Embora isso seja feito eventualmente, não é o mais correto do ponto de vista técnico. Isto porque a aplicação da distribuição estatística pressupõe que sua variável seja aleatória e os valores sejam independentes e não estacionários. A cota é uma variável que depende da vazão, e além disso depende da geometria do seu rio. Assim, se houver alguma tendência de longo prazo na característica hidráulica do rio (assoreamento ou erosão), isso vai afetar as cotas e inserir algum tipo de tendência nos dados (lembre-se que a curva-chave não é estática, deve ser constantemente recalibrada e ajustada). Entretanto, se você não dispuser de dados de vazão, e verificar que a série de cotas é relativamente estacionária, pode ser defensável calcular o tempo de retorno das cotas.
Bruno, esses valores de 0,45 e 0,7797 são da própria equação.? outra pergunta, o tempo que você utiliza 10.000 (década milenar) seria o tempo para que eu quero calcular a fins de atentar o meu vertedor nesse período.? Estou fazendo um calculo de vazão de curso de água, onde devo considerar a precipitação média de enxurradas e considerar a área da bacia contribuinte, á área da bacia eu já encontrei (31,15km²) e a precipitação média de enxurradas "maxima" também (80,15mm/dia), essa média eu calculei através dos dados dos ultimos 16 anos (2000 à 2016), porem agora não consigo encontrar uma equação correta para fazer o meu calculo de vazão esse canal.. Se você puder me dar uma Luz/Ajuda eu ficaria muito grato.
Prezado 1) sim, estes valores são constantes da distribuição de Gumbel 2) sim, o critério de projeto de vertedores em geral considera que este deve ser dimensionado para permitir a passagem de uma vazão com tempo de retorno de 10.000 anos 3) Para essa área de bacia, o método racional não é adequado, você deve usar o método do Soil Conservation Service (SCS) ou então obter dados de algum posto fluviométrico próximo
Obrigado professor.. Outra duvida; estes dados de precipitação eu encontrei no fluviométrico mais proximo através do site da ANA, porem estes dados só tenho em mm/dia, e para calcular em preciso em mm/h, exemplo: encontrei Precipitação média de 80,15mm/dia, como calcular a equação da maneira correta.? Ps: Pensei em dividir por 24h, porem acredito não estar correto.
Estes valores são constantes da distribuição estatística de Gumbel, assim como a distribuição normal também tem constantes. Gumbel é uma distribuição assimétrica, ou seja, a dispersão é maior na cauda direita (valores acima da média) do que na cauda esquerda (valores abaixo da média). Por isso é uma distribuição adequada para vazões máximas, uma vez que estas possuem um piso (no limite, zero), mas em tese não possuem um teto (a distribuição normal, que é a mais adotada em estatística, é simétrica, por isso não é tão adequada para hidrologia).
Você precisa ter a relação entre a cota na régua e a cota absoluta. Normalmente levanta-se a altitude do zero da régua, por meio de levantamento topográfico, para fazer essa correção.
Sim, a distribuição exponencial de dois parâmetros (média e desvio padrão) é uma das mais utilizadas em estudos de vazões máximas, sendo recomendada inclusive nos manuais de projeto de hidrelétricas da ELETROBRAS. Para mais detalhes, dê uma lida no livro "Hidrologia estatística", dos profs. Mauro Naghettini e Eber Pinto. Os slides a seguir também exemplificam a aplicação dessa distribuição: docs.ufpr.br/~rtkishi.dhs/TH024/TH024_10_Previsao_Enchentes.pdf
Sim, basta usar o TR=1 ou P=100% ao aplicar a distribuição estatística (Gumbel, por exemplo). De forma simples, a vazão máxima com tempo de retorno de 1 ano é tão baixa que em todos os anos do histórico ocorreram máximas iguais ou maiores. Ou seja, há 100% de chance de que a máxima anual seja maior ou igual. Assim, basta ver a série de máximos anuais e ver o menor valor. De forma empírica, esta é a vazão máxima com TR=1 ano. Mas se quiser o valor exato, aplique a distribuição, pois em tese sempre existe uma possibilidade estatística de que ocorra um máximo ainda menor no futuro, e a distribuição explora as características da série para estimar essa possibilidade.
obrigado, mas minha dúvida é quanto aplicar na formula o TR 1, =B4-B5*(0,45+0,7797*LN(LN(1/1-1))), sendo que o zero no divisor resultara em uma equação sem resultado.
Você pode usar um número muito próximo de 1, digamos 1,01. Ou senão pegue o menor dos valores de máximos anuais, este será a sua vazão com 1 ano de TR.
Muito obrigado por disponibilizar o vídeo, caro Bruno! Vai me ajudar na minha aula! Parabéns!
Felicidades!
ajudou demais!!!
Boa tarde, como calcular a vazão para um tempo de retorno de 1 ano ? tendo em vista a divisão da equação TR - 1....ficaria 1-1= 0
Só queria saber como ele selecionou o máximo ali no minuto 11:39
Acho que ele selecionou o primeiro valor, depois foi até o último e clicou segurando a tecla 'shift'.
eu posso usar o valor da cota envés da vazão para determinar tempo de retorno de inundações?
Embora isso seja feito eventualmente, não é o mais correto do ponto de vista técnico. Isto porque a aplicação da distribuição estatística pressupõe que sua variável seja aleatória e os valores sejam independentes e não estacionários. A cota é uma variável que depende da vazão, e além disso depende da geometria do seu rio. Assim, se houver alguma tendência de longo prazo na característica hidráulica do rio (assoreamento ou erosão), isso vai afetar as cotas e inserir algum tipo de tendência nos dados (lembre-se que a curva-chave não é estática, deve ser constantemente recalibrada e ajustada). Entretanto, se você não dispuser de dados de vazão, e verificar que a série de cotas é relativamente estacionária, pode ser defensável calcular o tempo de retorno das cotas.
Muito Obrigado, ótima explicação.
Bruno, esses valores de 0,45 e 0,7797 são da própria equação.? outra pergunta, o tempo que você utiliza 10.000 (década milenar) seria o tempo para que eu quero calcular a fins de atentar o meu vertedor nesse período.?
Estou fazendo um calculo de vazão de curso de água, onde devo considerar a precipitação média de enxurradas e considerar a área da bacia contribuinte, á área da bacia eu já encontrei (31,15km²) e a precipitação média de enxurradas "maxima" também (80,15mm/dia), essa média eu calculei através dos dados dos ultimos 16 anos (2000 à 2016), porem agora não consigo encontrar uma equação correta para fazer o meu calculo de vazão esse canal.. Se você puder me dar uma Luz/Ajuda eu ficaria muito grato.
Prezado
1) sim, estes valores são constantes da distribuição de Gumbel
2) sim, o critério de projeto de vertedores em geral considera que este deve ser dimensionado para permitir a passagem de uma vazão com tempo de retorno de 10.000 anos
3) Para essa área de bacia, o método racional não é adequado, você deve usar o método do Soil Conservation Service (SCS) ou então obter dados de algum posto fluviométrico próximo
Obrigado professor.. Outra duvida; estes dados de precipitação eu encontrei no fluviométrico mais proximo através do site da ANA, porem estes dados só tenho em mm/dia, e para calcular em preciso em mm/h, exemplo: encontrei Precipitação média de 80,15mm/dia, como calcular a equação da maneira correta.?
Ps: Pensei em dividir por 24h, porem acredito não estar correto.
Bom noite Bruno, Gostaria de saber quais as origens dos números 0,45 e 0,7797. Obrigado
Estes valores são constantes da distribuição estatística de Gumbel, assim como a distribuição normal também tem constantes. Gumbel é uma distribuição assimétrica, ou seja, a dispersão é maior na cauda direita (valores acima da média) do que na cauda esquerda (valores abaixo da média). Por isso é uma distribuição adequada para vazões máximas, uma vez que estas possuem um piso (no limite, zero), mas em tese não possuem um teto (a distribuição normal, que é a mais adotada em estatística, é simétrica, por isso não é tão adequada para hidrologia).
mais uma duvida, sendo a cota do rio diferente da cota planialtimétrica do terreno como posso fazer as comparações dos resultados do TR?
Você precisa ter a relação entre a cota na régua e a cota absoluta. Normalmente levanta-se a altitude do zero da régua, por meio de levantamento topográfico, para fazer essa correção.
muito obrigado
ótima explanação em todas as perguntas.
É possível calcular a vazão milenar utilizando a distribuição Exponencial? Como eu poderia fazer isso?
Sim, a distribuição exponencial de dois parâmetros (média e desvio padrão) é uma das mais utilizadas em estudos de vazões máximas, sendo recomendada inclusive nos manuais de projeto de hidrelétricas da ELETROBRAS. Para mais detalhes, dê uma lida no livro "Hidrologia estatística", dos profs. Mauro Naghettini e Eber Pinto. Os slides a seguir também exemplificam a aplicação dessa distribuição: docs.ufpr.br/~rtkishi.dhs/TH024/TH024_10_Previsao_Enchentes.pdf
Muito obrigada! Seus videos e maneira como você explica são excelentes!
Bom dia Bruno, como posso fazer o calculo para tempo de retorno de 1 ano? há essa possibilidade?
Sim, basta usar o TR=1 ou P=100% ao aplicar a distribuição estatística (Gumbel, por exemplo).
De forma simples, a vazão máxima com tempo de retorno de 1 ano é tão baixa que em todos os anos do histórico ocorreram máximas iguais ou maiores. Ou seja, há 100% de chance de que a máxima anual seja maior ou igual.
Assim, basta ver a série de máximos anuais e ver o menor valor. De forma empírica, esta é a vazão máxima com TR=1 ano.
Mas se quiser o valor exato, aplique a distribuição, pois em tese sempre existe uma possibilidade estatística de que ocorra um máximo ainda menor no futuro, e a distribuição explora as características da série para estimar essa possibilidade.
obrigado, mas minha dúvida é quanto aplicar na formula o TR 1, =B4-B5*(0,45+0,7797*LN(LN(1/1-1))), sendo que o zero no divisor resultara em uma equação sem resultado.
Você pode usar um número muito próximo de 1, digamos 1,01.
Ou senão pegue o menor dos valores de máximos anuais, este será a sua vazão com 1 ano de TR.