma linguagem mais crua e seca para a narrativa. Adoraria ouvir sua opinião sobre outros temas polêmicos atuais envolvendo a linguagem vs movimento "progressista", como o apagamento da palavra "escravo", a origem do termo "criado-mudo" e o suposto racismo advindo de certos termos e expressões do dia a dia ("denegrir" e "inveja branca", por exemplo). Além disso, um vídeo dedicado à temática do preconceito linguístico, a qual você abordou brevemente aqui, também seria fantástico!! ^^
15:00 toda comunicação tem uma intenção A sua foi formidável ao direcionar para o poder de transformar a vida de um indivíduo No entanto quando de discute, aponta-se para os brancos escravocratas que utilizavam a gramática clássica como meio de distinção do povo brasileiro E ao fato de que nós, netos e bisnetos de escravos, ainda não participamos das discussões que determinam os rumos da gramática Ainda são os netos e bisnetos dos escravocratas que regem o que é bom e belo na língua
A gramática, por si só, não é opressora. Entretanto, quando uma pessoa é constrangida ou corrigida continuamente por não ter tido acesso à educação formal, ela é usada como objeto de opressão.
As gramáticas não normativas também apresentam todas essas questões gramaticais ditam no vídeo, porém, como o seu viés específico. Veja o que o problema não se direciona gramática normativa ou não, mas no não estudo de qualquer gramática.
Para que possamos nos libertar mais dessas amarras, precisamos estudar com sabedoria e foco, a linguagem fica complexa quando ficamos presos nos modismo do dia a dia, o segredo é sempre ampliar o seu, o meu o nosso conhecimento.
O único problema que tenho com a gramática normativa brasileira é que ela não é uma realidade nem nas classes mais intelectualizadas do nosso país. Nenhum intelectual brasieliro fala "eu amo-te" ou "eu falar-vos-ei". A impressão que tenho é que a gramática normativa ensinada no Brasil corresponde aos fatos da língua portuguesa de Portugal.
é muito importante que haja o estudo da língua, da gramática, mas o uso dela como regência textual da universidade eu acho extremamente excludente e não será resolvido NUNCA! sim, a língua que ninguém domina com irrestrita e total fluência, a brasileira, torna os textos de ensino superior distantes, enfadonhos, e cansativos, para quem os produz e para quem os corrige. a universidade é crisda pela e para a elite, num contexto de manutenção de poder, uma vez que o conhecimento é poder e libertação. repetindo, não sou contra o estudo e conhecimento, pelo contrário, é fundamental e importante esse intuito, MAS sou totalmente contra essa normatização de método de linguagem no ensino superior, além de excluir as pessoas de acessa-lo, de transitar por ele e de dialogar com ele, também interferimos na qualidade de vida e progresso econômico, visto que o diploma universitário e demais níveis regulam o valor financeiro de cada indivíduo, quem tem curso superior ganha x, mestrado 2x, doc 3x e por aí vai. a primeira função da língua é dialogar, informar, dar a conhecer. quantos textos e produções científicas são perdidas e jogadas fora por anos nas universidades por serem cheias de verborragias e terminologias enfadonhas e distantes? ao invés de informar estão recheadas de um nível e endereçamento social de acesso aquele conhecimento... eu penso por aí nessa questão de acesso, estudo e julgamento sobre uso e estudo e os preconceitos acerca da linguagem. é sempre bom aprendermos, mas o aprendizado nao deve ser uma porta fechada, nem uma possibilidade de excluir, diminuir ou recortar/impedir pessoas de acessar! a língua deve libertar!
Lara! Não faz mesmo sentido privar as pessoas de estudo, sob o argumento de que ele restringe de alguma forma. Confesso que estou ainda por entender a causa de ideias como essa prosperarem tanto...
A verdadeira opressão consiste em manter as pessoas incapazes de acessar a alta literatura, os grandes clássicos da filosofia, e a produção científica/acadêmica.
Eu em 2024 estou aqui pesquisando mais sobre a gramática pq estou cursando Letras/ Inglês na Uerj e meus professores dizem que existem várias "formas de falar e que não existe certo e errado na linguística" e todo esse blábláblá relativista.
acho que, pelo menos através do que vi nesse vídeo, vc nao entendeu a ideia da frase "a língua pode ser opressiva". como vc disse, a falta de domínio dela implica desconhecimento acerca do mundo e, portanto, facilita a manipulação do exterior (domínio). a questão é que a exclusão é feita de maneira proposital: ensino ruim aliado ao "juridiquês", por exemplo, responsável pelo regimento de todos os âmbitos da vida numa sociedade. então, a afirmação "o ensino da gramática é excludente" não é uma pauta real da academia, mas sim a utilização da linguagem para excluir uma parcela da população
entenda, esse mercado especializado que exige domínio da língua não tem espaço pra todos, as ocupações desvalorizadas e prewnchidas por aqueles sem formação precisam continuar custando pouco e tendo mão de obra disponível. não interessa ao grandes o domínio da língua por todos, por isso ela é utilizada como forma de manter as coisas como estão.
Que minina munita!! Professora quem é que não quer aprender gramática com uma visão do paraíso feito vc, gatinha! Não tem opressão que resista. Bj no seu coração, virei seu aluno.
Podemos notar a “dificuldade em transitar no mundo e ser refém das circunstâncias” pela falta de organização de raciocínio e vocabulário na obra Angústia do Graciliano.
Qm tira o direito dos estudantes a terem acesso à norma culta, boas escolas, boa educação é o sistema político tradicional determinado pelas elites que sempre vê a educação como um gasto e não investimento.
@lara. Tu acha que se eu fizer uma graduação de Língua Portuguesa eu consigo aprender gramática? Porque tenho medo de começar a estudar na graduação e não aprender essas coisas, pois em tese ja deveria ter aprendido no ensino médio.
Se a gramática normativa não é opressora, seguramente é deficiente. Isso porque ela tem como base um corpus muito pequeno: a literatura de autores consagrados pela tradição. Mesmo Machado de Assis e Guimarães Rosa foram considerados destoantes da norma padrão, que é ideal, projeto de como a língua deveria ser e não como ela é. Portanto, não é científica. Há outras abordagens da gramática científicas e com extensos corpora: descritiva, gerativa, funcionalista etc. A normativa não é capaz de explicar, por exemplo, a geração de orações clivadas (ex.: Eu quero esse > É isso que eu quero), variação de concordância e marcação de número restrita ao especificador (ex.: Os meninos > Os menino > Ques menino?) e a topicalização em orações ergativas: "O pneu furou; O filme vai lançar; Meu celular acabou a bateria". Essas frases são impossíveis no idealismo da gramática normativa, mas recorrentes no uso real do português brasileiro. As questões do Inep realmente são alarmantes. Trazer esses dados sem apresentar os estudos linguísticos sobre a realidade da língua é, no entanto, um debate pouco qualificado.
A gramática normativa nunca se dispôs a ser científica. Os melhores autores, aliás, dizem isso textualmente: "Cabe à gramática normativa, que NÃO é uma disciplina com finalidade científica e sim pedagógica, elencar os fatos recomendados como modelares da exemplaridade idiomática para serem utilizados em circunstâncias especiais de convívio social" (Bechara). Exatamente por isso, ela nunca se dispôs a explicar todos os fatos linguísticos existentes. Ressaltar a importância de seu estudo não implica dizer que ela descreva todos os fenômenos ocorrentes, mas que sua sistematização é de grande valia para quem pretende estudar a língua pedagogicamente.
@@larabrenner @larabrenner É verdade, o objetivo da gramática tradicional (GT) não é ser científica, pois ela surgiu séculos antes. Mas ela também não é pedagógica, pois ela é deficiente nas suas próprias definições. A Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB), que legisla os rótulos das unidades fonológicas, morfológicas e sintáticas (desconsiderando outros níveis de análises e interfaces: fonologia-sintaxe, sintaxe-discurso etc) empregados na educação básica, tem como base a GT e, por esse motivo, adota concepções e termos confusos e errados. Pra dar um exemplo, chamamos o vocábulos "ele(a)" de terceira pessoa desconsiderando o fato de que a comunicação depende necessariamente de dois interlocutores, duas pessoas (enquanto papéis discursivos). Fora dessa relação bilateral, o que há é uma não pessoa, não há "terceira pessoa". Quem analisa isso é o Prof. José Luiz Fiorin (USP). O que a GT oferece é apenas uma nomenclatura simétrica do paradigma pronominal, o que torna a definição conceitualmente problemática. Há revisões mais cuidadosas da NGB e novas propostas de rótulos para o ensino da língua, como dos trabalhos do Prof. Eduardo Kenedy (UFF), um sintaticista de vertente gerativa. Compartilho link para um artigo dele: revista.uniabeu.edu.br/index.php/RE/article/view/5
@@RodrigoSantana95 Não me parece que isso seja suficiente para rotulá-la como não pedagógica. Pedagogias nas Humanidades jamais serão unânimes e inquestionáveis, são apenas estudos para sistematização da aprendizagem - como tais, estão sujeitos a polimentos. O ponto do professor Fiorin é um entre vários outros, que reforçam ou rechaçam o estudo das pessoas discursivas. Muitos outros haverá em vários tópicos normativos (alguns apontando erros reais; outros, inventados), mas isso não é privilégio de nosso idioma ou mesmo das línguas em geral. É um componente natural das pedagogias das Humanidades.
@@larabrenner O Prof. Fiorin e o Prof. Kenedy não são os únicos que corroboram os equívocos da tradição normativa. Justamente sobre o “polimento” da gramática tradicional, que ultrapassa os limites de seus compêndios, o Prof. Carlos Alberto Faraco e a Profa. Ana Maria Zilles sintetizam: “Fora da escola a tradição dos antigos consultórios gramaticais da imprensa escrita permanece, ampliada em diferentes mídias, como os programas televisivos sobre o certo e o errado na língua, os vídeos de RUclips, os posts de Facebook, os textos dos blogs etc. Impressiona perceber que grande parte dessa produção sobre a língua é espontânea - quanta gente disposta a ensinar o “certo”! Entristece ver quão preconceituosas podem ser essas manifestações sobre a língua, as variedades, os falantes, a (falta de) gramática, a norma, e os demais”. Em: FARACO, Carlos Alberto; ZILLES, Ana Maria. Para conhecer norma linguística. São Paulo: Contexto, 2017 p. 183. De fato, a normatização de uma variedade de uma língua não é algo exclusivo do português brasileiro (que tem o grande problema de possuir sua norma padrão com base em usos do século 19…). No entanto, esse não é um procedimento de todo “natural”, pois implica um exercício de triagem, como explica Pierre Bourdieu: “[...] a língua legítima é uma língua semiartificial cuja manutenção envolve um trabalho permanente de correção de que se incumbem tanto os locutores singulares como as instituições especialmente organizadas com esta finalidade. Por intermédio de seus gramáticos, responsáveis pela fixação e codificação do uso legítimo e de seus mestres que impõem e inculcam tal uso através de inúmeras ações corretivas, o sistema escolar tende (nesta e em outras matérias) a produzir a necessidade de seus próprios serviços, produtos e instrumentos de correção” (p. 182).
Não vejo a Gramática como sistematização dos fatos da língua. Para mim, a Gramática é o que faz a língua funcionar como organismo. Existe esta Gramática existem as várias gramáticas feitas para ganhar dinheiro e explicar o idioma. Um grande problema é que muitas gramáticas contêm erros como o famigerado Fulano foi um dos que mais lutou/comeu/apareceu, presente na gramática do preconceituoso Napoleão Mendes de Almeida.
Quem sistematiza os fatos da língua são as diversas gramáticas. Os muitos gramáticos me parecem, às vezes, apresentar tais fatos conforme sua própria interpretação. Eu mesmo faço a minha interpretação de certos pontos mediante meu conhecimento - mesmo que incompleto - de obras multi-centenárias. Certos usos hoje apontados pelos chamados puristas como um atentado de lesa-idioma nada têm propriamente que de fato esteja errado. Usar palavras antigas num texto de hoje recebe a pecha de arcaísmo, mas e daí? A escolha dos vocábulos faz parte do estilo, como vemos muitas vezes em Lovecraft. Errado é forjar um romance histórico em que Cícero devore uma feijoada... Ora, o fato da língua estar em contínua expansão de modo algum impede que sigamos hoje usos do tempo de Inês de Castro - há palavras que se conservam correntes como naquelas priscas eras, entre elas as que indicam emoções e sentimentos. Se algumas fórmulas corretas foram esquecidas em nome das novas não deve ter sido por serem erradas mas pela preferência dada ao que é novo (pense no modismo hodierno de - sic - icônico). Um exemplo de falso erro é visto em Fui No Cinema. Fui é hoje usado nos verbos Ir e Ser, mas também lhe cabe o sentido de Estar. Como disse Camões: Chamei-me Adamastor, e fui na guerra Contra o que vibra os raios de Vulcano.
Boa tarde Dra. , a senhora adianta a probabilidade em termos percentuais ,de números acadêmicos que não são proficientes ou são limitados , porém as informações que esses acadêmicos recebem embora pela lógica parece ser automático de fatos e verdade que o corpo decente não sofra das mesmas deficiência???
Outro dia ouvi algo que me deixou chocada! Na época em que a Dilma estava sendo julgada pelas “pedaladas”’fiscais, ela, literalmente, começou a andar de bike na Alvorada… A mídia noticiou por várias vezes esses passeios ciclísticos da presidentA… ou seja “as pedaladas da Dilma”! Na época, jamais faria qualquer associação com as pedaladas fiscais! Enfim, ouvi que foi uma jogada de marketing justamente para dizer que ela estava sendo acusada e impeachmada por suas pedaladas… Os mais simples e desavisados acabam acreditando naquilo que estão vendo: Dilma passeando de bike.
Por mais que eu seja um defensor da importância de uma boa expressão escrita e falada de nossa bela língua portuguesa, preciso discordar. A língua existe a partir de seus usos. Quem cria o idioma é o falante: o gramático apenas sistematiza o que já existe. Para o cidadão médio, basta o contato e o exemplo dos grandes mestres do idioma. Conhecer as engrenagens por detrás dos mecanismos linguísticos é tarefa apenas para os estudiosos. Impor a gramática - e, em especial, uma complexa como a portuguesa - é contraproducente, podendo gerar mais traumas e rejeição no indivíduo do que conhecimento. Pense a respeito e muito obrigado pelas reflexões.
Uma coisa é que vc não entenda algo, pois isso sempre se pode melhorar. Outra, bem diferente, é que lhe seja negado o direito à capacidade de entendimento.
Interessante esse raciocínio, “Impor a gramática” “é contraproducente, podendo gerar mais traumas e rejeição no indivíduo do que conhecimento”. Não dominar minimamente a gramática, gerará os problemas citados no vídeo, em linhas gerais, capacidade interpretativa e capacidade de comunicação. O que se busca é um conhecimento mínimo da língua, que possibilite à criatura ler o mundo, e compreendê-lo. Quem constrói a língua é o falante. Qual falante? O Paulista, o carioca, o gaúcho ou o nordestino? E destes, o falante da periferia, do grande centro ou do interior? Enfim, precisamos de um conhecimento mínimo, assim, gramatical, que seja compreendido em qualquer local, seja na forma falada ou escrita. Não impor o conhecimento, por menor que seja, perpetua as distorções, desde sempre existentes no país, conhecimento é ferramenta de ascensão, não somente econômica, mas como indivíduo.
@@fabioluispetry1974 e as pessoas que nunca tiveram acesso ao ensino formal da gramática? Como fazemos? Mandamos elas deixarem os filhos morrer de fome e irem estudar gramática? Dizemos que elas não sabem falar português?
@@fabioluispetry1974a contribuição de todos esses grupos que você citou é importante. Quem definiu que Machado de Assis, por exemplo, deve ser tido como modelo de variante padrão? Que fulano de tal sabe português e que é nele que devemos nos inspirar? No fundo, tudo é uma absoluta arbitrariedade que todos nós somos obrigados a seguir.
Não sei bem... O POVO, quase a totalidade das pessoas, e isso equivale a empresários bem-sucedidos (leia "ricos"), várias pessoas com "formação superior" ( faculdade e até especialização e mestrado), simplesmente não segue, NATURALMENTE ou em termos de ESCOLA, a gramática. E a família, amigos, vizinhos, mercado, a empresa, o mercado, ENTENDEM muito bem!
É recomendável que você se informe minimamente sobre um debate em curso antes de pretender se manifestar sobre ele. Esgrimir pseudoargumentos contra visões fantasiadas não corresponde a participar, séria e honestamente, do debate sobre esse tema. Sem perceber, você demonstra, às claras, o quanto está presa no "quarto escuro da sua própria cabeça".
A gramática não é opressora, é elitista Meia dúzia de acadêmicos predominantemente brancos, que só se importam com a disputa de ego na publicação de artigos, definindo o que é certo ou errado
Como é bom te ver e ouvir!
Simplesmente gratificante.
Sempre nos encantamos
Deus te abençoe sempre!
Tenho 78 anos e moro em Maringá/PR.
Quem quer mais vídeos com essa qualidade de imagem e áudio, dá um joinha! 😂
EME
Lara Brenner, precisamos colocar vc sobre os telhados! A quem interessa? Percebo o quanto me falta, o quanto vc me ajuda a perceber o caminho que tenho que percorrer. Fico feliz de ter "te achado", obrigada BP
Eu tbm descobri a Lara na BP... quão grande foi a minha alegria de saber que ainda existe pessoas e professores assim, aliás a BP é um celeiro fantástico de pessoas... obrigada!!!
Lara, parabéns pelo excelente trabalho. Alguns comentários me fizeram lembrar do texto "O Mito da Caverna" do livro A Republica de Platão.
Muita gente também tem inveja e ficam culpando quem domina a gramática.
EEMEMMEW
Xingue-os do que você é, acuse-os do que você faz.
No livro 1984, o trabalho do protagonista era reescrever tudo de forma o mais simples possivel, assim as pessoas iam ficando limitadas nas habilidades de comunicacao.
Eram obrigadas a aceitar tudo que lhes impunham, com o vocabulario limitado, nao sabiam como exprimir suas ideas.
Sim, mas neste caso, no livro, a gramática é apresentada como opressiva. Ou seja, o contrário do que a autora do vídeo quer dizer. Tanto esquerda como direita identitária querem apresentar a gramática como problema de opressão, ou de um lado ou de outro.
Maravilhoso texto e maravilhosa reflexão ... amoooooo Nossa Língua Portuguesa e a liberdade que ela nos proporciona 👏👏👏
Que vídeo maravilhoso! Essa compreensão dos fenômenos é muito necessária. A Lara é muito clara em suas explicações.
O conhecimento liberta.
Eu já sou funcionária pública, mas quero o curso porque,você é maravilhosa e eu gosto muito de aprender portugruês.
Vejo seus videos e me impossível deixar de pensar em nosso querido Ariano Suassuna. Obrigada por isso❤
Sensacional, adorei😊
Seus vídeos me dão a sensação de que eu não aprendi português
eu aprendi sozinho bem pouco ;-;
Idem.
Que vídeo maravilhoso.👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏
Só uso o Facebook nos dias atuais só por causa da página "Língua e Tradição". É sensacional 😍😍.
Eu só uso redes sociais para acompanhar perfis e páginas que me interessam.
Excelente. Muito bom também é o seu sutaque, muito lindo e com todo respeito sua beleza ajuda no aprendizado! Parabéns pelo canal!
Muito obrigada!
Professora muito muito grato a senhora se expressa muito bem . Eu acho que quem ler , escreve melhor e pode si expressar melhor .👏🏾👏🏾👏🏾👏🏾👏🏾👏🏾🇵🇹🇧🇷🇵🇹🇧🇷
Encontrei uma professora e orientadora de gramática língua portuguesa que sempre quis ter.
Parabéns pelo conteúdo do seu vídeo.
Trabalho a gramática com as minhas turmas, ainda que, algumas vezes, seja criticado por isso, não a abandono.
Ela me dá segurança ao escrever, ao ler um texto e compreendê-lo.
Sem o mínimo dela, é até um pouco difícil de ler/entender as obras de Machado de Assis, por exemplo.
Evidentemente que trabalho a língua portuguesa como um todo, mas cá entre nós, como conhecer a estrutura do nosso idioma contribui para a assimilação das mensagens que os autores(as) querem nos transmitir.
Sem contar o dia a dia cheio de desafios, a saber, no momento de nossos relacionamentos pessoais/profissionais.
São lamentáveis os números dos índices na educação, até mesmo na universidade temos um "gap" que só cresce.
Espero mais vídeos como esse, pois os compartilho com os meus estudantes e, na medida do tempo, faço um debate com eles no sentido de fazer sentido o estudo em nossa vida.
É Libertador! É constrangedor e ... apaixonante!
Só a ignorância é opressora e ela é filha da preguiça. A gramática é libertadora contra o obscurantismo dos que querem o nivelamento por baixo, ao rés do chão
EEMEMEME
Aprendo com essa professora, ela é maravilhosa!
Que fala maravilhosa, você e super super ❤❤❤❤ tem uma excelência com as palavras.
Amei o conteúdo! Obrigada 🌹
Parabéns pelo excelente trabalho.
Gente! Façam o curso - Texto Irresistível.
(Só isso que tenho para dizer.)
Você, assim como a gramática, é Libertadora.🥰🥰
Se a gramática normativa não é opressora, seguramente é deficiente. Isso porque ela tem como base um corpus muito pequeno: a literatura de autores consagrados pela tradição. Mesmo Machado de Assis e Guimarães Rosa foram considerados destoantes da norma padrão, que é ideal, projeto de como a língua deveria ser e não como ela é. Portanto, não é científica. Há outras abordagens da gramática científicas e com extensos corpora: descritiva, gerativa, funcionalista etc. A normativa não é capaz de explicar, por exemplo, a geração de orações clivadas (ex.: Eu quero esse > É isso que eu quero), variação de concordância e marcação de número restrita ao especificador (ex.: Os meninos > Os menino > Ques menino?) e a topicalização em orações ergativas: "O pneu furou; O filme vai lançar; Meu celular acabou a bateria". Essas frases são impossíveis no idealismo da gramática normativa, mas recorrentes no uso real do português brasileiro. As questões do Inep realmente são alarmantes. Trazer esses dados sem apresentar os estudos linguísticos sobre a realidade da língua é, no entanto, um debate pouco qualificado.
15:20 o movimento não é de inibir o acesso ao conhecimento da língua
A discussão passa pelas estratégias de como levar educação pro povo preto e pobre, que tem o acesso à tudo negado pela pobreza
Excelente texto. Concordo plenamente com o exposto. Parabéns!
Lara é demais!
Vou enfrentar!
Obrigado!
Que vídeo e texto incríveis!! Amei as definições e metáforas que você usou pra tratar desse assunto, se encaixaram tão divinamente... Quanto à parte sobre a dificuldade, devido à falta de conhecimento gramatical, de pensar e de se expressar de algumas pessoas, associei-a imediatamente ao protagonista de Vidas Secas - e ao próprio livro, já que o autor optou por uma linguagem mais crua e seca para a narrativa.
Adoraria ouvir sua opinião sobre outros temas polêmicos atuais envolvendo a linguagem vs movimento "progressista", como o apagamento da palavra "escravo", a origem do termo "criado-mudo" e o suposto racismo advindo de certos termos e expressões do dia a dia ("denegrir" e "inveja branca", por exemplo). Além disso, um vídeo dedicado à temática do preconceito linguístico, a qual você abordou brevemente aqui, também seria fantástico!! ^^
Obrigada, Lara.
15:00 toda comunicação tem uma intenção
A sua foi formidável ao direcionar para o poder de transformar a vida de um indivíduo
No entanto quando de discute, aponta-se para os brancos escravocratas que utilizavam a gramática clássica como meio de distinção do povo brasileiro
E ao fato de que nós, netos e bisnetos de escravos, ainda não participamos das discussões que determinam os rumos da gramática
Ainda são os netos e bisnetos dos escravocratas que regem o que é bom e belo na língua
Parabéns linda!!!! Deus abençoe sempre!!!
Lara, és Fascinação.
Ouvi-la é sempre um prazer. Parabéns e que Deus a abençoe.
O Dalrymple toca no exato mesmo ponto que você em Podres de Mimados quando comenta sobre a ideia de que “a gramática é opressora”.
Precisa e necessária ❤😊❤😊
É muito agradável ouvir a professora.
A gramática, por si só, não é opressora. Entretanto, quando uma pessoa é constrangida ou corrigida continuamente por não ter tido acesso à educação formal, ela é usada como objeto de opressão.
As gramáticas não normativas também apresentam todas essas questões gramaticais ditam no vídeo, porém, como o seu viés específico. Veja o que o problema não se direciona gramática normativa ou não, mas no não estudo de qualquer gramática.
Obrigada pela serviço prestado aos brasileiros.
Parabéns , Lara !
Excelente e motivadora explicação !
Para que possamos nos libertar mais dessas amarras, precisamos estudar com sabedoria e foco, a linguagem fica complexa quando ficamos presos nos modismo do dia a dia, o segredo é sempre ampliar o seu, o meu o nosso conhecimento.
Já baixei este vídeo. Obrigado!
Maravilha, encontrei a professora!
Perfeito!
Essa mulher me inspira
Este vídeo lembrou-me o livro "Pensamento e Linguagem" de Vygotsky.
Esse Vídeo tinha que estar em rede nacional.
Parabéns. Aprendendo muito.
👏👏👏 Como sempre, excelente e excepcional conteúdo. Nem precisamos refletir. Está desenhado. Muito obrigado!
Seus argumentos me converteram! hahaha
Corretíssimo; claro e direto.
O único problema que tenho com a gramática normativa brasileira é que ela não é uma realidade nem nas classes mais intelectualizadas do nosso país.
Nenhum intelectual brasieliro fala "eu amo-te" ou "eu falar-vos-ei".
A impressão que tenho é que a gramática normativa ensinada no Brasil corresponde aos fatos da língua portuguesa de Portugal.
Gratidão
Quem coloca a falácia da gramática ser opressora e elitista estão seguindo o gramscismo.
Perfeito!
Sensata e precisa
A gramática é libertadora.
é muito importante que haja o estudo da língua, da gramática, mas o uso dela como regência textual da universidade eu acho extremamente excludente e não será resolvido NUNCA! sim, a língua que ninguém domina com irrestrita e total fluência, a brasileira, torna os textos de ensino superior distantes, enfadonhos, e cansativos, para quem os produz e para quem os corrige. a universidade é crisda pela e para a elite, num contexto de manutenção de poder, uma vez que o conhecimento é poder e libertação. repetindo, não sou contra o estudo e conhecimento, pelo contrário, é fundamental e importante esse intuito, MAS sou totalmente contra essa normatização de método de linguagem no ensino superior, além de excluir as pessoas de acessa-lo, de transitar por ele e de dialogar com ele, também interferimos na qualidade de vida e progresso econômico, visto que o diploma universitário e demais níveis regulam o valor financeiro de cada indivíduo, quem tem curso superior ganha x, mestrado 2x, doc 3x e por aí vai. a primeira função da língua é dialogar, informar, dar a conhecer. quantos textos e produções científicas são perdidas e jogadas fora por anos nas universidades por serem cheias de verborragias e terminologias enfadonhas e distantes? ao invés de informar estão recheadas de um nível e endereçamento social de acesso aquele conhecimento... eu penso por aí nessa questão de acesso, estudo e julgamento sobre uso e estudo e os preconceitos acerca da linguagem. é sempre bom aprendermos, mas o aprendizado nao deve ser uma porta fechada, nem uma possibilidade de excluir, diminuir ou recortar/impedir pessoas de acessar! a língua deve libertar!
Lara brenner me faz recordar a exigência de caderno capa dura.
Lara! Não faz mesmo sentido privar as pessoas de estudo, sob o argumento de que ele restringe de alguma forma. Confesso que estou ainda por entender a causa de ideias como essa prosperarem tanto...
FEMINISMO
15:20 muito bom Lara 😆
A verdadeira opressão consiste em manter as pessoas incapazes de acessar a alta literatura, os grandes clássicos da filosofia, e a produção científica/acadêmica.
Eu em 2024 estou aqui pesquisando mais sobre a gramática pq estou cursando Letras/ Inglês na Uerj e meus professores dizem que existem várias "formas de falar e que não existe certo e errado na linguística" e todo esse blábláblá relativista.
Excelente aula ❤️❤️❤️❤️
Onde posso ter acesso a esse artigo? Grata!!!❤
acho que, pelo menos através do que vi nesse vídeo, vc nao entendeu a ideia da frase "a língua pode ser opressiva". como vc disse, a falta de domínio dela implica desconhecimento acerca do mundo e, portanto, facilita a manipulação do exterior (domínio). a questão é que a exclusão é feita de maneira proposital: ensino ruim aliado ao "juridiquês", por exemplo, responsável pelo regimento de todos os âmbitos da vida numa sociedade. então, a afirmação "o ensino da gramática é excludente" não é uma pauta real da academia, mas sim a utilização da linguagem para excluir uma parcela da população
entenda, esse mercado especializado que exige domínio da língua não tem espaço pra todos, as ocupações desvalorizadas e prewnchidas por aqueles sem formação precisam continuar custando pouco e tendo mão de obra disponível. não interessa ao grandes o domínio da língua por todos, por isso ela é utilizada como forma de manter as coisas como estão.
Que minina munita!! Professora quem é que não quer aprender gramática com uma visão do paraíso feito vc, gatinha! Não tem opressão que resista. Bj no seu coração, virei seu aluno.
Podemos notar a “dificuldade em transitar no mundo e ser refém das circunstâncias” pela falta de organização de raciocínio e vocabulário na obra Angústia do Graciliano.
Onde posso localizar esse texto que você citou, escrito por você em uma página?
Página Língua e Tradição, Facebook.
Tirar de nossos estudantes o direito de ter acesso à norma culta é um crime hediondo.
Qm tira o direito dos estudantes a terem acesso à norma culta, boas escolas, boa educação é o sistema político tradicional determinado pelas elites que sempre vê a educação como um gasto e não investimento.
Gramática é Libertadora.
Não basta dizer que é, deve dizer por qual razão é.
Lara,a libertação mesmo seria você no Ministério da Educação.
Lara, pode colocar o link desse texto?
AH! Onde está publicado o texto?
Na página Língua e Tradição, no Facebook. ;)
@lara. Tu acha que se eu fizer uma graduação de Língua Portuguesa eu consigo aprender gramática? Porque tenho medo de começar a estudar na graduação e não aprender essas coisas, pois em tese ja deveria ter aprendido no ensino médio.
Gente boa!
A Lara só me fez pensar o quanto eu sou feia e burra.
É nada.
👏👏👏👏👏👏👏👏👏👏
Parece que estou,aqui, em um curso de Letras. É bem assim o conteúdo do curso.
Concordo plenamente, é um absurdo, mas é verdade
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A quem interessa dizer que e libertadora?
Se a gramática normativa não é opressora, seguramente é deficiente. Isso porque ela tem como base um corpus muito pequeno: a literatura de autores consagrados pela tradição. Mesmo Machado de Assis e Guimarães Rosa foram considerados destoantes da norma padrão, que é ideal, projeto de como a língua deveria ser e não como ela é. Portanto, não é científica. Há outras abordagens da gramática científicas e com extensos corpora: descritiva, gerativa, funcionalista etc. A normativa não é capaz de explicar, por exemplo, a geração de orações clivadas (ex.: Eu quero esse > É isso que eu quero), variação de concordância e marcação de número restrita ao especificador (ex.: Os meninos > Os menino > Ques menino?) e a topicalização em orações ergativas: "O pneu furou; O filme vai lançar; Meu celular acabou a bateria". Essas frases são impossíveis no idealismo da gramática normativa, mas recorrentes no uso real do português brasileiro. As questões do Inep realmente são alarmantes. Trazer esses dados sem apresentar os estudos linguísticos sobre a realidade da língua é, no entanto, um debate pouco qualificado.
A gramática normativa nunca se dispôs a ser científica. Os melhores autores, aliás, dizem isso textualmente: "Cabe à gramática normativa, que NÃO é uma disciplina com finalidade científica e sim pedagógica, elencar os fatos recomendados como modelares da exemplaridade idiomática para serem utilizados em circunstâncias especiais de convívio social" (Bechara). Exatamente por isso, ela nunca se dispôs a explicar todos os fatos linguísticos existentes. Ressaltar a importância de seu estudo não implica dizer que ela descreva todos os fenômenos ocorrentes, mas que sua sistematização é de grande valia para quem pretende estudar a língua pedagogicamente.
@@larabrenner @larabrenner É verdade, o objetivo da gramática tradicional (GT) não é ser científica, pois ela surgiu séculos antes. Mas ela também não é pedagógica, pois ela é deficiente nas suas próprias definições. A Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB), que legisla os rótulos das unidades fonológicas, morfológicas e sintáticas (desconsiderando outros níveis de análises e interfaces: fonologia-sintaxe, sintaxe-discurso etc) empregados na educação básica, tem como base a GT e, por esse motivo, adota concepções e termos confusos e errados. Pra dar um exemplo, chamamos o vocábulos "ele(a)" de terceira pessoa desconsiderando o fato de que a comunicação depende necessariamente de dois interlocutores, duas pessoas (enquanto papéis discursivos). Fora dessa relação bilateral, o que há é uma não pessoa, não há "terceira pessoa". Quem analisa isso é o Prof. José Luiz Fiorin (USP). O que a GT oferece é apenas uma nomenclatura simétrica do paradigma pronominal, o que torna a definição conceitualmente problemática. Há revisões mais cuidadosas da NGB e novas propostas de rótulos para o ensino da língua, como dos trabalhos do Prof. Eduardo Kenedy (UFF), um sintaticista de vertente gerativa. Compartilho link para um artigo dele: revista.uniabeu.edu.br/index.php/RE/article/view/5
@@RodrigoSantana95 Não me parece que isso seja suficiente para rotulá-la como não pedagógica. Pedagogias nas Humanidades jamais serão unânimes e inquestionáveis, são apenas estudos para sistematização da aprendizagem - como tais, estão sujeitos a polimentos. O ponto do professor Fiorin é um entre vários outros, que reforçam ou rechaçam o estudo das pessoas discursivas. Muitos outros haverá em vários tópicos normativos (alguns apontando erros reais; outros, inventados), mas isso não é privilégio de nosso idioma ou mesmo das línguas em geral. É um componente natural das pedagogias das Humanidades.
@@larabrenner O Prof. Fiorin e o Prof. Kenedy não são os únicos que corroboram os equívocos da tradição normativa. Justamente sobre o “polimento” da gramática tradicional, que ultrapassa os limites de seus compêndios, o Prof. Carlos Alberto Faraco e a Profa. Ana Maria Zilles sintetizam: “Fora da escola a tradição dos antigos consultórios gramaticais da imprensa escrita permanece, ampliada em diferentes mídias, como os programas televisivos sobre o certo e o errado na língua, os vídeos de RUclips, os posts de Facebook, os textos dos blogs etc. Impressiona perceber que grande parte dessa produção sobre a língua é espontânea - quanta gente disposta a ensinar o “certo”! Entristece ver quão preconceituosas podem ser essas manifestações sobre a língua, as variedades, os falantes, a (falta de) gramática, a norma, e os demais”. Em: FARACO, Carlos Alberto; ZILLES, Ana Maria. Para conhecer norma linguística. São Paulo: Contexto, 2017 p. 183. De fato, a normatização de uma variedade de uma língua não é algo exclusivo do português brasileiro (que tem o grande problema de possuir sua norma padrão com base em usos do século 19…). No entanto, esse não é um procedimento de todo “natural”, pois implica um exercício de triagem, como explica Pierre Bourdieu: “[...] a língua legítima é uma língua semiartificial cuja manutenção envolve um trabalho permanente de correção de que se incumbem tanto os locutores singulares como as instituições especialmente organizadas com esta finalidade. Por intermédio de seus gramáticos, responsáveis pela fixação e codificação do uso legítimo e de seus mestres que impõem e inculcam tal uso através de inúmeras ações corretivas, o sistema escolar tende (nesta e em outras matérias) a produzir a necessidade de seus próprios serviços, produtos e instrumentos de correção” (p. 182).
Não vejo a Gramática como sistematização dos fatos da língua. Para mim, a Gramática é o que faz a língua funcionar como organismo.
Existe esta Gramática existem as várias gramáticas feitas para ganhar dinheiro e explicar o idioma.
Um grande problema é que muitas gramáticas contêm erros como o famigerado Fulano foi um dos que mais lutou/comeu/apareceu, presente na gramática do preconceituoso Napoleão Mendes de Almeida.
Quem sistematiza os fatos da língua são as diversas gramáticas. Os muitos gramáticos me parecem, às vezes, apresentar tais fatos conforme sua própria interpretação. Eu mesmo faço a minha interpretação de certos pontos mediante meu conhecimento - mesmo que incompleto - de obras multi-centenárias.
Certos usos hoje apontados pelos chamados puristas como um atentado de lesa-idioma nada têm propriamente que de fato esteja errado. Usar palavras antigas num texto de hoje recebe a pecha de arcaísmo, mas e daí? A escolha dos vocábulos faz parte do estilo, como vemos muitas vezes em Lovecraft. Errado é forjar um romance histórico em que Cícero devore uma feijoada...
Ora, o fato da língua estar em contínua expansão de modo algum impede que sigamos hoje usos do tempo de Inês de Castro - há palavras que se conservam correntes como naquelas priscas eras, entre elas as que indicam emoções e sentimentos. Se algumas fórmulas corretas foram esquecidas em nome das novas não deve ter sido por serem erradas mas pela preferência dada ao que é novo (pense no modismo hodierno de - sic - icônico).
Um exemplo de falso erro é visto em Fui No Cinema. Fui é hoje usado nos verbos Ir e Ser, mas também lhe cabe o sentido de Estar.
Como disse Camões:
Chamei-me Adamastor, e fui na guerra
Contra o que vibra os raios de Vulcano.
Creio que nao seja gramatico e sim gramatologo. Paulo Cesar Lopes
Boa tarde Dra. , a senhora adianta a probabilidade em termos percentuais ,de números acadêmicos que não são proficientes ou são limitados , porém as informações que esses acadêmicos recebem embora pela lógica parece ser automático de fatos e verdade que o corpo decente não sofra das mesmas deficiência???
Sim, é
Outro dia ouvi algo que me deixou chocada! Na época em que a Dilma estava sendo julgada pelas “pedaladas”’fiscais, ela, literalmente, começou a andar de bike na Alvorada… A mídia noticiou por várias vezes esses passeios ciclísticos da presidentA… ou seja “as pedaladas da Dilma”! Na época, jamais faria qualquer associação com as pedaladas fiscais! Enfim, ouvi que foi uma jogada de marketing justamente para dizer que ela estava sendo acusada e impeachmada por suas pedaladas… Os mais simples e desavisados acabam acreditando naquilo que estão vendo: Dilma passeando de bike.
Lara❤
Como não lhe amar se me ajudas a regatar meu amor a esta bendita língua?
🥰😍😘
Por mais que eu seja um defensor da importância de uma boa expressão escrita e falada de nossa bela língua portuguesa, preciso discordar. A língua existe a partir de seus usos. Quem cria o idioma é o falante: o gramático apenas sistematiza o que já existe. Para o cidadão médio, basta o contato e o exemplo dos grandes mestres do idioma. Conhecer as engrenagens por detrás dos mecanismos linguísticos é tarefa apenas para os estudiosos. Impor a gramática - e, em especial, uma complexa como a portuguesa - é contraproducente, podendo gerar mais traumas e rejeição no indivíduo do que conhecimento. Pense a respeito e muito obrigado pelas reflexões.
Uma coisa é que vc não entenda algo, pois isso sempre se pode melhorar. Outra, bem diferente, é que lhe seja negado o direito à capacidade de entendimento.
Interessante esse raciocínio, “Impor a gramática” “é contraproducente, podendo gerar mais traumas e rejeição no indivíduo do que conhecimento”. Não dominar minimamente a gramática, gerará os problemas citados no vídeo, em linhas gerais, capacidade interpretativa e capacidade de comunicação. O que se busca é um conhecimento mínimo da língua, que possibilite à criatura ler o mundo, e compreendê-lo. Quem constrói a língua é o falante. Qual falante? O Paulista, o carioca, o gaúcho ou o nordestino? E destes, o falante da periferia, do grande centro ou do interior? Enfim, precisamos de um conhecimento mínimo, assim, gramatical, que seja compreendido em qualquer local, seja na forma falada ou escrita. Não impor o conhecimento, por menor que seja, perpetua as distorções, desde sempre existentes no país, conhecimento é ferramenta de ascensão, não somente econômica, mas como indivíduo.
@@fabioluispetry1974, parabéns pelo bom senso.❤
@@fabioluispetry1974 e as pessoas que nunca tiveram acesso ao ensino formal da gramática? Como fazemos? Mandamos elas deixarem os filhos morrer de fome e irem estudar gramática? Dizemos que elas não sabem falar português?
@@fabioluispetry1974a contribuição de todos esses grupos que você citou é importante. Quem definiu que Machado de Assis, por exemplo, deve ser tido como modelo de variante padrão? Que fulano de tal sabe português e que é nele que devemos nos inspirar? No fundo, tudo é uma absoluta arbitrariedade que todos nós somos obrigados a seguir.
Não sei bem... O POVO, quase a totalidade das pessoas, e isso equivale a empresários bem-sucedidos (leia "ricos"), várias pessoas com "formação superior" ( faculdade e até especialização e mestrado), simplesmente não segue, NATURALMENTE ou em termos de ESCOLA, a gramática.
E a família, amigos, vizinhos, mercado, a empresa, o mercado, ENTENDEM muito bem!
É recomendável que você se informe minimamente sobre um debate em curso antes de pretender se manifestar sobre ele. Esgrimir pseudoargumentos contra visões fantasiadas não corresponde a participar, séria e honestamente, do debate sobre esse tema. Sem perceber, você demonstra, às claras, o quanto está presa no "quarto escuro da sua própria cabeça".
A gramática não é opressora, é elitista
Meia dúzia de acadêmicos predominantemente brancos, que só se importam com a disputa de ego na publicação de artigos, definindo o que é certo ou errado